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A PRIMEIRA INFÂNCIA E A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Ivanir da Silva Coelho

Marina Lúcia da Silva

Norma Maria Galindo de Sousa

Rosália das dores Silva Carvalho

Wanda Evangelista de Sa Moreira

 

 

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo compreender a primeira infância e a importância da psicomotricidade no desenvolvimento da criança. Pois sabe-se que a Psicomotricidade define-se como a ciência que estuda o homem por meio do seu movimento, integrando funções motoras e psíquicas na relação entre o mundo externo e interno. Diante desse contexto, esse estudo irá definir a Psicomotricidade, demonstrando a sua importância no desenvolvimento de crianças na primeira infância, bem como identificando atividades que estimulam o desenvolvimento integral das crianças. Sendo assim, a referida pesquisa se justifica pela necessidade de capacitação docente que atende a primeira infância na atualidade, trabalhando as dificuldades de aprendizagem, proporcionado o atendimento de crianças que necessitam de atividades psicomotoras para o seu desenvolvimento cognitivo, físico e neurológico. Portanto esta temática será abordada por meio de pesquisa bibliográfica incluindo análise documental e análise de artigos científicos publicados em revistas com impacto na área. Por fim, as contribuições da psicomotricidade na primeira infância serão analisadas e confrontadas com as demandas e necessidades do atual cenário da educação infantil. Pois a psicomotricidade promove no ambiente escolar um ambiente de inclusão e possibilita o desenvolvimento do conhecimento de forma construtiva, trabalhando com as crianças o seu desenvolvimento integral dentro do processo de aprendizagem.

 

Palavras-chaves: Primeira Infância. Psicomotricidade. Desenvolvimento. Criança.

 

 

INTRODUÇÃO

 

Diante do contexto atual na área da educação, pode-se ressaltar que em uma sociedade composta pela diversidade e pluralidade, a Psicomotricidade é uma técnica que tem como estudo o corpo em movimento, desenvolvendo aspectos cognitivos e motores, desenvolvendo o processo de aprendizagem de forma contínua e globalizada, centralizando o seu objetivo em resolver problemas relacionados a educação, aprendizagem e outros. Pois é na primeira infância que há a necessidade de trabalhar as áreas da Psicomotricidade, aproveitando experiências vividas pelas crianças como meio para o aprofundamento das suas etapas de desenvolvimento, dessa forma se faz necessário que seja trabalhado com as crianças o processo atrativo e psicoativo.

Dessa forma é fundamental que haja a compreensão por parte dos educadores sobre os fenômenos que os envolve, a maneira adequada e efetiva de se trabalhar com o desenvolvimento da psicomotricidade, principalmente de crianças da primeira infância e séries iniciais. Entretanto, a prática psicomotora deve ser entendida como um processo de ajuda que acompanha a criança em seu próprio percurso maturativo, que vai desde a expressividade motora e desenvolvimento até o acesso à capacidade de descentralização.

Sendo assim a psicomotricidade tem como objeto de estudo o homem e seu movimento em relação ao seu redor. É um meio preventivo de déficits na aprendizagem e também no desenvolvimento motor, além de auxiliar na construção de sua personalidade, organiza o cognitivo da criança, através de execuções de atividades onde trabalham desde o andar, o pular até mesmo o colorir.

Entretanto o desenvolvimento motor é um processo de mudança no comportamento motor, o qual está relacionado com a idade, tanto na postura quanto no movimento da criança. Como também observamos que o desenvolvimento motor apresenta características fundamentais sendo elas, as possibilidades de nosso corpo agir e expressar-se de forma adequada, a partir da interação de componentes externos, que é o próprio movimento, e através de elementos internos, que são todos os processos neurológicos e orgânicos que executamos para agir.

De acordo com a Associação Brasileira de Psicomotricidade (ABP, 1980):

 

Psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos, o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função de experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.

 

Através das leituras em torno do tema, pode-se dizer que o processo do desenvolvimento da criança, evolui facilmente introduzindo as atividades psicomotoras, pois essas atividades vêm proporcionando equilíbrio, coordenação motora, esquema corporal, e várias outras expressões corporais a partir dos movimentos.

Por fim, vale ressaltar que a contribuição da psicomotricidade na primeira infância é de grande significância pois é trabalhada de maneira expressiva e relaciona diretamente com o corpo da criança, desenvolvendo assim mais profundamente todas as etapas do processo do desenvolvimento. Por meio das atividades as crianças além de se divertirem irão aprender a criar, inventar, e a se relacionar melhor com o meio social.

 

 

CONCEITO DE PSICOMOTRICIDADE

 

O conceito de psicomotricidade está relacionado ao esquema corporal. A criança encontra-se em melhores condições de desenvolver-se em seus aspectos motor, intelectual e sócio-emocional na faixa etária compreendida entre o nascimento e os oito anos de idade. Uma série de implicações está envolvida no processo de estimulação e exploração dos movimentos corporais; a escrita, a fala e a leitura, entre outros, podem ser prejudicadas se não houver atenção e atividades voltadas à dimensão física e de movimento da criança. De acordo com Bueno (1998), após o período acima citado, “há um refinamento de suas capacidades básicas, refinamento esse possível apenas com a boa integridade de suas condutas motoras, intelectuais e emocionais”. A criança percebe a si e aos outros a partir de sua própria pessoa.

A consciência de si mesmo é que permite seu desenvolvimento e a exploração de suas potencialidades e capacidade de interação e intervenção na realidade circundante.

 

Além disso a forma como o sujeito se expressa com o corpo traduz sua disposição ou sua indisposição nas relações com coisas ou pessoas. Esse aspecto psicológico, muito importante, ajuda-nos a identificar melhor certas perturbações devidas a fatores afetivos. Chama também nossa atenção para a possibilidade de melhorar a vida social e afetiva das crianças, tornando precisas suas noções corporais e fazendo com que adquiram gestos precisos e adequados (DE MEUR e STAUS, 1991, p.10).

 

A partir de uma perspectiva histórica, a psicomotricidade nasceu em um contexto biomédico, ou seja, nos estudos realizados se estabeleceu a relação essencial para o desenvolvimento humano entre este e a maturação. Esta concepção surgiu com a ideia de que existiria um padrão evolutivo único e, dessa maneira, as capacidades decorrentes do processo maturacional poderiam ser mensuradas através de testes para as diferentes idades. Negrine (2002) cita o psiquiatra soviético Oseretski criador de um método graduado por idades para determinar o desenvolvimento motor da criança. Este método até hoje encontra-se em uso, tendo sofrido várias adaptações desde sua criação.

 

Portanto, reconhecer que a psicomotricidade nasce dentro do modelo biomédico é, em outras palavras, compreender que nasce dentro de uma concepção racionalista. Nessa concepção a motricidade humana vem sendo vista de forma linear, ou seja, que ela evolui decorrente do processo de maturação em todos os indivíduos, possível de ser avaliada e comparada aos padrões ditos de normalidade (NEGRINE, 2002, p. 58).

 

A psicomotricidade funcional, assim se denomina por estar baseada no diagnóstico do referencial psicomotriz e na indicação de exercícios para corrigir disfunções do desenvolvimento. Em resumo, o enfoque funcional dentro da psicomotricidade pode ser expresso como Bueno (1998) inferiu: “As condutas funcionais referem-se àquelas cuja ação, quantidade e mensuração são possíveis de ser percebidas e que conjuntamente formam a integralização motora do ser humano num espaço e num tempo determinado”. Por outro lado, a psicomotricidade relacional “engloba uma série de estratégias de intervenções e de ações pedagógicas que servem como meio de ajuda à evolução dos processos de desenvolvimento e de aprendizagem da criança” (NEGRINE, 2002). Utilizando-se do corpo como forma de expressão para estimular a exteriorização da personalidade, a vertente relacional da psicomotricidade busca em recursos como a mímica, a verbalização e os gestos condições de imbuir, na criança, um repertório de ações amplamente diversificado, além de estar voltada para o treino como instrumento pedagógico para adquirir competências ou habilidades motrizes. Este ramo da psicomotricidade busca aperfeiçoar a corporalidade da criança e o uso satisfatório de seu físico para que, através de exercícios de diversos tipos, venha a estimular as vivências e a comunicação corporal para a exteriorização do pensamento. Negrine (2002) novamente explica:

 

A psicomotricidade com enfoque relacional na perspectiva que se trabalha serve para estimular comunicação vocal (fala expressiva através da palavra), uma vez que ela não fica limitada às expressões verbais que a criança utiliza na ação de brincar, mas também porque são estabelecidas estratégias pedagógicas na rotina da sessão que permitem que a criança desenvolva a capacidade de comunicar ao grupo dos iguais, seus jogos, suas produções e suas representações realizadas no decorrer da sessão (p. 62).

 

Ambas as perspectivas, a funcional e a relacional, convergem para o máximo desempenho da criança no que se refere ao seu desenvolvimento psicomotor e a forma como este desenvolvimento vai possibilitar sua perfeita interação e ajuste aos desafios de adaptação e participação, incluindo-se aí o “simbolismo do agir”. A expressão de Lapierre e Aucouturier (1988) sintetiza sua ideia da expressão corporal: “O gesto, o movimento, o agir tomam então uma significação simbólica; é a satisfação simbólica dos desejos mais profundos, os mais autênticos”. Nesta linha de pensamento, julga-se fundamental ressaltar o papel do corpo na relação da criança com o mundo – o de veiculação de ideias e atitudes com autenticidade.

 

 

A PSICOMOTRICIDADE E O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

 

A contribuição da psicomotricidade na primeira infância é vista de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal, assim incentivando a prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança. Por meio de atividades variadas às crianças, além de se divertirem, criam, interpretam e se relacionam com o mundo em que vivem.

Diante disso Mendonça cita que:

 

Os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento psicomotor infantil. É preciso estar atento para que nenhuma perturbação passe desapercebida e seja tratada a tempo, para que a capacidade futura da criança não seja afetada e prejudique a aprendizagem da leitura e da escrita (2004, p.20-21).

 

Sendo assim, a psicomotricidade é, portanto, a relação entre pensamento e a ação, e envolve, também, as emoções. Tem a finalidade de assegurar o desenvolvimento funcional, tendo em conta as possibilidades da criança, e ajudar sua afetividade a se expandir e equilibrar-se, através do intercâmbio com o ambiente humano. Portanto através da psicomotricidade a criança desenvolve-se um comando mental de sua expressão motora, proporciona-se uma aprendizagem concreta e a preservação da saúde mental e física. Além de ajudar no pensamento e formação da sua personalidade, o estudo irá mostrar a suma necessidade de estudar e trabalhar o psicomotor da criança. Pois através de análises, estudos e experiências do dia a dia, são expostos conceitos de como ela auxiliará no desenvolvimento significativo e na busca de recursos para mostrar suas potencialidades.

A Psicomotricidade se relaciona através da ação, como um meio de tomada de consciência que une o corpo, a mente, o espírito, a natureza e a sociedade. Ela está associada à afetividade e à personalidade, pois a criança utiliza seu corpo para demonstrar o que sente. Na Educação Infantil, a criança está sempre em busca de experiências e novidades em seu próprio corpo, formando ideias, conceitos e assim progressivamente organizando o seu esquema corporal.

Nessa perspectiva a psicomotricidade na primeira infância é desenvolvida através de atividades que venha desenvolver o corpo como um todo: afetivo, cognitivo e psicomotor, onde as crianças promovem uma integração e um amplo espaço de aprendizagem a partir dos estímulos dados no seu mundo dentro ou fora da escola, além de superar seus limites e sua relação social a psicomotricidade ira resolver e superar seus limites, ajudando o cognitivo e os problemas relacionados a aprendizagem, formando uma criança ativa, saudável e inteligente.

Por fim a psicomotricidade no desenvolvimento da criança visa favorecer o desenvolvimento cognitivo, afetivo-social e psicomotor procurando envolver jogos e atividades lúdicas para proporcionar um processo de ensino-aprendizagem significativo. Pois o motor, o cognitivo e o afetivo andam lado a lado com a aprendizagem. Ao explorar um ambiente onde a objetos, indivíduos e diferentes formas de ver o mundo, o corpo explora com o auxílio da inteligência várias interpretações. A inteligência o corpo e a emoção necessitam de relação recíproca para haver evolução, pois oferece a criança elementos básicos e essenciais para sua formação significativa.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Este trabalho objetivou abordar sobre a primeira infância e a importância da psicomotricidade no desenvolvimento da criança, bem como a contribuição da psicomotricidade no processo ensinar e aprender. Pois a educação psicomotora, antes de ser um método definitivo é um instrumental no contexto educativo, para questionar os problemas da educação da criança pequena, de uma forma mais ampla. Com base neste contexto, pode-se ressaltar que a importância das atividades motoras na educação, contribuem para o desenvolvimento global das crianças.

Entretanto, as crianças passam por fases diferentes umas das outras e cada fase exige atividades propicias para cada determinada faixa etária. A psicomotricidade busca conhecer o corpo nas suas relações, transformando-o num instrumento de ação. Este corpo pensado como objeto, marcado por uma mente que pensa. Pois a evolução da psicomotricidade no homem se dá de forma natural. Ela auxilia e capacita melhor o aluno para uma melhor assimilação da aprendizagem. Sendo assim, o corpo e o movimento constituem alicerces para o desenvolvimento da criança.

Por fim, conclui-se que o campo da psicomotricidade, a relação, a vivência corporal e a linguagem simbólica são imprescindíveis. Pois a psicomotricidade permite à criança a viver e atuar no seu desenvolvimento afetivo, motor e cognitivo. Sendo assim, a psicomotricidade tem papel essencial em todo o desenvolvimento da criança. A educação psicomotora permite que a criança adquire maior conhecimento sobre si, sobre seu corpo e seu pensamento.

 

 

REFERÊNCIAS

 

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