A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS SIMBÓLICOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL E AS ATIVIDADES LÚDICAS EM TEMPOS DE PANDEMIA
Madelene Beatriz Laureano Cerqueira
RESUMO
É através das brincadeiras que as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação, ou seja, amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais. O ato de brincar precisa ser obrigatório nas atividades intelectuais da criança na idade pré-escolar, sendo por isso indispensável à prática educativa. A brincadeira sendo de forma pedagógica nos faz repensar a prática e as oportunidades que acontecem em nossa sala. Esse artigo objetiva-se demonstrar que as brincadeiras têm como intenção causar prazer e entretenimento a quem pratica, e ainda contribuir para o desenvolvimento das potencialidades humanas das crianças, proporcionando condições adequadas ao desenvolvimento físico, motor, emocional, cognitivo e social, principalmente nesse período em que estamos vivendo de isolamento social, devido a uma pandemia, aonde as crianças foram obrigadas a se afastarem do ambiente escolar e do contato com outras crianças e adultos. O papel da brincadeira educativa é bastante forte, mas nem tudo é marcado pela função pedagógica. As crianças precisam de momentos da brincadeira para a brincadeira, pois a ela vêm para abrir novos espaços na educação, com vista ao crescimento de todos, professores e alunos.
Palavras-chave: Jogos Simbólicos. Atividades lúdicas. Brincadeira. Educação Infantil. Pandemia.
ABSTRACT
It is through play that children can develop some important skills, such as attention, imitation, memory, imagination, that is, they also mature some socialization skills, through interaction and the use and experimentation of rules and social roles. The act of playing needs to be mandatory in the intellectual activities of children at preschool age, and is therefore indispensable to educational practice. Playing in a pedagogical way makes us rethink the practice and opportunities that happen in our classroom. This article aims to demonstrate that games are intended to cause pleasure and entertainment to those who practice, and also contribute to the development of children's human potential, providing adequate conditions for physical, motor, emotional, cognitive and social development, especially in this period. in which we are living in social isolation, due to a pandemic, where children were forced to move away from the school environment and contact with other children and adults. The role of educational play is quite strong, but not everything is marked by the pedagogical function. Children need moments of play to play, because they come to play to open new spaces in education, with a view to the growth of all, teachers and students.
Keywords: Symbolic Games. Playful activities. Joke. Child education. Pandemic.
INTRODUÇÃO
A educação é uma evolução e transformação do indivíduo, considerando a linguagem como um contínuo da Educação, expressão da corporeidade e considerando o movimento um meio para se visualizar a corporeidade dos nossos alunos, a linguagem artística deve proporcionar oportunidades para que o aluno possa desenvolver todos os seus domínios do comportamento humano e, através de diversificações e complexidades, o professor possa contribuir para a formação de estruturas corporais mais complexas.
Como objetivo da Educação Infantil, refere-se ao ato de estimular as diferentes áreas de desenvolvimento da criança, aguçar sua curiosidade, sendo que, para isso, é imprescindível que a criança esteja feliz no espaço escolar e nesse momento de pandemia no espaço familiar.
O primeiro registro partindo da arqueologia dos jogos na humanidade, é desde 2600 a.C.
Não há registros sobre a inclusão do lúdico, o que há são pesquisas objetivando-se que com o lúdico, a criança exercita não só a sua capacidade de pensar, ou seja, de representar simbolicamente as suas ações, mas, também, as suas habilidades motoras, já que ao brincar, salta, corre, etc. Define-se o lúdico como uma forma de representação do corpo, predominando a fantasia. São exemplos de lúdico as brincadeiras, músicas, jogos de faz-de-conta, de papéis ou de representações. O lúdico, utilizando-se de vários objetos, as crianças são capazes de criar um mundo imaginário e se apropria dele, onde a aprendizagem acontece sem pressão, através da liberdade de escolha e de expressão de seus pensamentos.
Através desse projeto, queremos demonstrar que através do lúdico, a criança estimula não só sua capacidade de pensar, mas também, suas habilidades motoras.
O “brincar” tem a função também de promover a constituição do próprio indivíduo. A utilização do lúdico promove o desenvolvimento dos processos psíquicos, dos movimentos, acarretando o conhecimento do próprio corpo, da linguagem e da narrativa e a aprendizagem de conteúdos.
As crianças estão afastadas do seu ambiente escolar há vários meses, sem ter contato nenhum com os amigos e os professores e através dos jogos simbólicos e das atividades lúdicas que estão sendo propostas através do ensino remoto estão podendo se desenvolver em casa.
Buscaremos aqui, provar que essa atividade estimula o desenvolvimento psicomotor, cognitivo, emocional, social e cultural das crianças. Valoriza a contribuição do jogo simbólico para o desenvolvimento cognitivo e afetivo-emocional.
Para realizar este estudo usou-se como metodologia de pesquisa um estudo bibliográfico bem como livros, revistas, internet, pesquisas e reportagens.
DESENVOLVIMENTO
A Educação Infantil é considerada uma das mais importantes etapas da formação das crianças, pois é onde elas começam a existir fora do convívio familiar, o que envolve lidar com diferenças, o desenvolvimento da personalidade e da autonomia, a criação de laços de amizade e as descobertas em diferentes áreas do conhecimento. Ela funciona como uma base para as demais etapas da educação formal, e o correto aproveitamento desta etapa permite que os pequenos cresçam com mais autonomia e tenham mais sucesso em sua vida escolar e individual. (EDUCA MAIS BRASIL, 2021).
Vários estudos e várias pesquisas têm demonstrado a importância das atividades lúdicas, no desenvolvimento das crianças, proporcionando assim, condições adequadas ao seu desenvolvimento físico, motor, emocional, cognitivo e social.
Uma definição de atividade lúdica é toda e qualquer animação que tem como intenção causar prazer e entretenimento a quem pratica. (RIZZI, 1997. p. 41).
Através dessas atividades, as crianças se expressam, assimilam conhecimentos e constroem a sua realidade quanto está praticando alguma atividade lúdica.
2.1 JOGOS SIMBÓLICOS
Jogos Simbólicos e ludicidade são formas de auto expressão, onde a criança imita situações da vida real, estimulando assim com que a criança que brinca dá diferentes significados aos objetos, às pessoas, às ações, aos fatos etc.,
Os jogos simbólicos são atividades sem regras previamente definidas, onde crianças entre 2 e 6 anos lembram-se de situações extremas vividas e/ou observada se simulam ou narram de forma representativa.
Utilizando-se do faz-de-conta a criança constrói em sua imaginação para expor comportamentos (representando um super-herói; fazendo papel de professor), apresentar um segundo sentido a objetos (uma caixa de ovos que se transforma em um ônibus; uma garrafa de detergente que vira um foguete).
Todas as crianças que participam dos jogos simbólicos, adquirem novos conhecimentos e desenvolve habilidades de forma natural e agradável, que gera um forte interesse em aprender e garante o prazer.
O objetivo do jogo simbólico é o de fazer a criança assimilar a realidade, ou seja, é dentro ela que a criança realiza seus sonhos e fantasias, revela conflitos interiores, medos e angústias, aliviando tensões e frustrações. (KISHIMOTO, 2003. p. 47).
Dentro dos jogos simbólicos a imaginação da criança modifica sua vontade.
As principais características dos jogos simbólicos, são:
- liberdade de regras (menos as criadas pela criança);
- desenvolvimento da imaginação e da fantasia;
- ausência de objetivo explícito ou consciente para a criança
- lógica própria com a realidade;
- assimilação da realidade ao "eu". (LEAL, 2003. p. 41)
É dentro do jogo simbólico que a criança passa por modificações, à medida que vai progredindo em seu desenvolvimento rumo à intuição e à operação.
O jogo consiste em diversão, brincadeira, é um instrumento muito poderoso na estimulação da construção de esquemas de raciocínio, através da sua ativação.
O jogo é um meio desenvolvimento da inteligência, os jogos historicamente possuem grande valor, não apenas pelo interesse que universalmente despertam nas crianças, mas também pela alegria que elas manifestam ao jogar.
Mas como foi dito, estamos tratando de crianças pequenas, dentro da Educação Infantil, por isso é importante que cada professor divida os alunos com suas idades para poder aplicar os jogos.
Abaixo está à natureza das fazes do desenvolvimento das crianças em idade de educação infantil:
- Fase sensório-motor (de 1 a 2 anos aproximadamente), nesta fase a criança brinca com o próprio corpo, executando movimentos, fazendo jogos de exercícios. Nessa fase o contato com os adultos é imprescindível.
- Fase simbólica (de 2 a 4 anos aproximadamente), nesta fase além dos movimentos físicos, as crianças passam a exercitar intencionalmente movimentos motores mais específicos.
As brincadeiras mais simples são grandes estímulos ao desenvolvimento intelectual.
Nessa fase as crianças estão bastante egocêntricas, tudo se volta para o “eu”, por isso os jogos com regras não funcionam, pois não conseguem coordenar seus esforços para o outro.
- Fase intuitiva (de 4 a 6 anos aproximadamente), nesta fase os jogos de que as crianças mais gostam são os que seu corpo estiver em movimento, pois se movimentar as faz muito contente, é a fase em que a criança imita tudo.
Brincando brinca-se com diversos tipos de jogos, através dos jogos se brinca com o corpo, se utiliza o raciocínio, estratégias, se utiliza também de sorte e organização. Sendo assim, o ser humano joga sua vida inteira.
Os jogos simbólicos são importantíssimos para o desenvolvimento da criança.
São exemplos de jogos simbólicos segundo (OLIVEIRA,1992. p. 19):
- Fazer construções livres;
- Fazer construções com objetos pequenos, grandes, altos, baixos, por cores;
- Brincar de viagem ao espaço, à selva, ao circo, de banda musical;
- Brincar de pega-pega imitando bichos;
- Pedir aos alunos que inventem brincadeiras.
Durante a educação infantil, o raciocínio lógico ainda não é suficiente para que ela dê explicações coerentes a respeito de certas coisas.
O poder de fantasiar surpreende o poder de explicar.
Através do jogo simbólico, a criança exercita não só sua capacidade de pensar, ou seja, representar simbolicamente suas ações, mas também, suas habilidades motoras, já que salta, corre, gira, transporta, rola, empurra, etc.
2.2. O LÚDICO DENTRO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Durante muito tempo foram feitas pesquisas no intuito de explorar a importância do lúdico na aprendizagem. O que se observa é que a visão da aprendizagem, é conhecida por muitos, provoca mudança de comportamento, ou seja, é aquilo que vemos mudar, e essa mudança pode ser manifestada, como algum tipo de resposta física, ou pode ser uma mudança de atitude. (RIZZI, 1997. p. 24).
A todo instante estamos aprendendo.
O lúdico visto como brincadeira, tanto um indivíduo adulto ou criança podem brincar à sua maneira, aproveitando dessa experiência toda a aprendizagem para qual eles estão prontos naquele momento.
As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aqui o lúdico entra como um meio real de aprendizagem.
É com a ajuda dos jogos e dos brinquedos é que as crianças encontram suas posições dentro de grupos, suas soluções para conflitos, como por exemplo, na escola, a criança ao brincar com colegas, aprendendo assim, a revelar suas personalidades.
Atualmente é cada vez mais frequente a inserção da criança pequena no contexto da educação infantil, com a finalidade do desenvolvimento, relacionado com o preparo que ela deve ter em relação ao mundo.
Assim, o lúdico, para a criança, é o exercício e a preparação para a vida adulta. Antigamente as escolas não se davam importância para a maneira em que o aluno assimilava os conteúdos, e se o ensino-aprendizagem era realmente eficaz, porém novos tempos chegaram e agora, a preocupação está em descobrir como a criança aprende. (RIZZI, 1997. p. 36).
Dentro da Educação Infantil, o brincar, jogar, contar histórias, dramatizar, fazer de conta se configura como instrumento para as crianças pequenas, pois estão na fase de começar a assimilar a aprender algo, é os brinquedos auxiliam orientando as brincadeiras.
E é através delas que a criança irá se conhecer descobrir novas habilidades, desenvolver suas potencialidades, formar sua identidade e ainda terá a oportunidade de se constituir socialmente, por isso, as brincadeiras e jogos não devem ser vistos apenas como recreação, devendo sim, serem incluídos no planejamento pré-escolar.
O lúcido dentro da educação infantil proporciona a criança além do prazer de exercitar e expor seus sentimentos, a construção de um indivíduo crítico, obtendo experiências que o ajudarão a refletir, desenvolver valores, sentimentos, emoções e uma visão questionadora do mundo que o cerca.
A arte dentro do processo educativo procura encaminhar a formação do gosto pelo lúdico, estimular a inteligência, desenvolver criatividade e contribuir para a formação da personalidade do indivíduo, a arte na Educação Infantil, infelizmente, tem sido encarada como uma atividade curricular sem significados, onde a criança apenas risca, rabisca, pinta, cola, ou seja, numa sucessão de atividades sem sentido (RIZZI, 1997. p. 37).
A infância é uma fase de descobertas, aventuras e magia, cabe aos professores de Educação Infantil usufruir e valorizarem os conhecimentos e a criatividade que as crianças trazem para a sala de aula e compreender a importância existente no ato de elas explorarem, pesquisarem e criarem coisas novas.
Nessa fase de descobertas e magia o professor precisa oferecer as condições mais variadas que estimule a criatividade, a pesquisa e a criação da criança, mas sempre respeitando que ela tem suas próprias impressões, ideias, interpretações.
De acordo com Vygotsky (1998), o faz-de-conta é uma atividade importante para o desenvolvimento cognitivo da criança, pois exercita no plano da imaginação, a capacidade de planejar, imaginar situações lúdicas, os seus conteúdos e as regras inerentes a cada situação.
Através do lúdico, a criança desenvolve a atenção, a memória, a autonomia, a capacidade de resolver problemas, se socializa, desperta a curiosidade e a imaginação, de maneira prazerosa e como participante ativo do seu processo de aprendizagem.
Os jogos também são conhecidos como jogo imaginativo, de faz-de-conta, de papéis, simbólico ou jogo dramático.
Através dos jogos as crianças, ocupam os papéis dos adultos, representando, desse modo, a realidade que vivem ou que gostariam de vivenciar.
As atividades lúdicas caracterizam-se pela assimilação deformante, pois nessa situação a realidade é assimilada por analogia, como a criança pode ou deseja, isso são, os significados que ela dá para os conteúdos de suas ações.
O professor tem um papel muito importante e fundamental sobre o uso das atividades lúdicas dentro da Educação Infantil.
O professor necessita sempre refletir sobre sua prática, sobre o seu conhecimento científico e técnico, se autoavaliar, lembrando que ele é apenas o mediador de um processo de construção do saber.
Para as atividades lúcidas, o professor será uma ponte facilitadora da aprendizagem, para tanto é preciso que o professor pense e questione sobre sua forma de ensinar, relacionando a utilização do lúdico como fator motivante de qualquer tipo de aula.
A vivência da ludicidade como fazer pedagógico durante o processo de formação do professor instiga o ato criador e recriador, crítico, aguça a sensibilidade, o espírito de liberdade e a alegria de viver, ou seja, a formação continuada pode ser entendida como um processo de melhoria das práticas pedagógicas desenvolvidas pelos professores em sua rotina de trabalho e em seu cotidiano escolar.
2.3 A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS SIMBÓLICOS E AS ATIVIDADES LÚDICAS EM TEMPOS DE PANDEMIA
De acordo com o Ministério da Saúde do Governo Federal, o primeiro caso no Brasil confirmadodo novo vírus – covid19 (coronavírus) foi em 26 de fevereiro de 2020, em São Paulo, assustou todo o país e afetou diretamente a educação. Devido ao alto poder de contágio que esse vírus teve, o Ministério da Saúde adotou várias medidas de proteção seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde – OMS. Uma das mais importantes medidas adotas foi o distanciamento social para evitar aglomerações e a escola é um local que gera aglomeração de várias pessoas em um mesmo espaço.
Com essa medida as escolas tiveram que suspender as aulas presenciais com o intuito de proteger a saúde dos alunos, professores e todos os profissionais que trabalham nas instituições de ensino. Então a escola teve que se adequar a esse novo mundo, e como diz Paulo Freire “o mundo não é. O mundo está sendo” (1996. p.30), se o mundo em constante mudança, cabe as instituições e aos educadores se adequarem a essa nova realidade.
De acordo com Araújo, F.S. (2020), com todo esse novo desafio que surgiu para as escolas, pais, alunos e professores e para que as aulas não parassem definitivamente, as escolas adotam os meios tecnológicos para desenvolver as atividades educacionais e iniciou as aulas remotas. São inúmeras metodologias que estão sendo utilizadas para que isso ocorra, tais como aulas por vídeo chamadas, vídeos gravados e disponibilizados por redes sociais e aplicativos, atividades impressas entregues aos responsáveis dos alunos, entre outras.
Na educação infantil, como sabemos, a mediação do professor e o ambiente da sala de aula são essenciais nessa etapa, de acordo com Carvalho: “ao estruturar e organizar continuamente sua sala, o educador favorece o envolvimento das crianças em brincadeiras entre elas, sem necessidade de interferência direta; dessa forma ele fica mais disponível para aquelas crianças que procuram interagir com ele” (2003, p.154).
Com uma rotina completamente diferente, fora da sala de aula e com a distância física entre alunos e professores, o desafio de mediar as atividades que são fundamentais fica mais difícil. Os alunos estão em suas casas, com seus familiares que muitas vezes não conseguem auxiliar nas atividades, com uma rotina totalmente diferente da escola e com um ambiente que muitas vezes não oferece as demandas da educação infantil.
Nesse momento o professor precisa oferecer atividades que eles consigam fazer à distância, com materiais simples e contar com a ajuda de pais e responsáveis para contribuir na realização. Para esse fim, a ludicidade que já é presente na sala de aula, se faz extremamente importante para as aulas remotas. Vejamos o discurso de Almeida em relação ao brincar:
A ressignificação do brincar nas instituições de Educação Infantil, sobretudo por parte dos professores, requer estudo e compreensão de que sua intervenção na brincadeira é necessária. Essa intervenção tem de ser pautada na observação das brincadeiras infantis, visando oferecer material adequado e espaço que permita o enriquecimento das competências imaginativas. O brincar deve ser planejado concomitantemente com as outras áreas, pela articulação de temas e projetos que permitam registrar toda a evolução das brincadeiras, bem como aspectos relevantes de linguagem, socialização, atenção e envolvimento pessoal que dão pistas com relação ao ambiente sociocultural no qual a criança está inserida (ALMEIDA, 2009).
Ao fazer essa reflexão o professor necessita compreender a realidade dos seus alunos e buscar colocar em pauta brincadeiras que possam ser realizadas no ambiente familiar que possa promover o desenvolvimento integral da criança e suprir as demandas do currículo (ARAÚJO, 2020).
Os jogos e brincadeiras são meios lúdicos extremamente eficazes e precisam ser bem orientados para que haja uma aprendizagem significativa. Essa ludicidade é uma alternativa interessante e que pode trazer bons resultados para esse momento difícil que a educação está passando. Sendo necessário muito cuidado na elaboração das propostas de atividades. E sempre lembrar que “o jogo não pode ser visto, apenas, como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social e moral” (DIAS, 2000, p. 95)
E não devemos esquecer que, na execução dos jogos e brincadeiras, os adultos devem ser apenas mediadores, e colocar o educando como o ser principal do processo, como Freire defende. Pois a educação deve sempre promover a autonomia do aluno, tornando-o ser ativo no seu desenvolvimento integral. Mesmo a pandemia da Covid-19 trazendo tantas dificuldades, perdas e mudanças para o mundo inteiro, assim como para a educação, ainda existem mecanismos que podem fazer a educação continuar seguindo seu caminho. É necessário adaptar-se as situações que surgem, buscando sempre promover uma educação com qualidade que busque ajudar na construção integral do aluno como ser ativo de seu próprio conhecimento. (ARAÚJO, 2020).
CONCLUSÃO
Devido à pandemia, um novo desafio surgiu para as escolas, os pais, professores e principalmente para os alunos, que em meio a tantas notícias ruins, perdas e sofrimento, ainda assim não desistiram de transmitir o conhecimento para seus educandos.
Nesse período de isolamento social, os jogos simbólicos e as atividades lúdicas, são companheiros inseparáveis dos professores da educação infantil, para agregar conhecimento e autonomia para as crianças, os pais e responsáveis são extremamente importantes para que esse ensino a distância possa alcançar os objetivos propostos em cada atividade com jogos e com o lúdico.
Através do jogo, a criança exercita não só sua capacidade de pensar, ou seja, representar simbolicamente suas ações, mas também, suas habilidades motoras, já que salta, corre, gira, transporta, rola, empurra, etc.
Segundo Violada (2011, p.1), através das atividades lúdicas, as crianças desenvolvem a linguagem oral, a atenção, o raciocínio e a habilidade do manuseio, além de resgatar as potencialidades e conhecimentos. Desenvolve também a imaginação, a espontaneidade, o raciocínio mental, a atenção, a criatividade.
A Educação Infantil é a nossa esperança, portanto, uma educação que forme homens para transformá-los em agentes da sua história, cidadãos de bom caráter, e futuramente profissionais humanitários, líderes capazes de defender a sua comunidade.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, A. Ludicidade como instrumento pedagógico. Disponível em: <https://www.cdof.com.br/recrea22.htm>. Acesso em: 28/06/2021.
ARAUJO, Fernanda Silva. A importância da ludicidade durante a pandemia do covid-19 como instrumento metodológico na Educação Infantil para o desenvolvimento integral do educando, 2020. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2020/TRABALHO_EV140_MD1_SA9_ID4770_01092020213712.pdf>. Acesso em: 16/07/202.
CARVALHO, Maria Campos de. Por que as crianças gostam de áreas fechadas? Espaços circunscritos reduzem as solicitações de atenção do adulto. In: FERREIRA, Maria Clotilde Rosseti. Os Fazeres na Educação Infantil. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2003. cap.47
DIAS, M. C. M. Metáfora e pensamento: considerações sobre a importância do jogo na aquisição do conhecimento e implicações para a educação pré-escolar. In: KISHIMOTO, T. M. (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
EDUCA MAIS BRASIL. Educação Infantil. 2021. Disponível em: <https://www.educamaisbrasil.com.br/etapa-de-formacao-e-series/educacao-infantil> Acesso em: 17/04/2021
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática docente. São Paulo: Paz e Terra, 1996. Disponível em: <http://www.apeoesp.org.br/sistema/ck/files/4-%20Freire_P_%20Pedagogia%20da%20autonomia.pdf>. Acesso em 15/06/2021.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 2003.
LEAL, Telma Ferraz [et al]. Jogos: alternativas didáticas para brincar alfabetizando (ou alfabetizar brincando?). In: MOURA (Org.). Alfabetização: apropriação do sistema de escrita alfabética. Belo Horizonte: Autêntica, 2003
MINISTÉRIO DA SAÚDE – GOVERNO FEDERAL. Primeiro caso de covid-19 no Brasil permanece sendo o de 26 de fevereiro. 2020. Disponível em: < https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/primeiro-caso-de-covid-19-no-brasil-permanece-sendo-o-de-26-de-fevereiro>. Acesso em: 19/07/2021.
OLIVEIRA, Zilma de Moraes. Creches: Crianças, faz-de-conta & cia. Rio de Janeiro: Vozes, 1992.
RIZZI, Leonor e HAVDT, Regina Célia. Atividades lúdicas na educação da criança. Ed. Ática, 6ª edição, Série Educação. 1997
VIOLADA, Rosiane. Brincadeiras e jogos na educação infantil. 2014. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/simoneeverton3/brincadeiras-e-jogos-na-educao-infantil> Acesso em 08 de abril de 2021.
VYGOTSKY, Lev Semyonovitch. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.