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UM OLHAR VOLTADO PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL, COMO LIDAR COM O DISTÚRBIO DA DISLEXIA

Andreia Rodrigues dos Santos
Laudiceia Parizoto de Oliveira Molina
Samara Atanazio Santos
Viviane Atanazio

 

 

RESUMO:

Falar sobre a aprendizagem cognitiva de um aluno vai muito além do nível de aprendizagem que ele possui, no mundo contemporâneo a defasagem de aprendizagem vem crescendo absurdamente, mas será que o ambiente escolar está apto para receber esses alunos? Esse e outros questionamentos que procuramos esclarecer nesse trabalho através de pesquisas teóricas.

 

 

INTRODUÇÃO:

 

Entre os distúrbios encontrados atualmente é necessário dar ênfase a dislexia onde o aluno possui muita dificuldade de aprendizagem ao ler, tendo o assimila mento de que as letras estão se embaralhando. Nesse momento é primordial que o professor regente tenha habilidade e competência para que possa obter o sucesso desejado adaptando suas metodologias.

O regente entendendo essas informações terá êxito no seu trabalho, mas qual o apoio institucional que o professor encontra? Há parceria entre escola e família?

A dislexia apesar de ser um tema atual ainda é desconhecida pela maioria dos professores e pais, o que contribui para a identificação errônea do distúrbio. Retardando um acompanhamento clínico e multidisciplinar que ajudaria em grande destaque o aluno na sua vida escolar e na sua vida em sociedade.

 

 

DESENVOLVIMENTO:

 

O que é a dislexia?

 

Os conceitos de transtorno específico de aprendizagem da leitura e de dislexia são usados como sinônimos pela literatura e, em algumas publicações, existe o uso dos dois termos ou de um só. Os principais manuais diagnósticos, DSM-V e CID 10, apresentam algumas distinções na forma como caracterizam o transtorno.

As características diagnósticas do chamado transtorno específico de aprendizagem, com baixo rendimento de leitura incluem dificuldades persistentes para aprender, habilidades escolares fundamentais, com início durante os primeiros anos de escolarização formal ainda na infância. Essas habilidades incluem leitura exata e fluente de palavras isoladas e compreensão da leitura. As dificuldades nesses domínios, confirmadas por meio de testes padronizados, administrados individualmente, devem afetar significativamente o desempenho acadêmico ou profissional ou nas atividades cotidianas que exigem habilidades de leitura. Por mais que essas falhas se iniciem durante os primeiros anos escolares, elas podem não se manifestar até que as exigências pelas habilidades acadêmicas deficitárias excedam as capacidades limitadas do indivíduo. Esse impacto na aprendizagem não deve ser explicado pela presença de déficits sensoriais, intelectuais, transtornos mentais ou neurológicos, fatores sociais, ambientais e escolares que prejudiquem a aprendizagem.

O CID-10 define o transtorno específico de leitura como um comprometimento significativo do desenvolvimento das habilidades da leitura, não atribuível exclusivamente à idade mental, a transtornos de acuidade visual ou escolarização inadequada. A capacidade de compreensão da leitura, o reconhecimento das palavras, a leitura oral e o desempenho de tarefas que necessitam da leitura podem estar todos comprometidos. O transtorno específico da leitura inclui, frequentemente, dificuldades de soletração (ortografia). Todos estes sintomas persistem por toda a vida, mesmo quando o indivíduo tenha obtido alguns progressos na leitura. As crianças que apresentam este quadro, frequentemente, têm antecedentes de transtornos da fala ou de linguagem. O transtorno pode trazer consequências emocionais e comportamentais durante a escolarização que podem permanecer na vida adulta.

Apesar de hoje, ambos os manuais diagnósticos, em sua essência, ressaltarem as mesmas dificuldades, nem sempre foi assim. Tannock destacou as importantes mudanças desses compêndios ao compará-los às suas edições anteriores. A autora destaca que, nas versões mais recentes, há referência à natureza multidimensional do distúrbio, pela inserção, desde o DSM-IV-TR, da especificação: problema na precisão, velocidade ou compreensão, bem como a referência à lentidão tanto da leitura oral como silenciosa. Já no CID 10, a autora valoriza a mudança na manifestação do distúrbio evolutivo da criança, do adolescente e do adulto, o que não aparece no DSM-IV-TR, mas que é retomado no DSM-V.

Compreendendo que o conceito de dislexia sofreu mudança nos últimos 14 anos, é fácil entender como é possível encontrarmos variações em sua definição. Uma dessas mudanças refere-se ao uso das expressões dificuldades e distúrbios de aprendizagem, muito empregadas nas definições do quadro antes que houvesse um consenso relacionado ao termo transtorno. A dificuldade no uso comum de um termo está relacionada a uma variedade de fatores que incluem: a ampla gama de áreas do conhecimento dedicadas ao seu estudo; a importante frequência de comorbidades associadas10; e a problemas relacionados à tradução de termos para o português. A palavra transtorno foi escolhida pelos organizadores dos manuais de diagnósticos que, embora reconheçam a falta de exatidão, justificam seu emprego para evitar problemas ainda maiores, que vinculem esse conjunto de sintomas aos termos doença ou enfermidade12.

No Brasil, a pesquisadora Capellini afirma que empregou o termo distúrbio específico da leitura como sinônimo de dislexia, visto que tanto a literatura nacional como internacional os utilizava como equivalentes. Outros autores se referem à dislexia como uma dificuldade de aprendizagem15, caracterizada por um déficit significativo na decodificação de palavras escritas, apesar de uma adequada instrução e de habilidades cognitivas gerais preservadas. Esse prejuízo seria reflexo de falhas no componente fonológico da linguagem.

Entretanto, o conceito de transtorno, recentemente, vem ganhando força no cenário nacional. Um exemplo disso é o Relatório Técnico do Comitê de Especialistas do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS)16, onde a dislexia é definida como um transtorno específico e persistente da leitura e da escrita, de origem neurofuncional, caracterizado por um inesperado e substancial baixo desempenho da capacidade de ler e escrever, apesar da adequada instrução formal recebida, da normalidade do nível intelectual, e da ausência de déficits sensoriais. O disléxico responde lentamente às intervenções terapêuticas e educacionais específicas. Porém, somente com essas intervenções adequadas pode melhorar seu desempenho em leitura e escrita. O prognóstico depende ainda de diversos facilitadores com precocidade do diagnóstico, o ambiente familiar e escolar.

Apesar de uma aparente definição, encontram-se autores que ainda defendem qualquer dificuldade no aprendizado da leitura e escrita como dislexia do desenvolvimento e, dessa maneira, defendem que pode haver remissão total dos sintomas. Entretanto, com base nos achados de diversos estudos, este trabalho defende as definições empregadas pelos manuais diagnósticos na medida em que atribuem à dislexia o caráter neurobiológico e permanente, que apresenta, em graus variados, remissão parcial dos sintomas no decorrer da vida.

Fazer o diagnóstico o quanto antes em um indivíduo, ajudará o mesmo a encontrar possibilidades maiores de aprendizados.

 

É uma questão de maior importância identificar tão cedo quanto possível a verdadeira natureza deste problema, quando uma criança tem, pois isso ajudará muito a não perder nosso precioso tempo e a impedir que a criança manifesta grande dificuldade em aprender a ler e não consegue acompanhar seus colegas, a causa é geralmente atribuída a burrice ou preguiça, e nenhum método sistemático é aplicado no treinamento dela. Um pouco de conhecimento e uma análise do caso em pouco tempo deixaria claro que a dificuldade se deve a um defeito na memória visual que se tem das palavras e das letras; a criança seria assim avaliada corretamente como alguém que tem um defeito que, contudo, pode em geral ser tratado com perseverança e persistência. Quanto mais cedo se identifica a natureza do problema, maiores são as chances de a crianças melhorar. ( HINSHELWOOD, 2006, p.30).

 

Baseando na citação acima é preciso entender que o transtorno não tem cura, mas que o mesmo tem a possibilidade de promover uma vida normal ao indivíduo. na infância

 

O que esse distúrbio causa:

 

Além da dificuldade na leitura o indivíduo também possui atraso na junção das letras, baixo rendimento em soletração, atraso fonológico entre outras características.

 

Como intervir:

 

É necessário um acompanhamento clínico e pedagógico com esse indivíduo desde a descoberta e principalmente no período escolar do mesmo, é interessante a participação da fonoaudióloga, da psicopedagoga e do corpo docente.

 

 

Conclusão:

 

Ficou notório que tanto se o professor quanto a família e a comunidade escolar, caminharem junto para um diagnóstico precoce, possibilitará um grande avanço na vida e na aprendizagem do aluno. O primeiro passo é a aceitação da família em entender e conhecer o que de fato é esse distúrbio em seguida é necessário que a comunidade escolar aproprie seu contexto para adaptação e inclusão desse aluno e o professor mude e se organize a fim de readaptar suas metodologias para possibilitar um maior entendimento e aprendizado desse aluno. Outro ponto importante é o conhecimento sobre os seus direitos que o aluno e a sua família precisam ter, para exigi-lo quando de fato for necessário.

 

 

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 

Shaywitz, Sally. Entendendo a Dislexia: um novo e completo programa para todos os níveis de problemas de leitura; Tradução Vinicius Figuerira. Porto Alegre: Artmed,

2006.

 

http://www.revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/17/caracteristicas-da-dislexia-de-desenvolvimento-e-sua-manifestacao-na-idade-adulta- acesso em 05/10/2023.

 

http://www.sciweb.com.br/revista/27-numero-03-2018/688-dislexia-o-que-e- acesso em 09/05/2023.