JOGOS E BRINCADEIRAS E A SUA IMPORTÂNCIA PARA A APRENDIZAGEM DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Fernanda Braga Silva
Jucilene Brandão Pereira
Juliane Martins Chagas
RESUMO
O presente trabalho tem por finalidade apresenta as contribuições dos jogos e brincadeiras no processo de aprendizagem para alunos da educação infantil, iniciando a partir de recursos pedagógicos que contribuem de forma significativa para o desenvolvimento e aprendizagem dos educandos. Assim temos como objetivo geral demonstrar a importância dos jogos e brincadeira para o processo de aprendizagem das crianças. Tudo o que se ensina a uma criança, a criança não pode mais, ela mesma, descobrir ou inventar? Pois é nesta fase que consiste a introdução da criança antes da sua entrada no ensino obrigatório. Durante esse período a relação ensino/escola consiste basicamente em atividades lúdicas e jogos, pois é aqui que elas irão desenvolver as suas capacidades cognitivas e motoras, fazendo as descobertas do mundo em que vivem para então dar início ao processo de alfabetização.
Palavras-chave: Jogos; Brincadeiras; Aprendizagem.
INTRODUÇÃO
Tudo o que se ensina a uma criança, a criança não pode mais, ela mesma, descobrir ou inventar (J. Piaget). Pois é nesta fase que consiste a introdução da criança antes da sua entrada no ensino obrigatório. Cabe salientar que a idade dessas crianças vai de zero a seis anos.
Durante esse período a relação ensino/escola consiste basicamente em atividades lúdicas e jogos, pois é aqui que elas irão desenvolver as suas capacidades cognitivas e motoras, fazendo as descobertas do mundo em que vivem para então dar início ao processo de alfabetização.
A palavra jogo apresenta muitas facetas, destacamos a brincadeira, a diversão e a competição, pois são partes de interesse no que se refere à educação infantil. Segundo Kishimoto (1997, p.13) “tentar definir o jogo não é tarefa fácil”, pois é possível sua interpretação de diversas formas como, por exemplo, brincar de “mamãe e filhinha”, jogar bola, brincar na areia, construir um barquinho. Entretanto, cada jogo tem suas particularidades, no exemplo citado de brincar de “mamãe e filhinha” usa se a imaginação da criança este se diferencia do jogo de futebol no qual há regras a serem cumpridas, que também se torna diferente do brincar na areia, no qual esta brincadeira o prazer de manipulação de objetos que satisfaz a criança. Por sua vez todas elas se diferem da construção de um barquinho, pois há a exigência de um modelo mental e destreza manual para executar atividade.
Os jogos, brinquedos e brincadeiras são atividades fundamentais da infância. O brinquedo pode favorecer o desenvolvimento da criança em diversos aspectos como a imaginação, a confiança e a curiosidade e, ainda, a criatividade. O lúdico não deve ser considerado um elemento estranho, pois, contribui para o desenvolvimento da criança. Todavia, não devemos separar as ludicidades dos meios de ensino, pois, os dois têm que ser unidos um ao outro. Contudo, é necessário evidenciar que é direito da criança brincar, praticar esportes, divertir-se; tal direito está contemplado na lei 8069/90, em seu artigo 16, inciso IV do Estatuto da Criança e do Adolescente.
JOGOS INFANTIS
Segundo Oliveira (2002), o jogo é fundamental para a educação e o desenvolvimento infantil. O jogo e a criança caminham juntos desde o momento em que se fixa a imagem da criança como um ser que brinca, a infância carrega consigo brincadeiras que se perpetuam e se renovam a cada geração.
Os jogos educativos são aqueles que contribuem para formação das crianças e geralmente são direcionados para a educação infantil. São divididos em dois grupos: os de enredo e os de regras. Os primeiros são chamados de jogo imaginativo como, por exemplo, as fábulas; essa modalidade estimula o desenvolvimento cognitivo e afetivo social da criança, pois elas vivenciam o comportamento do adulto.
Na década de 1950 a 1970 foi destacada a importância da existência de comunicação no jogo. No começo da década de 1950, Piaget, realizou estudos sobre o jogo visando a sua importância, evidenciando a relação entre compreensão e aprendizagem. Na década de 1970 em diante foram abordados vários estudos destacando os jogos como meio de definir o comportamento da criança na educação infantil. Buscava-se compreender como ela pensa, cria e se comporta diante de uma situação. Essa análise comportamental era obtida através do jogo, uma vez que a criança era submetida às regras dos mecanismos lúdicos.
No decorrer da história os jogos educacionais têm sido valorizados na educação infantil, pois é a partir deste contexto que o jogo voltado para a criança passa por mudanças tornando-se cada vez mais presente na escola. Os jogos tradicionais são frutos de romances, contos, ritos religiosos e místicos esquecidos pelo mundo adulto. Na sociedade em que vivemos os jogos infantis “tradicionais” estão desaparecendo devido à grande influência dos jogos eletrônicos. Há inúmeros estudos que mostram a importância dos jogos na educação, principalmente na educação infantil.
Como já foi abordado anteriormente é através do jogo que a criança consegue construir o seu próprio conhecimento. Os jogos até a chegada da tecnologia eram realizados nas ruas dos bairros, apresentando-se sob a forma de futebol, vôlei e bolinhas de gude entre outros. Atualmente as ruas estão vazias e as crianças trancadas em seu quarto brincando no computador, neste sentido há a perda da socialização da criança com meio em que vive. Os jogos por sua vez possuem várias áreas de interesses no que se referem ao conhecimento humano, estas são divididas em quatros partes, onde o primeiro é o antropológico, pois estudam os seus significados e seus contextos.
A brincadeira desenvolve a autoestima das crianças, ajudando-as a vencer, de forma progressiva, suas aquisições com criatividade. Nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já possuíam anteriormente em conhecimentos gerais com os quais brincam. Segundo Oliveira (2002), a brincadeira é recurso privilegiado de desenvolvimento da criança pequena que aciona e desenvolve processos psicológicos particularmente a memória e a capacidade de expressar elementos com diferentes linguagens de representar o mundo por imagens, de tomar o ponto de vista do interlocutor e ajustar seus próprios argumentos por meio de confrontos de papéis que neles se estabelecem, de ter prazer e de partilhar situações plenas de emoção e afetividade.
importância do brincar está também ligada ao desenvolvimento da imaginação, na fundamentação de afetos, exploração de habilidades e na medida em que assumem vários papéis, concebe competências cognitivas e interativas. É no âmbito das brincadeiras que também se encontram os jogos, estes têm como finalidades desenvolver o raciocínio lógico, trabalhar a competitividade.
FRIEDMANN (1996), em seus estudos destaca três formas de jogos de acordo com a teoria de Piaget, baseados nas estruturas mentais, a primeira forma é o:
Jogos de Exercício Sensorimotor - Caracterizam a etapa que vai do nascimento até o aparecimento da linguagem, apesar de reaparecerem durante toda a infância O jogo surge primeiro, sob a forma de exercícios simples cuja finalidade é o próprio prazer do funcionamento. Esses exercícios caracterizam-se pela repetição de gestos e de movimentos simples e têm valor exploratório. Dentro desta categoria podemos destacar os seguintes jogos: sonoro, visual, tátil, olfativo, gustativo, motor e de manipulação. (FRIEDMANN,1996, p. 56)
Podemos citar como exemplo de jogos que trabalham os sensórios motores na Educação Infantil as músicas, como meio de estimular a audição, as minibolas para o tato, as refeições para o paladar e as brincadeiras com as bolas grandes para aprimorar o desenvolvimento físico-motor.
Segundo FRIEDMANN (1996) a segunda forma é o:
Jogo Simbólico - Entre os dois e os seis anos a tendência lúdica predominante se manifesta sob a forma de jogo simbólico. Nesta categoria o jogo pode ser de ficção ou de imitação, tanta no que diz respeito à transformação de objetos quanto ao desempenho de papéis. A função do jogo simbólico consiste em assimilar a realidade. É através do faz-decontaque a criança realiza sonhos e fantasias, revela conflitos interiores, medos e angústias, aliviando tensões e frustrações. O jogo simbólico é também um meio de auto-expressão: ao reproduzir os diferentes papéis (de pai, mãe,professor, aluno etc.), a criança imita situações da vida real. Nele, aquele que brinca dá novos significados aos objetos, às pessoas, às ações, aos fatos etc., inspirando-se em semelhanças mais ou menos fiéis às representadas. Dentro dessa categoria destacam-se os jogos de faz-de-conta, de papéis e de representação (estas denominações variam de um autor para outro), (FRIEDMANN,1996, p. 56).
O teatro, os contos, as fábulas são elementos para se trabalhar os jogos simbólicos, pois, são nesta fase que a criança exterioriza todos os seus sentimentos e imitam as situações que são vivenciadas no seu dia a dia. A imaginação é fundamental para a realização destes jogos.
Por fim, a terceira forma de acordo com FRIEDMANN (1996) são os:
Jogos de Regras - Começam a se manifestar entre os quatro e sete anos e se desenvolvem entre os sete e os doze anos. Aos sete anos a criança deixa o jogo egocêntrico, substituindo-o por uma atividade mais socializada onde as regras têm uma aplicação efetiva e na qual as relações de cooperação entre os jogadores são fundamentais. No adulto, o jogo de regras subsiste e se desenvolve durante toda a vida por ser a atividade lúdica do ser socializado. Há dois casos de regras:- regras transmitidas - nos jogos que se tomam institucionais, diferentes realidades sociais, se impõem por pressão de sucessivas gerações (jogo de bolinha de gude, por exemplo);- regras espontâneas - vêm da socialização dos jogos de exercício simples ou dos jogos simbólicos. São jogos de regras de natureza contratual e momentânea. Os jogos de regras são combinações sensor motoras (corridas, jogos de bola) ou intelectuais (cartas, xadrez) com competição dos indivíduos e regulamentados por um código transmitido de geração a geração, ou por acordos momentâneos. (FRIEDMANN,1996, p. 56).
Froebel foi o primeiro educador a dar ênfase nas atividades lúdicas, brinquedos, idealizando recursos para que as crianças se expressassem como blocos de construção, onde as atividades criadoras seriam expostas em papéis, papelão, argila e serragem. Dessa forma Froebel chama a atenção que se deve primeiro fazer com que a criança conheça seu próprio corpo por meio de ritmos e movimentos das partes do seu corpo. Vale ressaltar que a criança terá mais ânimo para aprender, com isso saberá fazer relações harmoniosa entre o meio em que vive e a natureza.
Muitos teóricos assinalam a importância do jogo infantil como recurso para educar e desenvolver a criança desde que respeitadas às características da atividade lúdica. A educação terá como meta a busca de um modo mais saudável de aprender, favorecendo as crianças uma interação lúdica que garanta a felicidade, prazer, satisfação e desejo de aprender, desempenhando como elemento principal o desenvolvimento físico, cognitivo, motor e psicológico infantil.
É brincando e jogando que a criança ordena tudo que está à sua volta, adquirindo experiência e informações e, sobretudo, construindo atitudes e valores, conhecendo o meio que a cerca. O ser que brinca e joga é também o ser que age, sente, pensa, aprende se envolve fisicamente, mentalmente e socialmente. Conforme este entendimento defende-se cada vez mais que as brincadeiras sejam introduzidas aos conteúdos diários, permitindo tudo o que a criança merece aprender e de forma satisfatória. A Educação Infantil é o lugar adequado para que isso se concretize de forma planejada, organizada e com objetivos concretos.
CONCLUSÃO
Como podemos observar no decorrer do trabalho, os jogos e brincadeiras mostraram que se usados de forma adequados, influenciam de forma significativa no processo de aprendizagem e desenvolvimento, pois essas atividades proporcionam uma aprendizagem significativa para a criança na educação infantil. Durante a observação, percebemos que as professoras utilizam em sua prática os jogos e brincadeiras como instrumento pedagógico no processo de ensino aprendizagem.
Como foram apresentados os jogos e as brincadeiras é considerada uma ferramenta muito importante no que se refere à aquisição do conhecimento no ambiente escolar. Sendo assim é primordial que o educador utilize desses recursos nos seus planos pedagógicos em sala de aula. É por meio de dessa pesquisa podemos compreender que os jogos e as brincadeiras são importantes para o desenvolvimento integral do ser humano nos aspectos físico, social, cultural, afetivo, emocional e cognitivo. Pois ao brincar a criança desenvolve suas habilidades motoras, intelectual, cognitiva, entre outras.
REFERÊNCIAS
FRIEDMANN, A. Brincar: crescer e aprender. O resgate da cultura infantil. São Paulo: Moderna, 1996.
FROEBEL, F. The education of man New York: Appleton, 1887.
FROEBEL, F. The mottoes and commentaries of Friedrich Froebel's mother play Translated by Henrietta R. Eliot and Susan Blow. New York: Appleton, 1895
FROEBEL, F. Pedagogics of the kindergarten Translated by Josephine Jarvis. New York: Appleton, 1917.
LOPES, Maria da Glória. Jogos na educação: criar, fazer, jogar. 6 Ed. São Paulo: Cortez, 2005.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida (org.). O jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 4 Ed. São Paulo: Cortez, 2011