A TRAJETÓRIA FEMININA NA LITERATURA BRASILEIRA

Luana Fernandes de Souza

Neusa Pereira dos Santos

Thamires Pereira da Silva

 

 

1 PROBLEMA

Como se deu a trajetória das mulheres no ramo literário no Brasil?

 

2 HIPÓTESES

A hipótese a ser verificada neste estudo é que a mulher durante sua trajetória e luta por espaço na literatura, devido a razões culturais, teve que enfrentar diversas empreitadas, como preconceito, pobreza, desvalorização, falta de apoio, entre outras questões a desfavor, e ainda nos dias atuais algumas destas questões ainda refletem na carreira de muitas escritoras.

 

 

3 INTRODUÇÃO

 

Não é de hoje que o sexo feminino possui uma desvantagem em relação ao masculino em diversos segmentos da vida, porém em décadas passadas essa desigualdade era ainda mais gritante.

Bourdieu (2010) em seu livro sobre a dominação masculina, relata que embora atualmente encontrarmos mulheres em todos os níveis do espaço social, suas oportunidades de acesso decrescem à medida que atingem posições mais raras. Por exemplo, é verdade que cada vez mais vemos mulheres representadas em cargos públicos, porém sempre em posições menos favorecidas, apesar da longa luta feminina para ter o reconhecimento de suas qualificações, seu trabalho ainda é empobrecido, dando superioridade na valorização do trabalho masculino.

O autor ainda afirma que no mercado de trabalho sem dúvida elas são sempre menos remuneradas que os homens, mesmo realizando o mesmo dever. Com os mesmos diplomas obtém cargos menos elevados e sobretudo são as mais atingidas pelo desemprego e precariedade de emprego, sendo excluídas quase que infalivelmente dos jogos de poder e das perspectivas de carreira

Na área da escrita não é diferente, quantas mulheres tiveram que se desfazer de seus escritos para ter paz? quantas obras femininas foram assinadas por um “autor”? quantas se perderam no anonimato? Em 1859, de acordo com a Biblioteca Nacional (2020) foi lançado o primeiro romance de autoria feminina, o qual a própria autora descreve-o como mesquinho e humilde, de pouco valor, por ter sido escrito por uma mulher brasileira, de educação acanhada e sem o trato e a conversação dos homens ilustrados.

Por muito tempo na história o sexo feminino foi silenciado, sob imposições de que seu lugar na sociedade seria em casa como doméstica, sendo rotulada como um ser sem capacidades para produções de saber cientifico, filosófico e cultural. Em relação a escrita não se é diferente, neste contexto Duby e Perrot (1990, p.7), questionam:

 

Escrever a história das mulheres? Durante muito tempo foi uma questão incongruente ou ausente. Voltadas ao silêncio da reprodução materna e doméstica, na sombra da domesticidade que não merece ser quantificada nem narrada, terão mesmo as mulheres uma história?

 

Atualmente as mulheres participam e são reconhecidas no ramo literário, no passado é certo que também tiveram sua participação, porém de acordo com Tedechi (2016) esta participação foi pelas “portas dos fundos”, o autor questiona que durante muito tempo, foram negadas às mulheres a autonomia e a subjetividade necessárias à criação, consequência da manipulação, do controle da palavra e da escrita.

Alias, por mais que as desigualdades de gênero tenham diminuído nos tempos atuais, a mesma ainda existe e contribui com a extensão de vários empecilhos que implicam no avanço do sexo feminino em diversos ramos, incluindo a escrita, devido a isso releva-se a importância desta pesquisa, que busca resgatar a história da mulher no campo da literatura, trazendo à tona nomes que estão em esquecimento, mas que tiveram importante contribuição para o avanço feminino nesta área em questão.

Desta forma, esta pesquisa busca explorar dentro dos fatores históricos e culturais, as barreiras como preconceitos, assedio, tempo, desvalorização, responsabilidades do lar (crianças e idosos para cuidar), entre outros apontamentos que podem estar interligados a razão pela qual os nomes como Machado de Assis, Aluísio Azevedo, Euclides da Cunha, Mário de Andrade, Lima Barreto são tão valorizados nacionalmente, sempre inclusos no currículo da língua portuguesa, enquanto que Maria Firmina dos Reis, a primeira escritora brasileira, é simplesmente esquecida.

 

 

4 OBJETIVO PRIMÁRIO

 

Analisar as diferentes trajetórias das escritoras Maria Firmina dos Reis, Julia Lopes de Almeida, Gilka Machado, Carolina Jesus e Narcisa Amália, mulheres produtoras da literatura nacional, que caíram em esquecimento.

 

 

5 OBJETIVO SECUNDÁRIO

 

• Analisar as dificuldades que estas autoras enfrentaram para conseguir publicar suas obras e o motivo por não serem lembradas;

• Identificar como a produção literária feminina pode ser utilizada para dar voz e reconhecimento para as mulheres;

• Constatar a importância e a contribuição das escritoras analisadas para a literatura nacional.

 

 

6 METODOLOGIA PROPOSTA

 

Esta se trata de uma pesquisa bibliográfica histórica, descritiva e explicativa, sendo assim, os métodos adotados para a coleta de dados serão a partir da leitura de textos, livros, biografia das escritoras que serão estudadas, artigos e demais materiais científicos. As informações coletadas irão ser analisadas e os resultados descritos.

Este trabalho caracteriza-se como sendo de natureza qualitativa, que segundo Minayo (2003), se preocupa com as ciências sociais em um nível de realidade que não pode ser quantificado, trabalhando com o universo de crenças, valores, significados e outros pontos importantes das relações que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. A pesquisa qualitativa não procura enumerar ou medir os eventos estudados, nem emprega instrumental estatístico na análise dos dados, por outro lado, envolve a obtenção de dados descritivos sobre a situação estudada. (GODOY, 1995).

Para a organização dos dados será utilizado o processo de codificação, que procura certa regularidade na informação analisadas, separando por tópicos que emergem com regularidade, sendo estas denominadas de categorias de codificação. As categorias surgem com a premissa de classificar dados descritivos colhidos na pesquisa. (BOGDAN; BIKLEN, 2006).

Sendo assim, esse estudo se baseia numa análise por categorias, onde os dados coletados serão relacionados para a identificação de similaridades, avaliando e reavaliando para assim identificar as principais questões implicadas na jornada das mulheres no ramo da literatura brasileira.

 

 

7 ESTIMATIVA DE CUSTO

 

Por se tratar de uma pesquisa bibliográfica histórica, em ambas as fases do projeto as despesas serão referentes apenas a impressão gráfica, seguindo a seguinte estimativa de custo:

 

Descrição do Serviço	Quantidade	Valor Unitário	Valor Total
Impressão Gráfica Colorida	200 folhas	0,80	160,00
TOTAL			160,00

 

 

8 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

 

ATIVIDADES	Fev.	Mar.	Abr.	Mai.	Jun.	Jul.
Busca de Referencial Teórico	x	x
Coleta de Dados		x	X	x
Analise de Dados					x
Considerações Finais					x
Resumo					x
Formatação do texto para avaliação Final						x
Entrega da versão Final						x

 

 

REFERÊNCIAS

 

BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto Codex- Portugal: Porto, 2006.

 

BOURDIEU, P. A dominação masculina. 9. ed. Rio de Janeiro, RJ: Bertrand Brasil, 2010. 160 p.

 

BOUZADA, M. Maria Firmina dos Reis, primeira autora brasileira. BIBLIOTECA NACIONAL. Disponível em:https://www.bn.gov.br/acontece/noticias/2020/05/maria-firmina-reis-primeira-autora-brasileira. Acesso em: 17 set. 2021.

 

DUBY, G. e PERROT, M. História das Mulheres no Ocidente: antiguidade. V. 1, Porto: Edições Afrontamento, 1990.

 

GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. In: Revista de Administração de Empresas. São Paulo: v.35, n.2, p. 57-63, 1995.

 

MINAYO, M. C. de S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 22. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2003.

 

TEDECHI, L. A. Os Desafios da Escrita Feminina na História das Mulheres. Dourados, MS, v.10, n.21, 2016.