A FAMÍLIA NO PROCESSO DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Laiana Rebouças Ramiro
Greiciele Volpato de Santana
RESUMO
Como princípio, olhando para os desafios da educação especial, mostra que a diferença é um fator rico no processo educativo. Muitas vezes essa preocupação vem apenas da escola e não dos pais, e sabemos onde as crianças passam mais tempo com suas famílias. Portanto, considerando que somos diferentes, as famílias não podem abdicar de sua responsabilidade de trabalhar com as escolas para preparar os alunos para que possam interagir com a diversidade. O objetivo é incentivar e demonstrar o envolvimento dos pais/responsáveis de crianças com deficiência no processo de ensino. O objetivo da pesquisa é analisar a família no processo da educação inclusiva. Tratou-se de revisão da literatura, baseando-se na busca de artigos publicados entres 2013 a 2022. As bases de dados utilizadas serão: SCIELO (Scientific Electronic Library Online); Google Acadêmico. Conclui-se que deve ser promovida uma escola ativa, animada e vibrante em que todas as partes, famílias e escolas contribuam para melhorar a vida das crianças com necessidades educativas especiais, respondendo aos seus interesses e necessidades.
Palavras-chave: Família. Educação Inclusiva. Inclusão.
1- INTRODUÇÃO
Como princípio, olhando para os desafios da educação especial, mostra que a diferença é um fator rico no processo educativo. Muitas vezes essa preocupação vem apenas da escola e não dos pais, e sabemos onde as crianças passam mais tempo com suas famílias. Portanto, considerando que somos diferentes, as famílias não podem abdicar de sua responsabilidade de trabalhar com as escolas para preparar os alunos para que possam interagir com a diversidade. O objetivo é incentivar e demonstrar o envolvimento dos pais/responsáveis de crianças com deficiência no processo de ensino.
A maioria dos pais vem à escola apenas para matricular os alunos, e muitas vezes passam por um ano letivo sem ver o professor pessoalmente, quais atividades serão realizadas no ano letivo e sua visão para o ensino da educação. A educação inclusiva em geral ainda é um desafio nos dias atuais, mesmo com as mudanças educacionais ocorridas no Brasil, principalmente quando falamos de crianças com necessidades especiais em sala de aula, mas também quando falamos da relação com o cuidado igualitário para alunos especiais com outros alunos, na escola e em ambientes sociais. Nessa temática, o presente artigo visa responder: qual o papel da família no processo da educação inclusiva?
O objetivo deste artigo é analisar a família no processo da educação inclusiva. Como objetivos específicos temos: abordar sobre a educação inclusiva; avaliar o papel do professor na educação inclusiva; explicar sobre a relação família e professor na educação inclusiva.
A pesquisa é importante porque levanta a necessidade de escolas e famílias andarem de mãos dadas, e um dos problemas é muitas vezes que as escolas se recusam a dar às famílias um caminho a seguir, dificultando as conexões. É pensando nos pais que estudamos o envolvimento deles na vida escolar dos filhos, observamos o desenvolvimento, e vemos uma aliança entre esses dois pilares, casa e escola, que devem estar sempre juntos, sempre buscando melhorar o desempenho dos alunos e as observações de que é responsabilidade dos pais trabalhar com as escolas para educar seus filhos, é importante ressaltar que estamos passando por mudanças, sempre passando por fases, e se pais e escolas o fizerem sem buscar respostas, vai dificultar para que as crianças alcancem seus objetivos. Uma vez compreendida a importância do papel da família no desenvolvimento cognitivo dos alunos, com ou sem necessidades especiais, deve ser feita uma análise dos comportamentos, atitudes e abordagens desenvolvidas.
2- EMBASAMENTO TEÓRICO
2.1 Educação inclusiva
A educação inclusiva apareceu pela primeira vez na literatura de pesquisa no final da década de 1980. Como alternativa à educação especial, a educação inclusiva expande a responsabilidade das escolas e dos sistemas escolares para aumentar o acesso, a participação e as oportunidades de aprendizagem dos alunos marginalizados. Utilizando uma lente cultural para estruturar a prática educacional, a educação inclusiva pode ser vista como uma interação colaborativa, mutuamente constitutiva e responsiva entre alunos e professores (FREITAS et al., 2015).
Na era digital, destacar a natureza interativa e interpretativa do ensino oferece o potencial para uma aprendizagem autônoma, transparente e que envolve a construção de comunidades democráticas. A educação inclusiva plenamente realizada é baseada em pressupostos críticos sobre capacitação e deficiência. A educação inclusiva oferece a possibilidade de quebrar as noções dominantes de raça, idioma, habilidade, gênero e religião (YAEGASHI, 2017).
No entanto, como o sistema educacional nacional adota o termo educação inclusiva, em muitos casos está se tornando uma forma dúbia de educação especial, um método de classificação e segregação de alunos que não atendem aos perfis de alunos padrão. Uma comunidade de prática, onde um conjunto de ferramentas constrói engajamento e privilegia determinados tipos de prática (CARVALHO, 2018).
Em contraste, a educação inclusiva contém uma agenda que vai além da categorização de professores e alunos. É uma agenda destinada a promover a aprendizagem como um companheiro permanente na vida individual e coletiva. Compreender como as comunidades alavancam a história, as práticas atuais e a linguagem compartilhada para negociar experiências pode levar a abordagens transformadoras (CARVALHO, 2018).
Da mesma forma, à medida que os professores percebem o impacto de sua prática diária (ou seja, aprender fazendo), eles criam novas maneiras de ajudá-los a transcender as fronteiras estruturais que mantêm a divisão atual entre educação especial e inclusiva como denominador comum. Prática para Todos os Alunos: Capacitação, Capacitação e Prevenção e Conceitos de Produtividade e Contribuição (CARVALHO, 2018).
Os defensores da educação inclusiva têm chamado a reestruturação das escolas para acomodar todos os alunos e defendem mudanças radicais no currículo, alegando que o currículo atual perpetua a exclusão, separando aqueles que podem alcançar seus objetivos daqueles que não podem (FREIRE, 2015). ).
A investigação sobre educação inclusiva centra-se em melhorias na resposta global das escolas e nas estratégias de ensino que incluem todos os alunos. No início da década de 1980, a UNESCO realizou uma pesquisa sobre a formação de professores em 14 países, abrangendo todas as regiões do mundo (YAEGASHI, 2017).
Os resultados sugerem que o professor de sala de aula médio está disposto a assumir a responsabilidade por crianças com necessidades especiais, mas não confiante em sua capacidade de realizar a tarefa. A maioria dos professores sente que precisa de treinamento em áreas de necessidades especiais. Esses achados apontam para a necessidade de formação on-the-job de professores em salas de aula gerais por meio de formadores de professores (SILVA, 2019).
Consequentemente, a UNESCO criou um projeto, liderado pelo professor Mel Ansko, agora na Universidade de Manchester, para desenvolver materiais didáticos e estratégias para atender à necessidade de professores em escolas inclusivas. Workshops regionais foram organizados para a África (Nairóbi, Quênia), Ásia (Pequim, China), Oriente Médio (Amã, Jordânia), Europa (Romênia), América Latina (Chile) e América do Norte (Canadá). Equipes de recursos são criadas para preparar e experimentar materiais que devem ser culturalmente relevantes. Entre 1988 e 1993, as equipes do projeto se reuniram, acompanharam materiais e realizaram oficinas (SILVA, 2019).
O sucesso desses materiais e as várias experiências de educação inclusiva em diferentes partes do mundo levaram a UNESCO a convocar a Conferência Mundial de 1994 em Salamanca com a ajuda do governo espanhol. Os delegados discutiram abordagens excludentes para eliminar crianças e jovens com necessidades especiais devido a condições sociais, econômicas, psicológicas e físicas. Ao final da reunião, a Declaração de Salamanca e o Marco de Ação foram adotados por unanimidade por aclamação (SILVA, 2019).
As implicações para a educação inclusiva são profundas. As comunidades nacionais, regionais, locais e profissionais estão em diferentes níveis de conceituação. Alguns estão na fase inclusiva de "escolas para todos", alguns estão na fase de escola especial e alguns estão no meio. Até agora, cobri desenvolvimentos educacionais em relação a pessoas com necessidades educacionais especiais. De fato, aos olhos de economistas e planejadores educacionais, a educação surgiu na literatura como se existisse principalmente no contexto da escolarização (SILVA, 2020).
A educação informal e não formal muitas vezes não são a preocupação deles. No entanto, aqueles que são excluídos da escolaridade se beneficiam dessas formas de educação, a fim de se tornarem membros contribuintes úteis de suas comunidades. Para muitos individuals com necessidades especiais em muitos países, estas são as únicas formas de educação (CARVALHO, 2018).
A educação não formal, por outro lado, abrange todas as formas de aprendizagem, incluindo aulas de alfabetização funcional, fora do sistema formal de ensino. Coombs descreveu essas formas não escolares de aprendizagem como os "sistemas de sombra da educação". Os economistas tradicionalmente não reconhecem o papel significativo da aprendizagem informal e não formal, e o development do setor informal, no desenvolvimento de inquérito, reflexão, criatividade e tecnologia localmente relevante e apropriada e na produção de bens de consumo acessíveis, marcando-o como tradicional e inferior (SILVA, 2020).
Em uma escala mais ampla, está sendo aceito agora que a contribuição of informal e não formal de aprendizagem e produção (aprendendo fazendo) em áreas urbanas e rurais, embora não registrada, é o que sustenta a vida das nações. As críticas contínuas à economia dupla, como uma falsa classificação da economia em influência pré-existente e moderna sob influência estrangeira, levaram a um movimento em direção à aceitação do setor informal como parte integrante da economia de uma nação (YAEGASHI, 2017).
Mas formas informais e não formais de aprendizagem não são novas. São formas principalmente indígenas de educação, princípios dos quais poderiam até ser usados para aproveitar os ambientes formais da escola. Como argumentei em outros lugares, a educação indígena na África foi, e é, inclusiva. Precisamos apenas considerar os princípios, que nortearam as formas indígenas de educação (CARVALHO, 2018).
Funcionalidade de conhecimentos e habilidades: todos os conhecimentos, atitudes e habilidades incorporadas no currículo foram baseados na transmissão cultural, criação de conhecimento e transformação orientação comunitária: todo conteúdo e prática educativa foi baseado e dentro da comunidade (ROCHA et al., 2018).
2.2 Papel do professor na educação inclusiva
Os educadores, como todos os demais, precisam ser orientados por práticas que facilitem o processo de desenvolvimento da linguagem das crianças, tornando suas interações cotidianas uma fonte produtiva de estimulação. Nessa interação constante, ele não deve esquecer que a forma como fala e se expressa constitui um modelo para as crianças interagirem e aprenderem. Portanto, o educador entende que, para seus alunos, muitas das palavras que ele expressa não serão publicadas, e que as crianças adquirirão a estrutura e as regras de uso da língua a partir dessa interação (YAEGASHI, 2017).
Diante disso, segundo Silva (2019), as práticas dos educadores devem ser marcadas por momentos e espaços que promovam o diálogo entre educadores e crianças, entre educadores e grupos de crianças, e entre as próprias crianças, para que todos sejam ouvidos, sua contribuição para a equipe é valorizado. Dessa forma, quando as crianças perceberem que sua contribuição é importante, elas terão a motivação para interagir, o que lhes dará o desejo e o prazer de se comunicar, fator importante no desenvolvimento da linguagem.
Por tanto, concluo que é imprescindível que o educador se perceba como agente significante no processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem em crianças em condições educacionais. Esse reconhecimento é de extrema importância para nortear a prática do profissional, e principalmente, ainda mais relevante, para as crianças que passam por ele. Tal problema ocorre devido à falta de formação continuada, é certo que em grande parte dos cursos de pedagogia e licenciaturas no Brasil, os estágios obrigatórios não exigem que os alunos tenham a experiência em alguma escola com a presença de crianças especiais, em sua maior parte no curso universitário o futuro educador tem apenas algumas aulas relacionadas à psicopedagogia (BUENO, 2019).
Apesar da formação dos professores continuarem focadas na hegemonia, no igual, deve se pensar numa mudança urgente para o bem de todos em sala de aula indiferente de se ter algum tipo de deficiência tratamos com o diferente todos os dias e todos os momentos, ninguém de forma alguma aprende de forma igual, o papel do professor não e somente transferir o conhecimento de forma padronizada para seus alunos, mas sim de procurar meios para que os mesmos terminem os estudos com um conhecimento a mais e com vontade de segui aprendendo (BUENO, 2019).
Diante dessas novidades, a escola não pode continuar ignorando o que acontece ao seu redor, nem anulando e marginalizando as diferenças nos processos pelos quais formas e instrui os alunos. Dessa forma, a escola, deve estar aberta ao novo, e inclusão, apesar de ser um tema antigo, está sempre em pauta quando se trata de garantir direitos ao cidadão. É um direito fundamental, não podendo ser negado, encontra-se sempre presente quando se trata de melhorar o acesso à educação (BUENO, 2019).
Quer dizer que não se deve negar nem dificultar o acesso às instituições de ensino, uma vez que se trata de um direito de todos, por isso o psicopedagogo será aquele que ajudará o professor despreparado a manter esse aluno na escola até que o mesmo finalize o Ensino Regulas como os demais. Mas identificar as necessidades individuais sem poder supri-las e muito frustrante. Entra aí a importância da interação entre as vertentes individual e social, pois, embora as escolas possam desenvolver inúmeras ações em prol da inclusão, também é verdade que elas enfrentam inúmeros limites que só poderão ser superados com mudanças sistemáticas nas políticas nacionais, com ênfase para as que dizem respeito diretamente a educação (CARVALHO, 2018).
Assim, não basta o professor preparado e estudado, mas a escola em todo seu contexto, físico e estrutural, deve estar prepara para receber o aluno portador de necessidades especiais. Isso ocorre porque alfabetizar significa ensina a ler e escreve uma criança que está recém entrando na escola. O educador terá como função fazer com que essa criança decodifique o código alfabético segundo Silva (2020). Ela terá que entender os sinais gráficos para posteriormente começar a elaborar palavras e logo depois frases e orações completas e ordenadas.
O que parece ser algo fácil em que o professor deve apenas seguir as instruções de ensino, algumas vezes se torna um ato impossível porque nem toda criança tem o mesmo ritmo de aprendizagem. Outras por sua vez já possuem algum tipo de dificuldade e isso acaba tendo que fazer com que o professor mude seu modelo estabelecido de aula para lago diferente e inovador (YAEGASHI, 2017).
É nesse momento que muito se deparam com uma situação difícil por não estarem preparados para lidar com o aluno especial, ocasionando o isolamento e a falta de interação e participação do mesmo das atividades que não estão adequadas ao seu perfil. Por outro lado, o modo como formulamos perguntas, encaminhamos modos de resposta e organizamos nosso conhecimento é muito influenciado por toda a história da filosofia (ROCHA et al., 2018).
A criança parece se situar como um sujeito que detêm seu espaço na sociedade, um indivíduo exigente, questionador, possuidor de mercado consumidor, leis, programas televisivos e ciências dedicadas a elas. Mas, a ideia de infância é extremamente moderna. Assim segundo Silva (2019) um dos teóricos que em seus estudos abordam a inteligência humana é o suíço Jean Piaget (1896-1980) – o qual teve como grande foco a compreensão do “sujeito epistêmico”, ou seja, estudou os processos de aprendizagem e de conhecimento humanos da infância à vida adulta.
Estudioso que compreendeu o psiquismo humano como uma díade entre o fisiológico e o social, sendo de importância fundamental nessa relação o papel da afetividade. Wallon dedicou-se ao estudo do desenvolvimento psicológico da criança, publicando vários textos destinados à educação regular. Além disso, demonstrou grande interesse pelo papel do professor, destacando a necessidade do domínio dos conhecimentos a serem transmitidos às crianças, assim como a maneira de transmiti-los (ROCHA et al., 2018).
Assim Silva (2020) mostra que outra questão a ser considerada é a duração desses sintomas. Também é importante que a persistência em vários locais e ao longo do tempo seja avaliada, ou seja, precisam ocorrer em vários ambientes da vida da criança (por exemplo, casa e escola) mantendo-se constantes ao longo do período avaliado. Pois sintomas que ocorrem apenas em casa ou na escola, podem ser apenas resultados de sintomas de um ambiente familiar conturbado e ensino inadequado.
Freire (2015) também fala sobre a brincadeira, ao dizer que o lúdico no desenvolvimento infantil faz com que a criança aprenda a agir, ter curiosidade o que estimula a vontade de busca pelo novo que faz com que haja não só o desenvolvimento da linguagem como também da autoconfiança, do pensamento e da concentração.
Dessa forma segundo Bueno (2019) na relação estabelecida no ato de ensinar e aprender o educador assumirá o lugar significativo do outro e contribuirá para que a criança se aproprie efetivamente da língua. É sobre esse lugar, sobre a importância do professor a partir desse lugar e sobre essa contribuição, que tratará esse trabalho. Incialmente, voltaremos nossa discussão para a psicanálise dentro da perspectiva sociointeracionista para, em seguida, expor a compreensão de Vygotsky sobre quem é o outro na dinâmica da interação social e, por fim, concluir destacando a posição e a relevância do educador dentro dessa problemática.
Sem a devida atenção o educador corre o risco de ignorar a sua própria importância para o desenvolvimento linguístico do seu educando. Na posição de outro, é preciso que ele compreenda o quanto as suas ações, por menos intencionais que sejam, influenciam direta ou indiretamente no desempenho discursivo da criança.
3- MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de uma revisão de literatura baseada em buscas de artigos publicados entre 2013 e 2022. As bases de dados utilizadas serão: SCIELO (Science Electronic Library Online) e Google Acadêmico. O descritor utilizado para a busca foi: família. Educação inclusiva. tolerar. Os critérios de inclusão utilizados serão: artigos que respondam às questões metodológicas do projeto, e os critérios de exclusão são: editoriais, artigos de revisão de literatura e artigos que não respondam a outras questões metodológicas colocadas por este estudo.
Gil (2018) mostrou que a pesquisa é um procedimento sistemático baseado no raciocínio lógico que visa encontrar soluções para problemas propostos por meio do método científico. Quanto aos objetivos, a pesquisa é classificada como exploratória, descritiva e explicativa. Para analisar os objetivos da pesquisa, será utilizada a pesquisa exploratória e descritiva.
A investigação pode ser dividida em três áreas: em termos de objectivos, em termos de resolução de problemas e em termos de procedimentos. Quanto aos seus objetivos, a pesquisa que deu origem a este artigo é descrita como exploratória e descritiva. Os estudos exploratórios visam “[…] revelar mais contexto de um problema, torná-lo mais explícito ou estabelecer hipóteses, pelo que o principal objetivo destes estudos é melhorar as ideias.” (Gill, 2018, p. 45).
O tipo de pesquisa é uma revisão de literatura, onde o principal objetivo desse tipo de pesquisa é revelar a natureza de um determinado fenômeno ou declará-lo em suas variáveis (GIL, 2018). Portanto, recomenda-se ter as seguintes características: tomar a análise atmosférica como fonte direta de dados e usar os pesquisadores como ferramentas de transformação; não usar ferramentas e métodos estatísticos para entender mais sobre a interpretação de fenômenos e a estimativa de resultados, a método deve ser o foco principal do método, e não resultados ou desfechos, a apreciação dos dados deve ser feita de forma intuitiva e indutiva pelo pesquisador (Gill, 2018).
Quanto aos métodos de investigação, tendo em conta os objetivos identificados, considerou-se mais adequada a abordagem qualitativa. Gil (2018) mostrou que vários estudos com métodos qualitativos podem, portanto, descrever a complexidade de um determinado problema, analisar a interação de determinadas variáveis e compreender e categorizar os processos dinâmicos vivenciados por grupos sociais.
Gil (2018) também mostra que livros, revistas, jornais, internet, anuários, estatísticas, monografias, mapas, arquivos audiovisuais e outras fontes que contenham informações básicas sobre propostas de trabalho são considerados documentos. Possibilidade de processamento e análise de dados após a coleta, análise e interpretação de dados.
4- RESULTADOS E DISCUSSÕES
A presença e o companheirismo da família, na vida de qualquer criança, é muito importante para o desenvolvimento global da criança. Seu papel é fornecer-lhes um lugar seguro para se desenvolver, aprender e socializar. Para as famílias com deficiência, esse esforço, sem dúvida, tornou-se mais difícil (BUENO, 2019).
Quando isso acontece, cada membro da família precisa redefinir papéis, exigir uma mudança de atitude e um novo modo de vida. Buscaglia considera as primeiras fases da vida como uma das mais importantes para o futuro das crianças com deficiência porque é nessa época que elas serão ajudadas a desenvolver atitudes básicas relacionadas às suas perspectivas futuras - otimismo/pessimismo, amor/ódio, crescimento/indiferença, segurança/depressão, alegria/desespero – e aprendizado em geral (BUENO, 2019).
A principal importância da influência familiar é que a família e a vida familiar, por meio de seu meio físico e social, proporcionam as condições necessárias para o desenvolvimento da criança. Em seu trabalho, Cambruzzi afirma: É importante destacar que a família é essencial no processo educativo das crianças, pois as crianças mostram que estão desenvolvendo autonomia, consciência do outro e participação em um grupo. Vale lembrar que a parceria escola/família é um fator essencial, pois são agentes de mudança pessoal e, coletivamente, apoiam uma mudança na percepção da deficiência pela sociedade, mas ainda a distorcem (CARVALHO, 2018).
A natureza humana, em termos de emoções. É nessa interação emocional que desenvolvemos sentimentos positivos ou negativos e construímos nossa autoimagem. Se as famílias com deficiência não buscam desde a infância uma estimulação precoce adequada, se não acreditam que podem desenvolver muitas habilidades, se as rotulam de incompetentes, se forma nelas uma "pequena" imagem de seu valor, podemos ter uma baixa auto-estima. estima. Quando uma criança tem sucesso no que faz, ela começa a acreditar em suas próprias habilidades (SILVA, 2020).
Um familiar com deficiência pode ajudá-lo a criar bons relacionamentos; é importante elogiá-lo e encorajá-lo quando ele tenta fazer algo, fazê-lo perceber que ele tem o direito de se sentir importante, que ele "pode aprender", que ele "pode " e ele é "respeitado". Mas para que as famílias funcionem bem, é importante buscar orientação, seja do próprio médico, psicólogo ou centro de deficiência, para estabelecer metas realistas que se ajustem às habilidades da criança, dando-lhe a oportunidade de fazê-lo sem ser excessivamente protetor (SILVA, 2020).
Exigências excessivas sobre o desempenho de crianças com deficiência também podem criar barreiras ao seu desenvolvimento. Alguns pais criam fantasias e, no desejo de ver seu filho progredir, podem desencadear transtornos de ansiedade que podem levar a problemas e dificuldades para lidar com contratempos. A responsabilidade pela formação da autoestima em pessoas com deficiência cabe aos pais, vinculando assim seu papel na formação emocional. Portanto, os pais podem ajudar a superar os efeitos negativos da deficiência e, assim, facilitar sua própria aceitação de sua condição (FREIRE, 2015).
Acima de tudo, permitir a construção de uma escola aberta à diversidade é uma tentativa de resgatar a miríade de preconceitos e preconceitos que sustentam argumentos que acabam por inadvertidamente estabelecer e legitimar a prática profissional. O objetivo de trabalhar com alunos com deficiência é, principalmente, salvar sua autoestima e suas identidades, começando pela valorização de suas potencialidades e respeitando suas limitações (FREIRE, 2015).
Assim, confirma-se o fato de que a família é um fundamento indispensável para todos. As crianças têm uma forte necessidade de membros da família, e as crianças com deficiência precisam ainda mais; elas são fortemente dependentes disso. Ali, a criança desenvolverá seu processo de amadurecimento, adquirindo as habilidades motoras de que necessita. Ele também precisa desenvolver os conceitos mentais associados a essa habilidade para que possa crescer e se tornar um adulto (FREIRE, 2015).
O papel principal dos pais é ensinar à criança os conceitos de defesa da vida e as habilidades psicofísicas que a criança desenvolve durante o desenvolvimento evolutivo até a idade adulta. A vida social é complexa e caracterizada pela coexistência de pessoas diferentes; inclusão significa a integração de todas as pessoas para criar um entendimento comum de que a unidade e a diversidade silenciam os seres humanos em condições de diferença e exclusão (CARVALHO, 2018).
Toda criança com deficiência tem o direito de ser aceita, primeiro na família, depois na escola e na sociedade; de ser respeitada como qualquer cidadão, com direitos e obrigações, mesmo que seja diferente. Ninguém nasce irmão deficiente, tem que aprender a ser irmão. Bettelheim nos ensina a importância de um coração informado, uma emoção cercada de conhecimento, para melhorar as condições de vida e as relações com os outros. Isto é especialmente verdadeiro para irmãos com deficiência. É preciso aceitá-lo emocionalmente, compreendê-lo, aprender a compreender plenamente seus pontos fortes e fracos, e saber trabalhar emocional e intelectualmente com essas relações. Isso é possível quando há amor incondicional (CARVALHO, 2018).
O amor incondicional é total, completo, absoluto, generoso, altruísta e infinito. Esse tipo de amor não impõe condições ou limitações ao amor. As pessoas que amam incondicionalmente não esperam nada em troca. O amor vem em primeiro lugar. O "amor de mãe" incondicional é um típico "amor incondicional". Um relacionamento familiar com amor incondicional é amor sem razão ou pré-condição (BUENO, 2019).
Embora o amor condicional exija algum tipo de troca, ele é limitado e o amor só é dado se certas condições (conscientes ou não) forem atendidas. Em uma família onde os pais amam incondicionalmente, existe o amor transcendental e, apesar das fantasias, o amor não espera o retorno, para que as crianças possam desenvolver a autoestima e a autoconfiança. A confiança faz com que as crianças acreditem em suas próprias habilidades (BUENO, 2019).
Para desenvolver essa capacidade, as famílias devem acompanhar e valorizar o seu sucesso e incentivá-lo nos momentos difíceis, fazendo do fracasso uma oportunidade de crescimento. Dessa forma, a criança se aceita, aceita suas próprias virtudes e limitações e desenvolve sua autoestima. Ao motivar a criança de forma positiva, capacitando-a a sonhar, atingir metas, desfrutar do processo envolvido e enviar-lhe amor incondicional, a criança se sentirá mais motivada a buscar a melhoria sem a pressão ideal imposta pelo Estado (BUENO, 2019).
A falta da parceria da familia com a escola, é uma das principais causas do desenvolvimento das crianças que apresentam um quadro de especificidade sentir dificuldades em se relacionar com os colegas e até mesmo se desenvolver nas atividades escolares fazendo com que sua aprendizagem seja comprometida. Conforme nos diz Silva (2019), Os pais devem envolver-se na educação dos filhos também na escola.
Foi se o tempo em que os pais abondonavam os filhos na escola dizendo que a partir daí a escola era responsável pela educação deles. Partindo dessa afirmação é possivel observar o quanto a presença dos pais é imprescindível, destacando também como um fator importante a formaçao continuada do professor para que assim ele sinta-se a seguro em administrar essas situações rotineiras em sua sala de aula (SILVA, 2019).
Rocha et al. (2018) também nos diz que o papel do professor é variado complexo mais motivador. Ele deve ensinar mais também educar, transmitir conhecimentos mais tambem incluir métodos, instrumentos de trabalho e alguns valores fundamentais aos alunos, como, por exemplo, a compreensão e o respeito pelo outro, a entreajuda ou a responsabilidade. O desafio que confronta a escola inclusiva é no que diz respeito ao desenvolvimento de uma pedagogia centrada na criança e capaz de bem sucedidamente educar todas as crianças, incluindo aquelas que possuam desvantagens severa.
O mérito de tais escolas não reside somente no fato de que elas sejam capazes de prover uma educação de alta qualidade a todas as crianças: o estabelecimento de tais escolas é um passo crucial no sentido de modificar atitudes discriminatórias, de criar comunidades acolhedoras e de desenvolver uma sociedade inclusiva (SILVA, 2020).
O educador tem um papel também de grande importância no desenvolvimento do aluno, pois ele estará cotidianamente percebendo quais são suas potencialidades e o que ele precisa fazer para auxiliar as suas dificuldades, definindo estratégias que favoreçam o desenvolvimento integral da criança. Estimasse que dados relevantes mostra que 74% dos pais consideram a voz do filho como normal, mais apenas 26% desses pais percebem algum tipo de desvio na voz do seu filho como muito alterada, rouca, e desse total de pais apenas 45% dos pais preocupam-se com essas alteraçoes, partindo desses dados nota-se o quanto é importante a presença dos pais nesse desenvolvimeto (FREIRE, 2015).
Educação Especial incorpora os mais do que comprovados princípios de uma forte pedagogia da qual todas as crianças possam se beneficiar. Ela assume que as diferenças humanas são normais e que, em consonância com a aprendizagem de ser adaptada às necessidades da criança, ao invés de se adaptar a criança às assunções pré-concebidas a respeito do ritmo e da natureza do processo de aprendizagem. Uma pedagogia centrada na criança é beneficial a todos os estudantes e, consequentemente, à sociedade como um todo. (FREITAS et al., 2015).
A sociedade ainda se encontra em estado de inercia a respeito da inclusão desse aluno nas atividades de sala de aula, na maioria das vezes a propria familia dificulta o desenvolvimento desse individuo, partindo desse penssamento é nescessario que a escola ministre eventos, palestras que tratem de tal assunto como algo normal e corriqueiro na sociedade sem distição com o aluno que apresenta deficiência (FREITAS et al., 2015).
Segundo Carvalho (2018) uma das tarefas mais importantes, embora difícil de ser implementada, é preparar tanto os alunos como professores e pais para viverem e superarem as dificuldades em um mundo de mudanças rápidas e de conflitos interpessoais, contribuindo para o processo de desenvolvimento do indivíduo.
Nesse contexto, é de suma importância que a escola apresente uma parceria com a familia, observando a dificuldade que o aluno apresenta em sala de aula, pois muitas vezes os pais não aceitam que o filho tenha dificuldades na aprendizagem ou até, mesmo seja deficiente, e é nesse momento que a escola deve orientar a familia, qual profissional procurar ou a melhor formar de participar da vida escolar da criança.
5- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para alcançar um desenvolvimento harmonioso e de qualidade, deve ser incentivada a participação das várias instituições educativas envolvidas, entre as quais destacamos o lar e a escola. Todos devem estar ativamente envolvidos neste processo, sabemos que esta parceria entre casa e escola é um pressuposto que se concretiza gradualmente, pelo que é conveniente e inevitável estabelecer determinados procedimentos que são considerados críticos para o sucesso do processo de relacionamento algures no entre.
Nesse sentido, as escolas devem criar ambientes acolhedores e reforçar e regular essas ações na política pedagógica programática de cada instituição de ensino, respeitando as características individuais de cada cidadão e acreditando que todos têm a capacidade de aprender, sempre que possível se estruture estratégias de reordenamento. práticas escolares e reconsiderar o impacto de expectativas reduzidas são suficientes para identificar o fracasso acadêmico.
Concluímos, assim, que deve ser promovida uma escola ativa, animada e vibrante em que todas as partes, famílias e escolas contribuam para melhorar a vida das crianças com necessidades educativas especiais, respondendo aos seus interesses e necessidades.
REFERÊNCIAS
BUENO, J. G. S. A inclusão de alunos deficientes nas classes comuns do ensino regular. Temas sobre Desenvolvimento, v. 9, n. 54, (pp. 21-7). São Paulo: Memnon, 2019.
CARVALHO, R. E. Educação Inclusiva: com os pingos nos “is”. 12. ed. Porto Alegre: Mediação, 2018.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 13. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2015.
FREITAS, M. N. C. et al. Características psicossociais do contato inicial com alunos com deficiência. Psicologia & Sociedade, Campinas, v. 27, n. 1, p. 211-220, 2015.
ROCHA, J. S.; AMORIM, A; FERREIRA, M. C. A, LOPES, M. M. A inclusão escolar de jovens e adultos com deficiências: Ações gestoras necessárias. Brazilian Journal of Education, Technology and Society, v.11, n.3, jul.- set., p.506-521, 2018.
SILVA, A. M. Educação especial e inclusão escolar: história e fundamentos. Curitiba: Ibpex, 2019. (Série Inclusão Escolar). 215p.
SILVA, Aline Maira da. Educação especial e inclusão escolar: história e fundamentos. Curitiba: Ibpex, 2020. (Série Inclusão Escolar).
YAEGASHI, P. Família, Desenvolvimento e aprendizagem escolar: um olhar psicopedagógico, 2017.