A IMPORTÂNCIA DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Érica da Fonseca Angelo
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo analisar a importância da alfabetização e letramento na educação infantil. O processo de alfabetização é fundamental para o desenvolvimento cognitivo e social das crianças, proporcionando habilidades básicas de leitura e escrita. Já o letramento vai além da simples decodificação de palavras, englobando a compreensão e a capacidade de uso da linguagem escrita. A partir do aporte teórico-metodológico escolhido, contou-se com contribuições de importantes autores, como Emília Ferreiro (1999), José Barbosa da Silva (2004), Magda Soares (1998; 2004) e Marlene Carvalho (2005). A pesquisa foi realizada de forma bibliográfica, em que foram levantadas informações sobre práticas de alfabetização e letramento. Os resultados mostraram a relevância do processo de alfabetização ainda na nos anos iniciais. Foi constatado que o letramento também é essencial na educação infantil, pois permite que as crianças compreendam e se expressem de forma escrita, desenvolvendo sua capacidade de reflexão e argumentação.
Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. Educação infantil.
1. Introdução
A alfabetização e o letramento são dois conceitos essenciais no processo de aprendizagem da língua escrita. Ela refere-se ao processo de ensinar e aprender o código alfabético, ou seja, as letras do alfabeto e suas combinações que formam as palavras. É o momento em que a criança adquire o conhecimento das correspondências entre os sons da fala e os símbolos gráficos da escrita. Partindo dessa premissa, neste trabalho será discutido sobre a importância da alfabetização nos anos iniciais e os possíveis reflexos do processo de alfabetização tardio.
O letramento vai além da simples decodificação das letras, envolvendo o desenvolvimento de habilidades de compreensão, interpretando textos e utilizando a escrita de forma significativa. O letramento implica em entender e utilizar a língua escrita em diferentes contextos sociais, como a leitura de livros, a escrita de cartas, o acesso a informações na internet, entre outros. Dessa forma, serão feitas análises sobre o assunto, e embasadas por teorias de importantes autores.
A pesquisa bibliográfica permitiu a análise e a compreensão aprofundada do assunto, bem como a identificação das principais teorias, conceitos, abordagens e debates relacionados ao tema em questão. Com base nas informações encontradas, foi possível construir uma base sólida de conhecimento sobre o assunto, e embasar teoricamente todo o trabalho.
Os autores Carvalho (2005), Silva (2004), Soares (2004), Soek, Haracemiv e Stoltz (2009), Ferreiro (1999) e Freire (1987), contribuem para a construção do aporte teórico, definindo conceitos como alfabetização e letramento, além de reflexões importantes sobre o assunto. Bortoni-Ricardo (2008), define o conceito de pesquisa qualitativa.
A pesquisa aqui exposta foi realizada por partes. Inicialmente foram separadas para leitura algumas bibliografias sobre alfabetização e letramento, facilitando a organização das etapas. Ao que se refere as etapas do trabalho temos na seguinte sequência; resumo, palavras-chave, introdução, metodologia, referencial teórico, considerações finais e referências.
É importante ressaltar que a alfabetização e o letramento são processos complementares e interdependentes. Enquanto a alfabetização é o ponto de partida, o letramento é a meta final, pois permite ao indivíduo agir e comunicar-se efetivamente por meio da linguagem escrita.
A alfabetização e o letramento na educação infantil são fundamentais para o desenvolvimento das habilidades de leitura, escrita e compreensão de texto das crianças. Essa aprendizagem é essencial para que elas possam se inserir de forma plena na sociedade e ter acesso a oportunidades educacionais e profissionais no futuro.
2. Metodologia
A metodologia de pesquisa utilizada foi a bibliográfica, passando por um processo de levantamento das principais fontes já existentes sobre o assunto aqui discutido. Consistiu na busca, seleção, leitura, análise e interpretação de publicações existentes em livros sobre alfabetização e letramento nos anos iniciais.
A partir da análise crítica das fontes selecionadas na pesquisa bibliográfica, foi possível desenvolver uma reflexão mais aprofundada sobre o tema, confrontando diferentes pontos de vista e interpretando os dados apresentados.
A abordagem utilizada na pesquisa foi a qualitativa, sendo que, de acordo com Bortoni--Ricardo:
Segundo o paradigma interpretativista, surgido como uma alternativa ao positivismo, não há como observar o mundo independentemente das práticas sociais e significados vigentes […] as escolas, e especialmente as salas de aula, provaram ser espaços privilegiados para a condução de pesquisa qualitativa, que se constrói com base no interpretativismo. (BORTONI-RICARDO, 2008, p. 33).
Portanto, a metodologia da pesquisa qualitativa considera o contexto, a historicidade e o meio cultural como elementos essenciais para a compreensão e interpretação dos fenômenos estudados. Esses aspectos fornecem insights valiosos e ajudam a capturar a complexidade das experiências humanas.
Foram consultados autores de relevância no assunto, como Magda Soares, Marlene Carvalho, Emília Ferrero e entre outros. As consultas partiram dos pressupostos temáticos inseridos nas palavras chaves; alfabetização e letramento, educação infantil, educação adulta e benefícios da alfabetização na infância.
3. Conceito de alfabetização e letramento
A alfabetização é o processo pelo qual o indivíduo aprende a ler e escrever, ou seja, a decodificar e codificar a linguagem escrita. Esse processo não se resume apenas à aquisição de habilidades técnicas, mas também ao desenvolvimento de competências para compreender, interpretar e refletir sobre os diversos tipos de textos presentes na sociedade.
No contexto escolar, a alfabetização é fundamental para que o estudante possa se apropriar do conhecimento em todas as disciplinas. A leitura e a escrita são utilizadas como ferramentas para aquisição de informações, comunicação, expressão de ideias e argumentação.
A alfabetização é um processo de aquisição individual de habilidades requeridas para o uso da leitura e da escrita nas sociedades em que isso se faça necessário. Ou seja, aprender a ler e escrever são inserir-se no uso da escrita e da leitura para o desfrute de uma maior liberdade nas sociedades que funcionam mediadas por materiais escritos. (SILVA, 2004, p. 316).
Além disso, a alfabetização é um instrumento de empoderamento e emancipação social. O indivíduo alfabetizado tem maior autonomia para se posicionar criticamente diante do mundo, analisar conteúdos midiáticos, tomar decisões embasadas e se engajar em discussões sociais.
Porém, é importante ressaltar que a alfabetização não se encerra nos primeiros anos escolares. Ela é um processo contínuo ao longo da vida, e o estudante deve ser estimulado a desenvolver cada vez mais suas habilidades de leitura e escrita. Ainda, é necessário que a escola proporcione situações de aprendizagem significativas, que levem em consideração os interesses e as necessidades dos estudantes, promovendo uma educação crítica e reflexiva.
De acordo com Soares (1998, p. 17) “alfabetizar é fornecer condições para que as pessoas tenham acesso ao mundo da escrita, tornando-se capaz não só de ler e escrever, mas, sobretudo, de fazer uso adequado da escrita em todas as funções em que ela tem em nossa sociedade”.
Dessa forma, não basta apenas saber ler e escrever, mas também de ser capaz de utilizar a escrita de forma apropriada em todas as áreas da sociedade. É crucial que as pessoas se tornem habilidosas na expressão escrita, a fim de se comunicarem de maneira eficaz e bem-sucedida nas diferentes esferas da vida, como no ambiente de trabalho, na educação, nos relacionamentos interpessoais e na participação cívica.
O letramento vai além da mera decodificação de palavras e inclui a compreensão e a produção de textos, a interpretação crítica das informações, a capacidade de se expressar adequadamente oralmente e por escrito, o conhecimento das normas e convenções da língua escrita, entre outras habilidades. Sendo assim:
Letramento é a palavra e conceito recente, introduzido na linguagem da educação e das ciências linguísticas há pouco mais de duas décadas. Seu surgimento pode ser interpretado como decorrência da necessidade de configurar e nomear comportamentos e práticas sociais na área da leitura e da escrita que ultrapassam o domínio do sistema alfabético e ortográfico, nível da aprendizagem da língua escrita perseguido, tradicionalmente, pelo processo de alfabetização. (SOARES, 2004, p. 20).
O uso adequado da escrita inclui a compreensão das normas gramaticais e ortográficas, assim como a habilidade de expressar ideias de forma clara e coesa. Portanto, é fundamental para o progresso individual e coletivo que todos nós nos tornemos competentes na escrita, de forma a contribuirmos para a construção de uma sociedade mais informada, envolvida e comunicativa.
3.2. Alfabetizar e letrar ainda na infância
A alfabetização e o letramento são processos fundamentais na formação do indivíduo, pois são por meio deles que a criança adquire habilidades e competências essenciais para sua vida pessoal, acadêmica e profissional.
De todos os grupos populacionais, as crianças são as mais facilmente alfabetizáveis. Elas têm mais tempo disponível para dedicar à alfabetização do que qualquer outro grupo de idade e estão em processo contínuo de aprendizagem (FERREIRO, 1999, p.17).
A alfabetização, que consiste na aprendizagem da leitura e escrita, é um primeiro passo para o desenvolvimento cognitivo da criança. Ao aprender a decodificar as letras, palavras e frases, a criança adquire a capacidade de compreender o mundo ao seu redor, expressar suas ideias e se comunicar de forma escrita. Isso amplia suas perspectivas de aprendizado, permitindo que ela acesse conhecimentos em diferentes áreas do saber, como ciências, matemática, história, entre outras.
Já o letramento vai além da alfabetização, pois envolve o uso social da leitura e escrita. É por meio do letramento que a criança compreende a função e o significado da escrita em diferentes contextos, como ler um livro, escrever um bilhete, interpretar um texto informativo, entre outros. O letramento também está diretamente relacionado à capacidade de compreensão, interpretação e produção de textos, habilidades essenciais para o desenvolvimento do pensamento crítico e da capacidade argumentativa.
A importância da alfabetização e letramento na educação infantil está relacionada a diversos aspectos;
1. Desenvolvimento cognitivo: Aprender a ler e escrever desde cedo estimula o desenvolvimento do pensamento lógico, da memória, da atenção e da capacidade de raciocínio das crianças.
2. Ampliação do vocabulário: A alfabetização e letramento proporcionam o acesso a um maior número de palavras e expressões, enriquecendo a linguagem e possibilitando a comunicação de forma mais clara e precisa.
3. Desenvolvimento social e emocional: Através da leitura, as crianças têm acesso a diferentes realidades, histórias e experiências, o que contribui para a formação de sua identidade, empatia e socialização com outras pessoas.
4. Inclusão social: A capacidade de ler e escrever é essencial para o pleno exercício da cidadania, possibilitando a participação nas atividades sociais, políticas e econômicas de uma comunidade.
5. Autonomia e protagonismo: A alfabetização e letramento permitem que as crianças se tornem sujeitos ativos no processo de aprendizagem, podendo expressar suas ideias, emoções e opiniões por meio da escrita e da leitura.
Dessa forma, investir na alfabetização e letramento na educação infantil é essencial para garantir um futuro mais promissor às crianças, proporcionando-lhes ferramentas para a compreensão do mundo, para a comunicação efetiva e para o desenvolvimento de habilidades fundamentais para a vida adulta.
A alfabetização refere-se ao processo de aprendizagem das habilidades básicas de leitura e escrita, ou seja, o domínio do código linguístico. Já o letramento envolve o uso dessa habilidade em situações reais de comunicação, compreensão e interpretação de textos.
De acordo com Soares (2004), é importante destacar que a alfabetização e o letramento não devem ser tratados como etapas sequenciais, mas sim como processos que ocorrem simultaneamente e que se complementam. O acesso ao mundo da escrita acontece de forma conjunta, pois é através da alfabetização que se adquirem as ferramentas necessárias para decodificar e codificar símbolos escritos, e é através do letramento que se desenvolvem as habilidades de compreensão e interpretação de textos.
Dessa forma, são dois processos distintos, porém interligados, que acontecem de maneira complementar. A alfabetização é o ponto de partida para o letramento, possibilitando que o indivíduo se aproprie do sistema de escrita. Porém, o letramento vai além da simples decodificação das letras, envolvendo o uso funcional da escrita em diferentes contextos sociais e culturais.
Assim, entender as especificidades de ambos os processos é fundamental para o desenvolvimento efetivo das habilidades de leitura e escrita, garantindo que os indivíduos se tornem sujeitos proficientes na cultura escrita.
A alfabetização e o letramento na educação infantil são ainda mais relevantes, pois é nessa fase que a criança está em pleno desenvolvimento de suas habilidades cognitivas e linguísticas. Quanto mais cedo ela for exposta a experiências de leitura e escrita, maior será sua capacidade de aprender e se desenvolver de forma integral.
Além disso, é importante ressaltar que a educação infantil é o momento em que as crianças estão mais abertas à aprendizagem, com uma curiosidade natural e um potencial enorme para absorver conhecimento. Ao oferecer atividades lúdicas que estimulem a alfabetização e o letramento, a escola proporciona um ambiente propício ao desenvolvimento dessas habilidades, tornando o aprendizado prazeroso e significativo para as crianças.
Portanto, a alfabetização e o letramento na educação infantil são fundamentais para a formação integral do indivíduo, proporcionando a ele as ferramentas necessárias para que possa se expressar, compreender o mundo e se relacionar de forma efetiva com outras pessoas. Investir nesses processos desde cedo é construir bases sólidas para um futuro de sucesso acadêmico e pessoal.
3.3. Alfabetização e letramento na fase adulta
A alfabetização e letramento na idade adulta são processos importantes para promover a inclusão social e o desenvolvimento pessoal. No entanto, a falta de habilidades de leitura e escrita na vida adulta pode trazer diversos malefícios para o indivíduo.
Um dos principais problemas enfrentados por adultos que não são alfabetizados ou letrados no tempo certo é a limitação de oportunidades de emprego. A maioria das profissões exige algum nível de habilidade em leitura e escrita, e a falta dessas competências pode restringir as opções de carreira e resultar em trabalhos precários e mal remunerados.
Além disso, a falta de alfabetização e letramento pode afetar a capacidade de entender e lidar com questões cotidianas, como fazer compras, preencher formulários ou interpretar informações importantes, como instruções médicas. Isso pode levar a uma dependência de outras pessoas e à falta de autonomia, prejudicando a qualidade de vida do indivíduo.
A exclusão digital também é uma preocupação, já que as novas tecnologias se tornaram uma parte essencial da sociedade moderna. Sem habilidades básicas de leitura e escrita, indivíduos adultos podem encontrar dificuldades em utilizar dispositivos eletrônicos, acessar informações online e participar de atividades digitais, deixando-os em desvantagem em relação aos demais.
Outro aspecto negativo é o impacto na autoestima e na confiança do indivíduo. A falta de habilidades de leitura e escrita pode levar a sentimentos de vergonha, incompetência e exclusão social. Esses sentimentos podem afetar negativamente a saúde mental e emocional do adulto, prejudicando o seu bem-estar geral.
O governo quanto os diferentes setores da sociedade devem se envolver na promoção da educação e alfabetização de jovens e adultos. O programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) busca oferecer oportunidades de estudo e aprendizagem a pessoas que não tiveram acesso ou não concluíram a educação básica na idade adequada. Ele busca superar as desigualdades sociais e promover a inclusão dessas pessoas no mundo letrado.
Além de ajudar os adultos a realizarem tarefas do cotidiano que exigem habilidades de leitura e escrita, o letramento também proporciona um entendimento mais amplo do papel dessas pessoas no mundo. Assuntos como direitos civis, cultura, política, economia e ecologia se tornam parte do vocabulário e do conhecimento dessas pessoas, contribuindo para sua participação na sociedade como cidadãos informados e ativos.
Na escola, o processo de alfabetização de jovens e adultos precisa levar em consideração toda a sua vivência de mundo, não impondo conteúdos como se esses os desconhecessem absolutamente. Todo ser humano mesmo não sendo alfabetizado, uma vez que habita em uma sociedade letrada não pode ser considerado por um todo iletrado.
Não se ensina a gostar de ler por decreto, ou por imposição, nem se forma letrado por meio de exercícios de leitura e gramática rigidamente controlados. Para formar indivíduos letrados, a escola tem que desenvolver um trabalho gradual e contínuo (CARVALHO, 2005, p. 67).
A normatização do EJA pela Resolução CNE/CEB nº 1 estabelece as diretrizes curriculares nacionais para a educação de jovens e adultos no Brasil. Essas diretrizes visam garantir a qualidade e a coerência dos programas de EJA, promovendo uma educação que seja adequada às necessidades e realidades dos estudantes adultos.
No entanto, a responsabilidade pela promoção do letramento não é exclusiva do Estado. A sociedade também tem um papel importante nesse processo. É necessário que existam iniciativas e programas de alfabetização e letramento promovidos por organizações da sociedade civil, empresas, instituições de ensino e demais atores sociais que reconheçam a importância da educação de jovens e adultos e que contribuam para sua realização. É imprescindível que os professores que atuam exclusivamente neste setor, possam considerar as vivências dos alunos, nas palavras de Soek, Haracemiv e Stoltz (2009, p. 41),
Os alfabetizandos jovens e adultos, por mais que não tenham frequentado a escola regular, convivem no meio social com diferentes tipos de escritas, tais como documentos, propagandas, rótulos, etc. Além disso, ao iniciar o processo de alfabetização já trazem consigo diferentes hipóteses sobre o mundo letrado, função da leitura e da escrita, assim como toda uma experiência com a oralidade.
Para Freire (1987), a alfabetização é um ato de empoderamento, onde o analfabeto se torna consciente de sua capacidade e direito de participar ativamente da sociedade como agente de sua própria aprendizagem. Não se trata apenas de reproduzir informações, mas de interpretá-las criticamente, questionando as estruturas de poder e opressão presentes na linguagem e na sociedade.
Dessa forma, a alfabetização se torna um ato de libertação, que permite não apenas o acesso à leitura e escrita, mas também possibilita a tomada de consciência e a transformação das condições de vida. Através da alfabetização crítica, o sujeito se torna capaz de se expressar, participar ativamente do diálogo social e reivindicar seus direitos.
A narração, de que o educador é o sujeito, conduz os educandos à memorização mecânica do conteúdo narrado. Mais ainda, a narração os transforma em “vasilhas”, em recipientes a serem “enchidos” pelo educador. Quanto mais vá “enchendo” os recipientes com seus “depósitos”, tanto melhor educador será. Quanto mais se deixem docilmente “encher”, tanto melhores educandos serão (FREIRE, 1987, p. 37).
Assim, para Freire, a alfabetização na idade adulta não é um mero ato técnico, mas um processo de conscientização e empoderamento, que permite ao indivíduo se tornar sujeito de sua própria história e agente de transformação social.
Portanto, o letramento ministrado aos adultos não apenas facilita suas tarefas diárias, mas também possibilita o desenvolvimento de um entendimento mais abrangente de seu papel no mundo. É um processo que deve ser promovido tanto pelo Estado quanto pela sociedade como um todo, garantindo assim a inclusão e o empoderamento dessas pessoas.
Em suma, a falta de alfabetização e letramento na idade adulta pode trazer diversos malefícios para o indivíduo, incluindo a limitação de oportunidades de emprego, dificuldades na vida cotidiana e na incorporação das tecnologias digitais, além de impactar negativamente a autoestima e o bem-estar. Por isso, é fundamental investir em programas e políticas públicas que visem a inclusão e o desenvolvimento dessas habilidades ao longo da vida.
4. Considerações finais
Podemos concluir que a apropriação da leitura e da escrita desde as séries iniciais é fundamental para o desenvolvimento das habilidades linguísticas dos alunos ao longo de sua trajetória escolar. Quanto mais cedo as crianças são expostas a práticas de leitura e escrita, maior é a chance de elas se tornarem fluentes e proficientes nessas atividades.
Ao dominar a leitura e a escrita precocemente, as crianças adquirem uma base sólida para aprender novos conceitos e adquirir conhecimento em diversas disciplinas. Elas conseguem compreender textos mais complexos, interpretar informações e expressar suas ideias de forma clara e coesa.
Além disso, a leitura e a escrita são habilidades essenciais para a comunicação efetiva. Ao longo da vida escolar, os alunos são constantemente desafiados a participar de discussões, apresentações e produção de textos. Aqueles que desenvolveram habilidades de leitura e escrita desde cedo terão mais facilidade em se expressar e se fazer entender, o que contribui para o seu sucesso acadêmico.
Em resumo, quanto mais cedo as crianças se apropriarem da leitura e da escrita, mais chances terão de desenvolvê-las com êxito ao longo de sua trajetória escolar. Isso irá capacitá-las a utilizar a leitura e a escrita como prática discursiva de forma natural e fluente, ampliando suas possibilidades de aprendizado e comunicação.
Referências
BORTONI-RICARDO, Stella Maris. O professor pesquisador: introdução à pesquisa qualitativa. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e letrar: um diálogo entre a teoria e a prática. Petrópolis: Vozes, 2005.
FERREIRO, Emilia. Com todas as letras. 7 ed. São Paulo: Cortez, 1999.
SILVA, José Barbosa da. (Org.). Retratos na parede: saberes docentes em educação de jovens e adultos: teatro, cinema, poesia, música, jornais. João Pessoa: Secretara de Educação e Cultura/Textoarte, 2004.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido, 17ª ed.Rio de Janeiro, Paz e Terra,1987.
SOARES, M. Alfabetização e Letramento, Caminhos e Descaminhos. Revista Pátio, ano VIII, fev/abr. 2004a.
SOARES, Magda, Letramento:Um tema em três gêneros/ Magda Soares, Belo Horizonte: Autêntica, 1998.
SOEK, Ana Maria; HARACEMIV, Sonia Maria Chaves; STOLTZ, Tânia. Mediação pedagógica na alfabetização de jovens e adultos. Curitiba: Positivo. 2009.