A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO E O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Adriana De Souza Martins1
Eunice De Souza Martins2
Solange Leite Villa3
RESUMO
A história do lúdico passou por várias transformações, mas somente a partir do século XVI que foi valorizado as atividades lúdicas e os sentimentos da infância sendo resgatadas pelos humanistas. Trabalhar de maneira lúdica não é uma tarefa fácil exige muito do o professor buscar novas metodologias de trabalho para melhorar a qualidade de ensino e deixa-lo atrativo, prazeroso equilibrando a prática com a teoria. Daí a importância de incluir, ou seja, incorporar brincadeiras na prática pedagógica. As brincadeiras, além de diversão, proporcionam o desenvolvimento da criança, auxiliando na estruturação de pensamento, na construção do simbólico, estimulando a linguagem, a coordenação motora etc. Nessa perspectiva, a sala de aula pode e deve ser um ambiente propicio para desenvolver todas as habilidades da criança de maneira prazerosa, de forma que a mesma explore o ambiente. O desenvolvimento das crianças depende das oportunidades de aprendizagem oferecidas pela escola. Na brincadeira que ela expressa suas emoções, seus desejos, seus sentimentos e age de forma natural no espaço. Por essa razão podemos dizer que os profissionais que atuam na educação infantil devem criar oportunidades para que esses momentos aconteçam, criando os “cantinhos” que estimulam as descobertas. Nesse processo é a função da escola oferecer capacitação com o tema ludicidade para que todos percebessem a importância dessas atividades para o desenvolvimento da criança. Porém os objetivos da educação infantil não são de alfabetizar, mas buscar a formação integral da criança, usufruindo-se de material lúdico.
Palavras- chaves: Brincadeira; Criança; Lúdico.
1 INTRODUÇÃO
No atual contexto de transformações sociais, complexo, pelo qual a sociedade vem passando, repensar sobre a pratica de ensino nas escolas é de extrema relevância, em particular sobre como o professor de educação infantil trabalha com essas questões. Para isso repensar também a formação desse profissional neste contexto, é fundamental para que entendamos sua pratica pedagógica frente a tantos desafios encontrados no seu dia a dia; desafios estes que põe em xeque sua habilidade no tocante ao desenvolvimento de um trabalho tendo o lúdico como instrumento essencial à sua prática pedagógica. Em qualquer planejamento de trabalho pedagógico com as crianças, é necessário considerar não só a integração do educar e cuidar, como também a organização do tempo e do espaço. Além disso, é preciso levar em conta os direitos das crianças a partir de um contexto acolhedor e promotor de desenvolvimento. Os educadores, cada vez mais, precisam encontrar-se para brincar, ampliar seu repertório de brincadeiras e jogos e transformar esses encontros em momentos de reflexão sobre a importância do uso de brinquedos e brincadeiras. Relembrar a infância, a alegria de escolher e recriar as brincadeiras, trazer essas experiências para a atualidade podem constituir eixos de trabalho. As crianças crescem e mesmos sabedores que somos que a sociedade contemporânea exige cada vez mais participação efetiva dos sujeitos que dela fazem parte devido às sucessivas mudanças principalmente as de ordem tecnológicas, requerendo indivíduos cada vez mais aptos, hábeis, desenvoltos a lidar com tais mudanças, a construção desses indivíduos será bem mais enriquecedora do ponto de vista social, afetivo e cultural se eles tiverem tido no seu percurso educacional uma politica voltada para o ensino-aprendizagem ancorada numa proposta tendo o lúdico como instrumento essencial á sua formação educação infantil.
Ao analisarmos atualmente as crianças á nossa volta, percebemos que elas brincam muito pouco em relação às crianças do século XX. Com os avanços tecnológicos e as mídias estão cada vez mais fechadas com atividades que não contribui para seu desenvolvimento cognitivo, intelectual e social. A escola por sua vez fica com essa responsabilidade como no lar domestico quase não se brinca mais devido a vários fatores, na escola o educador tem que trazer isso por ser necessário para o desenvolvimento das crianças. É nessa fase que o lúdico deve ser sempre presente e fazer parte do seu dia-a-dia, considerando que as crianças têm mais contato com aparelhos tecnológicos (computador, celular, tablets, entre outros), o que não é de todo ruim, do que com brinquedos, digamos, mais convencionais: carrinhos, bonecas, enfim. Nesse sentido, ressaltamos que as brincadeiras tomaram outros rumo e, com isso, as relações também. O número de filhos por casal vem diminuindo, fazendo com que muitas famílias optem por terem apenas um filho, seja por questões pessoais ou financeiras. Na realidade, oque observarmos é que as crianças ao perderem o contato com o lúdico, com as brincadeiras, acabam perdendo também ou deixando de terem, relações mais afetivas e isso implica num crescimento de um sujeito muitas vezes individual, egoísta.
Portanto é de extrema relevância a importância de incorporar brincadeiras nas práticas pedagógicas, a ludicidade estimula uma aprendizagem com enriquecimento de experiências e prazeroso, “Aprender Brincando”, pois, ao mesmo tempo em que estudam também se divertem e, na maioria das vezes, aprendem sem perceber e sem encontrar nenhum tipo de dificuldade. Nessa perspectiva, a sala de aula pode e deve ser um ambiente propicio para desenvolver todas as habilidades da criança de maneira prazerosa, de forma que a mesma explore o ambiente. Por essa razão podemos dizer que os profissionais que atuam na educação infantil devem criar oportunidades para que esses momentos aconteçam, criando “cantinhos” que estimula as descobertas.
A área de concentração escolhida foi metodologia de ensino tendo como tema “A importância do lúdico e o processo de desenvolvimento infantil”, para realizar este trabalho procurei fazer pesquisas em sites e livros, para ter embasamento teórico os objetivos deste trabalho É destacar a importância do lúdico no desenvolvimento e aprendizagem infantil, e a importância de trabalhar de forma lúdico e incluir o lúdico na prática pedagógica.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A história do lúdico está presente na vida do ser humano a milhares de anos, basta analisarmos a história da humanidade, passou por várias transformações no decorrer dos tempos, entretanto somente a partir do século XVI que foi valorizado as atividades lúdicas e os sentimentos da infância sendo resgatados pelos humanistas. O lúdico faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana,
A educação infantil é considerada a primeira etapa da educação básica. Percebemos que a criança tem pouco período para aproveitar sua fantasia, portando era vista como ser adulto em miniatura. Sendo assim exige reflexões a cerca de seu desenvolvimento em vários aspectos: o cognitivo, motor, social,
Compreendemos que a infância era uma espécie de anonimato e que a presença da criança, na família e na sociedade, era muito breve e insignificante. Suas necessidades, bem como as etapas de seu desenvolvimento, eram ignoradas, não recebendo a devida importância.
Nesse sentido Soares (2009) confirma que:
Durante muito tempo, o cuidado e a educação das crianças pequenas eram vistas como tarefas da família, principalmente das mães e de outras mulheres. Depois do desmame, a criança era percebida como um pequeno adulto, quando já alcançava certo grau de independência, passava a ajudar os adultos nas atividades cotidianas e a aprender o básico para sua inserção social. Não se considerava a identidade pessoal da criança.
Neste contexto quando surgiram às entidades e escolas de crianças pequenas continham objetivos apenas de assistencialismo destinados ao cuidado infantil, atender as mães trabalhadoras. Somente com a última LDB (Lei de Diretrizes e Bases) número 9.394/96, em seu artigo 21 nos traz que a Educação Infantil compõe o nível de Educação Básica.
Desde bebê a criança necessita de objetos concretos, pois estão presas as experiências imediatas, onde sua ação é olhar, ouvir, agarrar, alcançar com a boca ou sentir com a pele.
Kishimoto (2003, p.17) também se refere a essa dimensão destacando que:
[...] enquanto fato social, o jogo assume a imagem que cada sociedade lhe atribui. E este o aspecto que nos mostra por que, dependendo do lugar e da época, os jogos assumem significações distintas. Se o arco e a flecha hoje aparecem como brinquedos, em certas culturas indígenas representavam instrumentos para a arte da caça e da pesca. Em tempos passados, o jogo era visto como inútil, como coisa não séria, Já nos tempos do Romantismo, o jogo aparece como algo sério e destinado a educar a criança ante e poderosa que é o próprio corpo.
Para Kishimoto (1999), ao permitir que as crianças brinquem e se manifestem por meio de jogos, estaremos permitindo sua livre expressão. Assim, percebemos que ao brincar é indispensável ao desenvolvimento cognitivo e afetivo da criança.
Na Educação Infantil, quando damos a oportunidade para as crianças desenvolverem suas habilidades de forma natural e agradável, estamos promovendo a aquisição de novos conhecimentos e facilitando o crescimento delas.
O volume I do Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil dedica um capítulo exclusivo ao tema brincar e com muita pertinência cita:
[...] nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já possuíam anteriormente em conceitos gerais com os quais brinca. Por exemplo, para assumir um determinado papel numa brincadeira, a criança deve conhecer alguma de suas características. Seus conhecimentos provêm da imitação de alguém ou de algo conhecido (Brasil, 1998, p. 27).
Neste sentido, e longe de ser apenas uma atividade espontânea da criança, o ato de brincar é uma aprendizagem social que influencia e insere a criança no contexto em que vive, acumulando as várias experiências para a sua cultura lúdica. Por isso, considerar o momento do ato lúdico do brincar é um fator primordial sobre o qual, nós adultos, temos que ter a percepção e o olhar voltado para compreender e respeitar.
As principais ideias que o RCNEI aponta em relação ao brincar são:
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O brincar é uma das atividades fundamentai para o desenvolvimento e a educação das crianças pequenas;
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As crianças, quando brincam, buscam descobrir as diversas possibilidades de resolver problemas que lhe são colocados, seja pela realidade imediata ou não, seja pela realidade externa ou interna;
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Brincar é uma atividade sociocultural que se origina nos valores, hábitos e normas de uma determinada comunidade ou grupo social;
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Tornar o brincar uma atividade lúdica dentro do ambiente escolar implica a possibilidade de escolhas, ou seja, que a criança tenha autonomia para escolher seus companheirismos, o papel a ser assumido no interior de um determinado tema, o enredo etc., sendo que tais escolhas dependem unicamente da vontade de quem brinca.
Segundo Oliveira (2002), enquanto a criança brinca o afeto, a motricidade, a linguagem, a representação, a memória e outras funções cognitivas estão entrelaçadas. O brincar cria condições de aprendizagens significativas, por exigir da criança formas complexas de se relacionar com o mundo e assim produzir cultura.
No mesmo contexto Oliveira (1994), afirma que:
A brincadeira fornece, pois, ampla estrutura básica para mudanças da necessidade e da consciência, criando um novo tipo de atitude em relação ao real. Nela aparece à ação na esfera imaginativa numa situação de faz-de-conta, a criação das intenções voluntárias e a formação dos planos da vida real e das motivações volitivas, constituindo-se, assim, no mais nível de desenvolvimento pré-escolar.
Portanto em um ambiente de aprendizagem, oque se percebe é a eficiência das atividades lúdicas como estão ligadas ao desenvolvimento cognitivo, físico e emocional das crianças, pois estas experiências transformam a aprendizagem em momentos prazerosos e significativos.
Para Fariedrick Froebel (2008), criador dos jardins-de-infância de educação infantil deve ser sem obrigações porque o aprendizado depende dos interesses de cada um e se faz por meio da prática. Froebel é uma referência muito importante na história da educação, pois, os métodos que se usa até hoje na educação infantil estão ligados aos seus pensamentos. Ele considerava as brincadeiras como princípios norteadores das atividades pedagógicas possibilitando para a criança uma aprendizagem descontraída e prazerosa.
Segundo este autor ao brincar as crianças transformam os conhecimentos que já possuem anteriormente em conceitos gerais com os quais brinca, e por meio da atividade lúdica o professor pode observar o desenvolvimento da criança registrando suas capacidades e dificuldades.
Segundo Almeida (2009) a atividade lúdica é uma ferramenta muito importante no desenvolvimento da criança, pois o brincar faz com que a criança cria um ambiente simbólico, vivenciando no faz de conta à realidade, aprende a agir e desenvolve autonomia.
Para Almeida (2011, p. 1):
Uma aula com características lúdicas não precisa ter jogos ou brinquedos. Oque traz a ludicidade para a sala de aula é muito mais que “atitude” lúdica do educador e dos educando. Assumir essa postura implica sensibilidade, envolvimento, uma mudança cognitiva, mas principalmente uma mudança afetiva. A ludicidade exige uma predisposição interna, oque não se adquire apenas com a aquisição de conceitos, de conhecimentos, embora estes sejam muito importantes.
A autora também destaca que o ato de brincar é algo essencial para a vida humana, todos nós nascemos com a capacidade de imaginar e criar situações que se aproximam da realidade. Neste sentido o ato de brincar desenvolve os aspectos cognitivos e sociais da criança, pois, quando ela brinca com outras crianças está interagindo e adequando-se ao relacionamento interpessoal, que permanecerá em todo o decorrer de sua vida.
De acordo com Almeida (2009):
O lúdico tem sua origem na palavra latina “ludus” que quer dizer “jogo”. Se se achasse confinado á sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. (...) O lúdico passou a ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano. De modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações da necessidade lúdica extrapolam as demarcações do brincar espontâneo. (Almeida, 2009 s.n.)
Dessa forma, acreditamos ter a brincadeira fundamental importância para o desenvolvimento infantil, na medida em que a criança pode transformar e produzir novos significativos possibilitando a aprendizado e a expansão da criatividade, fortalecendo a sua socialização e estimulando assim, sua liberdade de expressão.
2.- 1 A IMPORTANCIA DOS JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
De acordo com kishimoto (1996), baseando-se em Brougére (1981, 1993) e Henriot (1983,1989), buscou compreender a diferença entre os termos.
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Jogo- ação voluntária processual que inclui uma intenção lúdica do jogador, com regras intensas e ocultas, possuindo caráter improdutivo incerto e tendo um fim em si mesmo. Uma atividade livre que, se importa, deixa de ser jogo.
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Brinquedo- objeto que representa certas qualidades é substituto dos objetos reais, para que possa ser manipulado pelas crianças. Também pode representar realidades imaginárias
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Brincadeira- ação voluntária e consciente que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo ao mergulhar na ação lúdica. É o lúdico em ação.
2.1.1 O jogo no desenvolvimento da criança
O jogo une a vontade e o prazer dos participantes durante a realização da atividade lúdica, criando ambientes gratificantes, atraentes e estimulando o desenvolvimento integral do aluno. Na educação infantil, o jogo possui um valor educacional intrínseco e sua utilização traz várias vantagens para o processo de ensino/aprendizagem. Entre elas estão:
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Motivação: por meio do jogo, o prazer do aluno é impulsionado a atingir o objetivo final.
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Mobilização de esquemas mentais: estimula o pensamento.
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Integração de dimensões da personalidade afetiva, social e motora.
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Aquisição de condutas cognitivas e desenvolvimento de habilidades, como coordenação, força, concentração e flexibilidade.
Segundo Kishimoto (1999), todos os jogos são de grande valor educacional, pois oferecem benefícios para aprendizagem da criança. Quando se dominam certos jogos ou brinquedos como educativos, é porque estes se direcionam a um desenvolvimento mais preparado, com finalidade de ensinar algo mais objetivo ás crianças.
O desenvolvimento das crianças na educação infantil é muito importante ás oportunidades de aprendizagem oferecidas a elas no ambiente escolar. Pois é através das brincadeiras que ela expressa seus sentimentos, suas emoções, seus desejos. Os jogos, as brincadeiras e os brinquedos são fundamental para o desenvolvimento cognitivo, motor, emocional e social das crianças.
De acordo com Almeida (2000), os jogos tornam-se mais significativos á medida que a criança de desenvolve, pois, a partir da manipulação de vários e diferentes materiais que a rodeiam e que serve de estímulo, ela passa a reconstruir suas ações, reinventando as coisas, o que exige uma adaptação mais completa. Essa adaptação, que é realizada na infância, consiste numa síntese progressiva da assimilação com a acomodação, o que leva ao desenvolvimento intelectual.
Segundo Almeida (200, p. 42):
Nesta fase a criança desenvolve seus sentidos, seu movimentos, seus músculos, sua percepção e seu cérebro. Olhando, pegando, ouvindo, apalpando, mexendo em tudo que se encontra ao seu redor, ela se diverte e conquista novas realidades. Em sua origem sensório-motora, o jogo para ela é pura assimilação do real ao ‘EU’ e caracteriza as manifestações de seu desenvolvimento. O bebê brinca com o corpo, executa movimentos como estender e recolher braços, as pernas, os dedos, os músculos.
Nesta fase de desenvolvimento, o estímulo dos pais e dos professores da Educação Infantil é fundamental para a vivência de novas descobertas. É importante apresentar para a criança o máximo possível de experiências, para que ela possa aguçar todos os sentidos em diferentes atividades e oportunidades de ação.
Almeida (2000, p. 430) afirma que:
Os jogos de exercícios, que à primeira vista parecem ser apenas a repetição mecânica de gestos automáticos, caracterizam para os bebês os efeitos esperados, isto é, a criança age para ver o que a sua ação vai produzir, sem que por isso se trate de uma ação exploratória. O efeito é buscado pelo efeito naquilo que ele tem justamente de comum: a criança toca e empurra, desloca e amontoa, justapõe e superpõe para ver no que vae dar. Portanto, desde o início introduz na atividade lúdica da criança uma dimensão de risco e de gratuidade em que o prazer da surpresa opõe-se à curiosidade satisfeita.
De acordo com Rizzi e Haydt (2001), o jogo pode ser considerado um impulso natural da criança, e neste sentido satisfaz uma necessidade anterior, pois o ser humano apresenta tendência lúdica. Conforme Rizzi e Haydt (2001, p. 14) enfatizam: “o ser que brinca e joga é, também, o ser que age, sente, pensa, aprende e se desenvolve. “É importante salientar que jogo e brincadeira quer dizer divertimento deve ser encarado como atividade prazerosa e essencial na vida da criança.
2.1.2. Jogo de exercício sensório-motor (0 a 2 anos)
Nos primeiros meses de vida (0 a 2 anos) a criança demonstra através de gestos e movimentos simples para sentir o prazer de esticar as pernas, observar as mãos em movimentos chupar o dedo e os sons produzidos através do choro. Estes movimentos beneficiam o desenvolvimento e o domínio da motricidade.
Segundo Almeida (2000, p.420)
Nesta fase a criança desenvolve seus sentidos, seus movimentos, seus músculos, sua percepção e seu cérebro. Olhando, pegando, ouvindo, apalpando, mexendo em tudo que encontra a seu redor, ela se diverte e conquista novas realidades. Em sua origem sensório-motora, o jogo para ela é pura assimilação do real ao “eu” e caracteriza as manifestações de seu desenvolvimento. O bebê brinca com o corpo, executa movimentos com o corpo, executa movimentos com estender e recolher, as pernas, os dedos, os músculos.
2.1.3 Jogo simbólico (2 a 6 anos)
Do segundo ao sexto ano de vida é através de assimilação do real, representação da imaginação, do mundo faz de conta. Nesta fase a criança imagina um cabo de vassoura em um cavalo, transforma terra, pedras, papéis em comidinha e servem para os amigos. É interessante observar crianças brincando nesta fase, pois elas demonstrando através das brincadeiras a forma como elas vivem. As atitudes são um reflexo do que ela vive: se ela é tratada com carinho e afeto, ela deixara transparecer esse modelo nas brincadeiras, assim como, se ela for tratada com gritos e ofensas, essas atitudes serão comuns nas brincadeiras.
Almeida (2000, p. 47) afirma:
É a fase em que, sob a forma de exercícios psicomotores e simbolismo, a criança transforma o real em função das múltiplas necessidades do seu ‘eu’. [...] Os jogos de que as crianças mais gostam são aqueles em que seu corpo está em movimentos; elas ficam contentes quando podem movimentar-se, e é essa movimentação do corpo que torna seu crescimento físico natural e saudável. [...] É a fase em que a criança imita tudo e tudo quer saber (fase do porquê).
De acordo com Almeida (2000, p. 48), “Nesta fase, a criança reúne-se com outras crianças para brincar, mas ainda age sem observar regras. No jogo todas ganham e todas perdem.”.
2.1.4 Jogo de regras (7 a 12 anos)
A terceira categoria da estrutura do jogo, de acordo com Piaget, é a fase do “jogo de regras”. Que começa se manifestar dos sete aos doze anos. O que caracteriza esse jogo é oque o próprio nome diz: o fato de ganhar ou perder toma proporções bem definidas, por isso é necessário despertar nas crianças o espírito de cooperação, criar mecanismos de preparação para a competição sadia, na qual impera o respeito ao outro, a participação e orientação dos professores e pais é fundamental.
Segundo Almeida (2000, P. 51):
Nesta idade a criança começa a pensar inteligentemente, com certa lógica. Começa a entender o mundo mais objetivamente a ter consciência de suas ações, discernindo certo do errado. Nesta fase os jogos transformam-se em construções adaptadas, exigindo sempre mais o trabalho afetivo e participativo do processo de aprendizagem, que começa a sistematizar o conhecimento existente. O sentido de trabalho-jogo se define como algo inerente, e os trabalhos escolares passam a ter seriedade quando as crianças aprendem a ler e escrever, a calcular, porque é por meio da atividade-jogo que a criança preserva o esforço de se dar por inteiro na atividade que realiza.
Almeida (2000, p. 52) afirma que “[...] a partir dessa idade, as brincadeiras, a prática esportiva, os jogos-sejam construtivos, descobertas, agrupamentos, comunicativos, musicais-, bem como os brinquedos, aparecem sempre sob a forma de interação social, munidos de regras”.
Ainda segundo os estudos de Piaget (1973), é nesta fase que a criança deixa de lado o egocentrismo, percebido nos mais novos, para adquirir um espírito de relações interindividuais e de cooperação.
2.2 O BRINQUEDO NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
De acordo com Vygotsky (1989), é no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva. Em sua concepção, o autor defende que a criança se comporta de forma mais avançada do que nas atividades da vida real, tanto pela vivência de uma situação imaginária quanto pela capacidade de se subordinação às regras pelo prazer de brincar.
Para Vygotsky (1991), é enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. Pois, com menos de três de idade. É essencialmente impossível envolver-se em uma situação imaginária, uma vez que isso implica uma forma nova de comportamento que liberta a criança das restrições impostas pelo ambiente imediato.
Para Kishimoto (1999): [...] enquanto brinca, a criança cria e recria, usa o brinquedo com outras funções. O processo de brincar inclui ações sem caminho preestabelecido. É, por natureza, um ato incerto. O prazer de brincar vem dessas escolhas (KISHIMOTO, 1999, P. 32).
No entanto, no brincar é considerado como uma atividade própria da infância, a criança internaliza comportamentos que geram as transformações necessárias para se desenvolvimento.
O brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal na criança. No brinquedo, a criança se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além do seu comportamento diário; no brinquedo é como se ela fosse maior do que a realidade. Como no foco de uma lente de aumento, o brinquedo contém todas as tendências do desenvolvimento. Sob forma condensada, sendo, ele mesmo, uma grande fonte de desenvolvimento. (Vygotsky, 1991, p.170)
2.3 A BRINCADEIRA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
Toda criança adora brincar e enquanto brinca desenvolve tantas aprendizagens que vale a pena refletir sobre elas e sua importância, dentro do processo de ensino aprendizagem.
Conforme Nascimento (2000, p. 1).
A criança não é um adulto que ainda cresceu, ela tem características próprias Para alcançar o pensamento adulto (abstrato), ela precisa percorrer todas as etapas de seu desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional. Brincando, a criança desenvolve potencialidades; ela compara, analisa, nomeia, mede, associa, calcula, classifica, compõe, conceitua, cria, deduz etc. Sua sociabilidade se desenvolve; elas fazem amigos, aprende a compartilhar e a respeitar o direito dos e as normas estabelecidas pelo grupo e a envolver-se nas atividades apenas pelo prazer de participar, sem visar recompensas nem temer castigo. Brincando, a criança estará buscando sentido para a sua vida. Sua saúde física, emocional e intelectual depende, em grande parte, dessa atividade lúdica.
Enquanto a criança brinca ela desenvolve várias habilidades:
Autonomia, Criatividade, Identidade, Imaginação, Imitação, Senso e justiça, Convivência e Socialização.
Ela aprende muito através do brincar:
Ouvir opinião do outro, esperar a vez de falar ou de jogar, Ceder de vez em quando, respeitar o grupo, cooperar e cumprir regras, Criar e recriar, Resolver conflitos, Respeitar limites, Adquirir novos conhecimentos, Emprestar o brinquedo, Construir objetos ou lugares para brincar, Compartilhar e ouvir ideias.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil 2, trabalhar com o lúdico na Educação Infantil proporciona na criança o desenvolvimento e aprendizagem de forma espontânea e natural, pois enquanto a criança brinca por experiências concretas constrói sua identidade e o seu conhecimento de mundo.
Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como atenção, a imaginação, a imitação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papeis sociais. (MEC, 1998, p..22).
O brincar nas escolas é diferente dos outros locais, tem objetivos para proporcionar a aquisição do conhecimento, desenvolvimento do raciocínio do aluno. Por isso é muito importante brincar, pois tem intencionalidade educacional, não é um brincar é um aprendendo brincando.
De acordo com lima (1999, p. 27).
[...] a utilização do brincar como recurso pedagógico tem de ser vista, primeiramente, com cautela e clareza. Brincar é uma atividade essencialmente lúdica; se deixar de sê-lo descaracterizar-se-á como jogo ou brincadeira. Como atividade infantil, na qual há construção de conceitos, eles podem e devem ser utilizados na escola [...]
2.4 A APRENDIZAGEM ATRAVÉS DO LÚDICO
A criança necessita brincar da mesma maneira que precisamos respirar, faz parte do seu “eu”. Não é difícil comprovar que se aprende brincando, quando estamos em contato direto com a Educação Infantil. É neste ambiente de aprendizagem que percebemos o quanto é eficiente e ao mesmo tempo desafiador o uso de atividades lúdicas como aliados do desenvolvimento cognitivo, físico e emocional das crianças. Brincando ela elabora mentalmente as normas sociais de comportamento, os hábitos determinados pela cultura e conhece os eventos e fenômenos que ocorrem á sua volta.
De acordo com Oliveira (2000, p.23).
Uma situação lúdica pode ser vista, assim como excelente meio de reconhecimento individual e grupal de características pessoais e grupais, quer sociais, morais ou intelectuais em suas múltiplas combinações. Por outro lado, de forma complementar, aponta dificuldade e pontos mal desenvolvidos, levando a criança a buscar melhorá-los para preservar sua imagem perante aos outros.
2.4.1 Nossas crianças têm direito á brincadeira
Instituído no ano de 1999, por uma iniciativa da, o Dia internacional do brincar é celebrado dia 28 de maio. No Brasil, a data foi marcada por mobilizações para reforçar a importância do brincar na infância. Conforme previsto no artigo 16 do Estatuto da Criança e do Adolescente- ECA, parágrafo IV, o direito á liberdade compreende “brincar, praticar esportes e divertir-se”, ações que podem ser desenvolvidas no ambiente escolar. O brincar é reconhecido pela Convenção dos Direitos internacional dos direitos da criança, em seu artigo 31, e pelo artigo 227 da Constituição Federal.
O documento critérios para atendimento em creche e pré-escolas que respeitam os direitos fundamentais da criança elaborados pelo MEC, expressa 14 critérios, vinculados aos direitos das crianças nas instituições, que servem de indicadores para orientar as escolas de Educação Infantil no atendimento aos pequenos. Esse documento diz já no primeiro critério que “Nossas crianças têm direito á brincadeira.”. (MEC, 2009, p. 14).
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Os brinquedos estão disponível ás crianças em todos os momentos
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Os brinquedos são guardados em locais de livre acesso a criança
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Os brinquedos são guardados com carinho, de forma organizada
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As rotinas da creche são flexíveis e reservam períodos longos para brincadeiras livres das crianças
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As famílias recebem orientação sobre a importância das brincadeiras para o desenvolvimento infantil
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Ajudamos as crianças a aprender a guardar os brinquedos nos lugares apropriados
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As salas onde as crianças ficam estão arrumadas de forma a facilitar brincadeiras espontâneas e interativas
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Ajudamos as crianças a aprender a usar brinquedos novos
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Os adultos Também propõem brincadeiras ás crianças
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Os espaços externos permitem as brincadeiras das crianças
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As crianças maiores organizar os seus jogos de bola, inclusive futebol
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As meninas também participam de jogos que desenvolvem os movimentos amplos: correr, jogar, pular
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Demonstramos o valor que damos ás brincadeiras infantis participando delas sempre que as crianças pedem
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Os adultos também acatam as brincadeiras propostas pelas crianças.
Através da brincadeira a criança aprende de maneira prazerosa, e assim garante o seu desenvolvimento integral, pois a ela vê o mundo de maneira lúdica: cantando, dançando, brincando.
Neste sentido é fundamental e necessário que o direito da criança brincar, aprender, sonhar e se desenvolver seja garantido, pois a brincadeira beneficia o desenvolvimento infantil e deve ser valorizado e privilegiado nas creches. “A programação para as creches reconhece e incorpora o direito das crianças á brincadeira”. (MEC 2009 Pg. 14).
2.5 A IMPORTÂNCIA DE O PROFESSOR TRABALHAR DE MANEIRA LÚDICA
Na escola o lúdico ganha uma amplitude maior. Pois, dependendo da mediação proporcionada pelo professor, da valorização das ações lúdicas e do estímulo que o professor oferece elas podem desenvolver o pensamento crítico e criativo das crianças, tornando aprendizagem agradável e tranquila. Ensinar conteúdos convencionais de forma lúdica é possibilitar o aprender, pois permite o desenvolvimento da socialização: fazendo amigos, aprendendo a compartilhar, a escolher, a assumir lideranças e expressar opiniões. Portanto, é papel do professor proporcionar atividades lúdicas que contribuam para o desenvolvimento cognitivo da criança na Educação Infantil.
É necessário que a escola e o professor procurem adequar-se ás novidades, inserir brincadeira e preparar aulas dinâmicas, resgatando as antigas brincadeiras e valorizando o brinquedo como recurso pedagógico para o desenvolvimento da aprendizagem.
Para Almeida (2011, p. 1):
Uma aula com características lúdicas não precisa ter jogos ou brinquedos. O que traz ludicidade para sala de aula é muito mais ‘atitude’ lúdica do educador e dos educandos. Assumir essa postura implica sensibilidade, envolvimento, uma mudança interna, e não apenas externa, implica não somente uma mudança cognitiva, mas principalmente uma mudança afetiva. A ludicidade exige uma predisposição interna, oque não s adquire apenas com a aquisição de conceitos, de conhecimentos, embora estes sejam muitos importantes.
Nesse sentido Rojas (2007, p.40) afirma que “o lúdico é à base de toda a atividade da Educação a Infância, pois é o meio de motivação para a criança, que podem dar origem a processos de aprendizagem importantes é fontes de descobertas e prazer.
O uso de jogos, brinquedos e brincadeiras é indispensável em uma aula lúdica, pois além tornar uma aula mais produtiva e divertida, contribui para aprendizagem e o desenvolvimento do aluno. De acordo com o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (1998, p.28):
As brincadeiras de faz de conta, os jogos de construção e aqueles que possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de tabuleiro), jogos tradicionais didáticos, corporais etc. Propiciam a ampliação dos conhecimentos infantis por meio da atividade lúdica. É o adulto, na figura do professor, portanto, que, na instituição infantil ajudava a estruturar o campo das brincadeiras na vida das crianças. Consequentemente é ele que organiza brinquedos ou jogos, da delimitação e arranjo dos espaços e do tempo para brincar. Por meios das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades e dos recursos afetivos e emocionais de que dispõem.
A ludicidade é comunicação da vida, do sentir, do fazer brotar e reviver o velho no novo. A prática lúdica é a presença na ação e direção pedagógica em que vai modelando e resinificando o real, na arte-magia de ser, de pensar, de sentir. “Quando se trabalha com a ludicidade enquanto comunicação, estado do humano sente-se que está trabalhando em uma ecologia de ação” Rojas (2004, p,26).
2.5.1 O faz de conta e a mediação do professor
Segundo Sampaio (1996) as atividades lúdicas propiciam às crianças a exploração e conhecimento das suas capacidades motoras, e é de vital importância conceber o desenvolvimento cognitivo, psicomotor e afetivo da criança.
O lúdico torna o momento de ensino algo agradável, prazeroso, divertido e ao mesmo tempo rico em conhecimentos. De acordo com Kishimoto, (2002, p. 146). “[...] por ser uma ação iniciada e mantida pela criança, a brincadeira possibilita a busca de meios, pela exploração ainda que desordenada, e exerce papel fundamental na construção do prazer”.
Pode se perceber que é por meio do faz de conta que a criança desenvolve a fantasia experimentam papeis sociais, resolvam e criam situações vivenciadas no cotidiano. Favorece também o desenvolvimento da autonomia, da socialização, da imaginação e a formação da identidade;
Os educadores precisam encontrar-se no brincar cada vez mais para transformar esses momentos prazerosos, O diálogo e as participações estimulam o envolvimento das crianças nas brincadeiras e jogos. O educador é o parceiro central nas brincadeiras das crianças.
Segundo Cury (2003, p.57)
Os professores fascinantes transformam a informação em conhecimentos e o conhecimento em experiências. Sabem que apenas a experiências é registrada de maneira privilegiada nos solos da memória, e somente ela cria avenidas na memória capazes de transformar a personalidade. Por isso, estão sempre trazendo as informações que transmitem para a experiência de vida.
2.6 LUDICIDADE E AFETIVIDADE: NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM
Afetividade é tudo que afeta, sob esse olhar pode ser algo prazeroso ou não.
As expressões das emoções são mais intensas e de amplas proporções quanto mais novas são as crianças. “Quanto á criança, a penúria e a fragilidade de sua vida intelectual têm como contrapartida necessária grande emotividade” (WALLON, 2007 P.124).
Para Almeida (2011, p. 1):
A afetividade é estimulada por meio da vivência, na qual o educador estabelece um vínculo de afeto com o educando. A criança necessita de estabilidade emocional para se envolver com a aprendizagem. O afeto poder ser uma maneira eficaz de se chegar perto do sujeito e a ludicidade, em parceria, um, caminho estimulador e enriquecedor para se atingir uma totalidade no processo do aprender.
A criança necessita ser amada, aceita, acolhida e atenção para que possa despertar para a vida o aprendizado. É o professor que prepara esse ambiente acolhedor.
Para o referencial curricular nacional para educação infantil (1998, p.280):
A brincadeira favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa. Brincar contribui, assim, para a interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito de grupos sociais diversos. Essas significações atribuídas ao brincar transformam-se em um espaço singular de constituição infantil. Nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já possuíam anteriormente em conceitos gerais brinca. Por exemplo, para assumir um determinado papel numa brincadeira, a criança deve conhecer alguma de suas características.
O papel do professor vai além de ensinar, a atividade docente com crianças exige uma relação com seu cotidiano antes de qualquer coisa.
Entrar na relação é escutá-la a criança, por mais simples que seja suas expressões, estar atento as suas necessidades e desejos, sempre com o objetivo de proporcionar seu bem-estar. O trabalho na educação infantil é de acolher com amor, como recomenda Freire com cuidado nas expressões afetivas e as necessidades emocionais.
Ao realizar este trabalho sobre jogos, brinquedos e brincadeiras: A importância do lúdico e o processo de desenvolvimento infantil foram muito enriquecedores, para meus conhecimentos. Toda teoria foi embasado em livros, revistas, internet. As metodologias de formas lúdicas são muito importantes pata trabalhar em sala de aula na educação infantil.
É importante ressaltar a importância de utilizar o lúdico de forma educativa, ou seja, ensinar de forma e que conseguiremos uma educação de qualidade, e que conseguiremos ir ao encontro dos interesses e necessidades das crianças. Por isso, é essência que as formações inicial e continuada dos professores que atuam na educação infantil de especial ênfase á compreensão e a mediação da brincadeira de maneira a garantir consistência na pratica educativa no âmbito da ludicidade. Acreditamos que a escola também pode contribuir auxiliando os pais a melhor entender o brincar na escola.
Contudo em relação à visão do brincar na educação infantil as atividades lúdicas permite que a criança desenvolva a socialização, pois através das brincadeiras elas se comunicam, aceitam e sugerem opiniões, compartilham brinquedos. Percebe se que a relação e a interação entre elas se tornam significativa à medida que inventa, reinventa, conseguindo assim avançar nos aspectos cognitivos, afetivos e no seu desenvolvimento social. Neste sentido muitos professores deixam a desejar, talvez por falta de conhecimento ou porque trabalhar de maneira lúdica é mais trabalhoso, ou seja, muitos têm a concepção que é um mero passatempo ensinar através do brincar que a criança não aprende brincando e sim fazendo atividades na folha.
Para concluir é nas brincadeiras de faz de conta que a criança começa a apresentar a ideia de família, de trabalho, de lazer, em fim da vida, onde dividem papeis sociais como pai, mãe, filhos, irmãos, entre outros. O brinquedo tem um papel relevante no desenvolvimento da criança, a partir dele a criança tem diferentes percepções atribuindo-lhe diferentes significativos com um mesmo brinquedo. Brincando, a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e adquiri habilidades. Portanto elaborar este trabalho foi muito importante, pois sendo assim, é fundamental que o professor seja mediador oportunizado as crianças criando situações de roda de conversa, brincadeiras orientadas ou livres que garanta a interação entre as mesmas, em um ambiente propício á ludicidade.
Com a realização dessa pesquisa sobre os jogos, brinquedos e brincadeiras: a importância do lúdico e o processo de desenvolvimento infantil teve-se a oportunidade de ampliar os conhecimentos sobre a importância da ludicidade na educação infantil. Percebo que as brincadeiras precisam ser objetivas e que é importante o professor considerar a brincadeira como instrumento essencial na aprendizagem da criança. É fundamental que as atividades sejam planejadas de acordo com as necessidades e interesses da turma. Essa pesquisa deixa bem claro ”o brincar” não é um mero passatempo. Pois no momento que a criança esta brincando esta aprendendo e desenvolvendo habilidades nos aspectos cognitivos, físico e social. Ao buscar novas formas de ensinar a partir do lúdico conseguiremos uma educação de qualidade que vem de acordo com as necessidades da criança.
Ao terminar esse trabalho me sinto preparada para desempenhar o meu papel de educadora na educação infantil. Durante esse período de estudos obtive muitos conhecimentos teóricos e práticos que pode me fazer crescer na vida pessoal e profissional, porém houve momentos de dificuldades, mas através de orientações, leituras e práticas procurei superá-las.
O estudo me permitiu compreender que as atividades realizadas com ludicidade são significativas para a criança construir seus conhecimentos e contribui também para a formação de cidadãos autônomos, capazes de pensar por conta própria, sabendo resolver problemas e compreendendo um mundo que exige diferentes conhecimentos e habilidades. Em fim, pode se afirmar que este trabalho trouxe a compreensão de que é possível oferecer uma educação de qualidade que venha de encontro com o interesse da criança “aprender brincando”. O lúdico é exatamente atraente para a criança, facilitando assim a aprendizagem.
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