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Educação musical: promovendo descobertas na infância

Patrícia Rodrigues

 

DOI: 10.5281/zenodo.13327620

 

 

RESUMO

A música sempre fez parte da humanidade e, na educação infantil, está presente como disciplina para auxiliar no desenvolvimento das crianças. Neste estudo, o objetivo geral é investigar as descobertas das crianças por intermédio da educação musical, ao passo que os objetivos específicos são identificar os seus benefícios na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental, além da preparação e dos saberes que o professor precisa ter para a promoção da educação musical e, ainda, o ensino da música, conforme a legislação, assim como experiências de educação musical em instituições de ensino. Foram encontradas descobertas e benefícios variados, assim como a existência de leis que dão respaldo ao ensino da música (mas apresentam lacunas), bem como a identificação da necessidade de determinados saberes e preparação específicos para a prática docente na área musical e o conhecimento de que não existe uma faixa etária específica que se beneficie mais do que as demais com a educação musical. Como a temática abordada é rica, não se esgotando nas páginas deste estudo, sugere-se a elaboração de novos trabalhos nesse sentido.

 

Palavras-chave: Educação Musical. Aprendizagem. Infância.

 

 

        1. Introdução

 

Desde os tempos mais antigos, a música esteve presente entre os homens como uma das formas artísticas mais prestigiadas e conhecidas. Na educação infantil, a música está presente como disciplina para ajudar no desenvolvimento das crianças.

O objetivo geral deste estudo é investigar as descobertas que as crianças podem fazer através da educação musical. Os objetivos específicos são identificar os benefícios da música na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental, bem como a preparação e os saberes docentes necessários para a promoção da educação musical e também o ensino da música, de acordo com a legislação e experiências de educação musical em instituições de ensino.

A questão problema é a seguinte: existe alguma faixa etária, dentro da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental que se beneficia mais da educação musical?

 

 

        1. A música e suas revelações

 

2.1 A presença da música na vida da criança

 

Para Soares (2024) a música acompanha a criança desde antes do seu nascimento, ou seja, antes mesmo da fase na qual poderia ser considerada criança:

 

... nota-se que na vida de uma criança, a música está presente desde o ventre materno e continua pela infância e ao longo de sua vida. Nestes contextos, as crianças são expostas à cultura musical desde cedo e assim começam a aprender as suas próprias tradições musicais (SOARES, 2024, p.2).

 

Logo, percebe-se que a educação musical já se encontra presente na vida do pequeno aluno antes mesmo dele receber educação formal, na escola.

 

 

2.2 A música na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental: Benefícios

 

A música é uma forma de linguagem que expressa e transmite sentimentos, emoções e pensamentos, sendo, portanto, de grande importância na educação infantil. Além de representar mais do que um meio de a criança se expressar e se integrar com o meio, contribui no desenvolvimento de habilidades, conceitos, pressupostos e, ainda, para a sua formação integral, enriquecendo o ensino e aprendizagem. Ademais, a música permite que os alunos se beneficiem social, cognitivo, emocional e interativamente, auxiliando na fala e na construção de um vocabulário mais amplo. Assim, através da prática musical regada na maioria das vezes pelo lúdico, as crianças aprimoram a sensibilidade, concentração, memória, linguagem, percepção, observação, criatividade e também a autoestima. Além disso, a música não é apenas uma combinação de sons, mas também uma das formas artísticas mais bonitas e um meio privilegiado para a promoção da alfabetização, assim como raciocínio matemático, além de linguagem cultural e aquisição de conhecimentos (Soares, 2024). Logo, a mesma estimula o aprimoramento nas mais diversas áreas do conhecimento humano.

A educação musical, na educação infantil, pode ser realizada através de diversas atividades motoras como danças, gestos, brincadeiras, descontração, relaxamento e interpretação, dentre outras mais,que permitam a familiarização das crianças com a música e oportunizem a criatividade (Soares, 2024).

 

Observamos que as atividades musicais coletivas favorecem a autoestima e a socialização infantil, pelo ambiente de compreensão, participação e cooperação que podem proporcionar. Paralelamente a música proporciona prazer e autossatisfação, possibilitando a expansão dos sentimentos. Mesmo a criança mais tímida ou inibida sente-se encorajada ao cantar em grupo. E o ajustamento ao grupo desenvolve um sentimento de segurança (Silva; Menezes, 2023, p.190).

 

Assim, a criança torna-se mais autoconfiante e integrada à sua turma, além de se divertir com a atividade.

Vieira e Temary (2022) ressaltam a importância do uso da educação musical no contexto escolar desde o começo do processo de alfabetização de crianças do ensino básico. No ensino em questão, a partir do 1º ano do ensino fundamental dos anos iniciais, as crianças saem da educação infantil , após terem passado seus primeiros anos só brincando de modo lúdico e ouvindo músicas infantis para que os professores pudessem desenvolver com elas atividades estimuladoras dos movimentos cognitivos e motores.

A criança encontra maior facilidade em aprender ao ser instigada a ouvir o som de um instrumento, uma música ou até mesmo quando estiver sendo alfabetizada por intermédio da própria disciplina musical, tendo grande proporção em aprender com mais facilidade do que se fosse uma matéria dada apenas tradicionalmente. Muitas crianças aprendem a ler e a escrever ouvindo uma música e se envolvendo com sua melodia, porque a música tem, em sua essência, o poder de envolver frequentemente o indivíduo, desde a sua gestação (Ilari, 2013 apud Vieira; Temary, 2022).

Santos (2019) destaca que a música não somente deixa o ambiente escolar mais festivo, como pode ser usada até mesmo para proporcionar um ar mais receptivo à chegada dos alunos, proporcionando um efeito calmante depois dos períodos de atividade física e diminuindo a preocupação em momentos de prova.

 

 

2.3 A Preparação e os saberes docentes

 

A preparação docente para o trabalho com a musicalidade pode acarretar a indagação de qual seria o conhecimento necessário ao professor: conhecer a respeito da música ou da pedagogia? “Para ensinar música [...] não é suficiente somente saber música ou somente saber ensinar. Conhecimentos pedagógicos e musicológicos são igualmente necessários, não sendo possível priorizar um em detrimento do outro” (Del Ben 2003, p. 31 apud Castro, 2017, p.10). “O professor precisa ter maior conhecimento sobre o método que quer utilizar em suas aulas para ter base e autonomia de ensino, pois não é simplesmente saber tocar ou cantar uma música para se fazer educação musical[...]” (Vieira; Temary, 2022). Entretanto, para Marcondes (2020 apud Vieira; Temari, 2022), é importante que o docente possua habilidades musicais:

 

Recomenda-se a qualquer profissional que atuará com musicalização dominar um instrumento harmônico, cantar de forma afinada, e ser capaz de atuar com instrumentos que desenvolvem a coordenação motora fina, e a coordenação motora grossa de quem será musicalizado (Marcondes, 2020, s/p apud Vieira; Temari, 2022, p.5).

 

Então, verifica-se que o ideal docente seria, de fato, possuir habilidades pedagógicas e musicais.

De um modo geral, o desenvolvimento da docência demanda uma gama de saberes profissionais que fundamentam e orientam o docente, cotidianamente, em seu trabalho. Tais saberes envolvem o conteúdo  a ser ensinado, a familiarização  com o programa escolar, bem como com o projeto politico pedagógico da instituição de ensino, assim como com as diretrizes legais educacionais orientadoras do ensino e a aprendizagem de uma disciplina escolar determinada e ainda saber como ensinar e quais recursos adotar, sem se esquecer também de levar em consideração como os alunos aprendem e como promover a aprendizagem dos mesmos (Borges; Richit, 2020).

O professor que usa a música como ferramenta para alfabetizar tem maior chance de alcançar seu objetivo daquilo que quiser ensinar, pois terá a possibilidade de atingir aquela criança com dificuldade de aprendizagem, com déficit de atenção e outro tipo de deficiência, haja vista que a música tem a função de atingir o intelecto de uma pessoa de acordo com o método usado por quem estiver aplicando a matéria (Vieira: Temary, 2022).

Acerca da docência direcionada para a música, a responsabilidade  do professor é grande, haja vista que a relevância da música para a formação das pessoas é compreendida desde a Antiguidade  (Fonterrada, 2008 apud Borges; Richit, 2020), contribuindo  para o desenvolvimento  estético e histórico  e também na formação humana. Logo, a relevância do ensino de música na escola é promover o favorecimento do desenvolvimento em termos sensoriais, físicos, espirituais  e sentimentais (Fonterrada, 2008 apud Borges; Richit, 2020).

 

É importante ressaltar que o educador deve ter a sensibilidade de perceber o momento e o tipo de música que deverá ser anexado aos trabalhos, para promover uma maior compreensão e agregação do conteúdo trabalhado, tornando a aula mais prazerosa, dinâmica, atrativa, e vai ajudar a construir e recordar as informações e conhecimento (Silva; Menezes, 2023, p.195).


Assim, de acordo com o momento de sua ação pedagógica, o educador precisa ser sensível o suficiente para identificar e selecionar a música mais adequada para o trabalho em aula.

Na área da música, existem duas formas de graduação: o bacharelado específico em determinado instrumento ou canto (também Regência, Composição e Música Popular Brasileira) e a licenciatura. As licenciaturas em Música, atualmente, se constituem em um curso específico e não uma mera complementação do bacharelado, ou seja, é possível fazer a licenciatura sem haver a necessidade de ter concluído o bacharelado, terminando a graduação com a habilitação para exercer o magistério em qualquer escola da educação básica. A formação em nível de graduação não é valorizada e nem entendida com algo significativo, o que pode ser explicado porque a música é uma prática social e cultural presente e amplamente divulgada na sociedade, onde grandes artistas são autodidatas ou aprenderam com professores particulares ao longo de suas carreiras. A escolha da licenciatura como uma segunda opção de formação é outro fato relevante, pois o mercado de trabalho para o músico no país ainda é muito restrito, levando muitos bacharelandos a optarem por fazer também a licenciatura para a garantia de um emprego e de uma renda fixa, mesmo que modesta, para o caso de a carreira de instrumentista ou regente fracassar. Dessa forma, a licenciatura é cursada sem muito interesse no aprofundamento nas questões pedagógicas e educacionais, acabando por influenciar de maneira direta o trabalho a ser realizado, futuramente, em sala de aula (Castro, 2017).

 

 

2.4 O ensino da música, segundo a legislação

 

Castro (2017) explica que, com a aprovação da Lei nº 11.769/2008 a música se tornou conteúdo obrigatório, porém não exclusivo do componente Artes previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, a Lei nº 9.495/1996, e a formação específica do profissional a atuar na área não foi sequer brevemente mencionada.

Na Base Nacional Comum Curricular (Brasil, 2018 apud SILVA; Menezes, 2023) nos eixos estruturantes da educação infantil, compostos por interações e brincadeiras, devem ser garantidos seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento, definidos como Campos de Experiências. O primeiro abrange o eu, o outro e o nós. O segundo compreende o corpo, gestos e movimentos. No terceiro, estão os traços, sons, cores e formas. O quarto envolve escuta, fala, pensamento e imaginação. Por fim, chega-se ao campo do espaço, tempos, quantidades, relações e transformações.

Ainda na Base Nacional Comum Curricular (Brasil, 2018) a Música é uma unidade temática que integra o componente Arte nos anos iniciais do ensino fundamental e pode ter cinco grupos de habilidades desenvolvidas (identificadas pelos códigos de EF15AR13 a EF15AR17): identificação e apreciação de modo crítico as diversas formas e gêneros de expressão musical, para efetuar o reconhecimento e análise dos usos e das funções da música em diversos contextos de circulação, especialmente àqueles da vida diária; percepção e exploração dos elementos constitutivos da música (a título de exemplificação, altura, intensidade, timbre, melodia e ritmo), por intermédio de jogos, brincadeiras, canções e práticas variadas de composição/criação, execução e apreciação musical; exploração de fontes sonoras variadas, como as existentes no próprio corpo (palmas, voz, percussão corporal), na natureza e em objetos presentes no dia a dia, reconhecendo os elementos constitutivos da música e as características de instrumentos musicais diversos; exploração de diferentes formas de registro musical não convencional (a citar, representação gráfica de sons e partituras criativas), assim como procedimentos e técnicas de registro em áudio e audiovisual, e reconhecimento da notação musical convencional; experimentação de improvisações, composições e sonorização de histórias, entre outros, com a utilização de vozes, sons corporais e/ou instrumentos musicais convencionais ou não convencionais, individual, coletiva e colaborativamente.

 

 

2.5 Experiências de educação musical em instituições de esnsino

 

Santos (2020 apud Santos, Kobayashi e Mosca, 2022) exemplifica um trabalho de campo desenvolvido em uma escola da rede privada de ensino infantil localizada na cidade de Campinas, Estado de São Paulo, em outubro do ano de 2019. Dentre as dinâmicas desenvolvidas nas ações pedagógicas, estava o enredo do livro “E o dente ainda doía” da autora Ana Terra (2012), uma história cumulativa a respeito de um jacaré, que ao ter dor de dente recebe ajuda de vários colegas da floresta. O gênero textual abordado possui padrões construídos de forma gradativa e adicional, onde a cada novo momento surge uma nova personagem ou acontece um novo evento . A professora regente expõe a temática da história e aborda o problema enfrentado pela personagem jacaré. Em seguida, a docente executa uma pequena canção que é relembrada ao longo da atividade como condicional para que o enredo prossiga. Na sequência, os alunos são introduzidos às novas personagens, responsáveis por auxiliar o jacaré na remoção do dente que lhe causava dor, a partir do uso de algum objeto. Tal sequência cumulativa de personagens e ferramentas é representada por figuras e pequenas dramatizações. Os objetos e personagens são acrescentados em forma de ditado, executados por meio da voz e da percussão corporal (colo e palmas).

Na canção tema da história “E o dente doía”, foram abordadas as qualidades e contrapontos entre “forte” e “fraco” através de movimentos e expressões corporais. A partir dos estímulos sonoros melódicos, os alunos executam os movimentos de ficar em pé, deitar, sentar, levantar e dançar de maneira livre. É por meio desses momentos que os alunos têm a chance de explorar e reconhecer movimentos e acompanhar corporalmente diferentes melodias. Posteriormente, no processo envolvendo corpo e instrumento, os alunos passam a fazer uso de uma pequena percussão a partir de chocalhos, pandeiros, sinos, reco-recos e tambores de mão. Esse momento tem como objetivo transpor o canto em sobreposições rítmicas por intermédio da percussão, executando a relação pulso/ritmo numa relação palavra/frase: “den-te” (representando o pulso por meio das sílabas) e “ai meu Deus, que dor!” (representando um ritmo sobreposto). Finalmente, continuando com a utilização dos instrumentos de pequena percussão, os alunos são convidados a transpor de maneira ritimada os nomes e objetos que foram utilizados pelas personagens da história “E o dente ainda doía”. Então, a criança passa pelo processo natural de ensino/aprendizagem musical a partir da transição entre corpo e instrumento, tendo experimentado por meio da brincadeira e da fantasia elementos rítmicos que são depois transpostos para a pequena percussão, possibilitando que novos timbres sejam ainda mais experimentados.

Em outra experiência relatada, desta vez por Amaral ( 2021), no 3º ano do ensino fundamental de uma escola pública, foi diagnosticado, através de conversas, observações e atividades escritas que os alunos das três turmas em questão, do turno matutino, em suas vivências musicais não formais, experienciavam a música apenas como ouvintes. Então, foram planejadas e executadas sequências didáticas com experiências de apreciar, executar e criar, na perspectiva de ampliar e desenvolver os conhecimentos e as vivências discentes para além das habilidades musicais.

 

 

        1. Conclusão

 

As descobertas que as crianças podem fazer através da educação musical envolvem a autoexpressão e integração com o meio, o que as fazem mais confiantes em si mesmas e integradas à sua turma, além de facilitar o desenvolvimento de habilidades, conceitos, pressupostos e o enriquecimento do seu processo de aprendizagem.

Os benefícios da música na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental são o favorecimento da alfabetização, com a facilitação do aprendizado da leitura e da escrita (a partir do começo do processo de alfabetização no ensino básico), assim como estímulos dos movimentos cognitivos e motores , um maior acolhimento na chegada das crianças à escola e um efeito tranquilizador após atividades físicas ou provas.

A preparação e os saberes docentes para a promoção da educação musical envolvem ter, previamente, posse de habilidades pedagógicas e musicais para facilitar o exercício da profissão, bem como saberes profissionais que embasam e guiam o professor em seu trabalho cotidiano.

O ensino da música, conforme a legislação possui o respaldo de documentos como a Lei 11.769/2008, a Lei nº 9.495/1996 e a Base Nacionakl Comum Curricular, embora não haja detalhamentos legais suficientes para a orientação e garantia de direitos abrangentes na área, de fato.

Em relação às experiências de educação musical em instituições de ensino, este estudo exemplificou uma dinâmica em uma escola privada de ensino infantil e uma experiência didática com experiências sortidas no 3º ano do ensino fundamental de uma escola pública, com ótimos resultados. Assim, foi percebido que, dentro da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental, não existe uma faixa etária específica que possa se beneficiar mais da educação musical.

Sugere-se a feitura de novos estudos explorando a temática presente neste trabalho, por seu conteúdo ser rico demais para sua abordagem se esgotar nestas páginas.

 

 

Referências

 

AMARAL, Sthela Cristina de Medeiros Gomes. Música na sala de aula: experiências de apreciar, executar e criar no 3º ano do ensino fundamental. CONGRESSO NACIONAL DA FEDERAÇÃO DE ARTE EDUCADORES DO BRASIL, 30 [recurso eletrônico] : In: SENNA, Nádia da Cruz; SILVA, Úrsula Rosa da.(Orgs.). Poéticas para transcender e enfrentar o amanhã. da Silva. Congresso Nacional da Federação de Arte Educadores do Brasil [recurso eletrônico], 30 . Anais [...]. Pelotas : UFPel , 2021. Disponível em: < https://www.researchgate.net/profile/Viviani-Kwecko/publication/369195144_anais-XXX-ConFAEB-Pelotas-2021/links/640f5469a1b72772e4f50583/anais-XXX-ConFAEB-Pelotas-2021.pdf#page=156>. Acesso em: 28 maio 2024.

 

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