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CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO INDIVÍDUO COM LINFOMA DE HODGKIN

Tainá Íngrid Marques Dutra

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso Técnico de Enfermagem Integrado ao Ensino Médio da E.E.E.P. Júlio França, como requisito para obtenção do título de Técnico de Enfermagem, sob a orientação da professora Thaís Furtado de Morais.

 

 

AGRADECIMENTOS

 

Em primeiro lugar, agradeço a Deus, que me permitiu concluir o presente trabalho com zelo e paciência, além de proporcionar todas as condições necessárias para a construção e conclusão do estudo.

 Agradeço ainda àqueles que me puseram no mundo e são de valor, apoio e influência ímpar na minha vida: meus pais, Maria Gorete e Roberto Carlos, responsáveis por construírem em mim uma base de valores e princípios que me impulsionaram desde cedo a ser obstinada e buscar minhas metas e sonhos. Outrossim, neste momento, cabe ressaltar minha gratidão aos dois, por terem plantado em mim, durante minha trajetória escolar anterior ao ensino médio, a imensa vontade de ingressar na E.E.E.P Júlio França.

Aos meus irmãos, pelo companheirismo, experiências compartilhadas e apoio. Ao Betinho, sobretudo, por me auxiliar durante meu processo inicial de compreensão acerca de sua patologia, fornecendo dados e informações que me impulsionaram a aprofundar o estudo e conduzir, por meio deste trabalho, a luz do conhecimento acerca dessa temática a outras pessoas.

 Ao núcleo gestor, por fazer-nos buscar nosso mais elevado padrão e nos instruírem de maneira ímpar, considerando nossa realidade além do ensino médio, tanto no quesito profissional, quanto pessoal. Afunilando ainda mais minha gratidão, agradeço aos professores da base comum, que durante o ensino médio, repassaram-nos sua gama de conhecimentos com excelência, dedicação e paciência.

À coordenadora do curso, Arilene Moreira, por ser minha mais sólida e principal referência profissional e pessoal durante a jornada técnica, assumindo o papel de mãe em diversos momentos e preparando-nos para um voo alto, com cada um de seus puxões de orelha, conselhos e momentos construídos ao longo desses três anos. Aos professoras da base técnica, Davi Farias, Paula Aragão, Danielle Osterno, David Dário, Rayan Ibiapina, Níobe Guimarães, Brennda Vasconcelos e Thais Furtado, sou grata por terem me preparado, de maneira holística, para encarar o mundo da Enfermagem com sabedoria e segurança, sendo também espelhos para todos nós. Agradeço, em especial, à minha orientadora de TCC, Thaís Furtado, por ter auxiliado a mim e meus colegas de grupo, durante este período de capacitação profissional, sendo essencial para que a construção e conclusão do presente trabalho alcançassem êxito.

Aos meus colegas de classe, responsáveis por contribuir com meu desenvolvimento e processo de amadurecimento, além de proporcionarem todas as vivências que tornaram meus três anos na E.E.E.P. Júlio França inesquecíveis e merecidos de serem lembrados com grande carinho e saudade.

Agradeço, no entanto, com um carinho especial àqueles que não só conviveram diariamente comigo, como marcaram de maneira singular esse lindo ciclo e jornada: Raíssa Brandão, minhas asas e meu raio de sol; Ana Beatriz S. e Ana Luiza, que me mostraram o valor da amizade; Carlos Gustavo, que me impulsionou diversas vezes a alcançar minha melhor versão; e João Pedro, que sempre me arrancou um sorriso, mesmo nos piores dias. Ademais, sou grata à minha Raíssa Souza, que, apesar de não ser companheira de classe, acompanhou minha evolução de perto e sempre esteve presente nos momentos mais importantes da minha vida. Vocês fazem parte das minhas memórias-base em bolinhas amarelas.

Aos meus cúmplices diários, Taylor Swift, Zé Ramalho, Fagner e Harry Styles, por terem me acompanhado intimamente durante a construção desse trabalho, constituindo a trilha sonora perfeita durante noites solitárias por horas a fio.

Por fim, agradeço a todos que contribuíram de alguma forma para que eu seja quem sou hoje. Nem todas as palavras presentes em dicionários seriam capazes de externar e caracterizar minha gratidão diante de cada ensinamento, conselho ou momento especial que cada um me proporcionou. Minha vida não seria a mesma se meus caminhos e os de vocês não tivessem se cruzado em algum momento.

 

 

 

"Não importa o que aconteça na vida, seja bom para as pessoas. Ser bom para as pessoas é um maravilhoso legado para deixar para trás."

Taylor Swift

 

 

 

  1. INTRODUÇÃO

 

De acordo com Oliveira e colaboradores (2021), os linfomas correspondem a alterações neoplásicas malignas no sistema linfático. O Linfoma de Hodgkin (LH) ou Doença de Hodgkin (DH), por sua vez, é um neoplasma raro, se manifestando em 3 a 4 pessoas a cada 100.000 (ORTEGA et al, 2021), e caracterizando-se e diferenciando-se a partir da presença de células Reed-Sternberg, específicas dessa patologia.

Apesar de não possuir etiologia e fatores de risco bem definidos, percebeu-se que doenças autoimune e infecções por Epstein-Barr ou HIV correlacionam-se ao surgimento do LH. Ademais, os grupos mais propensos a desenvolverem este câncer são homens e indivíduos na faixa infanto-juvenil (RODRIGUES et al, 2020).

Segundo Rodrigues e colaboradores (2020) e Araújo e colaboradores (2019), os pacientes podem apresentar ainda fadiga, anorexia, hepatomegalia, esplenomegalia e dor decorrente do consumo de bebidas com teor alcoólico. No entanto, tal sintomatologia não é específica do LH, podendo estar associada a outras doenças, o que impossibilita o diagnóstico precoce e contribui para a evolução tumoral sem tratamento adequado (ORTEGA et al, 2021).

A partir do supracitado, considerando a incidência de LH, a escassez de estudos e o grau de desprovimento de informação dos profissionais de saúde acerca deste tipo de neoplasma, senti-me motivada para efetivar a construção deste estudo. Ademais, emergiu em mim tal interesse pela abordagem dessa temática em razão do diagnóstico de DH em Francisco Roberto, meu irmão mais velho. Inicialmente, em março de 2020, quatro meses após os sintomas iniciais, o mesmo realizou uma ultrassonografia cervical, que revelou a presença de expansividade anormal de células e linfonodos de aspecto atípico. No entanto, apesar de as informações obtidas não terem sido suficientes para o reconhecimento da doença, este exame foi de suma importância para a suspeita da presença de uma neoplasia. Desta forma, somente após quatro biópsias, que sinalizaram negativamente a existência de células cancerígenas, e três anos após o surgimento dos primeiros sinais de câncer linfóide, obteve-se, através de uma imunoistoquímica o, enfim, diagnóstico de DH clássico com celularidade mista.

Posto isto, por meio de uma revisão sistemático-bibliográfica atualizada, busca-se colaborar com a comunidade acadêmico-científica e promover melhoria significativa na assistência de saúde para com o paciente diagnosticado com LH, tendo em vista, ainda, a absorção aprofundada dos dados, informações e conceitos trazidos por esta temática, para, por conseguinte, compreender os cuidados de Enfermagem necessários e primordiais exigidos pelo indivíduo acometido por tal doença.

 

 

 

  1. OBJETIVOS

 

2.1 Objetivo Geral

  • Coletar e sintetizar informações referentes aos diversos aspectos que compreendem o Linfoma de Hodgkin, visando assimilar os cuidados de Enfermagem demandados pelo paciente com esta patologia.

        

2.2 Objetivos Específicos

  • Identificar e compreender as características deste neoplasma, com base em pesquisas científicas atualizadas;
  • Colaborar significativamente para com a comunidade acadêmica, por meio da elaboração de estudo aprofundado e referenciado em bases sólidas e seguras;
  • Investigar e caracterizar os cuidados de Enfermagem necessários ao paciente com LH, com foco no aprimoramento da assistência e conforto deste indivíduo;
  • Informar e descrever os principais e mais importantes traços do LH aos demais profissionais de saúde do núcleo escolar, objetivando a compreensão destes a respeito desta neoplasia e, consequentemente, uma prestação de cuidados holística e humanizada.

 

 

  1. METODOLOGIA

 

Durante este estudo, foi empregado o método revisão bibliográfica com abordagem qualitativa, com o intuito de reunir, reforçar e repassar informações concisas acerca desta temática. Esta metodologia

 

[...] tem papel fundamental no trabalho acadêmico, pois é através dela que você situa seu trabalho dentro da grande área de pesquisa da qual faz parte, contextualizando-o. [...] pode ser vista como o momento em que você situa seu trabalho, pois ao citar uma série de estudos prévios que servirão como ponto de partida para sua pesquisa, você vai “afunilando” sua discussão (SANTOS, 2006 apud ANA, LEMOS, 2018).

 

Para tanto: analisaram-se os artigos e livros publicados dentro do período temporal de 2013 a 2023, utilizando como palavras-chave os termos “Linfoma de Hodgkin”, “Doença de Hodgkin”, “câncer nos linfonodos” e “células Reed-Sternberg”; coletou-se informações nos referidos bancos de dados: Google Acadêmico, Scientific Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); reuniu-se um número mínimo inicial de dez artigos que melhor correspondiam aos aspectos que serão explanados no decorrer do presente trabalho.

Os critérios de escolha foram embasados na relação dos artigos de pesquisa com o tema escolhido, publicação entre os anos 2013 e 2023 e ligação a no mínimo um dos seguintes tópicos exigidos: etiologia, fatores de risco, epidemiologia, fisiopatologia, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamentos, prognóstico e cuidados de Enfermagem. Já os critérios de exclusão se deram com base no ano de publicação anterior a 2013 e tangenciamento da temática. Deste modo, ao final desta apuração minuciosa e rigorosa, obteve-se como resultado um número mínimo de dez artigos, livros e sites que se associavam aos critérios expostos ao longo deste trabalho.

 

 

  1. ESTUDO DA PATOLOGIA E CUIDADOS DE ENFERMAGEM

 

3.1.      Conceito

Os cânceres são uma multiplicação desenfreada de células anormais em um ser vivo, e, atualmente, constituem um dos maiores problemas de saúde pública ao redor do mundo, em razão de seu caráter fisiopatológico, demográfico e social (BATISTA; MATTOS; SILVA, 2019). Os linfomas, por sua vez, são neoplasias malignas proliferativas variadas que acometem o tecido linfóide (HORTA et al, 2020).

Tais distúrbios podem ser amplamente classificados em Linfoma Não-Hodgkin (LNH) ‒ que corresponde a 90% de todos os linfomas ‒ e Linfoma de Hodgkin ou Doença de Hodgkin ‒ que corresponde a somente 10% das neoplasias linfáticas ‒ e, no geral, afetam mundialmente uma média de 3 a 4 pessoas a cada 100.000 (ORTEGA et al, 2021).

A DH foi investigada pela primeira vez em 1832 pelo médico inglês Thomas Hodgkin. Este tipo de linfoma se diferencia dos demais, sobretudo, em virtude da presença das células Reed-Sternberg (RS), exclusivas deste tipo de câncer e com traços próprios, sendo assim descritas como linfócitos de tamanho aumentado com múltiplos núcleos, também mais evidentes, comparados aos de uma célula normal (OLIVEIRA et al, 2021).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o LH pode ser rotulado como sendo de predomínio linfocitário, que equivale a 10% de todos os casos, ou clássico, representando os demais números. Já o tipo clássico, ainda possui subdivisões (BRASIL, 2020), que estão classificadas na tabela abaixo:

 

TABELA 01: Classificação do Linfomas de Hodgkin, de acordo com a OMS

SUBTIPOS DO LINFOMA DE HODGKIN

  1. Doença de Hodgkin de predomínio linfocitário
  1. Doença de Hodgkin clássica

Esclerose nodular

Celularidade mista

Rica em linfócitos

Esgotada de linfócitos

Fonte: (BRASIL, 2020)

 

4.2.      Etiologia

O LH surge, em suma, a partir do acúmulo de transformações e mutações em uma célula, tornando-a maligna e promovendo sua posterior multiplicação (ORTEGA et al, 2021). No entanto, assim como nos demais cânceres, não se sabe ao certo o que desencadeia tais mudanças.

Cabe citar ainda que, apesar de não bem definidas, algumas condições apresentam relação com o surgimento deste neoplasma, sendo comuns diante da análise de diagnósticos de pacientes distintos. Segundo Nogueira e Lima (2016), o desenvolvimento não só do LH, mas de outras neoplasias, se associa intimamente ao mecanismo de atuação do sistema imunitário, que tem como função reconhecer e eliminar células mutantes com caráter cancerígeno. Com isso, caso o indivíduo possua alguma condição que reduza a eficácia desse processo, o aparecimento do LH torna-se facilitado.

Ademais, a infecção pelo vírus Epstein-Barr (EBV) se destaca em diversos estudos como fator atrelado ao LH e outros tipos de linfoma (RODRIGUES et al, 2020), uma vez que o EBV aparenta possuir capacidade de provocar alterações nas células linfocíticas e, como consequência, desencadear um distúrbio linfoproliferativo (ORTEGA et al, 2021).

 

4.3.      Fatores de Risco

Como dito anteriormente, condições que levam o indivíduo a ter um funcionamento inadequado do sistema imunológico, tornam-o propenso a manifestar o Linfoma de Hodgkin. Diversos autores reconhecem e descrevem a afinidade entre o LH e doenças autoimunes. Dessa forma, percebeu-se que lúpus eritematoso sistêmico (LES), trombocitopenia, anemia hemolítica e artrite reumatóide são patologias associadas ao linfoma, podendo surgir após o diagnóstico de DH, mas também concomitante a ele ou até mesmo antes. Outrossim, pacientes que realizaram transplante de órgãos, uma vez que são tidos como imunossuprimidos, podem apresentar risco de desenvolver DH, tal qual pacientes com doença auto-imune (JERÓNIMO et al, 2020).

Outrossim, não somente a infecção por EBV mostra-se associada à neoplasia, mas acometimento por Mycobacterium tuberculosis, Vírus da imunodeficiência humana (HIV) e herpes vírus 6 também se caracterizam como relacionadas à DH, supostamente também em razão do comprometimento imune (ARAÚJO et al, 2021).

Ortega et al (2021), por sua vez, destacam o histórico familiar como um importante fator a ser considerado. Em familiares de primeiro grau de pacientes com LH, o risco torna-se 3,1 vezes maior de desenvolver o câncer. Os mesmos autores abordam, ainda, sobre fatores de risco comumente associados às neoplasias como um todo, como o tabagismo, obesidade, implantes mamários, tabagismo e exposição prolongada a radiação e herbicidas.

 

4.4.      Epidemiologia

O LH é descrito em diversos momentos como um câncer raro, apresentando somente cerca de um a quatro casos a cada 100.000 indivíduos (NOGUEIRA; LIMA, 2016). Além dessa faceta, esta neoplasia é majoritariamente predominante na população de sexo masculino, e possui, curiosamente, uma incidência bimodal, que pressupõe a influência de fatores ambientais no desenvolvimento tumoral. Em países em desenvolvimento, a DH afeta inicialmente pacientes na faixa-etária infanto-juvenil, sendo a terceira neoplasia mais comum entre eles e correspondendo a aproximadamente 5% dos cânceres que acometem crianças e adolescentes de até quinze anos; e 15% dos cânceres que acometem adolescentes de quinze a dezenove anos. Já em países desenvolvidos, o LH é mais recorrente em adultos jovens (RODRIGUES et al, 2020), retomando seu pico de incidência em pacientes com idade por volta dos 50 anos, tanto em países industrializados como em países em desenvolvimento (MONTEIRO et al, 2016).

Apesar de este linfoma não possuir dados epidemiológicos tão bem detalhados e expostos a nível mundial, Araújo e colaboradores (2022) afirmam que no ano de 2017, foram diagnosticados por volta de 79 mil casos de doença de Hodgkin, dentre os quais, percebeu-se uma concentração maior na Nova Zelândia, Austrália, América do Norte e alguns países da Europa. Outrossim, segundo dados fornecidos pelo site Cancer Today, no ano de 2020, houve uma incidência de 83.087 pessoas acometidas, e 23.376 óbitos causados por Linfoma de Hodgkin. Já a respeito da prevalência deste neoplasma, confirmaram-se 281.112 casos nos últimos cinco anos, o que valida e vai de acordo com a tênue curva de desenvolvimento deste tumor.

No tocante às informações de DH em território nacional, o fluxo de incidência se assemelha bastante aos demais já citados. De acordo com Brasil (2022), este câncer é o 20º mais frequente no mundo e o 16º mais frequente em homens no Brasil. Além disso, conforme informações disponibilizadas pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), nos últimos quatro anos, a incidência de DH vem sendo reduzida gradualmente, revelando também uma maior predominância de casos na região Sudeste, como mostra a Tabela 01. Já em relação à mortalidade, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), de 2010 a 2020, 5844 pessoas vieram a óbito. Infere-se ainda, de acordo com os dados, que a idade é um fator colaborador, uma vez que a taxa se apresentou maior na população idosa, conforme visto na Tabela 03.

 

TABELA 02

DIAGNÓSTICOS DE DOENÇA DE HODGKIN NO BRASIL DESDE 2020:

ESPECIFICAÇÃO POR REGIÃO

REGIÃO

2020

2021

2022

2023

TOTAL P/ REGIÃO

NORTE

120

116

44

01

281

NORDESTE

499

477

188

10

1174

CENTRO-

OESTE

155

153

61

-

369

SUL

448

461

167

09

1085

SUDESTE

1020

986

495

41

2542

TOTAL

2242

2193

955

61

5451

Fonte: (DATASUS, 2023)

 

TABELA 03: Taxas de mortalidade por câncer, brutas e ajustadas por idade, pelas populações mundial e brasileira, por 100.000

Disponível em: https://mortalidade.inca.gov.br/MortalidadeWeb/pages/Modelo05/consultar.xhtml#panelResultado

 

O Ceará, por sua vez, também apresentou taxa de incidência com redução gradativa nos últimos anos, tendo sido diagnosticados 203 casos desde 2020 (BRASIL, 2023). Quanto à mortalidade, de 2010 a 2020, 249 indivíduos com LH vieram a óbito, número este que teve variações, ora aumentando, ora diminuindo.

 

TABELA 04

INCIDÊNCIA DE DOENÇA DE HODGKIN NO CEARÁ DESDE 2020

2020

2021

2022

2023

TOTAL

94

80

28

01

203

Fonte: (BRASIL, 2023)

 

TABELA 05

MORTALIDADE POR DOENÇA DE HODGKIN NO CEARÁ DE 2010-2020

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

TOTAL

26

25

24

19

23

30

12

21

21

33

15

249

Fonte: (BRASIL, 2023)

 

Afunilando ainda mais estas informações, na capital do Ceará, Fortaleza, desde 2020 foram diagnosticados um total de 162 casos de Linfoma de Hodgkin, indo de acordo com a curva antes vista. Já em relação à mortalidade, 106 indivíduos vieram a óbito em virtude da DH, o que corresponde a mais de 50% das mortes nos últimos dez anos de todo o Ceará.

 

TABELA 06

INCIDÊNCIA DE DOENÇA DE HODGKIN EM FORTALEZA DESDE 2020

2020

2021

2022

2023

TOTAL

74

63

24

01

162

Fonte: (BRASIL, 2023)

 

TABELA 07

MORTALIDADE POR DOENÇA DE HODGKIN EM FORTALEZA HADE 2010-2020

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

TOTAL

10

10

09

09

11

12

05

08

11

18

03

106

Fonte: (BRASIL, 2023)

 

4.5.      Fisiopatologia

O sistema linfático, através de mecanismos de defesa e ataque, é incumbido pela proteção do organismo contra estímulos patogênicos e multiplicação de células danificadas. Ele é constituído por órgãos e tecidos linfáticos, além de vasos que transportam a linfa, fluido que contém células de defesa denominadas leucócitos (MOREIRA, 2015).

Dentre as categorias de glóbulos brancos, existem os linfócitos, que dividem-se em subcategorias. Os do tipo B (LB) desencadeiam resposta imunológica, gerando anticorpos, enquanto os do tipo T (LT) aniquilam microrganismos estranhos ao indivíduo e conduzem os linfócitos B à ativação de sua função. Com base nisso, será a partir de alterações nas funções dessas células ‒ principalmente as pertencentes ao subtipo B ‒ que a DH surgirá. Por meio de mutações, o LB perde sua capacidade de produzir anticorpos e, com isso, deve passar pelo processo de apoptose, processo esse que ocorre de forma fisiológica a fim de evitar o desenvolvimento neoplásico. No entanto, alguns linfócitos adquirem a habilidade de sobreviver e, posteriormente, multiplicam-se desenfreadamente de forma gradativa (ÁLVAREZ-VERA et al, 2022).

Seguindo outro viés, há ainda o que leva estas células a sofrerem mutações. Em primeira análise, é imprescindível compreender o metabolismo oxidativo e caracterizar o estresse oxidativo, uma das supostas causas do desenvolvimento tumoral. Durante a respiração, há a quebra das ligações de glicose e redução de oxigênio, atividades moleculares que liberam água, gás carbônico e energia. Esse processo descrito ‒ denominado metabolismo oxidativo ‒ ocorre nas mitocôndrias e, durante cada fase do processo, há a formação de subprodutos que, em sua maioria, trazem benefícios para o organismo. No entanto, uma baixa parcela dos subprodutos, apresenta toxicidade quando em elevada quantidade. O estresse oxidativo, por sua vez, ocorre quando há um desequilíbrio entre a formação e erradicação das substâncias oxidativas. Quando isso ocorre, há prejuízo no funcionamento de diversas estruturas, e quando há danos no DNA e seu sistema de reparo, o indivíduo está propenso ao desenvolvimento de um câncer (SILVA; JASIULIONIS, 2014).

A partir dessas alterações, surgem as manifestações clínicas. De acordo com Horta e colaboradores (2020), Thomas Hodgkin foi o primeiro a observar as diferenças explícitas nos linfonodos e acometimento do baço em pacientes com esta patologia. Além do mais, como já dito, esse linfoma diferencia-se dos demais em razão da presença de células RS, que em alguns estudos são apontadas como derivadas do LB, no entanto, não há comprovação de tal afirmação (MAGGIONCALDA et al, 2010 apud NOGUEIRA; LIMA, 2016.)

 

4.6.      Sinais e Sintomas

Os linfomas, em sua totalidade, correspondem a uma multiplicação de células cancerosas que, consequentemente, gera aumento ganglionar progressivo ‒ podendo ou não vir acompanhado de dor ‒, denominado adenopatia. Esses tumores localizam-se geralmente onde há concentração de gânglios, ou seja, região cervical, axilar, abdominal, inguinal e torácica (GONÇALVES; FERREIRA; SCOLFARO, 2017).

No entanto, mesmo sendo descrito na maioria dos pacientes com LH, as adenopatias também podem gerar outros diagnósticos, associados ou não a processos infecciosos, o que significa que não são específicas dos linfomas, dificultando, desse modo, o diagnóstico prévio (ORTEGA et al, 2021).

A DH também se manifesta, recorrentemente, através da perda de mais de 10% do peso corporal no período de seis meses, febre acima de 38 ºC e sudorese noturna. Essa tríade, que auxilia no estadiamento da patologia, é também responsável por demarcar o prognóstico da doença como desfavorável, se presente (BRASIL, 2020). Ademais, segundo Rodrigues et al (2020) e Araújo et al (2019), os pacientes podem apresentar ainda fadiga, anorexia, hepatomegalia, esplenomegalia e dor decorrente do consumo de bebidas com teor alcoólico.

 

4.7.      Exames e Diagnóstico

Em primeira instância, cabe ressaltar como o diagnóstico desta neoplasia acaba sendo, quase sempre, tardio, uma vez que os sinais e sintomas que o paciente manifesta ‒ em razão de seu caráter inespecífico ‒ não podem ser inteiramente associados à patologia em estudo. Dessa forma, segundo Rodrigues e colaboradores, (2020) faz-se necessário submeter o paciente a exames laboratoriais e, principalmente, biópsia. Nesse procedimento cirúrgico, opta-se por remoção excisional, onde há a retirada total do tecido linfóide ou órgão extralinfático, como medula óssea, para posterior identificação das células características deste neoplasma por meio de análise imunohistoquímica, preferencialmente (GONÇALVES; FERREIRA; SCOLFARO; 2017).

A partir desse exame, é possível reconhecer quais células estão presentes no indivíduo, sejam elas, células de Hodgkin, Reed-Sternberg ou predominantes de linfócitos e, a partir disso, qualificar o tipo de LH que o paciente desenvolveu (Tabela 01).

Além da classificação, deve-se estadiar o neoplasma. Para isso, o indivíduo deve realizar uma Tomografia Computadorizada por Emissão de Pósitrons (Positron Emission Tomography – Computed Tomography: PET-CT), exame considerado primordial para avaliação prévia do paciente recém-diagnosticado. Segundo Branco (2013). Através da PET-CT, "obtêm-se informações funcionais e anatômicas sobre as alterações metabólicas e estruturais que ocorrem em situações de doença”, de forma que pode-se, além de observar o estágio tumoral, avaliar se a intervenção terapêutica foi eficiente (BRASIL, 2020).

Durante o estadiamento do Linfoma de Hodgkin, é utilizado o sistema de Ann Arbor, que analisa a disposição dos sítios tumorais no corpo do indivíduo e também leva em consideração a presença dos sintomas constitucionais ‒ perda de mais de 10% do peso corporal em seis meses, febre acima de 38 ºC e sudorese noturna ‒ para subdivisão da DH (PÉREZ-ZÚÑIGA et al, 2020). Dessa maneira, utilizando de biópsias, exame físico, análise citológica, hemograma, radiografia de tórax, tomografia computadorizada, além da já citada PET-CT, essa neoplasia pode ser estadiada conforme a tabela abaixo.:

 

TABELA 08

ESTÁGIO

DESCRIÇÃO

FREQUÊNCIA RELATIVA

Estágio I

Acometimento de uma única cadeia linfonodal ou estrutura linfóide (ex. baço, timo) ou de um local extralinfático (IE).

13%

IA: 12%

IB: 1%

Estágio II

Acometimento de duas ou mais cadeias linfonodais ou estruturas linfóides no mesmo lado do diafragma, com ou sem contiguidade com local extralinfático (IIE)

IIA: 35%

IIB: 12%

Estágio III

Acometimento de cadeias linfonodais ou estruturas linfóides em ambos os lados do diafragma.

 III1: Apenas o andar superior do abdome (celíacos, portais, hilo esplênico)

 III2: Acomete o andar inferior do abdome (para-aórticos, ilíacos, mesentéricos, inguinais)

30%

IIIA: 17%

IIIB: 13%

Estágio IV

Acometimento extranodal (fígado, medula óssea) não decorrente de extensão direta de um sítio linfonodal conhecido. O baço não está incluído, por ser considerado uma estrutura linfóide.

10%

IVA: 3%

IVB: 7%

Sufixos

A: Sem sintomas B

B: Com sintomas B

E: Acometimento de um sítio extranodal, contíguo a uma cadeia linfonodal conhecida (ex.: IIE - acometimento cervical, mediastinal e pulmonar contíguo)

X: Presença de grande massa (>30% do mediastino ou maior que 10 cm de diâmetro máximo).

 

EC: Estágio Clínico (estadiamento sem contar com a laparotomia exploradora).

EP: Estágio Patológico (estadiamento contando com a laparotomia exploradora).

Fonte: (ENGEL, 2013)

 

4.8.      Tratamento

Mesmo sendo um câncer raro, o Linfoma de Hodgkin possui uma alta taxa curativa, sendo uma das neoplasmas mais facilmente tratáveis, em especial, quando se há a detecção precoce, evidenciando a importância do diagnóstico em tempo hábil (ARAÚJO et al, 2019).

A abordagem terapêutica está voltada, principalmente, para o uso da quimioterapia isolada ou associada à radioterapia, responsável por elevar o índice de cura dessa neoplasia para cerca de 80% (HORTA et al, 2020). Conforme Perez-Zuniga e demais pesquisadores, a terapia combinada apresenta maior efetividade na redução da progressão neoplásica, fazendo-se necessária, no entanto, uma avaliação da dosagem de agentes radioterápicos e intervalo entre ciclos quimioterápicos e adaptação do tratamento conforme estadiamento da doença. O objetivo destes procedimentos é lesionar e eliminar as células cancerígenas, afetando minimamente as células normais (NOGUEIRA; LIMA, 2016).

A radioterapia isolada, apesar de ter apresentado sucesso curativo, gerou muitos efeitos adversos, em razão do envolvimento de grandes extensões corporais. No entanto, a sua combinação com a quimioterapia tornou-a menos nociva, já que a especificidade das regiões afetadas pelos nódulos, consequentemente reduz a proporção de áreas que recebem tal irradiação (ENGEL, 2013).

Ademais, em relação à quimioterapia, os esquemas multi-agentes comumente utilizados são o ABVD (Doxorrubicina + Bleomicina + Vimblastina + Dacarbazina), com ciclo de aplicação a cada 28 dias, e o BEACOPP (Bleomicina + Etoposídeo + Ciclofosfamida + Vincristina + Procarbazina + Prednisona), com ciclo de aplicação cada 21 dias. O primeiro esquema é relativamente mais fraco, enquanto o segundo só deve ser escolhido mediante verificação do quadro do paciente e condições de suporte para aplicação. (BRASIL, 2020).

 

4.9.      Evolução

Conforme os estudos de Peréz-Zuñiga e colaboradores (2020), o desenvolvimento tumoral linfático se altera dependendo de vários fatores, como classificação. Nos casos de apresentação cancerígena agressiva, o LH apresenta evolução progressiva e acelerada, enquanto em outros quadros clínicos mais favoráveis, percebe-se crescimento gradativo e lento ao longo dos anos.

Deste modo, mesmo possuindo alta taxa curativa, a evolução da Doença de Hodgkin, na ausência de tratamento, pode resultar em inúmeras complicações. O crescimento e avanço tumoral, ao afetarem sítios extralinfáticos ‒ como sistema ósseo e órgãos próximos a cadeias ganglionares ‒, acentuam a expressão e intensidade dos sinais e sintomas, podendo o paciente manifestar dispnéia grave, fadiga, dor abdominal e prurido (HERNANDEZ; MARTÍNEZ; CRUZ, 2022).

Outra complicação, também explicada pela compressão do nódulo que está em multiplicação constante, é a invasão epidural, que resulta em outras patologias, como paraplegia, paralisia da laringe e Síndrome de Horner (ARAÚJO et al, 2019). Dadas as condições, é evidente a importância do diagnóstico precoce em razão do risco iminente de morte (ARAÚJO et al, 2022).

 

4.10.    Estratégias de Prevenção e Promoção da Saúde

Uma vez que a etiologia e fatores de risco do LH não são bem desenhados, as estratégias que podem prevenir o seu desenvolvimento também não estão explícitas. Ressalta-se ainda que, dentre os fatores que favorecem o surgimento do LH, existem os não modificáveis, que não podem ser prevenidos, e os modificáveis, que são comuns aos demais cânceres (ORTEGA et al, 2021). Com base nisso, os métodos de prevenção para a Doença de Hodgkin voltam-se, integralmente, para a adoção de um estilo de vida e escolhas de consumo.

Como descrito na fisiopatologia, o estresse oxidativo pode acarretar o desenvolvimento tumoral. No entanto, para reduzir o risco dessa situação, o sistema de defesa antioxidante age por meio de mecanismos que objetivam a homeostase entre a produção e eliminação dos subprodutos moleculares e reparo das funções de estruturas afetadas. Assim, um dos métodos antioxidantes dá-se através da alimentação, considerada como mecanismo não-enzimático (BARBOSA et al, apud CAMPOS; LEME, 2018)

Conforme Silva e Ferreira (2019), a qualidade da alimentação de um indivíduo é primordial para sua saúde, uma vez que a ausência do equilíbrio de nutrientes pode acarretar condições como obesidade, desnutrição e, no caso do presente objeto de estudo, o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis. Dessa maneira, Atolini e Gallon (2010) apud Nascimento et al, (2015) atribuem que

 

A relação entre dieta e câncer está bem estabelecida, e estima-se que fatores de nutrição e estilo de vida sejam determinantes em um terço de todos os casos de câncer. A otimização da nutrição por meio do uso de alimentos específicos e seus componentes bioativos é uma estratégia admissível não invasiva de redução de risco.

 

Fundamentadas nisso, as pesquisadoras caracterizam as vitaminas C e E, isotiocianatos, indóis, glicosilados, fibras e flavonoides como sendo substâncias antioxidantes, em virtude das alterações por elas produzidas, capazes de reduzir o surgimento de células mutantes.

A atividade física também reduz as condições favoráveis ao câncer, uma vez que, quando praticada corretamente, não só atua sobre o controle de peso corporal e reduz os níveis de sedentarismo (MUNHOZ et al, 2016), como também acarreta a produção de substâncias antioxidantes (SILVA; JASIULIONIS, 2014).

 

3.10.    Cuidados de Enfermagem

Os pacientes com câncer, em sua totalidade, constantemente sentem-se impotentes frente a diversos fatores que o mundo oncológico permeia, tais como as manifestações clínicas que os enfraquecem e limitam; o medo diante da incerteza do prognóstico; a apreensão e insegurança dos familiares acerca do tratamento e diversos outros pontos. Assim, é impreterível que a equipe de Enfermagem conduza esses pacientes por um caminho com o menor nível de sofrimento possível (VICENZI et al, 2013).

Os profissionais devem promover conforto, reduzir a dor, aliviar sintomas e proporcionar uma vida digna ao paciente. Para tanto, ao empenhar-se no alcance desses objetivos, a equipe deve buscar a prestação de cuidados envolta pela humanização, que está associada

 

... ao direito à saúde, e ao desenvolvimento do cuidado nos serviços de saúde que almeja a qualidade da assistência, desconsiderando os fundamentos da caridade e filantropia, mas entendendo a autonomia dos sujeitos e seu protagonismo no contexto da cidadania (FREITAS; FERREIRA, 2016 apud ANACLETO; CECCHETTO; RIEGEL, 2020).

 

Primeiramente, é atribuição da equipe de Enfermagem possuir embasamento técnico-científico para sanar as dúvidas do paciente em relação à doença, vias de tratamento e suas alterações fisiológicas provocadas. Salienta-se ainda como a maneira de comunicar-se com o cliente e seus familiares é essencial para definir a boa adesão ao tratamento, levando em consideração a efetividade do repasse das informações que farão o paciente sentir-se mais seguro (VASQUES et al, 2008 apud SOUZA et al, 2019).

Assim, de acordo com Guimarães e colaboradores (2015), a toxicidade da quimioterapia gera diversos efeitos colaterais, dentre eles, o enjôo, êmese e diarréia. Então, após informar ao paciente sobre a consequência do tratamento, deve-se estimulá-lo a consumir alimentos com baixa concentração de fibra e beber a quantidade correta de água, bem como informá-lo acerca da prescrição de antieméticos. Ademais, o cuidado com a ingestão de nutrientes deve estar voltada também para a prevenção ou tratamento da caquexia, uma vez que os sintomas resultantes da quimioterapia fragilizam o paciente e tornam-no propenso a apresentar queda da qualidade nutricional devido à anorexia.

Por fim, conforme Ribeiro et al (2016), é válido salientar que é preciso atentar-se não somente às necessidades fisiológicas e biológicas do indivíduo, sendo elas: oxigenação, hidratação, nutrição, eliminação, sono e repouso, cuidado corporal, motilidade, locomoção, integridade física, integridade cutâneo-mucosa, abrigo, sexualidade, regulação (térmica, hormonal, neurológica, hidrossalina, eletrolítica, imunológica, crescimento celular, vascular), percepção (visual, olfativa, gustativa, auditiva, tátil e dolorosa), ambiente e terapêutica.

É necessário olhar o cliente de maneira holística, avaliando-o psicologicamente e espiritualmente. Fatores como auto-estima, comunicação, percepção diante da doença, medos, compreensão e orientação acerca da situação, além da visão espiritual e filosófica precisam ser considerados e avaliadas, a fim de que esse paciente encare o processo-doença do LH maior facilidade.

 

 

  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir desse estudo, compreendeu-se que o LH é um neoplasma com características citológicas próprias que o tornam diferente dos demais linfomas. A análise minuciosa das particularidades patológicas da DH evidenciou baixa distribuição epidemiológica e sintomatologia inespecífica, fatores esses que dificultam o diagnóstico precoce e contribuem para a evolução silenciosa da doença. Com base no exposto, é imprescindível ressaltar que, apesar de a doença não possuir porcentagem de casos elevada, há o acometimento de milhares de pessoas anualmente em âmbito nacional, reforçando a necessidade, por parte dos profissionais de saúde, de um olhar mais voltado à identificação do LH em tempo hábil.

 Portanto, para atender esse objetivo, os profissionais devem adquirir embasamento sólido acerca dos diversos aspectos patológicos do LH, tais como manifestações clínicas, fisiopatologia e fatores de risco. Dessa maneira, essa neoplasia tornar-se-á mais conhecida não somente entre a comunidade científica, mas entre a equipe de atenção à saúde, evitando, dessa maneira, o avanço tumoral e, consequentemente, a dor e incômodos provocados pela doença.

Em suma, essa pesquisa foi de inegável valia para o reconhecimento da importância do papel da equipe de Enfermagem diante de indivíduos diagnosticados com LH. Cada componente do conjunto de assistência à saúde deve avaliar este paciente sob perspectiva holística em todos os segmentos do processo de adoecimento e cura, acompanhando-o e proporcionando-lhe conforto e autonomia, considerando, ainda, durante esse percurso, seu estado psicoespiritual. Caracteriza-se, ainda, o papel do técnico de enfermagem como primordial, uma vez que este acompanha de maneira individualizada e mais aproximada o indivíduo acometido por LH, promovendo uma série de cuidados fundamentais e indispensáveis à promoção da qualidade de vida do paciente.

 

 

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