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A Inclusão da criança com Transtorno de Espectro Autista no Ensino Regular

 

Gessyca Laborão Ferreira[1]

 

DOI: 10.5281/zenodo.10535749

 

 

Resumo

O presente artigo tem como objetivo compreender o papel do professor como mediador no processo ensino aprendizagem da criança com Transtorno do Espectro Autista. O mesmo considerado um transtorno que afeta o neurodesenvolvimento das crianças, tanto na fala e quanto no relacionamento com os seus responsáveis. A metodologia teve como fundamentos de pesquisas bibliográficas, artigos relacionados ao tema. A inclusão de uma criança no ambiente escolar no ensino regular com variedades de culturas e costumes com um equilíbrio e diversidade é considerada como social e muito importante no processo de mediação entre o comportamento e conhecimento do meio que a mesma está inserida. A família é a principal base de aprendizagem e socialização da criança, pois é onde a criança tem o primeiro contato, por isso é importante que os mesmos juntamente com a escola façam parceria e que contribua com o pedido tanto da escola tanto da família. Portanto, a inclusão é primordial para o processo de ensino aprendizagem dessas crianças compreendendo suas habilidades e direitos que cada um consiste.

 

Palavras-chave: Autismo; Inclusão; Família, Educação.

 

 

Abstract

This article aims to understand the role of the teacher as a mediator in the teaching-learning process of children with Autistic Spectrum Disorder. It is considered a disorder that affects the neurodevelopment of children, both in speech and in the relationship with their guardians. The methodology was based on bibliographic research, articles related to the subject and semi-structured. The inclusion of a child in the school environment in regular education with varieties of cultures and customs with a balance and diversity is considered as social and very important in the process of mediation between behavior and knowledge of the environment in which it is inserted. The family is the main base of learning and socialization of the child has the first contact, so it is important that they together with the school and the family. Therefore, inclusion is paramount to the teaching-learning process of these children, understanding their abilities and rights.

 

Keywords: Autism; Inclusion; Family, Education.

 

 

1- Introdução

 

O Espectro Autista é considerado um Transtorno que interfere no neurodesenvolvimento infantil que dificulta no seu desenvolvimento, caracterizado no seu comportamento, muitas das vezes as crianças podem ser diagnosticadas aos três meses de vida, através de vários sinais que os pais podem observar quando interage com as crianças.

O objetivo geral deste artigo é compreender o papel do mediador no desenvolvimento da criança com autismo no ensino regular. Com o auxilio dos objetivos específicos destacou analisar como é feita a inclusão social das crianças com Espectro Autista; destacar recursos que auxiliam no desenvolvimento das crianças; relatar a relevância do papel da família junto à comunidade segundo os professores.

A inclusão no ensino escolar ou em qualquer ambiente em que vivemos, oferece oportunidades de aprendizagem e socialização entre ambos. A escola deve ser um ambiente acessível e também fazer com que todos os estudantes participem ativamente de todas as atividades escolares, é preciso oferecer todos os suportes de que os alunos necessitam por isso a educação é um direito a todos.

A educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica é nessa etapa que as crianças começam a descobrir o mundo a sua volta o âmbito escolar tem o objetivo de ampliar o vocabulário da criança, estimular a interação e desenvolver o raciocínio lógico. Conforme o andamento das atividades exercidas em sala de aula os profissionais observam o comportamento de cada criança, atualmente nos deparamos com algumas crianças com o Espectro Autismo.

Falar sobe o autismo atualmente se tornou um assunto conhecido na sociedade, mas ainda não sabemos lidar com algumas crianças, na forma do comportamento das mesmas. A escolha por esse tema surgiu mediante a vivência e experiência que tive com uma criança autista, a mesma estava em processo de aprendizagem no ambiente escolar onde recebia auxílio e estímulo para desenvolver-se gradativamente, as habilidades adquiridas eram de grande ajuda, por isso a inclusão é tão destacada nesse contexto, pois oferece oportunidades de aprendizagem e socialização entre ambos.

A escola deve ser um ambiente acessível e também fazer com que todos os estudantes participem ativamente de todas as atividades escolares, é preciso oferecer todos os suportes de que os alunos necessitam por isso a educação é um direito a todos.

 

 

2- O termo autismo:

 

O Espectro autista é caracterizado por alterações significativas na comunicação, na interação social e no comportamento da criança, é um transtorno que afeta áreas do desenvolvimento. Segundo a autora (GAIATO, p 31,2018) O TEA, ou simplesmente autismo, é um transtorno do neurodesenvolvimento. Isso significa que algumas funções neurológicas não se desenvolvem como deveriam nas respectivas áreas cerebrais e muitos fatores contribuem para o risco.

Segunda Cunha (2012, p.20) o “termo ‘autismo’ deriva do grego ‘autos’, que significa ‘por si mesmo ‘e, ‘ismo’, condição, tendência”. As crianças observadas pelo psiquiatra austríaco apresentavam as características de isolamento, igualmente demonstrada pelos esquizofrênicos, dando a impressão de que eles estavam presos em si mesmos.

O conceito do autismo começou no ano 1943 pelo pesquisador Leo Kanner, que através de análises e pesquisas, observou que havia várias crianças com os mesmos comportamentos. 

E também outras características dessas crianças é o atraso na fala e a socialização. Isso significa que algumas funções neurológicas não se desenvolvem como deveriam nas respectivas áreas cerebrais das pessoas que contêm esse diagnóstico.

 

Segundo o dicionário Aurélio a palavra Autismo deriva-se do substantivo masculino, Transtorno Global do desenvolvimento caracterizado pela incapacidade de interação social, pela dificuldade da comunicação verbal, ou no uso da linguagem e pela concentração excessiva em pensamentos e sentimentos pessoais em detrimento do mundo exterior.

 

Sendo caracterizado por alterações significativas na comunicação, na interação social e no comportamento da criança, é uma síndrome complexa que afeta áreas do desenvolvimento humano, a comunicação, a socialização e o comportamento.

O desenvolvimento intelectual e afetivo da criança autista por meio de uma interação entre ambiente que ele faz parte, conhecer a realidade dessas crianças é relevante para estimular a interação com a sociedade proporcionando um saber da humanidade e das relações que acercam.

O diagnóstico do (TEA) Transtorno do Espetro Autista é realizado através de uma equipe multidisciplinar capacitada, o diagnóstico é realizado baseando-se na interação social, comunicação e no comportamento repetitivo. 

Segundo Petersen e Wainer (2011): 

 

A avaliação diagnóstica de crianças com suspeitas de autismo deve compreender uma observação dos comportamentos desviantes em comparação com aquelas presentes no curso normal do desenvolvimento infantil, em especial nas dimensões de orientação e comunicação social, e não ser apenas uma checagem da presença ou ausência de sintomas (p. 87).

 

A avaliação apresenta traços mais complexos, pois ela não se baseia apenas em análise comportamental, é aprofundada através de avaliação diagnóstica integral, que consiste em uma revisão do comportamento e do desenvolvimento da criança, realização de entrevista com os pais, genéticos, neurológicos entre outros.

O que se pode perceber nas crianças com Espectro Autista a de aparência física (MEC, SEESP; p 13; 2003):

 

Ausência de linguagem verbal, ou linguagem verbal pobre;

Ecolalia imediata (repetição do que outras pessoas acabam de falar ou ecolalia tardia repetição de que outras pessoas falaram há algum tempo, repetição de comerciais de Tv, de falar de filmes ou novelas etc.).

Hiperatividade, ou seja, constante agitação e movimento (ocorre em um grande número de crianças) ou extrema passividade (ocorre em um menor número de crianças).

Contato visual deficiente, ou seja, a criança raramente dificuldades em compreender olha nos olhos do professor dos pais ou de outras crianças;

Comunicação receptiva deficiente, ou seja, a criança apresenta dificuldades em compreender o que lhe é dito, não obedece a ordens nem mesmo simples e muitas vezes não atende quando chamada pelo nome;

Com a equipe multidisciplinar, Pediatras, neuropediatras, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicopedagogo, terapeutas ocupacionais e psiquiatras ente outros, a conversa com os pais é extremamente importante para entender a história da criança, como é o seu comportamento e seu desenvolvimento em realizar algumas tarefas dentro de casa.

 

Segundo o artigo 3º da Lei Federal nº 12.764/12 O autista tem direito:

 

III. O acesso a ações e serviços de saúde, com vistas a atenção integral às suas necessidades de saúde, incluindo:

1 Diagnóstico precoce, ainda que não definitivo;

2 O atendimento multiprofissional;

3 A nutrição adequada e a terapia nutricional;

4 Os medicamentos;

5 Informações que auxiliam no diagnóstico e no tratamento.

 

Portanto, toda criança tem direito ao acompanhamento de uma equipe multidisciplinar para aprimorar o seu desenvolvimento, seja ele cognitivo e psicomotor.

O desenvolvimento de cada criança pode ser averiguado por faixa etária, onde demonstrará a capacidade de cada criança com o Espectro Autismo, quando o psiquiatra Kanner em 1943 através de análises com várias crianças com idades diferenciadas, tinham comportamentos diferentes. O contato físico com uma criança com o transtorno é totalmente difícil, quando ela se sente bem se elas desproveem a abraçar.

O mesmo notou que o autismo estava mais evidente em lares considerados problemas e afetivos e que por isso durante longo tempo, pensou-se que a causa do transtorno estivesse relacionando a problemas relacionados à natureza mental e emocional que tem reações inconscientes aos estímulos ambientais.

Os indivíduos com autismo são ainda muito sensíveis a mudanças no humor das pessoas com os quais convivem talvez porque estejam atentos a mudanças sutis, tais como: o tom de voz, a expressão facial ou a pressão do toque, mesmo que não saibam “interpretar” o significado de toda essa gama de comportamental não verbal. Compreender o autismo é abrir caminhos para o entendimento do nosso próprio desenvolvimento.

 

 

2.2 O Autismo existe tratamento?

 

Não existe um tratamento específico, mas as abordagens individualizadas para o autismo dependendo do autor. O grau de resposta ao tratamento é determinado primariamente pelo nível do comprometimento das crianças e secundariamente pelo tipo de plano terapêutico. Cada um dos diversos métodos consegue melhorar um sintoma específico, mas não o eliminar completamente.

Segundo (Baptista, Bosa p. 47). Os objetivos do tratamento de uma criança com autismo são reduzir os comportamentos mal- adaptativos e promover aprendizado, principalmente aquisição de linguagem e de outras habilidades sociais, que incluem ou autocuidados.

É importante que a equipe multidisciplinar esteja alinhada e trabalhe em parceria. Para melhor comportamento e habilidades na linguagem e na convivência social. Para fazer essas intervenções que a equipe multidisciplinar faz precisamos entender as crianças, para que elas possam aprender a executar ações.

O tratamento comportamental tem como objetivo a eliminação de comportamento considerado inadequado e a potencialização de comportamentos funcionais, independência e autonomia.

ABA é a sigla Applied Behavior Analysis, termo em inglês que pode ser traduzido como Análise aplicado do comportamento. Segundo a Associação para a Ciência do Tratamento do Autismo, afirma que o ABA é um tratamento que possui evidência cientifica suficiente para ser considerada eficaz, por isso, vem sendo utilizada.

São diversas habilidades que serão trabalhadas durante o tratamento, incluindo os comportamentos sociais, tais como comunicação funcional e contato visual; comportamentos acadêmicos que são requisitados da escrita a leitura, interpretação matemática; além de toda preocupação em desenvolver e treinar habilidades de vida diária. 

 

ESDM – (Modelo Denver de Interversão Precoce)

 

É uma abordagem de intervenção com comprovação cientifica que aperfeiçoa o desenvolvimento da criança com o Espectro Autista. O mesmo tem em vista o desenvolvimento típico, e objetivo ajudar as crianças a aprender em todos os momentos do dia, porque explora de forma ativa as oportunidades de aprendizagens.

 

TEACCH – Tratamento e Educação de Ciência Autista e com Desvantagens Comunicação:

 

Este método foi desenvolvido na década de sessenta pelo Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina na Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

Baseia sua metodologia no princípio de que todas as crianças com autismo podem em aprender, mesmo que de forma diferente. Utiliza apoios principalmente visuais para ensinar comportamentos. Pode ser usado junto com outros métodos de modificação do comportamento

O mesmo desenvolve formas especiais para facilitar o convívio e permitir que o autista adquira a capacidade para compreender outras pessoas, promovendo um convívio harmônico, além de incentivar a capacidade para explorar os ambientes e estimular o aprendizado.

 

 

3- Acessibilidade e Inclusão no ambiente escolar

 

A inclusão tem como objetivo inserir, sem distinção todas as crianças e adolescentes com vaiados graus de comportamento social e cognitivo em ambientes escolares tradicionais. De acordo com Valle e Maia (2010): A inclusão escolar consiste no processo de adequação da sociedade às necessidades de seus participantes, para que eles, uma vez incluídos, possam desenvolver-se e exercer plenamente sua cidadania (p.17).

O termo acessibilidade garante as pessoas acesso a todas as áreas de convívio social.  É um direito que essas pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida vivam de forma independente exercendo seus direitos de cidadãos e participando de todo atributo que garanta sua melhoria de vida.  Segundo a lei 13.146 de 6 de julho de 2015 Art. 3º:

 

Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações aberto ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida. (BRASIL, 2015).

 

A acessibilidade física é um elemento essencial para a legitimação da inclusão educacional, uma vez que seu caráter é garantir o acesso de todos os alunos, nos mais diversos espaços, com facilidade, autonomia e segurança. As práticas inclusivas não se pautam em adequações para beneficiar uma minoria, mas, sim proporcionar uma educação diferenciada para todos os alunos.

É uma política que busca perceber atender às necessidades educativas especial de todos os alunos, em sala de aulas comuns, em um sistema regular de ensino, de forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos.

A inclusão busca que todos os alunos devem ter a possibilidade de integra-se ao ensino regular, mesmo aqueles com deficiências ou transtornos de comportamento.

A mesma considera as características de cada criança garantindo o convívio entre crianças e adolescentes com e sem deficiência com aprendizado do respeito e da tolerância às diferenças. No ambiente escolar a criança com autista deve ter um acompanhamento educacional especializado.

A constituição Federal de 1988 em seu artigo 205 diz, que:

 

A educação é um direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

 

Todas as crianças têm o direito de estudar, aprender e compreender o mundo que acerca, tendo autonomia e experiências e desenvolvendo o processo de aprendizagem dentro de uma sala de aula, para que a criança compreenda a finalidade do que está sendo proposto.

Diante da educação e espaço que a mesma está inserida dever ser pensando, organizado e contextualizado, como elemento fundamental para uma melhor aprendizagem.

A escola tem um papel importante no desenvolvimento da inclusão, mas isto não torna a responsabilidade única da escola como desenvolvedora da inclusão, a sociedade também deve fazer parte desse processo, envolvendo as atitudes pessoais e coletivas, visando diálogo e compreensão, respeito e comprometimento. 

Vale ressaltar o ambiente escolar deve estar apto para receber os alunos, visto que a acessibilidade no ambiente escolar é importante, os diferentes espaços, dede a área de estacionamento o ambiente externo da escola até mesmo o ônibus escolar deve ter essa adequação.

Desde modo, a escola é convidada a pensar com responsabilidade e cuidado quando buscar alicerçar ao funcionamento escolar as premissas da educação inclusiva, como acolher a diversidade cultural.

Enfatizando que as salas de recursos multifuncionais são ambientes que auxiliam em grande parte o desenvolvimento e o processo ensino aprendizagem das crianças, neste espaço podem ser realizadas atividades lúdicas e concretas partindo do interesse da criança e consequentemente contribuindo para o aprendizado. Piaget (1978) destaca que a brincadeira é uma como conduta livre, espontânea, onde a criança expressa sua vontade pelo prazer que lhe dá. Para o autor, ao manifestar a conduta lúdica, a criança demostra o nível de seus estágios cognitivos e constrói conhecimentos.

Visto que a sala multifuncional é de grande relevância para o aprendizado das crianças que tem dificuldade ou alguma deficiência, facilitando na interação social e na capacidade de adquirir novas informações e habilidades. Segunda a autora (Gaiato, 2018, p.78).

 

A aprendizagem pode ser entendida como a capacidade de adquirir informações novas, padrões de comportamentos ou habilidades que sejam duradouros e que modifiquem comportamentos. [...] Por isso, atividades que envolvam movimento, ações motoras associadas, ajudam muito”.

 

É importante que a equipe multidisciplinar esteja alinhada e trabalhe em parceria. Para melhor comportamento e habilidades na linguagem e na convivência social. Para fazer essas intervenções que a equipe multidisciplinar faz, precisamos entender as crianças, para que elas possam aprender a executar ações.   

A inclusão dos alunos com Transtorno do Espectro Autista é reforçada pela lei 12. 764 de 27 de dezembro de 2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da pessoa com autismo (BRASIL, 2012).

A mesma garante que o aluno tem o direito a mediação de aprendizagem consiste na participação em aula de uma gente de apoio em ala de agente de apoio ao professore regente. O mesmo auxiliará o professor nas adaptações de materiais específicos favorecendo as interações sociais nos espações escolares.

A inclusão de uma criança com autismo na sociedade gera até uma dúvida como integrar uma criança no meio social se todos nós não sabemos como lidar com as suas reações?

Para isso precisa-se entender as necessidades dessas crianças, os seus direitos, como o mesmo aprende as ocorrências do ambiente e as manifestações através de comportamentos.

A sociedade pode intervir de forma eficaz no comportamento apresentado, de modo a modelar o comportamento desejado controlando as variáveis para que responda ao mesmo evento forma diferente. Isso é possível fazer uma vez que altere a forma de perceber e interpretar do indivíduo no âmbito pessoal, social e emocional. 

Dessa maneira, compreender o universo em que a criança está inserida é uma forma de entender como ela responde as situações que incidem sobre ela no seu dia a dia. Portando, chegar a uma proposta educativa a alunos que apresentam desajustes comportamentais apenas compreendendo como ela percebe determinada situação.

Atualmente existem vários órgãos que auxiliam as crianças com espectro autismo. Segundo a ONU (Organização nas Nações Unidas) dia 02 de abril é considerado como o Dia mundial de conscientização do Autismo, tem como objetivo conscientizar a população mundial sobre o autismo, que afeta 70 milhões de pessoas em todo o mundo.

O espectro autismo atualmente está ganhando mais visão, tendo mais fontes para tirar dúvidas e para que possamos compreender o mundo de uma criança autista. Na escola a inclusão das crianças o professor como mediador deve colocar atividades que as outras crianças realizem, mas quando não for possível, podem-se fazer adaptações simples, sempre buscando os pontos que os alunos têm.

No ensino regular, as salas de apoio são indispensáveis para auxiliar na inclusão e no desenvolvimento da criança. O professor que irá auxiliar o aluno precisa realizar as avaliações, organizar sistemas de trabalho, avaliar sua eficiência, avaliar problemas comportamento e definir estratégias.

A inclusão depende também da família que ela faça uma parceria com a escola e professor, informando formas de manejo da criança ou adolescente. A escola deve contar com os métodos adequados para ajudar o autista a lidar com suas limitações.

Por meio desse método é possível reduzir a incidência de comportamentos inadequados e ajudar o autista na rotina do seu dia a dia e na interação interpessoal, o mesmo vai conseguir se adequar em suas atividades e melhora no desenvolvimento.

Segundo Jerusalinsky (2004): O fato de que a criança autista estarem na escola já é terapêutico, pois a escola é um lugar de circulação do conhecimento e aceito socialmente como um lugar que a criança deve frequentar.

Mais os alunos tendem pontos fracos e fortes, os fortes tem a finalidade em memorizar e lembrar-se de diferentes fatos e informações. Com essa habilidade podemos criar estratégicas de memorização de temas e pedir para as crianças com Transtornos do Espectro Autista apresentam ao grupo com uma atividade.

As mesmas apresentam dificuldade em flexibilizar, mudar a rotina, em trabalhar em grupo ou em outras situações que exigem comunicação ou habilidades sociais; tem a finalidades em processar informações auditivas. Por isso podemos pensar em atividades que envolvam usar o que aprenderam em outros contextos.

 

3.1. A Relevância do Papel da Família junto à Comunidade:

 

A família tem o papel primordial na integração da criança com espectro autista na sociedade, pois é de casa que começa a inclusão. Segundo Szymanski (2010, p.22) “é na família que a criança encontra os primeiros “outros” e por meio deles, aprendem os modos humanos de existir, seu mundo adquire significado e ela começa a constituir como sujeito.”

Por meio da família, a escola terá informações sobre o cotidiano dos seus alunos, por isso a escola juntamente com a gestão deve fazer um planejamento voltado para a ativa da família dentro e fora da escola.  Segundo Pacheco (2007, p. 163) os pais conhecem seus filhos melhor do que qualquer pessoa e possuem informações que podem ter influência fundamental em sua educação.

A relação escola e família é importante para o desenvolvimento da mesma tanto seja no cognitivo, emocional e psíquico, cada criança tem o seu tempo de aprendizagem, seu ritmo e o seu processo de maturação conforme a necessidade do aluno vai se adaptando. A criança juntamente com os pais conhecera os valores e costumes, tendo o diálogo da convivência e uma aprendizagem constante.

As mesmas com o espectro autista têm a dificuldade de interagir socialmente, a linguagem e seu comportamento é bastante característico. Quando a família recebe o diagnóstico do filho, apresentam dificuldades em lidar com esse tipo de situação com isso vem à negação, culpa e mais tarde a aceitação. Com ajuda da escola dos profissionais multifuncionais a criança irá desenvolver no seu tempo e será capaz de desenvolver grandemente a sua relação social.

A família reforça a autonomia da criança e no desenvolvimento através do processo ligado as relações familiares e sofre influência de fatores externos como a estrutura e comunicação familiares. 

Portanto, a família deve incentivar criar situações que estimulem que facilitem esse processo, deve também promover a capacidade de reflexão de decisão e de escolha, em relação aos diversos aspectos da vida da criança.

 

 

4- O papel do Mediador no Desenvolvimento da Criança com Autismo no Ensino Regular

 

O autismo é uma condição que acompanha toda a vida e a educação é um Pré-requisito para que a mesma adquira competências para leva uma vida funcional e autônoma.

A escola é sem dúvidas o primeiro lugar para acontecer à integração da criança autista, onde irá desenvolver o intelectual e o afetivo, por meio dessas interações entre os ambientes que ela faz parte, fazendo-a conhecer a realidade existente na sociedade e proporcionando um saber da humanidade e das relações que a cercam.

A educação, portanto, precisa estar intimamente ligada à socialização a integração dos autistas, pois o contanto com os professores e comas crianças da escola será fundamental (GAUDERER, 1985).

O educador é uma ferramenta de suma importância, tanto ao ensino regular quanto ao ensino especial, pois ele é que transmitira, através de técnicas adequadas às várias idades e pontenciabilidades de seus educandos, o mesmo tem a tarefa de mediar os valores socais e culturais.

A responsabilidade de incluir o autista em uma sociedade, o professor sendo mediador terá a finalidade de que a criança crie sua própria autonomia no âmbito escolar, para que em meio social possa interagir. O professor será responsável por identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades especiais. (BRASIL, 2009).

O professor deve estar preparado para manejar os recursos que dispõe a escola, sua sala de recurso e o conhecimento adquirido em capacitação, para realizar a educação do indivíduo e a formação de conhecimento.

Os profissionais devem ser devidamente capacitados a fim de promoverem uma educação de qualidade aos alunos, bem como atender as necessidades especificas de cada um.

Para que a mediação educativa é preciso que o educador conheça aspectos do transtorno, assim como os métodos e programas desenvolvidos para auxilia-los na educação da criança autista. O mesmo deve conhecer também as dinâmicas institucionais estabelecidas para que atuem em conjunto com elas.

A mente da criança, o seu mundo é um universo em que só ela está inserida, o professor ou pedagogo tem a possibilidade de entender como ela responde as situações que incidem sobre ela no seu cotidiano.

Atualmente o professor está se adaptando com os novos diagnósticos das crianças, tendo uma capacitação e desempenho em entender cada desenvolvimento cognitivo de cada criança. A sintonia do professor com a criança, por vezes, está presente na sua atuação, o que possibilita compreendê-la, ou seja, a mesma volta sua atenção para o desenvolvimento social e da criança.

Ao trabalhar com uma criança que precisa de atendimento especializado, nota-se que os profissionais demonstram insegurança e ansiedade ao se deparar com a realidade apresentada pelo aluno com autismo, onde se estudou e aprofundou apenas na teoria e não em prática.

Para desenvolver um perfil de aprendizagem individualizado, tem que criar parcerias para estabelecer uma matriz de tomada de decisão, que deve ser organizada pelos sintomas apresentados pelo autista. (GABBARD, 2009).

No ambiente escolar com parceria com os familiares os alunos, o processo de ensino aprendizagem da criança através de compreensão irá estimular de forma gradual. A escola é o principal ambiente social da criança. A mesma fica várias horas do dia e com uma quantidade de amigos de várias culturas, etnias ou religiões e gostos. É um ambiente de estimulação e socialização.

O currículo da escola deve ser adaptado às necessidades das crianças e não ao contrário, é preciso proporcionar oportunidades curriculares que sejam apropriadas a crianças com habilidades e interesses diferentes.

A criança com autismo não gosta de participar das brincadeiras com os coleguinhas, das atividades e dos comandos previsto pelos professores. A mesma tem a capacidade de aprender, porém o faz de uma maneira diferente. Entender dificuldades que cada criança traz consigo, e ensiná-la a partir disso é o maior desafio de um educador, que pode fazer diferença incrível na vida de uma criança com autismo.

 Para promover uma verdadeira aprendizagem o professor deve ser muito cuidadoso com as organizações e entre outros. Segundo (Cool et al, 1995):1-A organização e condições estimuladoras do ambiente, 2- as interrupções e sinais que a criança apresenta,

3- O auxílio que lhe são proporcionadas,

4- As motivações e reforços utilizados para fomentarem sua aprendizagem.

O papel do professor é determinante, tendo posicionamento, contribuindo para que o aluno tenha o atendimento adequado, tem que tomar para si a responsabilidade da sala e do aluno, buscando sempre o conhecimento, aprimoramento obtendo experiências para uma boa evolução na aprendizagem dos seus alunos.

Portando os professores devem compreender o mundo dessas crianças autistas, para estar buscando alguma forma de atualização aperfeiçoamento, com o intuito de agregar novos conhecimentos específicos como complemento ao aprendizado adquirindo na formação inicial.

É essencial ganhar a atenção e confiança da criança, para que possa haver uma interação social, as crianças com autismo apresentam uma forma diferente de interagir. As mesmas têm dificuldade em dividir a atenção entre estímulo diverso.  Observar o que chama atenção da criança, seja objeto ou alguma música é um passo para que você compreenda um pouco do seu mundo.

A partir do momento que entendemos qual é a intenção da criança em uma determinada brincadeira que ela está envolvida podemos nos aproximar e fazer pequenos elogios sobre o que ela está fazendo. Segunda a psicóloga especialista em Autismo Mayara Gaiato: Uma estratégia muito útil nos momentos de interação ou brincadeiras é substituir a quantidade de palavras por onomatopeias. Sons engraçados que se relacionam a brincadeira.

Através das atividades realizadas na sala de aula o professor vai ensinar a associar troca com outro, perceber, olhar, observar é o que queremos estimular nas crianças com autismo.

 

 

5- Conclusão

 

A inclusão tem como objetivo inserir, sem distinção todas as crianças e adolescentes com variados graus de comportamento social e cognitivo em ambientes escolares tradicionais.

A mesma consiste no processo de adequação da sociedade às necessidades de seus participantes. Todos os alunos devem ter a possibilidade de integrar-se ao ensino regular, mesmo aqueles com deficiências ou transtornos de comportamentos.  As hipóteses aqui apresentadas foram confirmadas através dos questionários realizados aos profissionais, visto que os teóricos auxiliaram para a confirmação das mesmas.

O aluno com Transtorno de Espectro Autista tem o direito de frequentar o ensino regular, o mesmo tem a capacidade de aprender e possivelmente se desenvolver e socializar-se. As crianças com autismo podem ser ensinadas através das atividades lúdicas, observando o seu interesse por diversas atividades; as salas multifuncionais auxiliam em grande parte do desenvolvimento e no processo de ensino aprendizagem das crianças; a escola juntamente com a família em grande parte na socialização e na adaptação com ambiente escolar, sendo assim estimulando a criança a ser mais autônoma e assegurar o seu direito como cidadão.

Todas as crianças têm o direito de estudar, aprender e compreender o mundo que acerca, tendo autonomia e experiências e desenvolvendo o processo de aprendizagem dentro de sala de aula, para que a criança compreenda a finalidade do que está sendo proposto, cada vez mais as crianças com autismos estão conseguindo direitos e ajuda do governo.

O professor como mediador deve estar preparado para manejar os recursos que dispõe a escola, sua sala de recuso e conhecimento adquirido em capacitação, para realizar a educação do indivíduo e a formação de conhecimento. Compreende-se que os professores devem der devidamente capacitados a fim de promoverem uma educação de qualidade aos alunos, bem como atender as necessidades de cada um.

 

 

Referências

 

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[1] Autora: Graduada em Pedagogia, pela UNIFMA – União das Faculdades de Mato grosso. Professora na rede Municipal de Ensino de Terra Nova do Norte – MT. E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.