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DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS HIPERATIVAS

Daiane Elias dos Santos

Edineia Francisca Barros

Rosângela Gomes de Araújo

Rosanda Rosa Bernardo

 

 

 RESUMO

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem como características básicas a desatenção, a agitação e a impulsividade. Reconhecendo que, hoje, esse distúrbio é um grande desafio para a educação, o presente estudo, de caráter bibliográfico com proposta de atividades didático-pedagógicas, busca investigar as interferências do TDAH no processo de ensino- aprendizagem, tendo como público alvo alunos na etapa do Ensino Fundamental II e seus respectivos professores. Para isso, fez-se um estudo aprofundado sobre o que é TDAH, suas características, consequências e diagnóstico, bem como as implicações no ambiente escolar, apontando qual o papel da escola e do professor diante da problemática.

Palavras Chaves: TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) Hiperatividade; Déficit de atenção e aprendizagem; Dificuldade.

 

 

ABSTRACT

Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD) has as basic characteristics inattention, agitation and impulsiveness. Recognizing that today, this disorder is a great challenge for education, the present study, with a bibliographic character with a proposal of didactic- pedagogic activities, seeks to investigate the interferences of ADHD in the teaching-learning process, having as target audience students in the stage of Elementary School II and their respective teachers. For this, an in-depth study was done on what ADHD is, its characteristics, consequences and diagnosis, as well as the implications in the school environment, pointing out the role of the school and the teacher in the face of the problem.

Key Words: ADHD (Attention Deficit Disorder and Hyperactivity); Hyperactivity; Attention and learning deficit; Difficulty.

 

  

INTRODUÇÃO

No contexto escolar, observa-se a falta de preparo das escolas em identificar e intervir nas dificuldades específicas das crianças com TDAH, o que pode resultar em baixa autoestima e fracasso escolar. Diante dessa realidade, o objetivo geral da pesquisa foi identificar as dificuldades de aprendizagem em crianças com TDAH, avaliar as condições de aprendizagem oferecidas a elas e indicar estratégias pedagógicas adequadas para lidar de forma mais efetiva com essas crianças.

O estudo destaca a importância da integridade do sistema nervoso e da maturidade cerebral na capacidade de concentração, considerando a complexidade do distúrbio de atenção, especialmente a hiperatividade. Além disso, aborda-se a relação entre hiperatividade e aprendizagem, ressaltando o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e suas implicações no ambiente escolar, incluindo características, consequências e diagnóstico.

É enfatizado o papel crucial da escola e dos professores no apoio aos alunos com TDAH, levando em consideração as dificuldades que enfrentam em seu comportamento, relacionamentos e aprendizagem. Busca-se promover o desenvolvimento acadêmico e emocional desses alunos, contribuindo para a construção de um ambiente educacional adaptado às suas necessidades e inclusivo.

A compreensão e a implementação de abordagens pedagógicas adequadas são fundamentais para fazer a diferença na vida dessas crianças, oferecendo-lhes oportunidades de aprendizado significativo e melhorando sua qualidade de vida no ambiente escolar. Através da prática de atividades físicas, é possível promover a saúde, estimular a socialização e adotar hábitos de vida ativos, contribuindo para um desenvolvimento saudável dos alunos.

 

 

CONCEITOS E CARACTERÍTICAS DO TDAH

 

O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um tema amplamente discutido na área educacional devido à sua crescente presença nas escolas. Educadores frequentemente enfrentam dificuldades ao lidar com estudantes hiperativos, muitas vezes confundindo seu comportamento com mau comportamento, prejudicando assim o processo de aprendizagem.

É essencial compreender que o TDAH não é apenas um termo utilizado para descrever comportamentos, mas sim um transtorno que requer estudo científico sistemático. O TDAH pode se manifestar de diferentes formas e intensidades, incluindo o TDAH com hiperatividade e o TDA sem hiperatividade, do tipo desatento. O diagnóstico do TDAH não se baseia em um único teste ou exame, mas sim em uma análise abrangente dos dados e informações coletadas.

O pediatra inglês George Still foi um dos primeiros a descrever o TDAH em 1902, observando alterações no comportamento de crianças que ele atendia. Ao longo dos anos, o termo hiperatividade passou por diversas mudanças de nomenclatura até chegar à designação atual de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade.

Estudos epidemiológicos realizados em diferentes países demonstraram que o TDAH está presente em todas as culturas e não é causado por fatores ambientais ou educacionais. A prevalência do TDAH varia entre 2,5% e 8,0% nos estudos realizados nos Estados Unidos, enquanto um estudo no Brasil encontrou uma taxa de prevalência de 5,8% em estudantes de 12 a 14 anos. Um estudo de 2007 estimou que cerca de 5% da população infantil mundial é afetada pelo TDAH.

O TDAH é o transtorno mais comumente encaminhado para serviços de saúde mental especializados em crianças e adolescentes. Embora seja mais frequente na infância, há evidências de que o TDAH também afeta pessoas de todas as idades, e muitas crianças com TDAH mantêm os sintomas durante a adolescência e vida adulta.

É crucial iniciar o tratamento do TDAH, pois a persistência dos sintomas pode resultar em graves dificuldades no aprendizado, autoestima e relacionamentos sociais e familiares. O TDAH é caracterizado como uma deficiência no desenvolvimento da atenção, controle de impulsos e comportamento governado por regras, crônica e permanente, que não pode ser atribuída a outras condições graves. Essa definição enfatiza a cronicidade do transtorno e sua influência nos processos cognitivos relacionados à atenção, impulsividade e conformidade com as normas de conduta, impactando significativamente o desempenho escolar.

Autores como Rohde e Benczik (1999) descrevem o TDAH como um problema de saúde mental caracterizado por distração, agitação e impulsividade. Esse transtorno pode levar a dificuldades emocionais, problemas de relacionamento familiar e baixo desempenho acadêmico, prejudicando significativamente a aprendizagem.

Segundo Silva (2003), o TDAH resulta de um funcionamento alterado do sistema neurológico cerebral, afetando os neurotransmissores responsáveis pelas funções de atenção, impulsividade e atividade física e mental. Crianças com TDAH podem apresentar agitação, movimentos constantes e dificuldade em se concentrar. Esses comportamentos são frequentemente rotulados de forma pejorativa, como "bicho-carpinteiro" ou "desajeitado". Embora a agitação diminua na fase adulta, ela não desaparece completamente.

Antunes (2001) destaca que muitas crianças são prejudicadas devido à falta de conhecimento dos educadores e pais, que podem erroneamente diagnosticá-las como hiperativas. O diagnóstico do TDAH deve ser realizado por profissionais de saúde. O autor também descreve a hiperatividade como uma condição infantil caracterizada por atividade excessiva e aparentemente incontrolável, que pode persistir até o final da adolescência.

Existem diferentes tipos de TDAH, incluindo o tipo desatento, o tipo hiperativo-impulsivo e o tipo combinado, que engloba características de ambos os tipos. Cada tipo apresenta sintomas específicos, como dificuldade de concentração, agitação, impulsividade, dificuldade em seguir instruções e falta de organização (Amorim, 2010).

É fundamental reconhecer esses diferentes perfis dentro do TDAH e não confundi-los com mau comportamento. O tratamento adequado e estratégias específicas podem auxiliar os estudantes com TDAH em seu processo de aprendizagem. O diagnóstico final deve ser realizado por profissionais de saúde, levando em consideração critérios adicionais (Goldstein, 2006).

Para diagnosticar o TDAH, é necessário que o comportamento persista por pelo menos seis meses, tenha início precoce (antes dos 7 anos) e cause impacto significativo na vida pessoal, social ou acadêmica da pessoa. Os sintomas devem estar presentes em pelo menos dois ambientes diferentes e ser mais frequentes e graves em comparação com outras crianças da mesma idade. O diagnóstico geralmente é feito a partir dos 5 anos de idade.

De acordo com Rhode e Benczik (1999), a comorbidade é a presença de dois ou mais problemas de saúde mental ocorrendo em conjunto. Aproximadamente 50% das crianças e adolescentes com TDAH também apresentam problemas de comportamento, como agressividade, mentiras, roubo e comportamento desafiador.

Dada a frequente presença do TDAH na vida dos estudantes, é essencial discutir esse tema no contexto educacional. Identificar os sintomas e compreender as necessidades desses alunos pode ajudá-los a ter uma melhor compreensão e aproveitamento da aprendizagem. Uma abordagem pedagógica que leve em consideração as diferenças dos estudantes com TDAH pode contribuir para a inclusão e prevenção de problemas sociais, emocionais e psicológicos que afetam o processo de ensino-aprendizagem.

O diagnóstico do TDAH requer a avaliação de um profissional qualificado, embora haja sinais indicativos que podem ser observados. Desde os primeiros meses de vida, comportamentos como irritabilidade, dificuldades de sono e alimentação podem sugerir a presença do transtorno. É fundamental compreender que o cérebro das pessoas com TDAH apresenta um funcionamento peculiar, o que influencia seu comportamento e pode resultar em desafios em diversas áreas da vida.

Ao longo do tempo, crianças com TDAH podem manifestar inquietação, desajuste, desobediência, irritabilidade e insatisfação recorrente. Esses sintomas podem ser confundidos com comportamentos inadequados. Durante a adolescência, os problemas de concentração, distração, impulsividade, instabilidade no desempenho acadêmico e conflitos com professores e colegas podem se intensificar. Indivíduos com TDAH podem enfrentar dificuldades para transformar ideias em ações, expressar opiniões, apresentar variações de humor e ter pouca tolerância à frustração.

Os sintomas do TDAH incluem erros por falta de atenção, esquecimento de recados ou materiais escolares, dificuldade em seguir horários, desorganização, falta de priorização e desempenho abaixo do esperado considerando a capacidade intelectual. Esses sintomas são frequentemente percebidos pela família e pela escola. O papel do psicólogo ou neuropsicólogo é relevante na avaliação do funcionamento cognitivo e comportamental, contribuindo para um diagnóstico diferencial do TDAH e planejando estratégias de reabilitação personalizadas.

O diagnóstico do TDAH baseia-se nos sintomas característicos do transtorno, que afetam a vida familiar, escolar e social. É essencial que um profissional especializado conte com informações confiáveis obtidas por meio de entrevistas e observações feitas por familiares e pela escola. Além disso, é importante conhecer a idade em que os sintomas surgiram, o contexto familiar durante a gestação, o desenvolvimento psicomotor e o histórico de saúde mental da criança, bem como antecedentes familiares. Estudos de imagem sugerem que o cérebro de uma criança com TDAH é diferente daquele de uma criança sem o transtorno, havendo evidências de que fatores genéticos e alterações nos neurotransmissores possam estar envolvidos em sua manifestação.

O diagnóstico do TDAH requer uma avaliação abrangente, que inclui uma análise física, psicopatológica e informações detalhadas sobre o desempenho escolar do indivíduo. A avaliação psicopedagógica é importante para compreender o estilo de aprendizagem e estabelecer metas educacionais para a intervenção.

Para uma avaliação precisa, é necessário obter informações da família e da escola. Perguntas diretas e específicas, além do uso de questionários e escalas, podem complementar o diagnóstico clínico. Um único exame médico ou a opinião de um profissional da saúde não é suficiente para um diagnóstico seguro. É preciso analisar os sintomas, comportamentos observados, respostas a situações específicas, informações fornecidas pela família e pela escola, além de exames médicos para descartar outras causas patológicas.

Somente médicos ou especialistas em saúde mental qualificados podem fazer o diagnóstico final do TDAH. O histórico clínico deve ser acompanhado por um monitoramento contínuo do progresso escolar. O envolvimento constante da família e da escola, especialmente dos professores e da equipe de orientação e coordenação, é fundamental para obter resultados efetivos.

O diagnóstico do TDAH deve ser adaptado ao ambiente em que o adolescente está inserido. Cada caso requer a utilização de diferentes métodos de avaliação, sendo essencial a complementação com dados adicionais. Para um acompanhamento adequado, é necessário considerar a singularidade do indivíduo, levando em conta suas qualidades, limitações, interesses, dificuldades e metas.

Dado o impacto do TDAH no processo de ensino-aprendizagem do indivíduo, é importante analisar suas implicações no ambiente escolar e como a escola pode apoiar esses alunos.

Crianças com TDAH enfrentam grandes desafios ao se adaptarem às exigências escolares. Estudos indicam que pelo menos um terço delas ficará atrasado em relação ao percurso escolar, atrasando pelo menos um ano letivo, e até 35% podem não concluir o ensino médio. Suas notas e desempenho acadêmico são significativamente mais baixos em comparação com seus colegas de classe. Entre 40% e 50% dessas crianças também apresentam problemas graves de comportamento opositivo, o que explica por que entre 15% e 25% delas podem ser suspensas ou expulsas da escola devido a problemas de conduta.

Motivar os alunos com TDAH é extremamente importante. Em nossa prática diária, ao orientar professores de crianças com TDAH, frequentemente encontramos crianças com sérias dificuldades de relacionamento, comportamento e aprendizagem que conseguem melhorar significativamente quando mudam de professor. "A criança com TDAH tem que engolir o professor junto com a matéria". Sua falta de atenção constante, e não um déficit de atenção, faz com que sejam capazes de hiperfoco quando estão motivadas.

No entanto, a falta de conhecimento sobre o TDAH por parte dos professores e da equipe escolar, salas de aula superlotadas e professores desmotivados e mal remunerados são desafios significativos. Muitas escolas têm turmas cheias de crianças com TDAH, mas os professores não sabem como lidar com elas. Crianças com TDAH não precisam necessariamente ser separadas em turmas especiais, pois não têm dificuldades cognitivas e podem aprender muito bem quando são tratadas adequadamente por uma equipe interdisciplinar.

Crianças com hiperatividade enfrentam grandes desafios ao ingressarem no jardim de infância, uma vez que precisam se adaptar às regras, estrutura e limites, o que muitas vezes não corresponde ao seu temperamento. Características comuns dos alunos com TDAH incluem dificuldade de concentração, facilidade de distração, agitação e inquietude. Esses problemas comportamentais na escola, como a dificuldade de seguir regras rígidas e agitação na sala de aula, são obstáculos significativos para os alunos com TDAH.

Os professores frequentemente enfrentam sobrecarga e podem ter dificuldade em lidar adequadamente com os alunos com TDAH. Em turmas numerosas, é desafiador para um professor oferecer atenção individualizada e acompanhar as dificuldades de cada aluno. Em meio ao estresse diário, a solução mais fácil para restaurar a ordem na sala de aula é enviar o aluno disruptivo para o corredor. Infelizmente, o aluno com TDAH é frequentemente estereotipado como desorganizado, preguiçoso e apático, quando, na verdade, essas características são impostas pela doença. Isso muitas vezes resulta em reuniões com a administração escolar e, em casos extremos, em sugestões para trocar de escola.

É importante ressaltar que crianças com TDAH podem não se adaptar bem a escolas tradicionais que possuem regras rígidas de disciplina. Nessas situações, punições e suspensões por problemas de comportamento são comuns. É necessário considerar abordagens pedagógicas mais flexíveis e estratégias específicas para apoiar os alunos com TDAH e promover sua inclusão e aprendizado adequado.

O texto discute o aumento da presença de estudantes com TDAH nas escolas, muitas vezes confundidos com alunos indisciplinados, o que resulta em dificuldades de concentração, baixo desempenho acadêmico e problemas emocionais e sociais. Após o diagnóstico, é importante considerar as necessidades educacionais especiais do aluno com TDAH e fazer adaptações para melhorar seu progresso educacional (Reis, 2011).

Os estudantes com TDAH possuem um ritmo de aprendizagem próprio, e é necessário que os professores intervenham para evitar que se sintam inferiores e sejam estigmatizados pelos colegas. Conhecer o aluno com TDAH beneficia não apenas o aluno, mas também o professor e os outros colegas, promovendo atividades mais elaboradas e fortalecendo as relações interpessoais (Reis, 2011).

O papel do professor é crucial no desenvolvimento das habilidades e no controle do comportamento do aluno com TDAH. Portanto, é necessário que os professores recebam instrução e tenham conhecimento sobre o transtorno, recebendo suporte tanto na formação inicial quanto na formação continuada, para que possam incluir efetivamente esses alunos na escola (Reis, 2011).

Durante a formação inicial, os professores devem receber uma disciplina que aborde deficiências, transtornos e dificuldades de aprendizagem, preparando-os para lidar com alunos com TDAH e outros desafios. Na formação continuada, é importante aprofundar o conhecimento sobre as características do TDAH e aprender estratégias e atividades adequadas para lidar com cada situação (Mainardes, 2012).

A falta de preparo dos professores pode resultar em fracasso escolar e causar danos emocionais, cognitivos e sociais. Recomenda-se que os professores proponham atividades extras para lidar com a agitação dos alunos com TDAH e que busquem envolvê-los de maneira produtiva. Além disso, é essencial que os professores identifiquem sinais de TDAH, orientem os pais a procurar ajuda especializada e encaminhem os alunos para profissionais de saúde para um diagnóstico e tratamento adequados (Rictcher, 2012; Ronaldo Ferreira Ramos, ABDA - 2012).

O tratamento para estudantes com TDAH pode envolver medicação ou não, mas é fundamental que recebam acompanhamento de profissionais, como psicopedagogos, médicos e assistentes sociais. A implementação de estratégias no ambiente escolar, como sentar o aluno na frente da sala, reduzir o número de alunos, manter uma rotina diária e evitar situações que possam causar distração, pode ajudar a reduzir comportamentos indesejáveis e promover o progresso educacional (Seno, 2010).

Além disso, técnicas como repetir as instruções para os alunos e oferecer feedback positivo podem melhorar a concentração e a atenção dos estudantes com TDAH (ABDA - Associação Brasileira de Déficit de Atenção, 2012). O professor desempenha um papel indispensável no progresso desses estudantes, mas é essencial que a escola ofereça formação continuada e promova reuniões para compartilhar experiências entre seus profissionais e envolver os pais nesse esforço conjunto (Ritcher, 2012).

É importante compreender os comportamentos agressivos como uma forma de expressão e buscar recursos linguísticos para que os estudantes possam expressar verbalmente o que estão sentindo (Ritcher, 2012). A escola e o professor devem enxergar o estudante com TDAH como um indivíduo desafiador e com potencialidades, e o envolvimento de ambos, juntamente com os pais, é fundamental para proporcionar o melhor suporte e ambiente estimulador, que resultará em crescimento cognitivo, emocional e social para todos os envolvidos (ABDA - Associação Brasileira de Déficit de Atenção, 2012; Ritcher, 2012).

O papel do professor no processo de diagnóstico e tratamento do TDAH é crucial. Os professores têm uma posição privilegiada para observar o comportamento das crianças em diferentes situações e identificar comportamentos atípicos em relação ao esperado para a faixa etária. Eles passam bastante tempo com os alunos e podem identificar problemas antes dos pais.

Embora o diagnóstico do TDAH seja responsabilidade do clínico, os professores podem contribuir fornecendo informações sobre o comportamento dos alunos em sala de aula. Seus relatos podem ser essenciais para complementar as informações obtidas dos pais e outros profissionais de saúde. Portanto, investimentos em conhecimento sobre o transtorno e suas manifestações em sala de aula podem melhorar a qualidade de vida dos indivíduos não diagnosticados.

Estudos demonstraram que treinamentos curtos com professores, fornecendo informações sobre o TDAH e estratégias em sala de aula, aumentaram sua capacidade de identificar alunos com o transtorno. O treinamento pode ser uma intervenção relativamente simples e econômica, mas com potencial para beneficiar um grande número de crianças e adolescentes.

É importante ressaltar que os professores não devem assumir o papel de diagnosticadores, mas sim utilizar seu conhecimento e observações para solicitar avaliação clínica quando necessário, relatar sintomas em sala de aula e aplicar estratégias que possam ajudar os alunos com TDAH. O "banco mental" dos professores, ou seja, sua experiência e observação dos comportamentos das crianças, deve ser valorizado e utilizado como um aliado no processo de identificação e suporte aos alunos com TDAH.

O papel do professor no processo diagnóstico e no tratamento do TDAH é fundamental. Embora o diagnóstico seja realizado por médicos, os professores desempenham um papel crucial ao fornecer informações sobre o comportamento e o desempenho acadêmico dos alunos. Eles podem observar os sintomas em sala de aula, relatar comportamentos atípicos e encaminhar os alunos para avaliação médica quando necessário.

Os professores também podem contribuir para o tratamento do TDAH por meio de ações como prestar atenção aos comportamentos e atividades do aluno, descrevê-los de forma prática para os pais e profissionais de saúde, e buscar conhecimento sobre o transtorno. O treinamento dos professores pode aumentar sua capacidade de identificar os sintomas e aplicar estratégias em sala de aula.

O TDAH pode ter importantes consequências para a escolarização, incluindo dificuldades na aprendizagem, baixo desempenho acadêmico e risco de abandono escolar. As crianças com TDAH enfrentam dificuldades comportamentais e podem apresentar comprometimentos em diversas funções psíquicas que contribuem para o fracasso escolar. Portanto, é essencial que a escola organize os processos de ensino de forma a atender às necessidades dos alunos com TDAH.

O tratamento do TDAH envolve abordagens múltiplas, incluindo intervenções psicoeducacionais com a família, o paciente e a escola, além de intervenções psicoterapêuticas, psicopedagógicas e de reabilitação neuropsicológica. Em alguns casos, o tratamento farmacológico, como o uso de estimulantes, pode ser recomendado. É importante considerar a presença de comorbidades e adaptar o tratamento de acordo com as necessidades individuais do aluno.

Dessa forma, a escola e o professor desempenham um papel essencial no acompanhamento e suporte da criança com TDAH. Eles devem trabalhar em conjunto com os pais, a equipe técnica e outros profissionais de saúde para promover um ambiente de aprendizagem adequado, implementar estratégias de ensino eficazes e ajudar no desenvolvimento acadêmico e social dos alunos com TDAH.

O texto apresenta estratégias para o manejo de crianças com TDAH no ambiente escolar. O professor desempenha um papel fundamental ao acolher o aluno, identificar seus talentos e estimular seu desenvolvimento. É importante elogiar os pontos fortes da criança e minimizar a evidência de seus fracassos, para preservar sua autoestima.

A organização do espaço e a estabelecimento de uma rotina são aspectos essenciais para o desenvolvimento dos alunos com TDAH. Combinados claros e diretos devem ser estabelecidos, juntamente com regras e limites, de forma a proporcionar segurança e previsibilidade ao aluno. É importante avaliar diariamente seu comportamento e desempenho, buscando estimular a autoavaliação e valorizar seus progressos.

No momento da realização de tarefas, testes e provas, as instruções devem ser simples e destacar palavras-chave. É recomendado subdividir atividades longas em tarefas menores e incentivar o aluno a destacar e sublinhar informações importantes. Procedimentos alternativos, como testes orais ou uso de tecnologias, podem ser utilizados. O estímulo à prática de fazer resumos e a orientação sobre como responder provas também são recomendados.

O contato com a família é importante para compreender melhor o aluno e manter uma comunicação efetiva. É fundamental enfatizar os ganhos e não apenas as dificuldades durante os encontros com a família. O professor pode ajudar o aluno a criar um cronograma de tarefas e estudos em casa, evitando a procrastinação. A prática de atividades físicas também pode ser estimulada.

Essas estratégias têm como objetivo auxiliar no tratamento do TDAH, proporcionando um ambiente escolar acolhedor, estruturado e adaptado às necessidades dos alunos com esse transtorno. O envolvimento do professor e a parceria com a família são essenciais para promover o desenvolvimento e o sucesso acadêmico desses alunos.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O texto destaca a importância de ser bondoso e firme ao educar alunos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), reconhecendo seu potencial criativo e acelerado. É ressaltada a necessidade de os professores se aprofundarem no estudo do TDAH, pois muitas vezes são os primeiros a identificar os sintomas. No entanto, o diagnóstico adequado requer a intervenção de um profissional habilitado.

O autor enfatiza que, se o comportamento dos alunos com TDAH não for compreendido e administrado adequadamente, podem ocorrer consequências negativas, como agressividade, descontrole e uso de drogas. Nesse sentido, o papel do professor é direcionar a energia desses alunos para o bem, orientando-os e proporcionando um ambiente propício para o desenvolvimento.

O texto destaca também a importância da inclusão e do direito dessas crianças a um ensino adequado às suas necessidades. O TDAH não se restringe apenas a problemas comportamentais, mas também afeta as habilidades de resolução de problemas e organização, o que pode comprometer o aprendizado. Portanto, é crucial que todos os profissionais da escola participem do planejamento terapêutico para essas crianças.

Ao trabalhar em conjunto, escola e família podem superar os desafios causados pelo TDAH, alcançando resultados satisfatórios nas relações familiares, no ambiente escolar e nas contribuições sociais desses alunos.

 

 

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