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Os benefícios do ensino da Geografia para incluir o aluno autista

Germana Gonçalves de Lima Alves1

Eduarda Graciele Passos Jacinto2

Eleni Nascimento Ruozo3

 

DOI: 10.5281/zenodo.12627718

 

 

RESUMO

Na presente pesquisa serão analisados os benefícios do ensino da geografia para o aluno autista, destacando que o mesmo faz parte, sobretudo da parte ontológica do homem, possibilitando o aprendizado como uma realização, uma necessidade que desperte interesse e curiosidade, adquirindo conhecimento através das vivências, visando a inclusão social. Todas os alunos aprendem de forma significativa, constroem o conhecimento de si mesmos e do contexto em que vivem, apren­dem, exploram e se descobrem. Para os alunos autistas, o ensino da geografia pode contribuir para vencer as questões frágeis que apresentam na parte da socialização dos mesmos, através de atividades que os mesmos possam desenvolver suas habilidades oportunizando a inclusão do mesmo.

 

Palavras-chave: Geografia; Benefícios; Inclusão. Autista.

 

 

ABSTRACT

In this research, the benefits of teaching geography for the autistic student will be analyzed, highlighting that it is part, above all, of the ontological part of man, enabling learning as an achievement, a need that arouses interest and curiosity, acquiring knowledge through the experiences, aiming at social inclusion. All students learn in a meaningful way, build knowledge of themselves and the context in which they live, learn, explore and discover themselves. For autistic students, the teaching of geography can contribute to overcoming the fragile issues that they present in terms of their socialization, through activities that enable them to develop their skills, providing opportunities for their inclusion.

 

Keywords: Geography; Ludic; Child education.

 

 

Introdução

 

A importância de Milton Santos para o estudo da Geografia ele foi um geógrafo que mais visibilidade deu à Geografia brasileira. Sua militância permanente em prol da cidadania e da ética extrapolou os muros acadêmicos. Produziu uma obra numerosa e complexa, uma verdadeira teoria geográfica do espaço, que apresenta diferentes fases e faces e reclama ainda muita reflexão. O presente texto apresenta uma das muitas possibilidades de classificação de sua obra. Considera, para tanto, que seu pensamento e a organização de seu trabalho percorre dois caminhos básicos, desde o campo das reflexões filosóficas sobre a natureza do espaço geográfico, até trabalhos de natureza empírica, quando buscava a reconstrução intelectual do mundo a partir das experiências específicas, dando destaque à categoria lugar.

Desde que nascem as crianças utilizam o espaço geográfico para relacionar-se com o outro, a geografia é uma área do conhecimento de suma importância, principalmente na educação infantil, pois nessa fase a criança precisa explorar o mundo que a rodeia como forma de orientar-se, localizar-se, deslocar-se e agir no meio expor suas vontades e interagirem com o meio ao qual se encontram inseridas. Além de ser uma ferramenta de auxílio, a geografia colabora no processo do desenvolvimento das habilidades sensoriais e espaciais da criança autista e ajuda principalmente, nas aptidões sociais e motoras. Com isso, o ensino de geografia se faz necessário nas primeiras fases da vida com vistas a promover o desenvolvimento cognitivo, corporal, social e cultural do indivíduo bem como contribuir para o entendimento das formas de relacionamento humano e suas ações no ambiente e vice-versa. Logo, pode-se afirmar que a Geografia, necessariamente, deve proporcionar a construção de conceitos que possibilitem ao aluno compreender o seu presente e pensar o futuro com responsabilidade, ou ainda, preocupar-se com o futuro através do inconformismo com o presente.

Assim acredita-se que o trabalho com o ensino da geografia seja de muita importância nas ações de todos os alunos já que, pois é principalmente por meio da exploração do mundo, os alunos conseguem observar tudo aquilo que é diferente.

O ensino da geografia assim relaciona-se com tudo e todos que se encontram ao seu redor. A partir dessa compreensão, defende-se, que o desenvolvimento espacial e sensorial auxiliam a origem de diferentes funções, por exemplo as psicológicas como: a atenção, o raciocínio, a memória, a linguagem, dentre outras.

Com os benefícios desse ensino para o aluno autista pode-se destacar a melhora na parte comportamental, observa-se diminuição de movimentos estereotipados do autista, bem como diminuição de comportamentos agressivos e com isso visa-se a inclusão do mesmo.

Atualmente, em diversas tarefas que são responsabilidade dos professores no processo educacional, várias vezes sem recursos e condições, há questionamentos sobre a inclusão e sobre como o professor de geografia se submete á essa questão se em sua formação não deram suporte para trabalhar a inclusão e uma metodologia adequada.

No presente trabalho buscou-se entender as características desenvolvimentistas do aluno autista com os benefícios da geografia visando a inclusão, e como o educador deve agir/interagir como facilitador desse desenvolvimento por meio do mesmo.

O trabalho configura-se como pesquisa bibliográfica, centrando seu foco e objetivo nos benefícios que a geografia traz para o aluno autista, visando a inclusão.

 

 

Conceito de Autismo

 

No ano de 1911, o psiquiatra Eugène Bleuler, foi o primeiro a falar sobre o termo autismo, com o objetivo de colocar em uma síndrome neurológica, onde a mesma se tem a manifestação em indivíduos com dificuldades de terem o contato com outras pessoas e com o real mundo, ausência ou dificuldade de desenvolturas comunicativas (BELISÁRIO JÚNIOR; CUNHA, 2010).

De acordo com pensamento de Vygotsky (1991) ele propõe que, entre o que a criança já desenvolveu e o que ela poderá desenvolver, existe um espaço onde, por meio de estímulos e mediação, a criança poderá atingir capacidades superiores às já alcançadas. Desta maneira , o que a criança consegue fazer com ajuda do outro (mediador) é tão valioso quanto o que ela consegue realizar sem essa mediação, já que, quando resolve um problema com o auxílio de alguma ferramenta, utiliza capacidades superiores e começa a desenvolver elementos mais complexos na estruturação psicológica. Assim, o brincar assume um papel essencial nesse processo, tendo em vista que, por meio das brincadeiras, o sujeito terá acesso a tais fontes de desenvolvimento.

Porém, foi o psiquiatra Plouller que colocou este termo dentro da literatura psiquiátrica desde o ano de 1906 (GAUDERER, 1993). Pode-se destacar também, que o psiquiatra Léo Kanner no ano de 1943, apresentou um grupo de crianças com algumas características em comum e com um grau de lesão alto, onde a mais que se destacava era a incapacidade de relação com as demais pessoas (GAUDERER, 1993).

Observa-se no Brasil uma grande ampliação sobre o debate entre a relação e a integração onde se pode encontrar alguns pontos fortes sobre a complexidade, e destaca-se dois focos de problematização: formação dos professores, polêmica em relação ao conhecimento pedagógico e o conhecimento específico sobre a educação especial, atendimento oferecidos aos sujeitos considerados “graves”, dentre outros (BAPTISTA; BOSA et al, 2002).

De acordo com lei 9.394/96, as escolas regulares começaram a aceitar alunos com necessidades especiais, é muito importante essa interação social entre crianças com qualquer tipo de síndrome, principalmente as crianças com autismo, com isso pode-se melhorar o quadro dos mesmos (BAPTISTA; BOSA et al, 2002).

 

 

Benefícios do ensino da geografia para a inclusão do Autista

 

Se voltarmos no tempo e pensarmos sobre a infância antigamente, conclui-se que as brincadeiras e exploração do espaço fizeram e ainda fazem parte na vida das crianças, representando uma importante etapa da vida.

Segundo Vygotsky (1998), defende que o indivíduo é um resultado de um processo sócio-histórico, ou seja, a aprendizagem ocorre através da interação do sujeito com o meio.

Através disso pode- se dizer que a problemática é: qual a importância do processo de ensino-aprendizagem da geografia? Por sua vez, a hipótese com a qual trabalhou-se é que o ensino da geografia promove a aprendizagem e favorece o desenvolvimento físico intelectual e social, ou seja, possibilita um desenvolvimento real, completo e prazeroso aos alunos. Além de observar que o professor na sala de aula pode-se trabalhar com a geografia noções de tempo e espaço e que ambos são muito importantes para os alunos autistas, pois, é o local onde a aprendizagem é construída, e eles evoluem socialmente.

Devido a esse fato, como as outras disciplinas da educação, o ensino da geografia necessita que os conteúdos sejam absorvidos e os ensinamentos ligados a esse ensino sao desenvolvidos de forma abstrata que necessitam ser imaginados e interpretados. Com isso, os autistas aprendem de maneira diferente, pois, essa maneira de ensinar se depara com algumas dificuldades acometidas pelo aluno autista.

Para o aluno autista, deve-se ter como prioridade a ajuda para o mesmo, de modo que ele tenha uma adequada percepção adequada de si mesmo, tendo a compreensão de suas limitações e possibilidades, ao mesmo tempo, ajudá-lo a se expressar com uma liberdade maior, aperfeiçoando e conquistando novas habilidades e competências.

Quanto às partes: cognitiva e neurológica, o ensino da geografia auxilia os alunos explorarem o mundo exterior, fazendo com que experiências concretas possam auxiliar e ampliar seu repertório de atividades e na solução de problemas, conquistando diversas noções simples para o desenvolvimento na parte intelectual, o que proporcionará conhecer o mundo a sua volta e dominar o relacionamento do meio com o corpo.

A evolução do ser humano tem duas origens: filogenética - a da espécie humana, e ontogenética - maturação biológica (neuropsicomotora). Para ao desenvolvimento pleno, necessita de midiatização adequada do adulto e da cultura social. Assim sendo, a interação dinâmica e perpétua entre maturação biológica (natura) e relação com o meio (o ensino da geografia), com os objetos e com o outro (cultura), que, para o aluno autista, é que vai propiciar seu o desenvolvimento total.

A partir desse aspecto o aluno autista vai gradativamente aperfeiçoando essas noções para entender o mundo a seu redor. Com esse fato, o mesmo começa a fazer o manuseio de objetos, como uma maneira de divulgar seus pensamentos e suas emoções.

Atualmente há muitas discussões sobre e em torno da inclusão social, o deficiente continua ainda sofrendo muito com o preconceito pelo motivo da diferença. Em vários segmentos da sociedade há um discurso sobre a inclusão, dentre esses o ambiente escolar. A inclusão no ambiente escolar é algo importante, que vem crescendo e se efetivando, mesmo com dificuldades, sempre superando uma história de discriminação e preconceito. Além disso tem provocado muitos questionamentos e dúvidas.

Diante disso, pode-se concluir que a inclusão do jeito que está se efetivando, está muito longe do seu ideal, e não está dentro dos padrões estabelecidos pela Declaração de Salamanca (1994), a qual trata dos princípios, a política e a prática da educação para as necessidades especiais e recomenda que as escolas se ajustem as necessidades de todos os alunos.

As pesquisas dizem que a inclusão escolar não está agindo de forma adequada, além de estar longe do ideal, não há interesse e nem investimento sobre isso. Pois incluir um aluno na escola, não significa apenas mudá-lo de endereço, de escola ou sair da classe especial e ir para a classe regular. Existem muitos outros pontos importantes envolvidos em tudo isso, que estão deixados de lado e desconsiderados ao se efetivar a inclusão escolar.

A inclusão escolar, seu futuro dependerá de um esforço e trabalho coletivo com uma meta comum de garantir uma educação melhor e de qualidade para todos. É por meio de vários estudos e pesquisas que visem para aumentar conhecimentos e fazer testes de maneira que viabilizem a verdadeira inclusão escolar.

A escola inclusiva tem a finalidade de promover a educação para todos. Abre espaço para que todos os alunos possam conviver, se interagir e aprender juntos.

As barreiras de algumas pessoas com deficiência são quase sempre o que atrapalha o aprendizado. O objetivo principal da escola inclusiva é de romper e quebrar essas barreiras e transformar a educação em igualdade para todos. Dar o direito e oportunidades de todos serem iguais.

De acordo com Aranha (2004), escola inclusiva é aquela que garante um ensino de qualidade aos seus alunos, respeitando e reconhecendo a diversidade e respondendo a cada um de acordo com suas potencialidades e necessidades.

Na verdade, a escola para ser inclusiva precisa garantir a permanência e o sucesso de todos os alunos, e isso se torna um desafio a todos.

A escola, para se tornar uma escola inclusiva de sucesso, necessita da participação e interação de todos. Desde as pessoas envolvidas no processo educacional (direção, docentes e discentes) até a comunidade em geral. Na interpretação de Saviani (2001),diz que o papel do professor no processo de inclusão é fundamental, pois, ele é mediador do processo ensino/aprendizagem.

É de muita importância sempre lembrar que uma escola para se tornar e se manter inclusiva necessita de muitas coisas e percebe-se que não é fácil colocar tudo isso em prática.

Muitas escolas incluem os alunos com deficiência na sala regular e pensam que é simples assim. Escola inclusiva é muito mais. A escola só passa a ser inclusiva quando todas as barreiras existentes ( preconceito, medo e etc.) forem removidas, mas segundo Mantoan (1997), a inclusão de alunos com alguma deficiência tem sido polemizado por diferentes segmentos.

Para a construção de uma educação inclusiva, é de suma importância trabalhar com salas de aula heterogêneas que possuem alunos diferentes um do outro, e atividades como confeccionar materiais que além dos benefícios o mesmo trabalha com o desenvolvimento gerando diversas discussões, pois, possuem diversas correntes da psicologia como um suporte fundamental para o aluno autista.

O ensino da geografia se relaciona com caráter analítico e reflexivo do espaço, esse local geográfico há uma ligação econômica, social e cultural que se unem, tornando uma matéria que faz o sentido a existência dos seres enquanto sociais. Além disso, a geografia faz com que haja vínculo entre a natureza e a sociedade através do território, lugar, paisagem e região. Esse conteúdo geográfico é muito importante, pois, através dele compreende-se as dimensões socias, ambientais, econômicas e políticas.

Portanto, é fundamental ao aluno autista ter um ambiente povoado de objetos com os quais possa criar, imaginar, construir e, em especial, um espaço para usar a criatividade com o ensino da geografia. Isso pode ser o ponto principal de uma educação inclusiva, a partir permitem formas que auxiliam qualquer aluno a compreender os problemas e valorizar as diferenças e particularidades.

É importante que a metodologia de ensino da geografia tenham uma ligação com conversas com os alunos e que as mesmas sejam palavras de uma compreensão acessível a todos, de forma direta e concreta, principalmente na parte conceitual, já que os autistas possuem uma certa dificuldade com situações abstratas.

No ensino da geografia pode-se utilizar váruos tipos de métodos, visando ligações com algumas representações como mapas, maquetes e figuras, com isso o aluno autista consegue desenvolver suas habilidades, potencialidades e se incluindo socialmente com os demais.

Todos, inclusive a escola, devem tomar para si mesmos a responsabilidade de todos os alunos e nunca correr o risco de negar as necessidades dos alunos com autismo, pois, uma escola inclusiva é uma escola para todos, capaz de lidar com diferenças e levar todos os alunos para um processo de conhecimento e inserção cultural.

Se a escola despertar a emoção humana, a fantasia e a imaginação, por meio da prática do ensino da geografia e um ambiente agradável, certamente contribuirão na formação de seres mais conscientes e reflexivos.

Como premissa para essa práxis pedagógica torna-se essencial que o educador conheça os benefícios do ensino da geografia, e o que cada um traz como temática e saiba como os se relacionam e se beneficiam com o mesmo.

Espera-se, por fim, diante do que foi dito, que o presente trabalho contribua como um possível caminho para a efetivação desta prática nas escolas, como proposta inclusiva, pois nos dá condições para desenvolver a inclusão e não somente no atendimento especializado e sim nas vivências do dia-a-dia dos aluno e que saiam da unidade escolar, contagiando as famílias e os amigos que cercam o cotidiano dos alunos.  

 

 

Metodologia

 

Para analisar as diversas facetas do assunto, a pesquisa contará com uma revisão bibliográfica sobre a temática através de uma análise documental do assunto abordado. Nesse contexto, a presença de algumas características psíquicas e sociais em conjunto com os fatores neurológicos e ambientais é importante para identificação do transtorno. Geralmente, as crianças apresentam dificuldade na interação social, e isso inclui a capacidade de comunicação, compreensão e processamento de informações, além da evitação do contato com o outro como, por exemplo, a dificuldade de olhar nos olhos e de expressar e lidar com as emoções de maneira funcional. Outras dificuldades que também podem estar presentes nesses sujeitos dizem respeito ao desenvolvimento de brincadeiras imaginativas, à realização de atividades em grupo, à capacidade de se colocar no lugar do outro, assim como às questões sensoriais, que influenciam diretamente o processo de autorregulação da criança.

A coleta de dados dar-se-á neste trabalho a revisão documental em livros, revistas pedagógicas, sites da Internet entre outros que segundo Gil (1991, p.48), a pesquisa documental e bibliográfica possui o desenvolvimento embasado em materiais elaborados e constituídos especialmente em artigos e livros com relações a presquisa abordada.

Assim sendo, para a realização dessa pesquisa bibliográfica utilizaram-se os procedimentos técnicos abaixo:

    1. Seleção de materiais de maneira bibliográfica e de documentos sobre o tema por meio da Internet, para que o pesquisador possa construir uma referência teóica com coerência sobre a temática em destaque.

    2. Leitura dos materiais que foram selecionados;

    3. Reflexão e análise de maneira críica dos materiais selecionados;

    4. Através de texto escrita a exposição dos resultados coletados. (GIL, 1991, p.49).

O método nas palavras de Garcia (1998, p. 44), é uma metodologia racional, ou seja, é construído através de básicos instrumentos que visam atingir os objetivos na pesquisa.

Segundo Ferreira; Torrecilha, Machado (2012, p.3), a observação é uma técnica usada em várias áreas ligadas ao conhecimento, e proporciona o pesquisador obter diversas informações.

A metodologia utilizada consiste na busca de conceitos, através da pesquisa bibliográfica, onde foi feito o levantamento de autores que analisam a temática aqui abordada., que discutem sobre a relevância da temática abordada na presente pesquisa.

 

 

Conclusão

 

Em virtude dos fatos mencionados, à luz da abordagem sócio histórica de Vygotsky (1991), percebe-se que o ato de brincar, seja ele exercido pela criança sozinha ou com os pares, desempenha um papel indispensável no desenvolvimento cognitivo, social, emocional e psicológico, já que estimula a formação do pensamento abstrato, da imaginação, da criatividade, da imitação, além de promover o aumento do repertório comunicativo e comportamental das crianças. Concluiu-se a partir dessa pesquisa a importância de firmar relações entre os benefícios do ensino da geografia e contribuições na vida do aluno autista para incluí-lo socialmente.

Diante disso, pode- se dizer que o ensino da geografia traz vários benefícios no desenvolvimento dos alunos autistas, e com isso acredita-se que através dessa pesquisa, os profissionais atuantes com esses alunos possam refletir sobre o quão é importante estimular esse ensino e reverem suas práticas pedagógicas e influírem sobre seu desenvolvimento positivamente de forma a analisarem esse aluno em todos seus aspectos.

Ao considerar que o tema escolhido para essa pesquisa seja de grande relevância para a prática pedagógica dos profissionais que atuam com essa clientela, permitindo-os avaliar e rever suas ações ao trabalhar o eixo da geografia.

A importância do tema tornou-se evidente nos estudos realizados na graduação de Geografia, os quais nos permitiram constatar que ao trabalhar com qualquer aluno é importante que o professor compreenda que esse nível de ensino abrange tanto a vertente do educar quando a do auxiliar, de maneira articulada.

Assim, até mesmo os momentos de auxílio são importantes para ensinar e cabe destacar que na realização de todas as atividades existe a geografia que proporciona as experiências e o contato com o outro, visando a inclusão social. O termo inclusão, literalmente, significa ação ou resultado de incluir, de abranger, de fechar, de encerrar, de introduzir, de inserir, dentro de alguma coisa.

Consequentemente, a educação inclusiva significa garantir a todos os estudantes, sem exceção, a igualdade de oportunidades educativas, para que possam usufruir de serviços educativos de qualidade dentro do contexto geográfico.

É importante salientar que além de compreender por meio da teoria a importância do trabalho com o eixo da geografia, foi possível observar, por meio do trabalho realizado com qualquer aluno enquanto professores, que no ambiente escolar ainda é muito comum a compreensão por parte dos professores e dos pais de que os alunos autistas não se interagem.

Dessa forma, entende-se que o trabalho com a geografia torna-se algo imprescindível para potencializar o desenvolvimento de qualquer aluno e proporcionar diferentes interações sociais e, por esse motivo, os profissionais que atuam nesse espaço devem compreender a necessidade de organizar o trabalho de modo a contemplar tal aspecto.

Assim, é preciso estarmos atentos à forma como a brincadeira é conduzida, já que não se trata de uma simples ação comumente exercida por crianças, mas, sim, de uma fonte de desenvolvimento de potencialidades. Dessa forma, garantir que seja uma experiência prazerosa e rica para a criança implica a formação de um sujeito atuante no mundo e repleto de possibilidades transformadoras.

Concluiu-se que o ensino da geografia tem uma importante contribuição do desenvolvimento de qualquer aluno, principalmente para o autista, levando em consideração que esse conteúdo vai além de um simples ensino, ele beneficia e desenvolve autonomia, quando os alunos constroem conhecimentos que são essenciais para que o mesmo desenvolva suas capacidades e habilidades proporcionando sua inclusão social.

 

 

Referências

 

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1 Germana Gonçalves de Lima Alves. Aluno (a) do curso de Geografia do Grupo Educacional IBRA. E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

2 Eduarda Graciele Passos Jacinto. E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

3 Eleni Nascimento Ruozo. E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.