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A DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NA LEITURA E ESCRITA DOS ALUNOS DAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DA E.E. MARECHAL RONDON DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS/MT

Célia Martins dos Santos

Elisangela Aparecida Burgo Guevara

Lucinéia Guevara Vieira

Neuvane Gamero Andrade Guevara

 

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo pesquisar os motivos que levam os alunos das primeiras séries iniciais a não aprendizagem da leitura e escrita. O estudo foi realizado na Escola Estadual Marechal Rondon, município de São José dos Quatro Marcos – Mato Grosso. Inicialmente, trata-se de contextualizar a leitura e escrita historicamente, além de conceituá-las na visão de vários autores. Para coleta de dados foram realizadas entrevistas com professores, articuladores e alunos da escola, das séries iniciais do ensino fundamental, analisados à luz de teorias de vários autores, visando apresentar as possíveis formas de remanejamento da educação no campo de estudo. Esta pesquisa se baseou em referenciais bibliográficos que buscam, portanto, identificar e explicar as diferentes dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita e algumas soluções possíveis para tais dificuldades.

Palavras chave: Dificuldades de Aprendizagem. Escrita. Leitura.


INTRODUÇÃO


O presente estudo analisa o processo de aquisição da leitura e da escrita dos alunos das séries iniciais do ensino fundamental, enfatizando as principais dificuldades que os professores e alunos enfrentam nesse momento de aprendizagem.

Assim, o nosso principal objetivo neste trabalho foi o de verificar as causas das dificuldades na leitura e na escrita, em sala de aula e nas aulas de apoio pedagógico nas séries iniciais.

Para a realização da pesquisa que originou este estudo monográfico, pudemos contar com a colaboração de professores, articuladores e alunos da Escola Estadual Marechal Rondon, da cidade de São José dos Quatro Marcos, do Estado de Mato Grosso. Além do levantamento de dados na escola, realizamos também pesquisas bibliográficas em literaturas especializadas e em sites da internet.

A pesquisa está dividida em três capítulos, sendo que o primeiro trata de apresentar a história da escrita e da leitura, demonstrado o seu trajeto histórico ideológico.

No segundo capítulo, apresentamos as dificuldades encontradas por professores e alunos das séries iniciais da escola, destacando-se entre eles: dificuldade na leitura e na escrita, a falta de qualificação profissional, a qualificação profissional e o papel da família na aprendizagem.

No terceiro capítulo foi realizada a análise de dados coletados através das entrevistas feitas com professores e articuladores.

Assim, o propósito desse estudo foi o de identificar, abordar e questionar algumas dificuldades de leitura e de escrita encontrados por professores e alunos de séries iniciais, buscando contribuir com a reflexão sobre a formação de alunos cidadãos, inteligentes e disciplinados, bem como, com o preparo de professor para enfrentar os desafios mais comuns de uma sala de aula, com relação ao tema abordado.


1. HISTÓRIA DA ESCRITA E DA LEITURA

    1. HISTÓRIA DA ESCRITA

A história da escrita, considerando todo o seu conjunto e não seguindo uma linha cronológica especificada, pode ser dividida em três fases: a pictórica, a ideográfica e a alfabética.

A fase pictórica corresponde aos desenhos ou pictogramas. Trata-se, pois, de uma fase que não está associada á produção de sons, mas somente à representação daquilo que o homem, há 40.000 anos, presenciava no cotidiano.

Segundo Cagliari (1995, p.106), essas representações “[...] aparecem em inscrições antigas, mas podem ser vistas de maneira mais elaborada nos contos, na escrita e mais recentemente nas histórias em quadrinhos”.

A segunda fase, a ideográfica, é representada pelos ideogramas, que são símbolos gráficos que representam diretamente uma idéia. Como afirma Cagliari (1995, p.108) “a fase ideográfica se caracteriza pela escrita através de desenhos especiais chamados ideogramas”. A escrita ideográfica não utilizada apenas rabiscos e figuras associados à imagem que se queria registrar, mas sim uma imagem ou figura que representasse uma idéia, o que se torna, posteriormente, uma convenção de escrita.

Tal evolução conduziu, gradualmente, para o fonetismo, sistema onde as palavras passaram a ser decomposta em unidades sonoras. Logo, aproximou-se, portanto, a escrita de sua função natural que é a de interpretar a língua falada, a língua oral, a língua considerada como som.

Decompondo o som das palavras, o homem percebeu que elas reduziam-se a unidades mais ou menos independentes, põem, totalmente, diferenciáveis. A partir daí, organizaram a escrita em dois tipos: a silábica, fundamentada em grupos de som, e a alfabética, em que cada sinal corresponde a uma letra.

A escrita alfabética foi difundida com a criação do alfabeto fenício, constituído por vinte e dois signos que permitiam escrever qualquer palavra. Adotado pelos gregos, esse alfabeto foi aperfeiçoado e ampliado passando a ser composto por vinte e quatro letras, divididas em vogais e consoantes.

Dessa forma, a escrita não parou mais de evoluir. Ela transcorre, desde os manuscritos em madeiras, pedras e outros símbolos até a vivência do homem no seu dia-a-dia, bem como de uma criança de uma série inicial, descrevendo o que ela vê no cotidiano através de seus desenhos. Podemos dizer que a escrita não “se mostra” de uma única forma, mas, de várias formas, pois como afirma Teberosky (1995, p.66), “o conhecimento da escrita começa bem antes [de ela] freqüentar uma escola”.

Sendo assim, acredita-se que cabe ao professor respeitar a evolução da escrita e entender que aprender a escrita, por uma criança das series iniciais do ensino fundamental, por exemplo, não é algo que acontecerá de um dia para o outro e que sobrecarregá-la de informações e desconsiderar o aprendizado que ela já tem do dia a dia não contribuirá para seu aprendizado escolar.

    1. História da Leitura

No desenvolvimento da escrita, o homem substituiu a representação visual pela sonora. Assim, o sinal se libertou do objeto e a linguagem adquiriu a sua verdadeira natureza que é oral. Isso decorreu do fato de a humanidade possuir a razão, o que possibilitou a comunicação e o relacionamento com os outros homens.

Há séculos atrás, o conhecimento era transmitido oralmente. Logo, a arte da oratória era a base dos ensinamentos e, assim como a escrita, era restrita a poucos privilegiados, como os filósofos, aristocratas e, em algumas regiões, ao meio clerical.

A história da leitura consiste na história das possibilidades de ler. A atividade escola somada à escrita e a expansão dos meios de impressão, que facilitavam socialização, permite a existência de uma sociedade leitora.

Segundo Zilberman (2008), a história da leitura depende de duas condições: a primeira é a de existir a escrita e que esta seja reconhecida pela sociedade como meio de comunicação; e a segunda é que os trabalhos produzidos sejam socializados pela escola que, constituída por pessoas qualificadas, desempenha a tarefa de decodificar letras e alfabetizar, o que corresponde à leitura.

Assim como a autora citada, diversos teóricos acreditam que a leitura de mundo também é fundamental na formação crítica e histórica do sujeito leitor, independentemente do seu tempo. Segundo Cagliari (1995, p.150), “a leitura de mundo é obviamente uma metáfora, mas nem isso deixa de ser algo tão importante para cada um quanto a própria filosofia de vida”.

Paulo Freire (1996) salienta que a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra. Para o autor, esse movimento dinâmico é um dos aspectos centrais do processo alfabetização, que deveria vir do universo vocabular dos grupos populares, expressando a sua real linguagem, carregadas da significação de sua experiência existencial e não da experiência do educador.

Nessa perspectiva, a leitura pode ser caracterizada como sendo um método avançado para busca do conhecimento aprofundado. Sendo assim, o pouco hábito e incentivo da leitura, pela importância e influência dela na aprendizagem, tem causado algumas dificuldades.

É consenso que através da leitura o aluno vá despertar a interpretação dos fatos e, consequentemente, amadurecer o intelecto, da mesma forma que o aprendizado da linguagem escrita representa um salto considerável no desenvolvimento da pessoa. Entretanto, o cotidiano de uma sala de aula com os alunos das series iniciais do Ensino Fundamental mostra-se preocupante, principalmente pelos obstáculos encontrados pelos educadores quando se referem à leitura e à interpretação.

Sendo assim, conhecer a trajetória da escrita, ao longo dos anos, é fator decisivo para se compreender as falhas e buscar possíveis soluções para a deficiência encontrada na literatura pelos docentes. Também, assim como na escrita, torna-se imprescindível, respeitar e desenvolver o conhecimento de mundo que os alunos carregam desde sua chegada na instituição de ensino.

    1. A Leitura e a Escrita

A aprendizagem da leitura e da escrita é um verdadeiro ato de abstração, pois supõe modificações nos modos de pensar, de refletir e expressar-se e, consequentemente, mudanças nas estruturas cerebrais. Segundo Macedo (2006),


[...] a criança se depara com um conjunto de conhecimentos construídos e estabelecidos socialmente e inicia um processo de socialização que implica no aprendizado do contexto simbólico da sociedade na qual está inserida. A realidade constituída por nossas sociedades possibilitou a construção desse universo simbólico complexo onde o homem deve aprender a viver e, nesse contexto, a escola passa a ser responsável pela aprendizagem e transmissão cultural. É ela que tem o objetivo de desenvolver o aprendizado da leitura e da escrita permitindo o acesso aos conhecimentos (p.71).


Nessa mesma direção, Soares (2004) afirma que separar a alfabetização e o letramento é um equívoco, pois a entrada da criança e do adulto, que não está alfabetizado, no mundo da escrita ocorre simultaneamente por dois processos: pela alfabetização- que é a aquisição do sistema convencional de escrita- e pelo letramento - que é o desenvolvimento de habilidades de uso do sistema de alfabetização em atividades de leitura e escrita, na prática social que envolve a língua escrita.

Para a autora, trata-se de processos indissociáveis e interdependentes, pois “a alfabetização desenvolve-se no contexto de práticas sociais de leitura e de escrita e por meio delas, ou seja, através de atividades de letramento, que só podem desenvolver-se no contexto da e por meio da aprendizagem das relações fonema x grafema, em dependência da alfabetização” (Soares, 2004, p.5).

Diante dessas duas dimensões da aprendizagem da língua – a escrita e a oral – é preciso integrar a alfabetização e o letramento, sem perder a especificidade de cada um desses processos.


A necessidade de reconhecimento da especificidade da alfabetização, que se desenvolve num contexto de letramento e refere-se à etapa inicial da aprendizagem da escrita, pressupõe a participação em eventos variados de leitura e escrita e, consequentemente, o desenvolvimento de habilidades de uso da leitura e da escrita nas práticas sociais que envolvem a língua escrita e de atitudes positivas em relação a essas práticas (Maio; Watakabe,2007, p.397).


A aquisição da leitura e da escrita é vista como possibilidade de mudanças da realidade social que as crianças vivem tornando-se importantes fatores dessa mudança. Assim, a importância da leitura e da escrita está na capacidade de transformar a vida de todos, sobretudo dos jovens alunos. Dessa forma, pode-se dizer que o aprendizado é um meio de superação de vida e das dificuldades que a ela se apresentam, pois, é através da leitura e da escrita que o homem se comunica e compreende o mundo, tornando-se esta indispensável para o seu desenvolvimento.

Entretanto, ninguém aprende a lidar com a língua e a escrita de modo automático e espontâneo. É preciso que alguém ensine o aluno a desenvolver suas habilidades enquanto educando e aprendiz. Deste modo, devemos salientar a importância do professor, mas, ainda mais suas preparações para desempenhar o seu papel e, sobretudo, se estão aptos para enfrentar as dificuldades apresentadas em sala de aula.

Cagliari (2002) afirma que quando uma criança entra na escola para se alfabetizar, ela fala e entende a língua portuguesa, porque conviveu com pessoas que falam esta língua. Para o autor, as crianças são falantes nativas e usam sua língua conforme as regras de seu dialeto, de acordo com a sua comunidade. No entanto, ao iniciar a alfabetização, algumas crianças se deparam com a barreira da comunicação, por seu dialeto ser diferente do utilizado na escola.

Sobre esse aspecto, o autor destaque que, “[...] a linguagem é um fato social que sobrevive graças às convenções sociais que são admitidas para ela” (p.18), de modo que as pessoas falam da maneira como seus semelhantes se entendem. Porque se cada um falasse como quisesse, jamais poderia constituir-se uma linguagem numa sociedade.

O referido autor lembra que o objetivo principal da alfabetização é fazer com que o aluno aprenda a ler e escrever. Para tanto, além dominar as técnicas para alfabetizar o professor deve reconhecer a realidade da criança. Porque o que se vê é que a escola não só interpreta mal (ou ignora) a realidade das crianças, como também não se preocupa com o que pensam dela e o que pensam quando ingressam nela. A escola já tem tudo pronto, decidido por alguém que as crianças desconhecem. (Cagliari, 2002).

Por outro lado, terão privilégios para se adaptar melhor a essa escola, aquelas crianças que têm contato desde muito pequena com o universo letrado, pois certamente encontrará na escola, uma continuação do seu modo de vida. Já os que não têm essa oportunidade apresentarão sérias dificuldades no aprendizado da leitura e da escrita, conforme revelam as pesquisas nesta área.

Cagliari (2002) comenta que o ensino de português nas escolas tem se resumido à decodificação de palavras, explicitação de regras gramaticais, entre outras atividades que pouco ajudo no processo de aquisição da língua escrita. Para o autor, o que deveria ser ensinado é o que é uma língua, suas propriedades e qual o comportamento da sociedade e dos indivíduos com relação aos usos lingüísticos, nas mais variadas situações da vida, que se trata do que chamamos de gramática descritiva. Sobre esta questão Cagliari (2002) reflete, ao afirmar que:


[...] a escola tem dado maior atenção à escrita, pelo fato de a escrita ter como principal objetivo que alguém leia o que está escrito. Porém, não é só através da escrita que podemos transmitir uma informação, pois utilizamos também de desenhos, como por exemplo, as placas de trânsito... (Cagliari, 2002, p.77-78).


Isto nos remete ao domínio da técnica de leitura que o professor alfabetizador necessita ter, porque como alerta Cagliari (2002), as relações entre as letras e o som da fala são complicadas principalmente para quem está aprendendo a escrever, devido ao fato de a escrita não ser o espelho da fala, pois é comum principalmente na sala de alfabetização, as crianças representarem aquilo que elas imaginam que seja a escrita, através de rabiscos ou letras sem ordem. O que faz com que o autor dê importância à utilização de textos espontâneos criados pelos próprios alunos, nos quais eles criarão hipóteses sobre sua ortografia, mediados pela ação provocadora do professor.

Na visão de Cagliari (2002), mais importante que a escrita, a leitura é a atividade fundamental desenvolvida pela escola para a formação dos alunos, pois sem a leitura a criança terá problemas em todas as matérias, porque tudo que se ensina está ligado diretamente à leitura e depende dela para se desenvolver. Nas palavras do autor, “[...] a leitura é a extensão da escola na vida das pessoas. A maioria do que deve aprender na vida terá de ser conseguido através da leitura fora da escola. A leitura é uma herança do que qualquer diploma”. (p.148).

Para que ocorra o ato de ler, o leitor terá que fazer uma decifração e uma decodificação, porque ao contrário da escrita, que é uma atividade em que se exterioriza o pensamento, a leitura é uma atividade de assimilação de conhecimento e reflexão. A leitura por si ocorre em atividade individual, sendo que duas pessoas fazem uma mesma leitura de um mesmo texto.

Cagliari (2002) critica práticas de ensino como a leitura em voz alta e recomenda:


As primeiras leituras deveriam ser feitas sempre individualmente, já que ler em voz alta e em público é outra forma infantil de favorecer a zombaria, o ridículo entre os colegas e desestimular a própria leitura (...). Se a professora julgar interessante, pode pedir aos alunos que contem á classe o que leram. Um aluno que lê sozinho e conta o que leu, prova que entendeu o que leu. (Cagliari, 2002, p.180).


    1. A Aprendizagem da Leitura

Barbosa (1994) faz uma abordagem sobre a situação do processo de alfabetização em que se encontra o Brasil na década de 80. O autor afirma que àquela época acreditava-se que aprender a escrever era pressuposto para se aprender a ler, sendo o ensino priorizado para aqueles que podiam pagar por um preceptor, um ensino individualizado, onde as crianças eram divididas em grupo de acordo com o estágio de aprendizagem.

Após duas décadas, observa-se que não houve grandes avanços no que se refere às condições de acesso a um ensino de qualidade, pois aqueles que possuem condições financeiras favoráveis sempre tiveram privilégios sobre aqueles que são desfavorecidos dos aspectos financeiros.

Ao discutir sobre a aprendizagem da leitura, Barbosa (1994) afirma que do ponto de vista estatístico sobre o aumento evolução da população alfabetizada, houve em nível mundial, um crescimento, mas no que se refere aos países de economia periférica ou em desenvolvimento, o quadro vem acompanhado de pobreza, doença, fome e marginalização em que muitas vezes, nesses casos, a escola exerce uma seletividade externa ao escolher quem frequentara a escola, e uma seletividade interna sobre aqueles que já estão lá e são tratados com desprezos e desrespeito.

Sobre esse aspecto, o autor discute sobre a importância da aquisição da leitura afirmando que


[...] a questão da aprendizagem da leitura é a discussão do meio através do qual o indivíduo pode construir seu próprio conhecimento, pois, sabendo ler, ele se torna capaz de atuar sobre o acervo de conhecimento acumulado pela humanidade através da escrita e, desse modo, produzir, ele também, um conhecimento. (Barbosa, 1994, p.28).


Segundo o autor, tradicionalmente a leitura e a escrita são concebidas como aprendizagens adquiridas na escola, como se o mundo da escrita fosse apresentado à criança somente quando ela entra na escola. Esta visão desconsidera o conhecimento prévio do aluno e utiliza-se de um fundamento metodológico que parte da crença de que ensinando a decodificar e codificar, a criança aprende a ler e escrever. Esta proposta encontra-se, via de regra, em cartilhas. Daí o que vemos hoje é que a escola impõe a escrita como pré-requisito para a criança aprender a ler. Ao supervalorizar a escrita como um conteúdo a ser trabalhada durante a alfabetização, a escola pressuponha que seria fundamental para a criança colocar em pratica o que aprendeu na escrita, passando a aplicá-la na leitura.


2. DIFICULDADES DA LEITURA E ESCRITA

2.1 Dificuldades na Leitura

O fracasso escolar, mais especificamente a dificuldade na aprendizagem da leitura e da escrita tem preocupado os educadores, pesquisadores e pais. Apesar das inúmeras discussões, o que as pesquisas constatam é que grande parte dos alunos que estudam na segunda e terceira séries do ensino básico não realizam, de forma satisfatória, a leitura e a escrita.


Se o conceito de leitura está geralmente restrito à decifração da escrita, sua aprendizagem, no entanto, liga-se por tradição ao processo de formação global do indivíduo, à sua capacitação para o convívio e atuações social, política, econômica e cultural [...] (COELHO &MORAES, 2003, p.23).


De maneira geral, a citação de Coelho e Moraes mostra o ideal de todos nós, educadores ou não. Pois, todos nós esperamos que as crianças, ao ingressarem na vida acadêmica, tornem-se cidadãos preparados para construir um mundo mais digno para se viver.

A história da leitura, desde os gregos e romanos, não era acessível a todos e o aprendizado se baseava em métodos rígidos e analíticos, ou seja, obedecia-se a regras e a etapas para acontecer à alfabetização.

Hoje, apesar dos séculos de civilização, as coisas não são muito diferentes, pois muitos educadores não conseguem se atualizar e os que buscam este diferencial não encontram um método eficiente para aplicar em sua sala de aula. Assim, pelo alto índice de analfabetismo, podemos concluir que a pedagogia do sacrifício, do aprender por aprender a ler - sem se preocupar da sua importância para o indivíduo e para a sociedade – ainda prevalece no cotidiano dos educando e, pior ainda, muitas famílias não se preocupam ou até mesmo não estão preocupadas para orientar seus filhos.

Segundo Cagliari (1995), a alfabetização é a aprendizagem da leitura, uma vez que ler e escrever são atos linguísticos, portanto, para aprender a ler e escrever é preciso pensar sobre a escrita e o que ela representa e como se apresenta graficamente, ou seja, se não houver compreensão sobre a fala e a escrita, não haverá leitura e, a falta desta implicará em vários problemas futuros como dificuldade enormes de continuar na escola, acarretando a evasão escolar.

Para o autor, o fracasso ocorre quando há uma falta técnica, em outras palavras, há o despreparo do educador, pois o profissional, muitas vezes, desconhece aspectos básicos da fala, da escrita e da leitura. A ele cabe compreender que, para se obter resultados, deve-se considerar a interação social, o desenvolvimento emocional e a realidade lingüística. Dessa forma, quanto mais conhecimento o professor tiver a esse respeito mais condições ele terá de promover um bom desenvolvimento no processo de ensino e aprendizagem da criança.

Uma incapacidade para ler, não somente cria problemas para a aprendizagem escolar. Como limita a maturidade social, as relações sociais e a tomada de responsabilidade, principalmente porque a falta da leitura leva a dependência em relação a outras pessoas.

Há diversos fatores que podem influenciar a não aprendizagem da leitura. Dentre eles pode se destacar: a dislexia, os problemas emocionais, os fatores escolares, familiares e os indivíduos.

2.2 Falta de Qualificação Profissional

A alfabetização, apesar de ter passado por diversas mudanças como a troca de métodos – do sintético para o analítico ou global – continua não atendendo a sua função precípua que é a de formar cidadãos capazes de viverem numa sociedade informatizada, onde a escrita se encontra muito presente na vida das pessoas.

Logo, esta mesma sociedade, que busca pessoas preparadas e instruídas para serem inclusas no seu meio socioeconômico, tem cobrado das instituições governamentais e das de ensino e, consequentemente, dos professores, soluções para o fracasso na educação.

Porém, o que tem ocorrido e se tornado corriqueiro é um verdadeiro jogo de acusações. Ninguém quer assumir a culpa pela evasão escolar, tão freqüente nos dias de hoje.

Certamente, o primeiro alvo tem sido o educador, que está mais próximo dos alunos e que, acredita-se, se preparou para enfrentar e solucionar as mais variadas dificuldades no ensino.

Ainda que o repertório de leitura dos professores fosse apontado como o aspecto de maior deficiência no ensino da leitura, devemos considerar também a deficiência na metodologia, no embasamento teórico e no planejamento do currículo de leitura. Tal uniformidade parece indicar que tudo contribui, em certa medida, para o fracasso da leitura escolar. Os comentários reiteram a falta de condições para que a leitura aconteça no espaço da escola e reforçam a necessidade de professores que sejam efetivamente leitores para formar alunos leitores.

O papel do professor deixou de ser o de ensinar, uma vez que a função de ensinar passou a ser vista, até certo ponto, como depreciativa. Os professores passaram a preencher documentos e mais documentos, que nunca têm fim, a preencher dossiês. Além da perda de importância do papel do professor, a escola não tem hoje um clima de respeito, educação e, tampouco, de interesse. Trata-se de um espaço de medo e de angústia. Tudo o que se faz parece apontar para uma consequência negativa ou o que foi planejado parece sempre não ter valor nenhum. O que se instala é um sentimento crônico de que tudo o que se tenta não é suficientemente satisfatório, ou seja, que não se obterá qualquer resultado, pois tudo parece arbitrário.

As entrevistas realizadas nas escolas só fez confirmar o que os teóricos afirmam, assim, autores como Cagliari (1995), Antunes (2008), entre outros, só fazem antecipar a surpresa e, ao mesmo tempo, o desapontamento de verificar, in loco, o estado emocional de total desmotivação por parte dos professores. Dessa forma, percebemos que o desinteresse em ensinar, por parte dos professores, começa pelos constantes embates com os governantes, geralmente reivindicando melhores salários e tratamento mais respeitoso. A relação de conflito se verifica também na relação com a família e no descaso dos alunos em sala de aula.

Logo, seria uma “proeza” um professor mal remunerado, sem o apoio governamental, sem a colaboração de pais e alunos conseguir e ter a vontade de gastar o pouco dinheiro que ganha, ou ainda, deixar a sua família para passar dias fazendo cursos de aperfeiçoamento. Por mais que não concordemos com essa situação, a desmotivação e o medo pelo quais os educadores têm passado dentro das salas de aula explicam o desânimo que tomou conta de toda a escola.

2.3 Dificuldades na Escrita

Segundo Cagliari (1986, p.275), “os erros que as crianças cometem são frutos de uma decisão errada que tomaram. Uma decisão [que] é o fruto prático de um processo de reflexão sobre um determinado assunto”.

Percebemos que quando o professor faz uma criança tomar iniciativa referente a um determinado assunto, deve ser cauteloso e consciente do que está propondo, porque a sua afirmação tanto pode ajudar quanto prejudicar o aluno. Sendo assim, quando o professor propõe uma atividade relacionada à escritura, este deve proporcionar ao aluno meios que despertem o prazer e eu entusiasmo pela escritura, buscando recursos que auxiliem no processo de aprendizagem.

A criança aprende a ler e a escrever, lendo e escrevendo, porém não é só isso, é preciso dar sentido a esse aprendizado, isto quer dizer que quando mais a criança se sente incentivada no processo de aprendizagem, mais condições terão de superar seus erros.

O aprendizado da escrita deve ser bem incentivado e trabalhado, alcançando o interesse da criança. Quando o professor trabalha essa realidade é necessário que ele vá, pouco a pouco, sanando as dificuldades de leitura e de escrita, de modo a que ele seja um bom medidor e observador da sua sala de aula.

No caso desta pesquisa, constatamos que a maior dificuldade de leitura e de escrita não está relacionada somente ao professor, uma vez que alguns alunos podem apresentar alguma deficiência biológica para a leitura, ou ainda os pais não terem participação nesse processo, bem como, pode faltar ainda interesse em aprender por parte dos alunos.

2.4 A Qualificação Profissional

É impossível falar em qualidade de ensino, sem falar da formação do professor, uma vez que, pela formação, o professor se torna critico e reflexivo, podendo fazer um trabalho de transformação na educação.

No desempenho de sua função, ao longo dos anos, o professor elabora determinados saberes que só podem ser construídos a partir da própria experiência profissional. O contato diário com os saberes curriculares e disciplinares faz com que os professores possam ter um conhecimento mais aprofundado dos mesmos. Dessa forma, um maior domínio e, consequentemente, uma maior segurança em relação ao que se sabe sobre as disciplinas tornam o professor mais competente para lidar com o que os currículos exigem, na perspectiva de promover a sua aprendizagem pelos alunos. Assim, estará mais empenhado em buscar formas de melhor motivar a turma, propor questionamentos relevantes, mesclar conteúdos, instigar os alunos, enfim, construir novos métodos e adaptar formas de trabalho pedagógico, a fim de possibilitar um processo de ensino e aprendizagem mais eficaz.

2.5 O Papel da Família na Aprendizagem

Muitos pais desconhecem, totalmente, qual é o projeto pedagógico da escola de seus filhos e, diante do desinteresse paterno e materno, crianças e adolescentes se sentem a vontade para optarem por estudar ou não.

Se os pais não demonstram interesse pelo que seus filhos fazem, certamente eles tendem a encontrar outras opções de vida que, na visão deles, substituem o ambiente escolar com mais facilidade, pois, faz uma grande diferença cuidar da vida escolar dos filhos e procurar demonstrar que todos se preocupam com o bem estar deles.

Os pais estão tendo dificuldade em participar da vida escolar dos filhos, porque eles estão mais ocupados com suas próprias vidas. É importante que haja uma cobrança mais efetiva das responsabilidades dos pais, uma vez que se tornou muito comum cobrar da escola atitudes que deveriam ser tomadas pelos pais.

Logo, em meio a estas discussões professores das séries iniciais, que participaram da enquête que possibilitou a realização deste trabalho, da Escola Estadual Marechal Rondon, cidade de São José dos Quatro Marcos-MT, dizem que adotaram medidas, para aproximar os pais, como reuniões com horários pontuais, abordagem dos pais do aluno problemático em particular, evitando, assim, a exposição dos pais e da criança, e, até mesmo, as premiações para os pais que participam com mais frequência da vida escolar do seu filho. Apesar de considerarem que essa medida não é algo do que devem se orgulhar, os professores sentem-se satisfeitos, pois, pelo menos por essa razão, conseguem obter uma participação mais efetiva dos familiares de seus educando.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


O presente estudo foi desenvolvido com o objetivo de investigar quais os motivos que levam as crianças das séries iniciais do ensino fundamental ao não aprendizado da leitura e da escrita. Com base nos autores estudados pudemos entender o que é leitura, e, de acordo com os mesmos, a leitura vai além de se saber o que são aqueles risquinhos pretos em uma folha branca, mas saber o que eles representam, o que nos dizem sobre o significado, pois, a partir do momento em que a criança, ou qualquer pessoa que ainda não sabem ler decifrar essa essência estará pronta para qualquer outro desafio.

Sendo assim a educação, como tudo que nos circunda, sofre transformações e necessita estar sempre se reestruturando, procurando inovações e soluções. O mundo em que vivemos está cada vez mais competitivo e, consequentemente, a sociedade mais exigente, sendo assim, o professor assume o papel de preparar o educando para ser um cidadão crítico e autêntico, qualidades essas necessárias para enfrentar o mercado de trabalho.

Para tanto, o desafio inicial, e não menos importante, para os professores é ensinar a ler e a escrever. A eles cabe apresentar a leitura e a escrita como algo primordial na vida das pessoas, uma vez que ambas exigem o máximo de dedicação, reflexão, conhecimento interior e exterior, participação, interesse pessoal e familiar, senso de interpretação, que são matéria-prima para o processo de construção de um cidadão.

Quanto à leitura, podemos dizer que o ato de ler é mais que uma decodificação de símbolos, do que meras habilidades mecânicas. É a leitura do mundo que nos permite relacionar uns com outros, e fazendo esta troca de valores e ideias podem assumir e construir uma postura crítica e própria.

Em relação à escrita, podemos dizer que seu valor não é menos importante. Através da escrita podemos registrar as variações da língua e da humanidade ao longo dos anos. O ato de escrever nos permite eternizar nossa passagem pela vida, nosso modo ser, de agir e de pensar.

Sendo assim, analisando a importância da leitura e da escrita no cotidiano de todos nós, sobretudo durante a vida escolar, e sabendo das dificuldades dos alunos em relação a esses dois processos de aprendizagem, decidimos investigar as causas das dificuldades na leitura e na escrita, por alunos de séries iniciais.

Os resultados encontrados neste trabalho revelam que, para o ensino da leitura e da escrita, os professores entrevistados afirmam não utilizar métodos específicos, entretanto em seus relatos evidencia-se que os procedimentos de ensino adotados revelam a utilização do método silábico.

Através desse estudo foram levantados vários tipos de dificuldades que são encontradas em uma sala de aula, principalmente nas séries iniciais. Tais problemas vêm se tornando um agravante crescente na educação brasileira. De acordo com algumas teorias, o fracasso da educação pode estar associado a alguns fatores como: desmotivação de alunos e professores, métodos de ensino inadequados ou ineficientes, problemas familiares e individuais, entre outros.

Contatamos que a desmotivação de alunos e de professores e a falta de participação familiar na vida escolar dos alunos são as principais causas da evasão escolar e, consequentemente, interfere de forma decisiva no aprendizado da leitura e da escrita.

Podemos inferir que a maioria dos problemas da educação escolar, que persistem até o terceiro ano, é proveniente de dificuldades com a leitura e escrita. Tais “anomalias” têm atrapalhado o desenvolvimento dos alunos impossibilitando-os de serem críticos com suas atividades escolares, e uma vez que não possuem segurança e estímulo para se expressar e tomar decisões, dificilmente se tornará cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres. Por essa razão trouxemos a baila essa questão que enfatiza a importância da leitura e da escrita enquanto processo que permite a reflexão do sujeito, com relação a si mesmo, ao seu lugar no mundo, bem como, o seu papel na sociedade.

Mesmo convivendo em uma era da tecnologia avançada, faz-se necessário uma preparação de qualidade no que diz respeito á leitura e escrita, pois são esses os aspectos que garantem a formação de indivíduos aptos para viver em uma sociedade moderna e, sobretudo, exigente. Sendo assim, é preciso que formemos cidadãos críticos e preparados para enfrentar o mundo, tomando posição entre aqueles que detêm o poder econômico e os que obedecem cegamente, por não terem buscado e se decidido ao curso preparatório como deveria.

Desta forma, devemos enfatizar que a qualificação profissional do professor para a formação desses cidadãos é fundamental, assim como trabalhar de maneira transparente e com garra desde as séries iniciais até o nível mais elevado.

Este estudo nos mostrou que erros e acertos caminham juntos no processo de aprendizagem e devemos priorizar a leitura e escrita, pois se tratam de processos infinitamente na formação do aluno, por isso a preocupação em se identificar as causas das dificuldades nesses dois processos fundamentais da educação e, mais ainda, tentar buscar e praticar solução para essa deficiência educacional.

Isto aponta para a necessidade dos docentes discutirem saídas para sanar as dificuldades apresentadas pelos alunos, tendo em vista as reais condições socioeconômicas das crianças que buscam na escola o acesso aos bens culturais que a escola pode proporcionar. Consideramos ainda importante dizer que pesquisas como estas não sejam utilizados somente como dados para saber os motivos da não aprendizagem da leitura e escrita dos nossos alunos, mas sim como incentivo para que nós professores trabalhemos de forma satisfatória e que propicie o aprendizado da leitura e da escrita.

Finalizando, salientamos que não temos o intuito de parar somente nesta pesquisa, mas a partir daqui buscarmos soluções para o problema aqui discutido.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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