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A APLICAÇÃO DE DIFERENTES TEXTOS NA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Kátia Regina Lastória

 

 

RESUMO

O conhecimento das letras é apenas um meio para o letramento, que é o uso social da leitura e da escrita. Para formar cidadãos atuantes e interacionistas, é preciso conhecer a importância da informação sobre letramento e não de alfabetização. Letrar significa colocar a criança no mundo letrado, trabalhando com os distintos usos de escrita na sociedade. Essa inclusão começa muito antes da alfabetização, quando a criança começa a interagir socialmente com as práticas de letramento no seu mundo social. O letramento é cultural, por isso muitas crianças já vão para a escola com o conhecimento alcançado de maneira informal absorvido no cotidiano. Ao conhecer a importância do letramento, deixamos de exercitar o aprendizado automático e repetitivo, baseado na descontextualização. O objetivo deste artigo é o de desenvolver algumas aplicações diferentes de textos, como: ampliar relações sociais na interação com outras crianças e adultos, conhecer seu próprio corpo, brincar e se expressar das mais variadas formas, utilizar diferentes linguagens para se comunicar, entre outros.

 

Palavras–Chave: Textos. Alfabetização. Letramento.

 

 

ABSTRACT

The knowledge of letters is only a means to literacy, which is the social use of reading and writing. To form active and interactionists citizens, one must know the importance of information literacy rather than literacy. Letrar means putting the child in the literate world, working with different writing uses in society. This inclusion begins long before literacy, when the child begins to interact socially with the literacy practices in their social world. Literacy is cultural, so many children already go to school with the knowledge achieved informally absorbed in daily life. By knowing the importance of literacy, we fail to exercise the automatic and repetitive learning, based on the decontextualization. The purpose of this article is to develop some different applications of text, including: expanding social relations in interaction with other children and adults, to know your own body, play and express themselves in many different ways, using different languages to communicate, etc. .

 

Keywords: Texts. Literacy. Literacy.

 

 

INTRODUÇÃO

 

Como objetivo da Educação Infantil, refere-se ao ato de estimular as diferentes áreas de desenvolvimento da criança, aguçar sua curiosidade, sendo que, para isso, é imprescindível que a criança esteja feliz no espaço escolar.

O primeiro registro partindo da arqueologia da aplicação de diferentes textos na educação na humanidade, é desde 2600 a.C.

Não há registros sobre a inclusão de textos, o que há são pesquisas objetivando-se que com os textos, a criança exercita não só a sua capacidade de pensar, ou seja, de representar simbolicamente as suas ações, mas, também, as suas habilidades motoras, já que ao brincar, salta, corre, etc.

Define-se os textos como uma forma de representação do corpo, predominando a fantasia.

São exemplos de textos diferentes as brincadeiras, jogos de faz-de- conta, de papéis ou de representações.

Através da contação de diferentes textos, utilizando-se de vários objetos, as crianças são capazes de criar um mundo imaginário e se apropria dele, onde a aprendizagem acontece sem pressão, através da liberdade de escolha e de expressão de seus pensamentos.

As atividades humanas são realizadas no mundo social, e é através dos textos, nas suas diferentes modalidades, que se realizam muitas das ações que interessam ao homem nos seus diversos contextos. Uma concepção de texto como interação entre sujeitos em sociedade implica uma crença na capacidade dos sujeitos sociais de criar ou construir contextos de forma sempre renovada.

Através desse artigo, queremos demonstrar que através de vários textos, a criança estimula não só sua capacidade de pensar, mas também, suas habilidades motoras.

O “brincar” tem a função também de promover a constituição do próprio indivíduo. A utilização dos textos promove o desenvolvimento dos processos psíquicos, dos movimentos, acarretando o conhecimento do próprio corpo, da linguagem e da narrativa e a aprendizagem de conteúdos de áreas específicas, como as ciências humanas e exatas.

Buscaremos aqui, provar que essa atividade estimula o desenvolvimento psicomotor, cognitivo, emocional, social e cultural das crianças.

Para realizar este estudo usou-se como metodologia de pesquisa um estudo bibliográfico bem como livros, revistas, internet, pesquisas e reportagens.

 

 

1- EDUCAÇÃO

 

1.1- Conceito

Podemos conceituar educação como um processo de atuação de uma comunidade sobre o desenvolvimento do indivíduo a fim de que ele possa atuar em uma sociedade pronta para a busca da aceitação dos objetivos coletivos. (CARTELLIS, 1999. p. 26).

Segundo o dicionário Aurélio:

 

“Educação é o processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social”. (HOLANDA, 2009. P. 256).

 

A Educação pode ser considerada como algo mais amplo do que um simples conceito, pois tem influência das diversas culturas da sociedade.

 

1.2- Diretrizes

Ao nos remetemos à educação escolar, podemos pensar no desenvolvimento de educação através de uma prática pedagógica que o possibilite de ser sujeito de sua própria história, desenvolvendo competências e habilidades frente aos desafios atuais. Conforme Jacques Dolors:

 

“Podemos concluir que a educação não tem uma fórmula pronta a seguir, a fórmula é criada, desvendada a cada passo em que estimulamos os nossos educandos, estes por sua vez têm seus conhecimentos prévios que devemos levar em consideração para acrescentar nessa “fórmula” do educar, inserir a história da comunidade no currículo da escola para que estas s incluam na educação trazendo assim motivação necessária ao processo de ensino-aprendizagem”. (DOLORS, 1998. p. 21).

 

A concepção de educação nos permite ao desenvolvimento da competência do educando para construir conhecimentos sobre si mesmo e sobre o mundo através da interação, possibilita a construção coletiva de parâmetros e diretrizes ao trabalho escolar.

 

1.3- História da Educação

Podemos afirmar que a História da Educação Brasileira não é uma História difícil de ser estudada e compreendida. Ela evolui em rupturas marcantes e fáceis de serem observadas.

Uma primeira grande ruptura travou-se com a chegada mesmo dos portugueses ao território do Novo Mundo. Não podemos deixar de reconhecer que os portugueses trouxeram um padrão de educação próprio da Europa, o que não quer dizer que as populações que por aqui viviam já não possuíam características próprias de se fazer educação.

Quando os jesuítas chegaram por aqui eles não trouxeram somente a moral, os costumes e a religiosidade europeia; trouxeram também os métodos pedagógicos. Este método funcionou absoluto durante 210 anos, de 1549 a 1759, quando uma nova ruptura marca a História da Educação no Brasil: a expulsão dos jesuítas por Marquês de Pombal. Se existia alguma coisa muito bem estruturada em termos de educação o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos. Tentou-se as aulas régias, o subsídio literário, mas o caos continuou até que a Família Real, fugindo de Napoleão na Europa, resolve transferir o Reino para o Novo Mundo.

Na verdade não se conseguiu implantar um sistema educacional nas terras brasileiras, mas a vinda da Família Real permitiu uma nova ruptura com a situação anterior. Para preparar terreno para sua estadia no Brasil D. João VI abriu Academias Militares, Escolas de Direito e Medicina, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico e, sua iniciativa mais marcante em termos de mudança, a Imprensa Régia. Segundo alguns autores o Brasil foi finalmente "descoberto" e a nossa História passou a ter uma complexidade maior. (LIMA, 1997. p. 24).

 

 

2- EDUCAÇÃO       INFANTIL:   ALFABETIZAÇÃO  E LETRAMENTO

 

A educação infantil refere-se à educação das crianças antes da sua entrada no ensino obrigatório.

Normalmente atende as crianças entre zero e os seis anos de idade de uma criança.

Na fase da educação infantil, as crianças podem e devem ser estimuladas através de atividades lúdicas e jogos simbólicos, pois assim aprendem a exercitar as suas capacidades motoras e cognitivas, a fazer descobertas ao iniciar o processo de alfabetização.

Sob a regência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB (Lei 9394/96), a educação infantil passou a integrar a Educação Básica, juntamente com o ensino fundamental e o ensino médio.

Segundo a LDB em seu artigo 29:

 

A educação infantil, primeira etapa da educação básica tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (FARIA, 1995. p. 26)

 

A educação infantil pode se dar em creches para as crianças de 0 a 3 anos, e em pré-escolas para as crianças de 4 e 5anos, entretanto, a educação infantil é facultativa, ou seja, de inteira responsabilidade dos municípios.

O objetivo da educação infantil é o cuidar da criança, contemplando a alimentação, a limpeza e o lazer (brincar), sempre respeitando o caráter lúdico das atividades.

 

Dentro da educação infantil podem ser trabalhados os seguintes eixos com as crianças: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática, ou seja, o objetivo é o de estimular algumas capacidades, como: ampliar relações sociais na interação com outras crianças e adultos, conhecer seu próprio corpo, brincar e se expressar das mais variadas formas, utilizar diferentes linguagens para se comunicar, entre outros. (DERVAL, 1998. p. 39).

 

Os professores atuando dentro da educação infantil precisam valorizar igualmente as atividades de alimentação, leitura de histórias, troca de fraldas, desenho, música, banho, jogos coletivos, brincadeiras, sono, descanso, entre outras tantas propostas realizadas cotidianamente com as crianças.

O papel de uma pessoa adulta na educação infantil é de importância ímpar, ou seja, fax com que sejam proporcionadas experiências diversificadas e enriquecedoras, que venha desenvolver as suas capacidades cognitivas, por isso a importância de se iniciar a educação na infância. (HUIZINGA, 1988. p. 18).

Vários estudos e várias pesquisas têm demonstrado a importância das dos textos, no desenvolvimento das crianças, proporcionando assim, condições adequadas ao seu desenvolvimento físico, motor, emocional, cognitivo, e social.

Uma definição de textos é toda e qualquer animação que tem como intenção causar prazer e entretenimento a quem pratica. (RIZZI, 1997. p. 41).

Através dessas atividades, as crianças se expressam, assimilam conhecimentos e constroem a sua realidade quanto está praticando alguma atividade.

Na educação Infantil podemos comprovar a influência positiva dos textos em um ambiente aconchegante, desafiador, rico em oportunidades e experiências para o crescimento sadio das crianças.

Os primeiros anos de vida são decisivos na formação da criança, pois se trata de um período em que a criança está construindo sua identidade e grande parte de sua estrutura física, sócio afetivo e intelectual.

O texto é brincar como jogos, brincadeira e brinquedo.

 

2.1- Letramento e alfabetização

Os professores atuando dentro da educação infantil precisam valorizar igualmente as atividades de alimentação, leitura de histórias, troca de fraldas, desenho, música, banho, jogos coletivos, brincadeiras, sono, descanso, entre outras tantas propostas realizadas cotidianamente com as crianças. Na educação Infantil podemos comprovar a influência positiva das atividades lúdicas em um ambiente aconchegante, desafiador, rico em oportunidades e experiências para o crescimento sadio das crianças.

O texto é necessário para nosso processo de desenvolvimento, tem uma função vital para o indivíduo principalmente como forma de assimilação da realidade, além de ser culturalmente útil para a sociedade como expressão de ideais comunitários.

Através dos textos, a criança desenvolve a atenção, a memória, a autonomia, a capacidade de resolver problemas, se socializa, desperta a curiosidade e a imaginação, de maneira prazerosa e como participante ativo do seu processo de aprendizagem.

Durante a educação infantil, o raciocínio lógico ainda não é suficiente para que ela dê explicações coerentes a respeito de certas coisas. Através do texto, a criança exercita não só sua capacidade de pensar, ou seja, representar simbolicamente suas ações, mas também, suas habilidades motoras. Os textos devem ser adequados às crianças, pois ele deve atender à etapa de desenvolvimento em que a criança se encontra e as suas necessidades emocionais, socioculturais, físicas ou intelectuais.

Os textos tem a função de estimular a criatividade. Quando ele não é dirigido e não transmitem alternativas, passa a ser apenas uma tarefa a ser cumprida. A produção de texto deve ser utilizada de várias maneiras, pois, ele é um convite à exploração e a inventividade. Considerando que a leitura é uma construção ativa dos sentidos, este curso justifica-se pela necessidade incessante de se (re) pensar o ensino da leitura e da escrita e seus processos de aprendizagem nos ensinos fundamental e médio.

Letramento é informar-se através da leitura, é buscar notícias e lazer nos jornais, é interagir selecionando o que desperta interesse, divertindo-se com as histórias em quadrinhos, seguir receita de bolo, a lista de compras de casa, fazer comunicação através do recado, do bilhete, do telegrama. Letramento é ler histórias com o livro nas mãos, é emocionar-se com as histórias lidas, e fazer, dos personagens, os melhores amigos. Letramento é descobrir a si mesmo pela leitura e pela escrita, é entender quem a gente é e descobrir quem podemos ser.

Uma análise das mudanças conceituais e metodológicas ocorridas ao longo da história do ensino da língua escrita no início da escolarização revela que, até os anos 80, o objetivo maior era a alfabetização, isto é, enfatizava-se fundamentalmente a aprendizagem do sistema convencional da escrita.

Em torno desse objetivo principal, métodos de alfabetização alternaram- se em um movimento pendular: ora a opção pelo princípio da síntese, segundo o qual a alfabetização deve partir das unidades menores da língua – dos fonemas, das sílabas – em direção às unidades maiores – à palavra, à frase, ao texto (método fônico, método silábico); ora a opção pelo princípio da análise, segundo o qual a alfabetização deve, ao contrário, partir das unidades maiores e portadoras de sentido – a palavra, a frase, o texto, em direção às unidades menores (método da palavração, método da sentenciação, método global).

Em ambas as opções, porém, a meta sempre foi a aprendizagem do sistema alfabético e ortográfico da escrita; embora se possa identificar, na segunda opção, uma preocupação também com o sentido veiculado pelo código, seja no nível do texto (método global), seja no nível da palavra ou da sentença (método da palavração, método da sentenciação),estes – textos, palavras, sentenças – são postos a serviço da aprendizagem do sistema de escrita: palavras são intencionalmente selecionadas para servir à sua de composição em sílabas e fonemas, sentenças e textos são artificialmente construídos, com rígido controle léxico e morfossintático, para servir à sua de composição em palavras, sílabas, fonemas.

Assim, pode-se dizer que até os anos 80 a alfabetização escolar no Brasil caracterizou-se por uma alternância entre métodos sintéticos e métodos analíticos, sempre, porém, com o mesmo pressuposto – o de que a criança, para aprender o sistema de escrita, dependeria de estímulos externos cuidadosamente selecionados ou artificialmente construídos, e também sempre com o mesmo objetivo.

 

2.2- Textos

As atividades humanas são realizadas no mundo social, e é através da linguagem, nas suas diferentes modalidades, entre elas a leitura, que se realizam muitas das ações que interessam ao homem nos seus diversos contextos. Uma concepção de linguagem como interação entre sujeitos em sociedade implica uma crença na capacidade dos sujeitos sociais de criar ou construir contextos de forma sempre renovada.

A leitura desenvolve, gradativamente, uma série de competências associadas à leitura do texto verbal, tais como assiduidade, fôlego, fluência, velocidade, autonomia, memorização, capacidade crítica, sensibilidade para o campo literário, capacidade de inter-relacionar textos, capacidade de reconhecer gêneros e subgêneros, capacidade de síntese e hierarquização de ideias, abertura para o “novo” e o “diferente”, entre outras.

O ensino de Língua Portuguesa destina-se a preparar o aluno para lidar com a linguagem em suas diversas situações de uso e manifestações, pois o domínio da língua materna revela-se fundamental ao acesso às demais áreas do conhecimento.

O desenvolvimento do saber implica leitura compreensiva e crítica de textos diversos; produção escrita em linguagem padrão; análise e manipulação da organização estrutural da língua e percepção das diferentes linguagens (literária, visual, etc.) como formas de compreensão do mundo.

Em tempos de globalização e com o aumento da competitividade no mercado de trabalho surge a importância cada vez maior da prática da leitura e como uma das ferramentas indispensáveis para preparar nossas crianças para um mundo extremamente competitivo, individualista e incerto.

É nessa fase de desenvolvimento onde afloram sentimentos importantes, dúvidas, vaidade, autoconfiança. (CASTELLS, 1999. p. 13). É nesse momento que as estórias se apresentam como grande formador de caráter e de disciplina, impondo regras a serem seguidas, que podem auxiliar, e muito, nossos jovens a traçarem um caminho saudável, afastando-os das drogas que tanto nos preocupam.

Visando promover atividades que proporcionem o interesse e motivação, fazendo com que os acolhidos participem com entusiasmo, melhorando assim o seu rendimento na aprendizagem, desenvolvendo a linguagem oral e a escrita, de maneira alegre e descontraída, pois contar uma história favorece a concentração e a disciplina.

Como bem nos ensina Antunes (2004. p. 24):

 

“A linguagem oral é uma expressão que expressa à criatividade, a cultura e as ideias que alguém tem e as delibera na forma escrita, ressaltando assim a importância que o que foi escrito tem para a história cultural de uma nação ou sociedade comum e do idioma que rege a suas linhas. A linguagem é uma forma de literatura, e está presente em nosso dia a dia, em nosso vai e vem na cidade”.

 

A linguagem, forma de literatura também é um veículo utilizado para se escrever uma obra literária. Escrever obras literárias é trabalhar com a linguagem.

Como se trata de um trabalho contínuo e sistemático, os resultados poderão contribuir para o desenvolvimento físico e de suas diversas ramificações as quais serão benéficas, possibilitando uma qualidade de vida em todos os aspectos ás crianças.

A linguagem oral é importante, pois os primeiros anos de vida são decisivos na formação da criança, pois se trata de um período em que a criança está construindo sua identidade e grande parte de sua estrutura física, sócio afetivo e intelectual.

Na educação Infantil podemos comprovar a influência positiva das atividades que envolvem linguagem oral em um ambiente aconchegante, desafiador, rico em oportunidades e experiências para o crescimento sadio das crianças.

 

2.3- Linguagem oral

Uma das formas de se aproximar a linguagem oral do público infantil seria encontrar os pontos em comum entre ela e outras linguagens, talvez, mais acessíveis ao entendimento das crianças. Isso ocorre, por exemplo, no livro infantil, que encontra nas ilustrações uma linguagem que serve como atração da criança ao conteúdo literário do próprio livro.

A ilustração, por sua vez, não perde sua autonomia para a linguagem, mas se torna uma arte autônoma que dialoga com a literatura. (CASTELLS, 1999. p. 17).

Não apenas desenhos, mas músicas, encenações teatrais, canções e outras formas de expressão têm dialogado com frequência com a linguagem oral.

Nesse sentido, podemos pensar que a linguagem pode ser apresentada de várias formas, sendo uma delas através da dança, onde o corpo fala por si só, sem o uso necessário das palavras.

Cabe ressaltar que cada pessoa pode ler a mesma linguagem e imaginar, compreender e interpretar à sua maneira.

Como bem enfatiza Souza (1997. p. 21):

 

“Para o educando, o simples fato de ouvir histórias tem uma importância que vai além do prazer. Com a linguagem oral de um conto e/ou de uma história, o aluno buscará conhecer novos fatos, dessa maneira será efetivamente iniciada a construção da linguagem, da oralidade, das ideias, dos valores e sentimentos; a constituição dessas fases ajudará o educando na sua formação pessoal, pois, como já dissemos anteriormente, é na infância que delineamos a personalidade”.

 

Livros, histórias contadas a uma criança irão proporcionar uma forma diferente de encarar o mundo e as coisas, elas irão compreender que se adquire dos fatos, das pessoas, dos contextos sociais, pois é lendo que se aprende, se cria, se transforma.

Os textos são atividades sem regras previamente definidas, onde crianças entre 2 a 6 anos lembram-se de situações extremas vividas e/ou observada se simulam ou narram de forma representativa.

Utilizando-se do faz-de-conta a criança constrói em sua imaginação para expor comportamentos (representando um super-herói; fazendo papel de professor), apresentar um segundo sentido a objetos (uma caixa de ovos que se transforma em um ônibus; uma garrafa de detergente que vira um foguete).

Todas as crianças que participam dos textos, adquirem novos conhecimentos e desenvolve habilidades de forma natural e agradável, que gera um forte interesse em aprender e garante o prazer.

Dentro dos textos a imaginação da criança modifica sua vontade.

 

As principais características dos textos, são:
-liberdade de regras (menos as criadas pela criança);
-desenvolvimento da imaginação e da fantasia;
-ausência de objetivo explícito ou consciente para a criança;
-lógica própria com a realidade;
-assimilação da realidade ao "eu". (LEAL, 2003. p. 41)

 

É dentro do texto que a criança passa por modificações, a medida que vai progredindo em seu desenvolvimento rumo à intuição e à operação.

O texto consiste em diversão, brincadeira, é um instrumento muito poderoso na estimulação da construção de esquemas de raciocínio, através da sua ativação.

Mas como foi dito, estamos tratando de crianças pequenas, dentro da Educação Infantil, por isso é importante que cada professor divida os alunos com suas idades para poder aplicar os textos.

Abaixo está à natureza das fazes do desenvolvimento das crianças em idade de educação infantil:

Fase sensório-motor (maternal, de 1 a 2 anos aproximadamente), para o autor, nesta fase a criança brinca com o próprio corpo, executando movimentos, fazendo jogos de exercícios. Nessa fase o contato com os adultos é imprescindível.

Fase simbólica (jardim I, de 2 a 4 anos aproximadamente), nesta fase além dos movimentos físicos, as crianças passam a exercitar intencionalmente movimentos motores mais específicos. Os textos mais simples são grandes estímulos ao desenvolvimento intelectual. Nessa fase as crianças estão bastante egocêntricas, tudo se volta para o “eu”, por isso os jogos com regras não funcionam, pois não conseguem coordenar seus esforços para o outro.

Fase intuitiva (jardim II, pré-escola, de 4 a 6 anos aproximadamente), nesta fase os textos de que as crianças mais gostam são os que seu corpo estiver em movimento, pois se movimentar as faz muito contente, é a fase em que a criança imita tudo.

Brincando brinca-se com diversos tipos de jogos, através dos jogos se brinca com o corpo, se utiliza o raciocínio, estratégias, se utiliza também de sorte e organização.

 

2.4- Literatura Infantil

A literatura infantil é importante, pois os primeiros anos de vida são decisivos na formação da criança, pois se trata de um período em que a criança está construindo sua identidade e grande parte de sua estrutura física, sócio afetivo e intelectual.

Na educação Infantil podemos comprovar a influência positiva das atividades que envolvem literatura em um ambiente aconchegante, desafiador, rico em oportunidades e experiências para o crescimento sadio das crianças.

É importante adequar a proposta à idade e, principalmente, aos assuntos trabalhados em classe. A meta é que, sempre que possível e mesmo com um trabalho diferente, o aluno esteja participando do grupo.

A falta de compreensão da função da escrita como representação da linguagem é outra característica comum em quem tem deficiência intelectual. Essa imaturidade do sistema neurológico pede estratégias que servem para a criança desenvolver a capacidade de relacionar o falado com o escrito.

A inclusão de músicas, brincadeiras orais, leituras com entonação apropriada, poemas e parlendas ajuda a desenvolver a oralidade.

A escola deve fazer intervenções e oferecer desafios adequados além de valorizar suas habilidades, trabalhar sua potencialidade intelectual, reduzir as limitações provocadas pela deficiência, valores éticos morais e de cidadania, apoiar a inserção familiar, escolar e social.

Uma das formas de se aproximar a literatura do público infantil seria encontrar os pontos em comum entre ela e outras linguagens, talvez, mais acessíveis ao entendimento das crianças. Isso ocorre, por exemplo, no livro infantil, que encontra nas ilustrações uma linguagem que serve como atração da criança ao conteúdo literário do próprio livro.

A ilustração, por sua vez, não perde sua autonomia para a literatura, mas se torna uma arte autônoma que dialoga com a literatura.

Não apenas desenhos, mas músicas, encenações teatrais, canções e outras formas de expressão têm dialogado com frequência com a literatura. Nesse sentido, podemos pensar que a literatura pode ser apresentada de várias formas, sendo uma delas através da dança, onde o corpo fala por si só, sem o uso necessário das palavras.

Cabe ressaltar que cada pessoa pode ler a mesma literatura e imaginar, compreender e interpretar à sua maneira.

Para o educando, o simples fato de ouvir histórias tem uma importância que vai além do prazer.

Com a leitura de um conto e/ou de uma história, o aluno buscará conhecer novos fatos, dessa maneira será efetivamente iniciada a construção da linguagem, da oralidade, das ideias, dos valores e sentimentos; a constituição dessas fases ajudará o educando na sua formação pessoal, pois, como já dissemos anteriormente, é na infância que delineamos a personalidade.

Livros, histórias contadas a uma criança irão proporcionar uma forma diferente de encarar o mundo e as coisas, elas irão compreender que se adquire dos fatos, das pessoas, dos contextos sociais, pois é lendo que se aprende, se cria, se transforma.

 

2.5- OS TIPOS, ADEQUAÇÃO, EXEMPLOS E O PAPEL DO EDUCADOR DOS TEXTOS

O ato de leitura é uma atividade natural no ser humano. Sua finalidade é o próprio prazer do funcionamento. Estes exercícios consistem em repetição de gestos e movimentos simples como agitar os braços, sacudir objetos, emitir sons, caminhar, pular, correr, etc.

Textos e a criança estão interinamente interligados. É através dos textos que as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação, ou seja, amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais.

A literatura infantil precisa ser obrigatória nas atividades intelectuais da criança, sendo por isso indispensável à prática educativa. A brincadeira sendo de forma pedagógica nos faz repensar a prática e as oportunidades que acontecem em nossa sala.

Os textos infantis são animações que têm como intenção causar prazer e entretenimento a quem pratica, e ainda contribuir para o desenvolvimento das potencialidades humanas das crianças, proporcionando condições adequadas ao desenvolvimento físico, motor, emocional, cognitivo e social. (SNYDERS, 1994. p. 36).

Podemos dizer que o papel da literatura infantil educativa é bastante forte, mas nem tudo é marcado pela função pedagógica. As crianças precisam de momentos da brincadeira para a brincadeira, pois a ludicidade vem para abrir novos espaços na educação, com vista ao crescimento de todos, professores e alunos.

São exemplos de diferentes textos na educação infantil, conforme Oliveira (1992. p. 19):

- fazer construções livres;

- fazer construções com objetos pequenos, grandes, altos, baixos, por

cores;

- brincar de viagem ao espaço, à selva, ao circo, de banda musical;

- brincar de pega-pega imitando bichos;

- pedir aos alunos que inventem brincadeiras.

Durante a educação infantil, o raciocínio lógico ainda não é suficiente

para que ela dê explicações coerentes a respeito de certas coisas.

O poder de fantasiar surpreende o poder de explicar.

Através dos textos, a criança exercita não só sua capacidade de pensar, ou seja, representar simbolicamente suas ações, mas também, suas habilidades motoras, já que salta, corre, gira, transporta, rola, empurra, etc.

As histórias infantis devem ser adequadas às crianças, pois ele deve atender à etapa de desenvolvimento em que a criança se encontra e as suas necessidades emocionais, socioculturais, físicas ou intelectuais.

Os professores através das experiências dos textos podem ter informações importantes no brincar espontâneo ou no brincar orientado.

A aplicação de textos, brincadeiras e brinquedos em diferentes situações educacionais podem ser um meio para estimular, analisar e avaliar aprendizagens específicas, competências e potencialidades das crianças envolvidas.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Primeiramente para a inclusão dos textos na educação infantil, se faz necessário que os profissionais tenham o compromisso ético ao dar limites à criança não a exponha em situações ridículas e nem constrangedoras, ou seja, se faz necessário que todos profissionais de Educação Infantil ofereça às crianças um ensino de qualidade tendo como base os direitos conquistados e dedicados às crianças e às famílias.

A Educação Infantil é a nossa esperança, portanto, uma educação que forme homens para transformá-los em agentes da sua história, cidadãos de bom caráter, e futuramente profissionais humanitários, lideres capazes de defender a comunidade.

Em sua imaginação ela pode modificar a sua vontade, usando o "faz de conta".

O “faz de conta” irá permitir que a criança recrie experiências da vida quotidiana, situações imaginárias e a faz utilizar os objetos livremente, atribuindo-lhes significados múltiplos.

Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica. Os primeiros ensinamentos da vida são os que marcam mais profundamente a pessoa, sendo positivas, tendem a reforçar, ao longo da vida, as atitudes de autoconfiança, de cooperação, solidariedade, responsabilidade.

A linguagem oral é importante, pois os primeiros anos de vida são decisivos na formação da criança, pois se trata de um período em que a criança está construindo sua identidade e grande parte de sua estrutura física, sócio afetivo e intelectual.

Na educação Infantil podemos comprovar a influência positiva das atividades que envolvem linguagem em um ambiente aconchegante, desafiador, rico em oportunidades e experiências para o crescimento sadio das crianças.

As atividades de linguagem oral trazem benefícios para a aprendizagem, por isso deveria ser mais explorada na escola, pois ser servem de estímulo para crianças com dificuldades de aprendizagem. A linguagem atende o desenvolvimento físico, mental, social, emocional e espiritual humano.

Mas aqui abrimos um parêntese sobre a necessidade dos educadores despertarem a conscientização quanto às possibilidades da linguagem oral para favorecer o bem-estar e o crescimento das potencialidades dos alunos.

A linguagem oral sendo trabalhada junto com a literatura proporciona um apanhado poético, onde o movimento é construído pela ligação das articulações entre dança e a linguagem.

A linguagem oral é uma manifestação da cultura de movimento muito importante e relevante em todo o mundo.

A linguagem nos auxilia com a percepção dos corpos uns dos outros, o diálogo, a vivência de diferentes ritmos, melodias e harmonias, ensinando-nos a sentir, a pensar e a comunicarmos.

 

 

REFERÊNCIAS

 

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