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LITERATURA INFANTIL: A LITERATURA INFANTIL COMO INCENTIVO À LEITURA NOS ANOS INICIAIS

Greiciele Volpato de Santana1

Artigo Científico Apresentado ao Instituto Superior de Educação Ibituruna - ISEIB, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Psicopedagogia Clinica Institucional.

 

RESUMO

Este projeto visa demostrar como é possível utilizar a literatura infantil em sala de aula como uma possibilidade de construção de espaços. Nesse caso será utilizado teatro como um instrumento lúdico. É através dos contos histórias que as crianças estabelecem o mundo dos pensamentos, vivenciam experimentos que enriquecem a sua imaginação como elementos da fantasia. Assim como permitimos às crianças um relação agradável com os livros infantis, estamos expandindo seu leque de conhecimento, fazendo defluir sua criatividade e gerando a formulação de ideias próprias. Neste caso os professores nos anos iniciais necessitam trabalhar constantemente com a literatura, pois, está se compõe em material que contribui e estimula a criatividade infantil.

 

Palavras-chave: Leitura. Lúdico. Aprendizagem.

 

Introdução

 

Aproximar os alunos e o texto é um procedimento delicado que requer cautela, a criança só tomará o desejo pela leitura se o mundo literário for proporcionado a ela em pequenas partes e de modo prazerosa, já que ler é o ato de sentir-se bem, e nesse ato é que entra a Literatura Infantil.

A literatura infantil nos anos iniciais deve ser entendida como uma possibilidade de construção de espaços, não mais uma aparição assistencialista, mas, sim, educacional. Adquirindo novos sentidos que favorece para criança o acesso ao mundo da literatura aproximando-a de diferentes meios de linguagens, já que o contar histórias pode se constituir em: corporal, plástica, musical, oral e escrita. É ouvindo histórias que as crianças estabelecem o mundo dos pensamentos, vivenciam experimentos que enriquecem a sua imaginação como elementos da fantasia. Assim como permitimos às crianças um relação agradável com os livros infantis, estamos expandindo seu leque de conhecimento, fazendo defluir sua criatividade e gerando a formulação de ideias próprias. Desse modo os professores dos primeiros anos do ensino fundamental necessitam trabalhar constantemente com a literatura, pois, está se compõe em material indispensável que aflora a criatividade infantil e despertar o lado artístico da criança. Assim, para que este processo ocorra, é necessária tanto a instituição educacional como a família, permitir, incentivar, adaptar e ampliar o uso da leitura, considerando como uma das atividades mais interessante para o desenvolvimento da sensibilidade, da memória, da fantasia e da imaginação. É por meio desta relação que a criança contrai o meio de linguagem e conhecimento para fazer sua própria leitura de mundo. Nessa faixa etária, os materiais de literatura precisam ser oferecidos às crianças, por meio de uma coleção de sentimentos e emoções que beneficiam o desenvolvimento e o prazer pela literatura, em forma de lazer e entretenimento.

Podemos também destacar a importância deste projeto de pesquisa por buscar compreender que a literatura infantil em seu método desperta o interesse e a atenção das crianças, acrescentando nelas, outras coisas interessantes como, a imaginação, a criatividade, a expressão das ideias, e o prazer pela leitura e escrita, oportunizando condições, nas quais as crianças possam interagir em seu método de edificação do conhecimento, permitindo assim, o seu desenvolvimento na leitura.

Tendo em vista o objetivo deste projeto é demonstrar a importância dos subsídios da Bibliografia Infantil para a adequação da leitura nos anos iniciais, adotando como base à compreensão e a constituição do conhecimento infantil. Dando ênfase ao uso dos livros infantis no trabalho pedagógico incluso a sala de aula para a aquisição do palavreado oral da criança com conteúdos de leitura, releitura e linguagem.

Dividido em etapas a durabilidade do projeto é de 20 horas equivalentes há seis dias trabalhadas.

Sendo assim foi utilizado como processo de desenvolvimento leitura do livro os Três porquinhos com autoria de Joseph Jacobs logo após foram feita a releitura da obra e, recontagem da historia em forma de teatro. Para realização desta atividade serão necessário materiais bem como E.V.A, tesoura, cola quente, TNT entre outros recursos. A avaliação será feita através de participação dos alunos nas atividades. O projeto foi embasado teoricamente em Oliveira, Coelho, Candido entre outros que em suas teorias valorizam a literatura como atividade necessária para a formação do aluno.

 

Desenvolvimento

 

A definição do tema desse projeto é para ser desenvolvido em nossas escolas se apoia no conhecimento que temos de que o trabalho com a literatura infantil pode contribuir para o desenvolvimento cognitivo, ajudando-as a formar leitores. Assim, o uso do livro em sala de aula proporciona às crianças meias para desenvolver habilidades que agem como facilitadores dos processos de ensino e aprendizagem. Estas habilidades podem ser observadas no aumento da linguagem, nas referências textuais, na interpretação de textos, na ampliação do repertório linguístico, na reflexão, na criticidade e na criatividade. Com a probabilidade de o leitor fazer novas releituras, agindo assim, no processo de ensino-aprendizagem.

Ouvir e ler histórias são entrar em um mundo encantador, cheio ou não de mistérios e surpresas, mas sempre muito interessante, curioso, que diverte e ensina. É na relação lúdica e prazerosa da criança com a obra literária que temos uma das possibilidades de formarmos o leitor. É na exploração da fantasia e da imaginação que se instiga a criatividade e se fortalece a interação entre texto e leitor.

A literatura infantil, sendo assim, não pode ser utilizada somente como um "texto" para o ensino da leitura e sim para o incentivo à formação do hábito de ler. Para que a obra literária seja utilizada como um objeto mediador de conhecimento, ela precisa ter relações entre teoria e prática, permitindo ao professor atingir sua produção educativa. Portanto, uma metodologia baseada em um ensino por projetos é uma das probabilidades que tem demonstrado bons resultados no ensino de leitura.

 

Hernandes (1985) entende a literatura infantil como sendo

um conjunto de obras nas quais a linguagem seja o essencial e não um instrumento para levar à criança algo diferente do que exige seu mundo interior; um mundo no qual a imaginação é magia que faz de cada realidade uma imagem e de cada imagem uma realidade e na qual a criança constitui-se o rei da natureza e, impulsionado por seu animismo, de um pau faz um cavalo ou outra criança a quem contar suas histórias.(HERNANDES apud OLIVEIRA, 1996, p. 23).

 

Percebe-se na fala do autor que muito se tem discutido sobre a literatura infantil na vida da criança. As crianças começam a formar sua leitura de mundo e muitos se despertam para rabiscos, traços e desenhos desde cedo, conforme as oportunidades que são fornecidas. O meio no qual a criança vive, ou, a oportunidade oferecida tanto familiar como pela escola com os livros de literatura infantil, na pré-escolar, muito contribuem para seu desenvolvimento. Uma criança que desde cedo escuta histórias contadas por seus pais, com certeza, será um adulto leitor acostumando ao hábito e o gosto pela leitura, sua imaginação e criatividade são estimuladas a expressar ideias.

Dessa forma permite-se, ainda, que as crianças obtenham melhor desenvolvimento em sua criatividade, pois, o ato de ler e o de escrever estão fortemente ligados. Sendo assim,

 

A literatura infantil é, antes de tudo, literatura; ou melhor, é arte: fenômeno de criatividade que representa o mundo, o homem, a vida, através da palavra. Funde os sonhos e a vida prática, o imaginário e real, os ideais, e sua possível/impossível realização (COELHO, 1986, p. 27).

 

Percebe-se, pelas palavras do autor que, a literatura infantil aumenta não só a imaginação das crianças como, até mesmo permite que elas operem como personagens das histórias de fábulas e dos contos de fada, além de promover a expressão de ideias.

Através das histórias que acontecem sempre num mundo de fantasia, as crianças flutuam se devolvem e se comovem; muitas das vezes, demonstram interesse por determinada história e acabam pedindo para reconta-las frequentemente. Assim, por meio dessas histórias vão sendo trabalhados seus próprios conflitos, conseguindo buscar soluções, no qual os professores têm um papel fundamental, auxiliando na solução desses conflitos e ansiedades que elas próprias criam. Uma criança que desde cedo ouve histórias narrada por seus pais, com certeza, será um adulto leitor convivendo ao hábito de leitura, terá prazer em ler, sua imaginação e criatividade são estimuladas a expressar ideias. Cabe destacar que a literatura infantil oportuniza situações, nas quais as crianças interajam em seu processo de construção do conhecimento permitindo, assim, o seu desenvolvimento e aprendizagem. O mundo da leitura não deve ser compreendido somente como recurso da alfabetização, mas, também, como um utensílio que permite a interpretação, a compreensão daquilo que se lê.

Oliveira (1996, p. 27) afirma que:

 

A literatura infantil deveria estar presente na vida da criança como está o leite em sua mamadeira. Ambos contribuem para o seu desenvolvimento. Um, para o desenvolvimento biológico e o outro, para o desenvolvimento psicológico, nas suas dimensões afetivas e intelectuais.

 

Percebe-se na fala do autor que com a tecnologia avançada a distância, entre os livros é cada vez maior, ler histórias passou a ser outro grande desafio que os educadores precisam adotar, para que essa tradição permaneça e viva entre nós.

A literatura nas séries iniciais é importante, e fundamental por inserir a criança no mundo imaginário, onde muitos se colocam no lugar dos personagens e com eles vivencia diversas situações e sentimentos; principalmente, porque essa criança vai contraindo aos poucos o conhecimento por uma variedade de textos.

A literatura é capaz de deslumbrar o leitor e torná-lo cativo. É uma literatura cheia de sentido e de expressão, gerando o fabuloso habito de leitura. A criança que, desde cedo, entra em contato com a obra literária escrita para a sua fase, terá uma compreensão maior; terá a oportunidade de ampliar seu conhecimento e alargar novos horizontes, terá, também, uma visão melhor do mundo e da realidade em que vivemos.

É comum que alguns educadores das mais diferentes áreas atribuam o fracasso escolar dos seus educandos em sua disciplina ao fato de seus alunos “não saberem ler”. Portanto, dificuldades e problemas de compreensão de textos e escritas afetam diretamente seu desempenho, não só no que diz respeito à linguagem, mas em todas as áreas do conhecimento e durante todo período escolar e em toda a sua vida. Nesse sentido, o trabalho com livros de literatura infantil para a leitura, tem um papel fundamental no início do processo da alfabetização.

A utilização da literatura para iniciação das leituras proporciona mais segurança na fase de alfabetização sendo fundamental tanto para os pais no auxilio do ensino em casa na hora das tarefas quanto para a escola e professores criando oportunidades para que essa criança se descubra leitora.

A importância da literatura infantil no processo de alfabetização incentiva a formação do hábito de leitura na idade em que todos os hábitos se formam, isto é, na infância, é dever de todos, principalmente uma responsabilidade do professor, por ser ela é um caminho que leva a criança a desenvolver os sentimentos, emoções e imaginação de forma prazerosa e significativa. Crianças que têm professores como exemplo de leitores e parceiros de leitura, sentem prazer em ler e não considera a leitura uma obrigação, a chave para o sucesso da leitura está na participação dos pais, que desde muito cedo leram ou contaram histórias para seus filhos, educadores que os estimulem desde os primeiros anos da vida escolar, logo na educação infantil.

Na sociedade atual, a leitura e a escrita assumem papéis de suma importância, consentindo que os sujeitos dominem e constituam como membros de uma sociedade, ativos, cidadãos e com direitos. É nesse aspecto que defendemos a necessidade de assumir o compromisso de proporcionar vivências cotidianas do uso da leitura e da escrita desde o início do processo de alfabetização, visando à formação significativa dos alunos.

Diante das percepções atuais de alfabetização o, processo de alfabetizar enquadra-se em saber ler e escrever e compreender as práticas da leitura e escrita em diversas situações. Esse é um conceito estudado como fato social, em que se analisa a importância de alfabetização. Esse processo é um ato que provoca um efeito para a mudança. A alfabetização se dá por pessoas, sujeitos, para isso, os educadores presentes na ação precisam reconhecer, como mediador do processo em transição que é a geral mudança para todos os envolvidos. O trabalho com literatura e alfabetização tem como objetivo formar alunos leitores e ainda de certa forma ensinar a linguagem.

 

Pensávamos numa alfabetização direta e realmente ligada à democratização da cultura, que fosse uma introdução a esta democratização. Numa alfabetização que, por isso mesmo, tivesse no homem, não esse paciente do processo, cuja virtude única é ter mesmo paciência para suportar o abismo entre sua experiência existencial e o conteúdo que lhe oferecem para sua aprendizagem, mas o seu sujeito [...]. Pensávamos numa alfabetização que fosse em si um ato de criação, capaz de desencadear outros atos criadores. Numa alfabetização em que o homem, porque não fosse seu paciente, seu objeto, desenvolvesse a impaciência, a vivacidade, característica dos estados de procura, de invenção e reinvenção. (FREIRE, 2008, p. 112).

 

Percebe-se na fala do autor, o ato da alfabetizar se dá pelo ato do conhecimento, através da leitura. Portanto, o processo de alfabetização não se inicia no ato de ler e escrever, ele vem deste muito antes. Vem com as vivências que se faz da leitura de mundo e através da imaginação . O ato de aprender a ler é a definição que se constitui com o conhecimento, é a forma de transformar seu contexto social. Portanto, ler e escrever faz parte de um processo, de compreensão de domínio próprio da língua e da linguagem. Em todas as etapas de formação, o educador necessita estar empenhado, pois na educação básica é essencial que os professores sejam pesquisadores, e reflitam sobre sua prática didático-pedagógica e criar possibilidades para a o desenvolvimento dos educando. Os livro de literatura infantil deve se tornar um meio pedagógico essencial para o desenvolvimento da criança leitora que é capaz de ouvir, fantasiar, interpretar e, com a intervenção do professor, registrar o que entendeu em processo de alfabetização. Praticar atividades com a literatura infantil é classificar o conhecimento escolarizado e buscar o prazer em aprender.

A leitura é um processo que desperta a tensão pela importância que desempenha durante o processo educativo. O RCNEI (2002, p.122) afirma que:

 

Para aprender a ler e escrever, a criança precisa construir um conhecimento de natureza conceitual: precisa compreender não só o que a escrita representa, mas também de que forma ele representa graficamente a linguagem. Isso significa que a alfabetização não é o desenvolvimento de capacidades relacionadas à perfeição, memorização e treino de um conjunto de habilidades sensório-motoras. É antes, um processo no qual as crianças precisam resolver problemas de natureza lógica até chegarem a compreender de que forma a escrita alfabética em português representa a linguagem e assim poderem ler por si mesma.

 

A leitura e a escrita são temas de muito interesse dos autores. A literatura nos mostra que a aprendizagem desses tópicos tem início muito antes da criança entrar no ensino fundamental.

Segundo o RCNEI (2002, p. 117):

 

A educação infantil, ao promover experiências significativas de aprendizagem da língua, por meio de um trabalho com a linguagem oral e escrita, se constitui em um dos espaços de ampliação das capacidades de comunicação e expressão e de acesso ao mundo letrado pelas crianças. Essa ampliação está relacionada ao desenvolvimento gradativo das capacidades associadas às quatro competências linguísticas básicas: falar, escutar, ler e escrever.

 

São poucas as crianças que têm o hábito de ler em nosso país. A maioria tem o primeiro contato com a literatura somente quando chega à escola. E com isso, vira obrigação, devido a muitos de nossos professores não gostarem de trabalhar com a literatura infantil e talvez desconheçam didáticas que ajudem a "dar vida às histórias" para, consequentemente, produzir conhecimentos. Na maioria das vezes não consideram o gosto e a faixa etária em que a criança se encontra, sendo que muitas vezes o livro indicado ou lido pelo professor está além das possibilidades de entendimento do aluno em termos de linguagem.

Atividades eficazes com a literatura infantil em sala de aula são aquelas em que os alunos interagem com os diversos textos trabalhados de forma que possibilite a leitura do mundo em que vivem e que construam, aos poucos, seu próprio conhecimento. Para conseguirmos um ensino de qualidade, faz se necessário que o educador se torne investigador, descubra critérios e que saiba selecionar as obras literárias a serem trabalhadas com as crianças, utilizando recursos pedagógicos capazes de ser objeto de interação na relação da criança com o livro e com seus próprios colegas.

 

Leitura-prazer, em se tratando de obra literária para crianças, é aquela capaz de provocar riso, emoção e empatia com a história, fazendo o leitor voltar mais vezes ao texto para sentir as mesmas emoções. É aquela leitura que permite ao leitor viajar no mundo do sonho, da fantasia e da imaginação e até propiciar a experiência do desgosto, uma vez que esta.

 

O livro infantil é uma invenção privilegiada, na medida em que lida com diferentes linguagens artísticas. A ilustração, assim como a literatura, agrada, comove, educa, uma vez que instiga a imaginação cada vez que se permite um dialogo e criar vãos no livro, uma vez que o desenho é o espelho do que esta escrita, cada vez que se propõe a tocar a sensibilidade e contribuir para a intuição criadora do leitor, capaz de desencadear a imaginação desde o inicio da infância.

A ilustração contida nos livros infantis não é aquilo que serve apenas para o pequeno leitor decifrar a escrita do texto. O livro é uma obra literária que, mais do que educar pedagogicamente falando, tem o dever de desenvolver o potencial de sensibilidade presente na criança. O livro infantil é um produto com características únicas, pois apresenta interpretação de texto, projeto gráfico, inúmeras técnicas de ilustração, além de variados recursos das artes gráficas disponíveis.

A literatura e suas ilustrações são fundamentais para a construção de novas vivências, as ilustrações dos livros infantis podem ser de caráter fundamental para o trabalho do pedagogo no inicio das suas leituras das histórias, o trabalho com os elementos gráficos deve ser utilizado desde muito cedo. Pois sua característica visual permite que criança inicie seu aprendizado antes mesmo do domínio da decodificação da escrita. A magia, a criação, a imaginação que eles proporcionam são fatores determinantes para a construção de uma aprendizagem significativa. Sendo necessário desenvolver estratégias de ensino que envolva a leitura de livros infantis.

Tratando-se de um recurso visual, a ilustração possibilita que o livro infantil seja inserido na educação, desde muito cedo mesmo que a criança seja pequena, mesmo não tenha o domínio do código verbal, pois, muitas vezes, o texto escrito poderá ser lido e interpretado a partir destes recursos gráficos.

Desta forma, que o livro literário não é um prazer apenas aos que já sabem ler e escrever, para isso, as ilustrações desempenham um papel fundamental, possibilitando a leitura através das imagens.

A ilustração na literatura infantil aparece, como uma linguagem de acesso imediato, auxiliando as crianças na interação com a palavra. As duas linguagens (verbal e não verbal) compartilham o mesmo suporte, e predominando a ilustração no figurativo, utilizando modelos da natureza ou figuras fantásticas originárias do imaginário. A natureza figurativa é rapidamente reconhecida e permite às crianças estabelecer conexões com o mundo e elaborar suas próprias interpretações.

O gosto de ler e o de ver têm diferentes dimensões na apropriação do objeto livro e da história que o texto contém. O instante mágico, momento único e pessoal de prazer deve ter inicio na infância, quando o leitor fica encantado inicialmente pela visão das ilustrações, pelo reconhecimento figurativo e no despertar da curiosidade, pela alegria da descoberta e ativação da fantasia. Assim quando o aluno ingressa no texto de literatura infantil tem na ilustração o primeiro elemento mediador e orientador, através da utilização do pensamento concreto e dependente das próprias experiências com o mundo, as crianças são espontâneas e tratam a imagem como principal ponto de apoio para desencadear o processo de leitura.

O livro de literatura infantil não deve ser encarado como um simples objeto do mundo infantil, mas um recurso indispensável no processo de aquisição da linguagem oral e escrita por parte da criança, na medida em que possibilitam diferentes leituras e interpretações, desperta variados conhecimentos e instiga a criança no universo mágico do ato de ler. É portador de inúmeros recursos, dos quais a ilustração caracteriza-se como um dos principais, ao passo que está mais relacionada ao lúdico e o universo infantil, e não deve de maneira alguma ignorada ou tratada com menor valor por parte de professores e estudiosos da educação,

A narração que sobrevive por qualquer oralidade, agora recebe uma forma escrita associada a ilustrações distintas em cada uma das edições. Acredita-se que a história perdura, porque o conflito posto pela ficção mantém-se atual, referendando que a literatura é um conhecimento indispensável aos seres humanos, ao fornecer a possibilidade de viver dialeticamente problemas, além de ordenar nossa mente e sentimentos e de focalizar situações de negação dos direitos humanos, tornando-nosmais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade, o semelhante” (CANDIDO, 1995, p. 249).

É um estudo que começa a ser delineado a partir de algumas dúvidas: afinal, que ilustração presente no livro infantil pode ser considerada artisticamente de qualidade, de modo que efetue uma recriação e não uma mera reprodução da realidade ou, talvez, construa um estereótipo dessa realidade diante das crianças. E, além disso, de um modo o ponto de vista do ilustrador modaliza o texto verbal e influencia na experiência interativa do leitor com o texto – verbal e visual.

A literatura é essencial para a construção de novas vivências. Neste contexto, as ilustrações dos livros infantis podem proporcionar este mesmo caráter fundamental. O trabalho com os elementos deve ser utilizado desde sempre. Pois sua característica visual permite que criança inicie seu aprendizado antes mesmo do domínio do código escrito. A magia, a criação, a imaginação que eles proporcionam são fatores determinantes para a construção de uma aprendizagem significativa.

O título de cada história deve ser apresentado para os leitores infantil, antes de começar a leitura deve apresentar as imagens da capa da história a ser contada para que as crianças para eles começarem se a vivenciar na história como deve ser, porém a sua maneira de apresentação é bastante diversa e amplia a discussão sobre o papel da visualidade na construção de sentido no processo da leitura, o título está pouco destacado, mas a imagem transforma a escrita. Com as novas modalidades de leituras das histórias temos atividades que levam as crianças a pensar e refletir não exigindo que elas permaneçam todo o tempo sentado e apático diante dos conhecimentos, tornando-as ativas no processo de aprendizagem e permitindo a troca de ideias. Desde a disposição das carteiras, até a formação de grupos e duplas, contribuem para uma aprendizagem significativa. O trabalho com ilustrações de livros de literatura infantil pode mostrar que há muito mais nos livros para crianças do que se pôde imaginar, basta que se tenha vontade de aprender e esteja preparado para entrar nesse universo mágico que a literatura infantil pode levar.

Percebe-se que a leitura de ilustrações dos livros infantis, pode proporciona uma prática com aprendizado, as crianças podem vir a desenvolver uma maior capacidade de avaliação e compreensão das imagens que as cercam e que compõem a cultura visual de seu tempo. Porem, a partir dessa visão mais aguçada, os leitores poderão também vir a ser capazes de questionar a qualidade das ilustrações dos livros que leem, não apenas quanto ao seu caráter estético, mas também analisando a relação entre texto verbal e visual, numa leitura crítica e própria, influenciando e estimulando a qualidade da produção literária no país. Sendo assim a ilustração também ganha importância no livro e deixa de ser considerado um simples elemento decorativo, assumindo, para seus leitores, outra função, sendo estes então capazes de percebe que as imagens podem lhes "dizer muitas coisas".

 

Conclusão

 

O intuito da literatura infantil é iniciar o ser humano no mundo literário. O livro é um instrumento que contribui para a formação de um indivíduo, com espírito crítico e analítico. Quando a criança, desde pequena tem contato com o livro infantil aprende a viver em seu contexto social com mais reflexão e opinião levando a imaginação e dramaturgia sem sair da sala de aula. Isso contribui para formação de alunos leitores aproximando-os dos livros e levando o encantamento do mundo imaginário. Esse é um papel muito importante capaz despertar não só o interesse pela literatura, mas acima de tudo aprenderem a interpretar e produzir.

Através desse trabalho, foi possível reforçar a ideia de que os contos de fadas favorecem o desenvolvimento das crianças, sendo fundamental que os professores estejam preparados e dispostos a aproveitar os métodos educativos mais adaptados, ou seja, o educador pode utilizar várias formas de leitura sendo elas gravuras, dramatizações com fantoches, entre outras estratégias que tornam uma atividade prazerosa e educativa despertando o prazer pela literatura infantil.

 

REFERÊNCIAS

 

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FERNANDÉZ, Alícia. A inteligência aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.

 

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PILETTI, Nelson. - Psicologia Educacional. Série Educação. São Paulo – São Paulo. Ática. 1999.

 

PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza & ALMEIDA, Laurinda Ramalho. As Relações Interpessoais na Formação de Professores. São Paulo: Loyola, 2002.

 

REGO, Teresa Cristina. A indisciplina e o processo educativo:uma análise na perspectiva Vygotskyana. In: Júlio Groppa. Aquino (Org.) Indisciplina na Escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus editorial, 1996.

 

TASSONI, Elvira Cristina Martins. Afetividade e aprendizagem: a relação professor-aluno.Disponível em: www.anped.org.br/reunioes/23/textos/2019t.PDF. Acesso em 31 de out. de 2010.

 

ZIMERMAN, David. E. Grupos de educação médica. In: Fundamentos básicos das grupoterapias. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.