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A IMPORTÂNCIA DA PRESERVAÇÃO DE DOCUMENTO NA ERA DIGITAL

Ângela Maria Baumgarten[1]

 

 

RESUMO

A pesquisa procurará demonstrar por meio de autores renomados o que é a preservação, suas mudanças durante a evolução da humanidade e das tecnologias e assim poder descrever a verdadeira importância da preservação de documentos na era digital, o estudo se apresentará em três capítulos por meios de uma pesquisa bibliográfica qualitativa descritiva, a qual leva em conta do processo de pesquisa para depois apresentar a relevância da preservação de documentos em todos os tempos. O estudo apresentara como ocorreu a evolução que levou –nos a termos o formato atual de arquivamento por meio de mídias tecnológicas digitais, demonstrando assim qual o valor dos antigos aportes de arquivamento, e como estes contribuíram para que nos dias atuais tivéssemos os avanços tecnológicos de preservação de documento e informação. Após todo este histórico é que será apresentada a sua importância como fonte geradora e preservadora de conhecimentos que são uteis ate nos dias atuais, pois, acreditamos que todo processo de preservação foi valido em sua época e um acabou complementando o outro nos avanços intelectuais e culturais de todas as sociedades.

 

PALAVRAS-CHAVE: Preservação, Arquivo, Era digital.

 

 

1- INTRODUÇÃO

 

O estudo tem por finalidade apresentar por meio de pesquisa com autores, ideias e conceitos qual a verdadeira importância da preservação de documentos na era digital, já que acredita-se que a preservação vem contribuir para a formação das civilização desde os tempos primórdios da humanidade.

Para tanto a pesquisa será apresentada por meio de um estudo bibliográfico de estilo qualitativo descritivo, pois, levar-se-á em conta todo o processo de levantamento de informações para a observância do assunto para melhor descrevê-lo, e com isso poder apresentar o estudo em capítulos.

O primeiro capítulo apresentará os conceitos do que é preservação de documentos de modo a demonstrar sua função em relação aos cuidados que se deve ter ao ser responsável pela informação e conhecimentos em algum órgão em que atue.

Já no segundo capítulo será apresentado os tipos de preservação de documento de modo a expor como houve a evolução da sociedade e dos suportes de arquivos para a preservação dos documentos diante da evolução da humanidade e da tecnologia.

O terceiro capítulo, procurará demonstrar a importância da preservação de documentos na era digital, de modo a exibir como evoluímos e por que é tão importante os cuidados com a preservação para que a humanidade não perca conhecimentos e informações que lhes são tão importantes para a vida, e como assegurar que os documentos sejam guardados, arquivados, e ao mesmo tempo fique disponível para acesso a estudos e pesquisas.

Portanto o estudo procurará demonstrar por meio das informações como evoluímos para alcançar este novo formato de arquivamento e como este processo todo foi importante para que as sociedades se constituíssem, e chegássemos a desenvolver tal tecnologia, de modo a entender como esta pode contribuir para a preservação de documentos, informações e conhecimentos, entendendo que as mudanças são necessárias e que não se pode parar no tempo, pois, assim os métodos e suportes podem se tornar obsoletos, invalidando assim os conhecimentos guardados.

 

 

2- DESENVOLVIMENTO

 

O estudo tem por finalidade apresentar por meio de autores, ideias e conceitos qual a importância da preservação de documentos na era digital, de modo a perceber como se chegou neste formato de preservação e entender todo processo no qual um documento passa para ser preservado.

A pesquisa se apresentara por meio de capítulos os quais procuraram descrever o que é a preservação de documentos, os vários tipos da preservação de documentos e por fim qual é a importância da preservação dos documentos na era digital atual.

 

2.1- PRESERVAÇÃO DE DOCUMENTOS

 

Ao se discorrer sobre preservação de documentos alguns cuidados devem ser tomados, pois, estes documentos aqui vislumbrados não são apenas documentos administrativos de empresas os quais também devem se ter as maiores preocupações, e sim todos e qualquer documento, livro, informativo, revista, literaturas, jornal entre outras modalidades atuais.

Acredita-se que desde as primeiras civilizações a preocupação com a informação e os conhecimentos a serem guardados ou passados as gerações futuras foi uma preocupação constante do ser humano. E com isso muitos devem ter sido os meios os quais existiram para que se conseguissem guardar estas informações conforme fomos evoluindo os métodos também acompanharam esta evolução modificando-se assim de tempos em tempos.

Segundo FERREIRA (2006),

 

“Desde a invenção da escrita que existe uma manifesta preocupação pela preservação dos artefactos que resultam de processos intelectuais e criativos do ser humano [1]. A preservação desses artefactos permite às gerações futuras compreender e contextualizar a história e a cultura dos seus povos [2]. Os museus, as bibliotecas e os arquivos assumem neste contexto um papel determinante, responsabilizando-se pela preservação e longevidade desses artefactos. Nos dias de hoje, uma parte significativa da produção intelectual é realizada com o auxílio de ferramentas digitais. A simplicidade com que o material digital pode ser criado e disseminado através das modernas redes de comunicação e a qualidade dos resultados obtidos são factores determinantes na adopção deste tipo de ferramentas. No entanto, o material digital carrega consigo um problema estrutural que coloca em risco a sua longevidade. Embora um documento digital possa ser copiado infinitas vezes sem qualquer perda de qualidade, este exige a presença de um contexto tecnológico para que possa ser consumido de forma inteligível por um ser humano. Esta dependência tecnológica torna-o vulnerável à rápida obsolescência a que geralmente a tecnologia está sujeita [3]” (FERREIRA, 2006, P.17).

 

O exposto nos leva a entender que a preocupação com a preservação e disciminação de conhecimentos não seja assim um assunto tão recente, pois, nota-se que desde o inicio da humanidade já se pensava em métodos a serem utilizados para que os dados pudessem ser guardados e passados aos mais novos de alguma forma para orienta-los para a vida, de modo que seus feitos e produções intelectuais servissem de exemplo.

Mas havia algo que poderia impedir que este conhecimento durasse para sempre que é a fragilidade dos materiais existentes em todas as épocas, pois com a evolução outros métodos e materiais foram surgindo e como consequência deixando os métodos antigos obsoletos.

Com isso notamos que os arquivos os quais guardavam todos estes materiais foram de suma importância para a preservação do conhecimento, embora muitos acidentes aconteceram e levaram ao descarte de parte destes materiais, outros foram perdidos, queimados ou extraviados, mesmo com tantos imprevistos uma parte foi preservada e serviu grandemente a sociedade para que fossem estudados.

Segundo ALVES (1993. S/P) em meio ao site Wikipédia, e em arquivologia

 

“Arquivo é um conjunto de documentos criados ou recebidos por uma organização, firma ou indivíduo, que os mantém ordenadamente como fonte de informação para a execução de suas atividades. Os documentos preservados pelo arquivo podem ser de vários tipos e em vários suportes. As entidades mantenedoras de arquivos podem ser públicas (Federal, Estadual Distrital, Municipal), institucionais, comerciais e pessoais. No Brasil, a política de arquivos públicos e privados é gerenciada pelo Conselho Nacional de Arquivos (Conarq), órgão ligado ao Arquivo Nacional” (ALVES, 1993. S/P: https://pt.wikipedia.org/wiki/Arquivo).

 

O arquivo aqui descrito representa um espaço o qual é utilizado para armazenar informações de um modo organizado seguindo assim regras pré-estabelecidas, de modo que podem ser utilizados vários tipos de suporte para guardá-los, seja de maneira impressa ou como forma de arquivos de programas de computadores na era atual, podendo estes documentos e informações ser públicos ou privados, os quais levaram a criação de um conselho nacional de Arquivos o CONARQ.

Mais as formas de arquivamentos não começaram nesta era, mais sim desde o início da civilização assim como apresentado por PAES (1997, P. 15) o qual comenta que “logo que os povos passaram a um estágio de vida social mais organizado, os homens compreenderam o valor dos documentos e começaram a reunir, conservar e sistematizar os materiais em que fixavam, por escrito, o resultado de suas atividades [...]”.

Ao descobrirem a verdadeira importância de se reunir, guardar informações e conhecimentos, perceberam assim que algo deveria ser feito, para que estas informações fossem protegidas, surgindo assim os grandes arquivos de museus, bibliotecas e espaços de conhecimentos como salas de estudos privados e públicos, arquivos pessoais de pesquisadores ou escritores.

Estes espaços para PAES (1997)

 

“Na verdade, [...] funcionavam como grandes depósitos de documentos, de qualquer espécie, produzidos pelo homem. Entretanto, a evolução histórica da humanidade, aliada a fatores culturais e tecnológicos como, [ ] o advento da imprensa, pouco a pouco, forçou a delimitação dos campos de atuação [...]. (PAES, 1997, P. 16).

 

Surgiu com esta delimitação de espaço de atuação, a criação da arquivologia que também atua nos campos tais como: nas grandes empresas públicas e privadas e nas bibliotecas, nos museus e nos espaços culturais entre outros.

Podemos definir um arquivo público como um “[...] conjunto de documentos produzidos ou recebidos por instituições governamentais de âmbito federal, estadual ou municipal, em decorrência de suas funções administrativas, judiciárias ou legislativas.” (PAES, 1997, P. 24).

Percebemos que um arquivo público não só atua nas três áreas acima citadas mais também em uma área que não se fala muito que é a área cultural, na qual o arquivo é de grande importância para a preservação, guarda e compartilhamento de informações e conhecimentos a respeito de nossa e de outras culturas sejam por meios convencionais impressos ou digitais.

Por isso se compreende que deve haver uma valorização dos arquivos sejam eles públicos ou privados na medida em que contribui para a preservação de nossos feitos históricos e conhecimentos desenvolvidos em milênios de evolução cultural e intelectual.

Segundo CAMARGO (1988)

 

“A valorização do arquivo como órgão que conserva os documentos emanados de autoridades públicas vem de uma longa tradição jurídica, baseada na presunção de autenticidade dos atos praticados pelos que detêm cargos e ofícios públicos. É na esfera pública – mediante registros autênticos e seguros – que evidenciam a veracidade e a validade dos fatos” (CAMARGO, 1988, P. 59).

 

Até mesmo a valorização dada aos arquivos, já vem de antigas tradições, os quais já se percebiam a necessidade de se cuidar dos conhecimentos e informações, sua veracidade e formas seguras de disciminação, a proteção destes documentos ajuda na conservação verídica dos acontecimentos.

BRASIL (2006) coloca que,

 

“Nos documentos convencionais, o conteúdo e o suporte estão intrinsecamente ligados, dessa forma a manutenção do suporte garante a preservação do documento. De forma distinta, nos documentos digitais, o foco da preservação é a manutenção do acesso, que pode implicar na mudança de suporte e formatos, bem como na atualização do ambiente tecnológico” (BRASIL, 2006, P. 36)

 

Verifica-se aqui uma necessidade constate de aprimoramento dos suportes tecnológicos os quais avançam em mudanças rapidamente, ou seja, não da para se manter desatualizado, pois, pode haver perda de informação, de conteúdo, de documentos, de saberes importantíssimos a humanidade e comunidade cientifica.

Com isso pode-se intuir que a tecnologia pode ser uma aliada, desde que a mesma possa ser atualizada constantemente, e os suportes consigam estabelecer esta conecção entre o modelo atual e o modelo novo de tecnologia de armazenamento.

 

2.2- OS TIPOS DE PRESERVAÇÃO DE DOCUMENTOS

 

Não podemos esquecer que a evolução da sociedade permitiu que a preservação dos arquivos de informação e conhecimento passasse por vários formatos diferentes, os primeiros eram muito rústicos, mais não deixava de alcançar o objetivo de sua criação.

Segundo BRASIL (2003, 2019) arquivo é um “[...] conjunto de documentos produzidos e recebidos pela administração pública federal, em decorrência do exercício de atividades específicas, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos” (BRASIL, 2003, 2019, Art. 16)

O conceito aqui descrito é uma denominação geral do que é arquivo, pois o mesmo tem o papel de guardar e proteger as informações de todos os documentos como forma de preservar os conhecimentos fazendo assim com que todo seu potencial ao ser pesquisado pode ser posto a prova, pois, o mesmo estará disponível talvez em até mais de um suporte, dependendo da forma como foi preservado.

Mediante a tal questionamento, nos perguntamos como teria surgido os primeiros suportes para proteger os conhecimentos, nesta busca encontramos SCHELLENBERG, (1973) o qual aponta que,

 

“Nos suportes da informação (tijolos de argila, papiro, pergaminho, papel etc.) eram registrados os resultados das atividades dos homens que os conceberam. À medida que os grupos organizados sentiram necessidade de conservá-los, tornou-se mister trata-Ios. Desde então, vários foram os métodos utilizados” (SCHELLENBERG, 1973, P. 75-78).

 

Observou-se com isso que as primeiras formas de registros foram em tijolos de argila que se fixou certos conhecimentos e vivencias, e conforme a sociedade evoluiu surgiram novos suportes tais como o papiro, o pergaminho, e o papel, mais não paramos por ai, hoje em dia o papel ainda é muito utilizado, mais já temos algo mais evoluído que serve de suporte, que é a internet e os programas de computador que não só servem de suporte, como ajudam na manutenção, cuidados e distribuição das informação com maior rapidez e segurança.

Um cuidado muito importante que deve ser tomado como fundamental na preservação dos conhecimentos hoje em dia é com as mudanças, que ocorrem neste suporte tecnológico, pois, as empresas, as bibliotecas e museus e todos os detentores de informação e conhecimento devem acompanhar a evolução melhorando assim a cada dia os suportes para não se tornar obsoleto e em desuso.

BARRETO (2007) contribui afirmando que,

 

“A construção do conhecimento se dá através da mediação da informação. Esse papel fica a cargo das instituições de memória, de seus profissionais que, com seus instrumentos de armazenagem, processamento e disseminação da informação organizam e permitem sua difusão em variados modos: textos, imagens, sons, meios que traçam signos e abrem vias para a passagem do conhecimento, organizando sua materialidade”. (BARRETO, 2007, P. 162)

 

Por isso acredita-se que existe uma grande responsabilidade sobre os profissionais que trabalham com a informação, para que a mesma chegue às mãos dos pesquisadores e estudantes ou nas mãos de quem a procura com o cuidado de ser algo verdadeiro, e não uma informação falsa.

Como podemos ver o arquivista juntamente com outros profissionais devem trabalhar a informação levando esta por diversos meio a ficar disponível a um grande público, muito diferente do que se tinha em tempos remotos de civilização, pois, neste tempo o conhecimento era algo guardado e usufruído por poucos e privilegiados. Embora o papel principal dos arquivos sempre foi “[...] transmitimos para que o que vivemos, cremos e pensamos não venha a morrer conosco” (DEBRAY, 2000, P. 16), pois, foi assim, que a sociedade se constituiu, observando conhecimentos já construído de modo a evoluir com eles.

Com isso de tempos em tempos a sociedade procurou novos meios de arquivar e manter o conhecimento vivo disponível e ativo a todos que tinham interesse em melhorar-se intelectualmente, por meio de estudos e pesquisas, embora uma parte da população tenha enfrentado também a exclusa social imposta por muitos anos aos menos abastados.

Na atualidade muito já se tem mudado a respeito da educação, da preservação, dos suportes e da própria tecnologia utilizada para os cuidados com preservação e arquivamento de documentos.

De acordo com INNARELLI (2013),

 

“Nos dias de hoje, o digital está substituindo o analógico, como consequência, muitos acervos analógicos estão passando pelo processo de migração para o digital e deixarão de existir em seu formato original, já que em muitos casos o próprio original encontra-se frágil” (INNARELLI, 2013, P.70).

 

A citação em questão fala a respeito de dois formatos de se preservar o digital e o não digital, aqui consideramos os dois altamente importantes para o patrimônio público cultural, já que os dois contribuem imensamente para que as informações sejam guardadas e preservadas e mantidas em segurança, apesar de serem frágil, pois, o material impresso pode sofrer avarias do tempo assim como o material digital, pois, se não for renovadas as tecnologias, corre-se o risco de não poder ser utilizado adequadamente, por não se encaixarem em novos padrões e formatos.

Mediante a estas mudanças se encontram as bibliotecas que resistem ao tempo para levar o conhecimento a todos que o procura em fontes seguras, com isso entendemos que elas também devam se aperfeiçoar, mais não devem negar suas origens e a importância que teve durantes milênios na sociedade em função de preservar a informação mesmo com suportes tão frágeis.

Sendo assim nos perguntamos o que seria então uma biblioteca virtual, e encontramos um grande colaborador GOMES (2004, P. 2) o qual conceitua biblioteca virtual como “um serviço on-line de informação especializada, criado para atender as novas exigências da pesquisa acadêmica, sobretudo no que diz respeito à agilidade para a obtenção da informação e para a comunicação entre pares”.

Acrescentamos dizendo que a biblioteca virtual ou digital é mais um suporte de apoio a pesquisas, a estudos, a leitores assim como é a biblioteca física, sendo uma complementar a outra, não havendo assim motivos para dissociá-las, já que as duas procuram levar a informação e o conhecimento a todos.

 De mesmo modo como afirma CUNHA (2008, P.05) a biblioteca digital “combina a estrutura e a coleta da informação, tradicionalmente usada por bibliotecas e arquivos, com o uso da representação digital tornada possível pela informática”.

A era da tecnologia digital veio para melhorar a vida da sociedade, por meio da rapidez com que as informações podem ser enviadas, compartilhadas e dividias em as pessoas de várias sociedades ao mesmo tempo.

 

2.3- A IMPORTÂNCIA DA PRESERVAÇÃO DE DOCUMENTOS NA ERA DIGITAL

 

Ao olharmos para todo histórico da formação de um arquivo e como este veio se modificando ao longo dos tempos entenderemos que a evolução foi necessária para que assim os arquivos acompanhassem a própria evolução do homem e da sociedade e com isso alcançasse seu objetivo principal que é de guardar os documentos e informações.

Em mesmo sentido complementa LOPES (2000) afirmando que,

 

“Acervos compostos por informações orgânicas originais, contidas em documentos registrados em suporte convencional ou em suportes que permitam a gravação eletrônica, mensurável pela sua ordem binária (bits); produzidos ou recebidos por pessoa física ou jurídica, decorrentes do desenvolvimento de suas atividades, sejam elas de caráter administrativo, técnico, artístico ou científico, independentemente de suas idades e valores intrínsecos” (LOPES, 2000, P. 33).

 

O Arquivo ou o acervo em si trás todo seu caráter de preservação, pois, é nele que se encontra toda riqueza de uma nação, sua produção cultural ou cientifica que deve ser guardada como forma de pesquisa e ajuda para novas conquistas de conhecimentos baseado em estudos já desenvolvidos.

Entende-se que a informação e os conhecimentos sejam primordiais para todas as populações que visam evoluir e descobrir novos potenciais dentro de sua era de conhecimento, pois, a falta de conhecimento pode barrar o ser humano de progredir já que ensinamos e aprendemos ao mesmo tempo como uma troca de experiências.

ROUSSEAU E COUTURE (1998) apontam que tudo só existe porque adquirimos informação e conhecimentos, pois, necessitamos destas para se desenvolver dentro de uma organização. Portanto as organizações,

 

“Arranjam a informação necessária tanto no exterior como no interior do organismo. Essa informação pode ser verbal ou registrada num suporte como o papel, a fita magnética, o vídeo, o disco óptico ou o microfilme. Pode ser orgânica, isto é, elaborada, enviada ou recebida no âmbito da sua missão, ou não-orgânicas, isto é, produzida fora do âmbito desta. A produção de informações orgânicas registradas dá origem aos arquivos do organismo” (ROUSSEAU E COUTURE 1998, P.63-65).

 

Os autores descrevem neste fragmento de citação alguns dos suportes aos quais podemos usufruir para guardar informações, as quais podem vir a fazer parte do arquivo de outros organismos ou arquivos tanto de fora da organização como de dentro, mais de outros setores.

Estamos aqui nos referindo às mudanças ocorridas, pois, na era atual, o conhecimento tecnológico e digital permite que seja feita esta troca de informação de modo rápido e seguro para que assim todos tenham o conhecimento e possam utilizá-lo conforme for preciso em suas atividades diárias mediante uma organização pública ou privada.

COUTURE (1996, P.8) afirma que na época a qual vivemos o progresso tecnológico nos inseriu na era da informação, “O arquivista, como todos os que trabalham com a informação, deve atravessar a parede do formato – o documento – para ir à direção do conteúdo, a informação”.

Neste sentido pode-se dizer que todo e qualquer profissional que trabalha com a informação, devem tomar os devidos cuidados com sua própria formação, para que assim consiga evoluir-se junto com o órgão que representa, de modo que se mantenha atualizado das mudanças que podem ocorrem nos sistemas de tecnologia e arquivamento e nas regras que os cercam.

Antes mesmo de se trabalhar na área da informação se necessita conhecer como as informações e conhecimentos são tratados, pois, deste modo à pessoa responsável por aquele setor poderá intervir de forma significativa, já que o mesmo terá responsabilidade e decisão.

LOPES (1997, P.110) acredita que os documentos devem receber “Tratamento global que resulte no aumento das possibilidades do uso da informação registrada para tomada de decisões nos arquivos correntes e nas suas extensões, os intermediários”.

O autor nos leva a entender que o tratamento global seja uma forma de poder levar os conhecimentos a tornar-se digital para alcançar assim a possibilidade de ser visto e utilizado por um público ainda maior sem perder sua credibilidade, já que o formato digital tem a finalidade de alcançar assim um público globalizado.

Entende-se que a produção do conhecimento acontece diariamente, por meio de cientistas, pesquisadores, estudiosos entre outros, cada um com seu objetivo, alguns destes conhecimentos ficam disponível em versões livres com acesso a todos, outros em caráter privado como forma de preservar a autoria.

Segundo SANTOS e FLORES (2016, P. 167), “[...] a produção documental é resultado de atividades derivadas de funções, as quais são exercidas de forma natural no âmbito da instituição a fim de atingir seus objetivos”.

Um dos primeiros passos é a criação do conhecimento, do documento em seguida aparece às formas de preservação deste, os vários formatos aos quais podem ser utilizados para o cuidado com o material produzido, quais órgãos vão fazer este papel e quais os formatos de arquivos serão utilizados, podendo estes variar de impresso ao digital segundo sua criação.

Com a evolução surgiu algumas formas de classificar estes documentos segundo suas finalidades, e a forma que este deve ficar disponível para o acesso. SOUSA (2007, P. 24) aponta que, “A classificação em arquivos tem como resultado um produto: o instrumento de classificação (plano de classificação). E é nele que deverão estar representadas as equivalências e as hierarquias”.

Acredita-se que cada departamento tem uma forma própria de classificação que leva em conta a exposição do produto (informação ou Conhecimento), para futuros pesquisadores, os quais buscam certa facilidade na procura da informação.

Muitos são os conhecimentos produzidos, por esse motivo é que existe então a classificação, pois a mesma consegue destacar o que é ou não relevante para ser mantida a disposição da população, o restante do material pode ser descartado ao não ter tanta relevância.

COUTURE (2015, P. 153), o arquivo “[...] permite assegurar que se mantenha somente aquilo que deve ser mantido, durante o período em que deve ser e onde deve ser, constitui o núcleo central da arquivística”.

Se levarmos nosso pensamento a uma ampliação a respeito do arquivo entenderemos que embora se queira manter todo conhecimento arquivado e guardado, após alguns processos de classificação uma parte do material será descartada, não o conhecimento contido nele, pois, o mesmo pode ser transferido para outro formato de arquivo como os digitais.

Ao olharmos mais profundamente o assunto entenderemos que existe um tempo de vida para os formatos de informação e o conhecimento, quando este ganhar um novo sentido uma nova roupagem o material primeiro se tornará em desuso, os conhecimentos e a informação se tornaram atualizados e se apresentaram em uma nova tiragem.

Segundo RIBEIRO e ATTINA (2017, P. 238), “A tabela de temporalidade é um instrumento que consolida todos os critérios construídos durante o longo e complexo processo de avaliação”.

As autoras nos levam a crer que deve existir um processo de avaliação constante dos materiais arquivados, para ver seu uso, funcionalidade e serventia, para assim poder ser descartado ou mantido em arquivos por mais tempo. A avaliação deve observar o uso do material arquivado como forma de entender quais medidas tomar para que não fique apenas ocupando espaço sem ser utilizado.

NASCIMENTO (2019) demonstra que,

 

“Mesmo que houvesse o espaço suficiente para se guardar tudo que se quisesse, no âmbito da Arquivologia ressalta-se que os documentos só têm razão de existir para cumprir sua função e respeitar seu valor, portanto, se o documento tem apenas valor administrativo e primário, passado seu tempo de espera (previsto em Lei ou designado por pessoa competente) ele deve ser eliminado” (NASCIMENTO, 2019, P. 113).

 

Portanto nem todos os documentos que se queira guardar necessariamente serão utilizados posteriormente e sendo assim seguindo as regras de arquivologia deve-se classificar e verificar por meio de avaliação o que permanecerá em arquivo para pesquisas e estudos e o que deverá ser descartado.

Para o CONSELHO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS (2000)

 

“O objetivo da descrição arquivística é identificar e explicar o contexto e o conteúdo de documentos de arquivo a fim de promover o acesso aos mesmos. Isto é alcançado pela criação de representações precisas e adequadas e pela organização dessas representações de acordo com modelos predeterminados”, (CONSELHO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS, 2000, P. 11).

 

O estudo demonstra como é importante o trabalho do arquivista, pois, este tem entre suas funções organizar e arquivar documentos, criar projetos de preservação, organizar acervos e disponibilizar as informações a todos os interessados em pesquisar ou estudar determinado assunto.

Outra função que se assemelha muito com a arquivologia é a dos biblioteconomistas, pois, trabalham com a informação e o conhecimento por meio de programas que visam classificar, guardar e disponibilizar as informações a todos os pesquisadores, ou seja, ele é o gestor da informação o qual usa as tecnologias de informação e comunicação, preparando assim o ambiente para o melhor atendimento em função de que a informação não só fique disponível mais que seja encontrada rapidamente para o acesso.

 

 

3- CONCLUSÃO

 

O estudo nos fez compreender como foi importante o desenvolvimento do arquivo como suporte de preservação de conhecimento e informação desde o inicio das civilizações, pois em todos os tempos o ser humano se preocupou em guardar os conhecimentos para que fossem apresentadas aos mais novos e que estes aprendizados os ajudassem para a vida, demonstrando assim quais eram os conhecimentos intelectuais desenvolvidos e seus feitos em sua época.

A pesquisa apontou que foram muitas as mudanças e transformações que ocorreram nos formatos de arquivamento, saindo assim do primeiro a ser observado que foi as lâminas de cerâmica e chegando a forma atual de arquivo chamada de digital, por meio de programas de computador que servem como arquivos entre outros aparatos como o CD, DVD, pen-drives e sistemas.

Enquanto a sociedade evoluía os suportes também seguiram esta mesma regra e foram se modificando de tempos em tempos, até se chegar ao formato atual de arquivamento que é digital, o qual pode ser apresentado aos pesquisadores, cientistas e estudiosos de forma rápida e eficiente em questão de segundo por meio da tecnologia digital em rede.

Entende-se com isso que os suportes devem passar por melhoramento e avanços conforme a tecnologia vai evoluindo para que o material e o suporte utilizado para preservação não se tornem arcaicos, embora as formas antigas sirvam de apoio às novas tecnologias não podendo assim ser desprezadas, pois, cada uma tem seu valor e no final se complementam.

Finaliza-se o estudo apontando que são muito importantes as profissões como arquivistas, biblioteconomistas, os museólogos entre outros profissionais que trabalham com a informação e os formatos de arquivamento sejam por meios convencionais ou tecnológicos, pois, entre suas funções estão a classificação da informação e do conhecimento, a avaliação dos conteúdos, desenvolvimentos de projetos de preservação e restauração de patrimônios culturais, para que os conhecimentos estejam disponíveis a todos, com veracidades em suas informações, de modo que toda informação também tem um tempo útil.

Sendo assim podemos concluir dizendo que é de suma importância a preservação de documentos que carregam a informações e conhecimentos seja ele digital ou convencional, a diferença é que os suportes digitais devem ser melhorados conforme se evolui a tecnologia, para se alcançar o seu verdadeiro objetivo, evitando-se assim o desuso do suporte e do documento nele registrado.

 

 

4- REFERÊNCIAS

 

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DEBRAY, R. Transmitir: o segredo e a força das idéias. Petrópolis: Vozes, 2000.

 

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