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PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NA ATUALIDADE

Fernanda de Oliveira Costa Ferareze

 

 

RESUMO

A reflexão sobre a alfabetização na atualidade surgiu das questões das práticas e métodos que se pode usar no processo ensino/aprendizagem. Uma pesquisa bibliográfica para encontrar as respostas e sugestões para serem utilizadas ao alfabetizar alunos com dificuldade. O objetivo foi visar os métodos de alfabetização utilizados até o momento, buscando novos saberes que possam ser aplicados em sala de aula, quando adequados e que possam entender o aluno como um todo, um ser físico, cognitivo, emocional e social. O contexto primeiramente voltou -se para a história da alfabetização buscando no passado e na atualidade, o presente e os diferentes métodos desenvolvidos: sintético e analítico, concluindo com o ensinar e o aprender: uma questão de método; depois foi analisado o processo de alfabetização desenvolvem o ensino da leitura completa e a escrita na prática ,é de suma importância mostrando que a alfabetização, faz a diferenças nas atividades lúdicas desenvolvidas .A alfabetização, desenhada e implementada como política pública, deve ser desenvolvida como integrar, articulada a outras secretarias de governo, e não como uma ação pontual que pode mudar quando um novo ensino demonstra estratégias de ensino.

 

Palavra- Chave: Alfabetização. Atualidade, Lúdicas.

 

 

INTRODUÇÃO

 

Esse artigo deverá encontrar propostas que evidenciem a importância da alfabetização ser realizado em sala de aula, e os possíveis caminhos que o alfabetizador deverá percorrer para que seus alunos se saiam bem nessa aventura, o saber ler e escrever. Com essa pesquisa procurou-se estudar a importância do processo de alfabetização nos anos iniciais. Durante os estudos foi observado todo o processo de alfabetização enfocando a importância do mesmo no desenvolvimento da criança.

A linguagem e a escrita é a essência da ação humana, assim como declara Bakhtin (2010), os homens são seres sociais cujo desenvolvimento de aprendizagem ocorre por meio da interação com o outro e com a forma utilizada por ele para que o mesmo possa desenvolver a sua aprendizagem.

Para que o aluno, no decorrer de seus estudos possa desenvolver uma aprendizagem na leitura para a fruição do texto, o mesmo deve ter sido iniciado no período de alfabetização, o desenvolvimento do ato de compreensão de seus estudos é uma condição prévia para o pleno desenvolvimento da cidadania autônoma. O processo de alfabetização é extremamente importante para que o indivíduo adquira a capacidade de viver em sociedade, pois a mesma valoriza a escrita, pois todas as atividades desenvolvidas dependem da linguagem e da escrita.

Então o processo de alfabetização é uma das grandes preocupações dos profissionais ligadas a educação, sendo também preocupação do Estado, através das universidades, na formação de profissionais competentes.

O maior problema para os que estão envolvidos com o processo é o fato de que nem todas as crianças, que passam por esse processo, conseguem aprender a ler e a escrever.

 

 

DESENVOLVIMENTO:

 

O processo de ensino possui muitas falhas, principalmente nos anos iniciais. Em pleno século XXI, ainda são discutidos problemas que já existiam no século passado, o fato de que ainda acontecem os números elevados de repetência e evasão escolar. Nessa questão, segundo Soares (2010), estão debruçados os estudos realizados na educação. Segundo Patto (1993) alguns problemas enfrentados pela educação, bem como os fracassos da alfabetização, acontecem pelo tipo de sociedade que o Brasil tem, excludente, onde os mais carentes deixam os estudos para trabalhar, ou então trabalham com seus pais na roça e estudam.

Para Soares (2010) a alfabetização é um processo importante para o desenvolvimento social do indivíduo, pois a alfabetização é a ação de ensinar/ aprender a ler e escrever. Barbosa (2013) afirma que as práticas pedagógicas são processos culturais, históricos e acabam evoluindo dependendo da necessidade da sociedade, isso aconteceu com a alfabetização e sempre acontecerá. Nesse contexto os profissionais estão se desdobrando para que essas crianças possam aprender a ler e a escrever da melhor maneira possível. Krammer (1986, p. 28) diz que mais que um processo de alfabetização o saber ler implica no desenvolvimento da comunicação e expressão com ênfase no processo de produção e utilização de textos. Para o autor:

 

Saber ler e escrever significa dispor do veículo fundamental de acesso aos conhecimentos da língua nacional, da Matemática, das Ciências, da História, da Geografia e significa ainda, possuir o instrumento de expressão e compreensão da realidade física e social.

 

Nesse caso o autor defende a alfabetização, sob um novo contexto e junto com Soares (1985), afirma que o conceito correto de alfabetização seria suficientemente amplo para incluir a abordagem mecânica do Ler/escrever o enfoque da língua escrita como meio de expressão/compreensão, com especificidade e autonomia em relação à língua oral, e ainda, os determinantes sociais das funções e fins da aprendizagem da língua escrita.

No contexto atual a alfabetização deverá proporcionar mecanismos para inserir a criança no mundo cultural, bem como a inserção da mesma na sociedade, a partir de sua capacidade de ler e escrever. A criança deverá ter ao se alfabetizar a capacidade de interagir com outras pessoas, ter contato com muitos textos, muitas formas de escrever e a partir desse fato conseguir escrever o seu próprio texto.

Segundo Ferreiro (2001) a criança bem alfabetizada começa o seu processo muito antes de ingressar na escola, nas embalagens do seu salgadinho favorito, nos livros que seus pais compram e leem para ela, nos seus equipamentos eletrônicos e em tudo que possa chamar a sua atenção para o mundo das letras e da escrita.

Sua vivência social possibilita que a mesma aprenda em outros ambientes, até mesmo aqueles que não fazem parte da escola, sua casa, o cinema ou qualquer ambiente cultural. Assim que as crianças tem acesso á escola, ou até mesmo antes dela, antes até da alfabetização, elas já tem a prática oral, sendo assim, é importante a disponibilidade de livros e histórias, assim maiores serão as chances da criança gostar de ler, sendo estimuladas a narrar acontecimentos e imaginar histórias, através dos livros.

Cada criança lê do seu jeito, folheando e olhando as figuras, ainda que não saibam decodificar as palavras e as frases escritas. Segundo Edmir Perrotti (2000) apud Maricato (2005, p.25), “quanto mais cedo às crianças tiverem contato com histórias orais e escritas, maiores serão as chances de gostarem de ler”. Assim, cabe ao professor utilizar materiais favoráveis para a aprendizagem do aluno, utilizando métodos e estratégias de forma significativa e dinâmica.

Porém, é importante destacar que uma criança que vem de uma família que não lê e encontra na escola uma professora na mesma situação, ela não terá o interesse pela leitura. Então, os professores têm que ser leitores para que sintam prazer no convívio com o material escrito, passando confiança para os alunos. É importante, para se ter uma boa leitura, as crianças serem envolvidas em um ambiente favorável e aconchegante para a contação de histórias, brincadeiras com livros, de uma forma prazerosa e enriquecedora, que despertem o seu interesse, para assim formar cidadãos leitores para a vida toda.

Segundo Schimidt (2003) quando uma criança se apropria da escrita o mesmo se desenvolve culturalmente e psiquicamente, pois o domínio da escrita favorece a criança no domínio de um sistema simbólico e de difícil compreensão. Para o autor o domínio de tal fator ajuda para que ocorra o maior número de sinapses durante o seu desenvolvimento cognitivo.

Esso processo cognitivo acompanhou o processo filogenético da humanidade, sendo que para Gonçalves (2004, p. 50):

 

Na escala filogenética da evolução da humanidade, estes poucos anos de vida de um indivíduo representam milhares de anos na história da humanidade. Não se conseguem perceber ao longo do processo de evolução temporal que a natureza desenvolveu até aqui para construir este ser humano dotado de capacidades e características únicas e fantásticas de falar, ler e escrever.

 

A capacidade de ler e escrever não são apenas atividade de repetição, mas sim um processo complexo de elaboração de pensamento, onde a escrita representa nossa forma de falar e nossa forma de falar acaba demonstrando a forma de viver. Depois que acriança aprende sobre a escrita, fica mais fácil ela aprender a língua escrita e inserir-se no meio social.

Quando a criança aprende a desenhar, pintar e brincar de faz de conta, brincar com massinhas, dançar e falar poesias ajuda a criança a construir o seu conhecimento, de sua identidade e de sua personalidade, contribuindo assim para o desenvolvimento de sua escrita (MELLO, 2005).

É claro que a escola pode insistir em realizar o processo de alfabetização utilizando as antigas cartilhas, cheias de símbolos, utilizando o método da silabação, mas isso será apenas codificação e decodificação e seria reduzir todo o processo em um ato mecânico. Zilbermam (1985) já alerta que a alfabetização é um processo que envolve a percepção do aluno e a sua capacidade de memorizar, para que o mesmo possa ler e escrever. Nesse contexto ele precisa construir seu conhecimento, ou seja, ele precisa entender a escrita e a forma que ela representa a linguagem.

Segundo Zilbermam (1985, p. 27), “A criança é vista como um ser em formação cujo potencial deve se desenvolver a formação em liberdade, orientando no sentindo de alcance de total plenitude em sua realização” Para que isso ocorra de uma forma menos traumática para a criança é necessário que o educador durante o processo de alfabetização ensine a criança a resolver seus problemas ser autônoma, não dando a resposta e assim, no futuro ela resolverá seus problemas de forma eficiente.

Para Ferreiro (1991, p. 9):Tradicionalmente, a alfabetização inicial é considerada em função da relação entre o método utilizado e o estado de “maturidade” ou de “prontidão” da criança. Os dois pólos do processo de aprendizagem (quem ensina e quem aprende) têm sido caracterizado sem que leve em conta o terceiro elemento da relação: a natureza do objeto de conhecimento envolvendo esta aprendizagem.para que o processo de alfabetização ocorra com sucesso é necessário que haja uma interação permanente entre o aluno e seus conhecimentos, sendo que a escola passa a ser o ambiente para que esse conhecimento flua mais facilmente.para que esse processo ocorra é necessário que a escola se conscientize da importância de facilitar ao aluno a interação com o mundo das letras. Nesse momento aluno deverá entender o processo da leitura e escrita e as funções que as mesmas desempenham no seu contexto social.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Esse artigo procurou discutir o processo de alfabetização, sob a ótica dos pensadores descritos no texto acima. Foicom a leitura dos textos que foi verificado a possibilidade do aluno desenvolver a habilidade de interpretar através da leitura todo o contexto social em que vive.

Durante a leitura dos autores concluiu-se que para o aluno possa aprender a ser alfabetizado, ele deverá ser incentivado à ler todos os tipos de textos, onde o mesmo aprenderá, através da releitura a criar o seu próprio texto e assim interferir e mudar a sua realidade.

Foi verificado no decorrer de nosso texto, que alfabetização é um processo que estimula o saber ler e escreve. Ser um indivíduo alfabetizado, não significa só saber ler e escrever significa interpretar o texto lido e ter a capacidade de escrever o seu próprio texto, coerente e crítico, tendo como base aquele que foi lido por ele.

Um indivíduo alfabetizado poderá mudar a sua realidade, através da interpretação, das realidades de outros, pois um texto criado por um outro e mostra a realidade dele e o aluno deverá ser capaz de criar um texto que demonstre a sua realidade.

 

 

REFERÊNCIAS

 

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Ampliação do Ensino Fundamental para Nove Anos. Brasília, DF. 2004. Relatório.

 

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FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 44º Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2005.

 

FERREIRO, Emília. Com todas as letras. Editora Cortez. São Paulo. 1993.

 

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MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. Editora Pedagógica e Universitária, 1986.

 

MORTATTI, Maria do Rosário Longo. A “querela dos métodos” de alfabetização no Brasil: contribuições para metodizar o debate The “methods querela” onliteracy in Brazil: contribuitionstomethodizethe debate.Revista Eletrônica Acolhendo a Alfabetização nos Países de Língua Portuguesa, v. 3, n. 5, p. 91-114, 2009.

 

MOLL, Jaqueline. Alfabetização possível: reinventando o ensinar e o aprender. Porto Alegre: Ed. Mediação, 1996.

 

KRAMER, Sonia. In: Ensino Fundamental de 9 anos-orientações pedagógicas para os anos iniciais. Secretaria de Educação do Estado do Paraná. Curitiba- 2010.

 

OLIVEIRA, Cristiane Madanélo de. As histórias infantis como forma de consciência do mundo. 2005. Disponível em: <http://www.graudez.com.br/litinf/livros htm>. Acesso em:15 mai. 2017.

 

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SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. 6. Ed. São Paulo: contexto 2010.

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