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PRÁTICAS INCLUSIVAS DA SALA DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO – AEE

Micheli Marcansoni

Larissa Ribeiro Bueno

 

 

RESUMO

A Educação Inclusiva se da a partir de oportunidades para que as crianças tenham acesso ao conhecimento e a implementação de práticas em seu cotidiano que venha a favorecer o desenvolvimento de todas as suas etapas, respeitando suas necessidades especiais e evitando separá-los dos demais; fazendo com que eles possam usufruir de todos os meios didáticos e tecnológicos e promovendo assim oportunidades de aprendizagem diferenciadas e assistiva. Desta maneira, quando falamos em práticas inclusivas precisamos entender que Inclusão não é apenas condição do professor isoladamente, mas sim de toda a escola. Para trabalhar com essa nova perspectiva são necessárias mudanças, e mudar a escola exige trabalho em muitos âmbitos. As práticas são sempre idealizadas para promover o desenvolvimento global, sendo elas cognitivas, motoras, emocionais, linguísticas entre outras. A escola deve ter compromisso social não só com base na inclusão, mas também com a educação como um todo, visto que ele determina a aprendizagem como eixo da escola, garantindo e assegurando mais uma vez a aprendizagem como direito e dever de todos.

 

Palavras-chave: Inclusão. Boas Práticas. Educação Especial.

 

 

INTRODUÇÃO

 

No processo de escolarização dos seus alunos, a escola necessita estar apta a desenvolver atitudes e práticas que, somadas às adaptações curriculares, metodológicas e de recursos físicos e materiais, assegure a esses o desenvolvimento de um trabalho de qualidade. Assim, a escola tem como objetivo preparar a criança para a cidadania; isso inclui orientá-la para valorizar as particularidades. Dessa forma, a Educação Inclusiva vem beneficiar não as crianças especiais como também as ditas “normais”.

A Educação inclusiva envolve diferentes agentes, como gestores, familiares, professores e profissionais de apoio, e segundo a definição da Secretaria de Educação Básica, por meio da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva - PNEEPEI (2008), a Educação Inclusiva é uma proposta de ensino fundamentada nos direitos humanos e na equidade de oportunidades, na qual o sistema educacional deve organizar-se para garantir que todas as crianças aprendam juntos e tenham suas especificidades atendidas.

Vivemos em um contexto em que a sociedade busca repensar a escola e o seu conjunto natural e filosófico, que vem sendo, ao longo dos séculos, colocado em prática. um dos grandes desafios atuais é proporcionar uma educação para todos, sem distinções, além de assegurar um trabalho organizado e adaptado que venha atender todas às Necessidades Educacionais Especiais das crianças. Devendo nos educadores centrarmos na busca de rever concepções, estratégias de ensino, de orientação e de apoio, a fim de que possam ter suas necessidades reconhecidas e entendidas. Dessa forma, o espaço escolar deve ser organizado, planejado e sistematizado para ofertar condições, independentemente de suas peculiaridades e das suas deficiências, promovendo um ensino de qualidade para todos.

 

 

METODOLOGIA

 

Incluir" vem do latim: includere e significa "colocar algo ou alguém dentro de outro espaço/lugar" já as práticas inclusivas podem ser entendidas como estratégias voltadas para a universalização de direitos de aprendizagem.

Algumas crianças especiais possuem dificuldades com coisas básicas do dia a dia, assim como alimentar-se sozinhos, ser responsável por sua higiene pessoal, socialização etc. Sendo assim a educação especial vem complementar o que é ensinado no ensino regular, reforçando esses aprendizados para que seu desenvolvimento seja completo e para que esta criança possa e consiga interagir no seu meio social da melhor maneira possível.

Para uma prática inclusiva, precisamos tentar as infinitas possibilidades para se executar uma atividade, como por exemplo quando a criança não executa a tarefa de forma espontânea, é recomendado fazer solicitações verbais e/ou gestuais diretas de forma espaçada a fim de encorajar a criança sem tornar a atividade aversiva. A criança precisa se sentir atraída a realizar a atividade, por tanto deve ser apresentado previamente esta atividade a ela, fazendo questionamentos como: que cor é essa? O que será que vamos fazer com isso? Você gosta dessa cor? Etc. é necessário promover oportunidades para elas desempenharem a tarefa proposta.

O atendimento deverá ser especifico e individualizado, planejando muito bem as atividades de modo que venha a contribuir e melhorar o desenvolvimento do indivíduo. À utilização de atividades lúdicas, jogos pedagógicos que explorem mais os canais de aprendizagem como: visual, auditivo e sensitivo que promovam a estimulação/experimentação de novas metodologias e estratégias veem a ajudar no desenvolvimento e contribuir para sua inclusão no ambiente escolar. O uso dessas práticas é vantajoso sobretudo no caso de crianças público-alvo da Educação Especial, pois garante um aprendizado inicial sem erros, o que torna mais provável o engajamento e o sucesso da criança nas tentativas instrucionais seguintes.

Em um ensino de qualidade e para todos precisamos valorizar as ações educativas que se pautam por solidariedade, colaboração e compartilhamento do processo educativo com todos os sujeitos que estão diretas ou indiretamente envolvidos. A instituição por si é o maior alicerce desse desenvolvimento, ela precisa estar preparada e principalmente preparar seus profissionais para trabalhar com a diversidade valorizando todos os indivíduos como seres singulares e que todos tenham direitos e deveres com um objetivo único: a construção do conhecimento e desenvolvimento dessa criança.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Precisamos estar mais atentos as novas diretrizes e aos currículos existentes nas escolas regulares que por muitas vezes encontram-se desatualizados e ainda não estão flexibilizados para trabalhar com essa demanda; a escola tem uma prática de aquisição de conhecimentos a serem transmitidos, isto é, tem relação com os processos cognitivos para compreender o que a escola deve “transmitir”; e a prática inclusiva para crianças com necessidades especiais precisa favorecer todos os aspectos de desenvolvimento para contemplar as diferenças, visto que todos somos seres únicos.

Não adianta apenas existirem leis, é necessário que se tenha uma visão ampla sobre uma boa prática inclusiva, não adianta se falar em educação para todos se não respeitarmos o direito as diferenças; temos que analisar como essa educação vem acontecendo e se ela está realmente preparada para incluir a todos sem deixar lacunas no que se refere a um trabalho para a diversidade.

 

 

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