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A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Luciana Bonato Cardozo

 

 

RESUMO

Este instrumento de trabalho denominado “A importância do brincar na educação infantil” tem como objetivo revelar e enfatizar a relevância do lúdico na aprendizagem da criança e no processo educacional da mesma de modo a contribuir para seu pleno desenvolvimento e para sua formação social de maneira significativa. Tal documento foi elaborado mediante fundamentação teórica de autores que destaca a importância do tema analisado como: Kishimoto, Almeida, Marcelino, Redin, Winnicott, Santos, Pereira também foi utilizado como fonte de pesquisa: Estatuto da Criança e do Adolescente, Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. E assim consequentemente é possível concluir que se o brincar na educação infantil estiver vinculado ao processo educativo a aprendizagem da criança ocorrerá de maneira satisfatória. A brincadeira sendo de forma pedagógica nos faz repensar a prática e as oportunidades que acontecem em nossa sala. Nosso projeto de pesquisa objetiva-se demostrar que as brincadeiras têm como intenção causar prazer e entretenimento a quem pratica, e ainda contribuir para o desenvolvimento das potencialidades humanas das crianças, proporcionando condições adequadas ao desenvolvimento físico, motor, emocional, cognitivo e social. O papel da brincadeira educativa é bastante forte, mas nem tudo é marcado pela função pedagógica. As crianças precisam de momentos da brincadeira para a brincadeira, pois a ela vem para abrir novos espaços na educação, com vista ao crescimento de todos, professores e alunos.

 

PALAVRAS-CHAVES: Educação Infantil. Brincar. Brincadeiras. Lúdico. Criança. Aprendizagem.

 

 

INTRODUÇÃO

 

O principal motivo que me levou a escolha do tema desse trabalho de conclusão de curso foi devido a observações relevantes em meu primeiro campo de estágio, o qual me concedeu a oportunidade de compreender que o brincar na educação infantil tem como intuito despertar o interesse pelo aprendizado através do lúdico favorecendo assim seu convívio social e sua aprendizagem de maneira significativa e construtiva onde o mesmo é responsável por oportunizar a aprendizagem do educando na educação infantil e tornando-se, portanto um tema pertinente a ser pesquisado.

Espero envolver nas pesquisas e leituras realizadas de modo a contribuir para o desenvolvimento de minha atuação profissional de maneira consciente e produtiva, uma compreensão crítica das primeiras leituras que realizei ficou perceptível que apesar de toda a evolução da humanidade desde a sociedade primitiva o brincar é fundamental para o desenvolvimento humano.

Almeida (2003, p.44) coloca que “A primeira infância é, sem dúvida, riquíssima e deve ser estimulada de todos os modos possíveis. A perda desse período pode ser irreparável” diante desse aspecto fica claro que o brincar possibilita que a criança desvenda e compreenda os enigmas que as rodeiam de modo que demonstrem emoções e expressem opiniões naturalmente, pois a brincadeira é para a criança um espaço investigativo de novas descobertas desenvolvendo sua imaginação, habilidade, criatividade e coordenação motora e contribuindo para a construção de aprendizado e conhecimento próprio e do mundo que o rodeia.

O Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (1998, p.27) deixa claro que “A brincadeira favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa”, além do mais o educando ao brincar fortalece a prática social, adquire atitude e capacidade social em interagir de modo que haja cooperação, socialização, companheirismo e respeito mútuo sendo fundamental e fomentador para a saúde intelectual, física e emocional do mesmo.

Na educação infantil a brincadeira não deve de ser “desprezada” que recuse a atenção do educador e nem “planejada” que aí deixa de ser brincadeira, o brincar é uma atividade de ação livre, espontânea e imprevisível, entretanto simultaneamente deve de estar em conformidade com o desenvolvimento e superação da infância.

A importância do brincar nessa modalidade de ensino contribui para a construção de aprendizagem do educando de modo significativo e cognitivo no processo de seu pleno desenvolvimento motor, físico e afetivo de modo que os educandos interajam entre si, que soltem sua imaginação expressem suas criatividades através de sua aprendizagem.

O educador tem papel fundamental ao utilizar dessa ferramenta “brincar” nessa fase de ensino mediante a interação e socialização entre educador e educando isto porque atualmente é comum vivenciarmos situações onde a criança não sabe brincar devido a adultos viverem em função da tecnologia e não compreendem mais a importância do brincar para a criança e o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil diante da “figura do professor, portanto que, na instituição infantil, ajuda a estruturar o campo das brincadeiras na vida das crianças”.

E diante dessa circunstância as instituições de ensino infantil tem a função social de resgatar e favorecer o lúdico, enquanto que o educador sendo o mediador utiliza dessa ferramenta para promover a aprendizagem ao educando de modo que os mesmos através da construção e exploração de conhecimentos possam obter seu desenvolvimento cognitivo.

Diante dessas observações quanto às instituições de ensino MARCELINO (1989, p.78) saliente que “Para que a escola possa contribuir para recuperar e conviver com o lúdico é necessário, antes de tudo, que se saiba quem que se está educando. É preciso considerar que não existe uma criança, mas várias crianças”.

Finalizando o presente documento foi desenvolvido mediante fonte de pesquisa bibliográfica de autores que ressaltam a importância do tema investigado como: Kishimoto, Winnicott, Almeida, Marcelino, Redin, Santos, Pereira serviu também como fonte de pesquisa: Estatuto da Criança e do Adolescente, Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, portanto esse instrumento tem por finalidade salientar e resgatar a importância do verdadeiro brincar na educação infantil.

 

 

1 A CRIANÇA E A BRINCADEIRA

 

O conceito do brincar teve diversas mudanças e teve início na sociedade primitiva onde o trabalho desenvolvido e os jogos eram realizados de modo comunitário e simultâneo, onde todos tinham o direito de jogar independente de seus valores, idade ou sexo.

Somente na Idade Moderna que ocorre uma restruturação da educação moral e disciplinar a qual eram oferecidos por todos, sucedendo assim à divisão de tempos e espaços (família X escola) a criança passou a ser vista e respeitada como criança e desta forma ganhou maior atenção de seus pais, onde os mesmos passam a se interessar primordialmente pela educação bem como o futuro da criança.

Diante desse avanço a criança passa a ser observada de outra maneira sendo que o poder se torna mais permanente, pois os pais tem a incumbência de repassar os valores morais a seus filhos e quando acontecer de sair do âmbito familiar irá adentrar no domínio das instituições de ensino responsáveis em fornecer a educação.

Consequentemente nota-se o grande interesse em instruir novos cidadãos que fossem responsáveis e producentes, para REDIN a atividade lúdica foi uma das privações que o mundo moderno nos deixou e destaca a relevância de cinco elementos que abrangem a atividade lúdica:

 

      1. Tempo e espaço – as características do brincar serão definidas em função do tempo e do espaço da brincadeira acontecer;

      2. Os jogadores – interações; com quem brinca; manifestam-se a cooperação, a socialização e as regras;

      3. Os objetos ou brinquedos – são meios para brincar e veículos de desenvolvimento;

      4. As ações do que brinca – físicas, mentais, efetivas, violentas, de cooperação, de competição. Inicialmente, na criança as ações prioritariamente físicas (movimento) e vão se tornando cada vez mais complexas em termos de habilidades cognitivas, emocionais e sociais.

      5. A relação do brincar com objetivos-fins específicos (resultados) ou com a ação em si (prazerozidade e inutilidade) (REDIN, 1998 p.59).

 

De acordo com REDIN ocorreram consideráveis modificações nos tempos modernos, sendo:

 

        • Redução violenta do espaço físico e do tempo de brincar;

        • Incremento da indústria do brinquedo – até os brinquedos eletrônicos onde as interações sociais e a liberdade de agir ficam determinadas pelo brinquedo e sua lógica;

        • A ilusão da propaganda que promete o prazer com qualquer tipo de brinquedo (REDIN, 1998, p.60).

 

Nesse sentido é evidente meu apontamento quanto às observações acima do qual é significante para o educando a prática do brincar, pois o mesmo é responsável pelo fortalecendo do convívio social e consequentemente adquirindo assim atitude e capacidade social em interagir de modo que haja cooperação, socialização, companheirismo e respeito mútuo sendo fundamental e fomentador para a saúde intelectual, física e emocional do mesmo.

 

 

1.1 LEGISLAÇÃO

 

O direito garantido da criança de brincar aparece como direito fundamental em diversas legislações como: “Declaração dos Direitos da Criança de 1959”; “Constituição Brasileira de 1988” e o “Estatuto da Criança e do Adolescente” esse último aponta em seu “art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: IV. Brincar, praticar esportes e divertir-se” e segundo REDIN:

 

As determinações legais são claras e amplas: o direito ao brincar é um dos direitos de cidadania. O brincar vem acompanhado dos direitos à cultura, à arte e ao esporte” (REDIN, 1998, p.63).

 

Atualmente é necessário restabelecer-se o direito do brincar como um propósito de efetivação da criança sendo esse um trabalho que há de se finalizar particularmente pelos educadores, pois em grande maioria o tempo em que a criança permanece nas unidades de ensino infantil acaba sendo maior do que o tempo que passa juntamente com sua família.

O brincar na educação infantil não está associado a distrair o educando e sim em possibilitar que tal atividade contribua para a construção de suas próprias aprendizagens, bem como para seu pleno desenvolvimento e para seu aprendizado seja de maneira significativa, na medida em que o brincar é para a criança um espaço investigativo de novas descobertas desenvolvendo sua imaginação, habilidade, criatividade e coordenação motora e com isso a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) n° 9394/96 em seu art. 29 institui que:

 

A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até cinco anos, em seu aspecto físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade” (LDB, 1996).

 

Por outro lado o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil sugere como vínculo entre o cuidar e ensinar elementos inseparáveis da educação com a finalidade de alcançar normas de qualidade e acrescenta quanto à relevância do brincar que:

 

Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular” (RCN, 1998, p.28).

 

Desta forma educadores passam a analisar as crianças e criar estratégias de intervenção que tende a compreender a criança como sujeitos sociais voltados de cultura e liberdade.

 

 

1.2 BRINCAR, BRINCADEIRA, BRINQUEDO, JOGO E LÚDICO – OPORTUNIZA A APRENDIZAGEM DO EDUCANDO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

 

Em nossa cultura são assumidos diversos significados para os termos brincar, brincadeira, brinquedo, jogo e lúdico. Conforme KISHIMOTO atribui o seguinte quanto:

 

Brinquedo será entendido como objeto, suporte de brincadeira, brincadeira como a descrição de uma conduta estruturada, com regras e jogo infantil para designar tanto o objeto e as regras do jogo da criança (brinquedo e brincadeiras)” (KISHIMOTO, 1998, p. 07).

 

Essa definição introduz não somente os brinquedos produzidos pelos adultos designados às crianças para essas brincarem como os que elas próprias produzem a partir de qualquer tipo de material.

Deste modo podemos estabelecer que o jogo, o brinquedo e a brincadeira podem ser compreendidos como a prática do brincar, pois de certa forma o ato de brincar possibilita que a criança construa seu próprio conhecimento de modo que a criança evidencie assim seu mundo interior.

Sendo assim se formos favoráveis a uma rigidez dos termos podemos seccionar a perspectiva lúdica de nossa prática pedagógica em hora do jogo ou hora da brincadeira.

O brincar está incluso na vida do ser humano desde a tenra idade, ou seja, a criança quando bebê descobre as mãos e os pés, mexe com os dedos com o passar dos tempos é possível disfarçar vozes e trabalhar com seu imaginário mediante os objetos que o cerca consequentemente essa forma de lidar com a realidade já tem uma perspectiva de brincadeira e desse modo é provável que a criança desvende e compreenda o mundo ao seu redor e PEREIRA salienta que:

 

Brincar tem o sabor de desconhecer o que conhece, pois a cada brincadeira é um universo a ser sempre (re)descoberto, (re)vivido, (re)aprendido” (Pereira, 2002, p.07).

 

A brincadeira nos conduz a um mundo diferente do que costumamos estar, mesmo que estamos no mesmo lugar onde sempre estivemos. Nesses lugares convivemos intensamente com uma troca dos mais diversos sentimentos, amor, medo, satisfação e todas as emoções que nos envolve diariamente.

Para intensificar essa concepção WINNICOTT (1975, p.70) assegura que “a brincadeira é universal e que é própria da saúde: o brincar facilita o crescimento e, portanto, a saúde; o brincar conduz aos relacionamentos grupais; o brincar pode ser uma forma de comunicação”, desta forma é brincando que a desenvolve sua autonomia e personalidade de maneira natural.

A brincadeira estimula a imaginação da criança e é através da brincadeira na maioria das vezes que a criança retrata aquilo que elas não são, mas que gostariam de ser, ou seja, as maiores conquistas de uma criança são obtidas no brinquedo sendo que o ato de brincar é constantemente um mundo de faz de conta e essa ação lúdica favorece o desenvolvimento de sua própria capacidade de novas descobertas e de fantasia e assim SANTOS enfatiza que:

 

Educadores e pais necessitam ter clareza quanto aos brinquedos, brincadeiras e/ou jogos que são necessários para as crianças, sabendo que eles trazem enormes contribuições ao desenvolvimento da habilidade de aprender e pensar” (SANTOS, 2000, p.166).

 

De certo modo cabe ao educador o papel em diferenciar o que é uma atividade livre ou uma atividade direcionada para o processo de ensino e aprendizagem de modo a instigar a curiosidade e habilidade da criança quanto à atividade desenvolvida e ALMEIDA enfatiza que:

 

O brinquedo faz parte da vida da criança. Simboliza a relação pensamento-ação e sob esse ponto, constitui provavelmente a matriz de toda a atividade linguística, ao tornar possível o uso da fala, do pensamento e da imaginação” (Almeida, 2003, p.37).

 

Atualmente é comum vivenciarmos situações onde a criança não sabe brincar devido a adultos viverem em função da tecnologia e não compreendem mais a importância do brincar para a criança e diante dessa circunstância as instituições de ensino infantil tem a função social de resgatar e favorecer o lúdico, enquanto que o educador sendo o mediador utiliza dessa ferramenta para promover a aprendizagem ao educando de modo que os mesmos através da construção e exploração de conhecimentos possam obter seu desenvolvimento cognitivo.

Sendo assim educadores e progenitores podem instituir o domínio permanente com a finalidade de fomentar a atividade lúdica entre crianças principalmente na educação infantil.

A atividade lúdica é o princípio da infância, pois brincar é uma particularidade da criança assim como ponderações básicas de saúde, higiene e alimentação. O ato de brincar também desperta determinadas circunstâncias como: obediência às regras e responsabilidade individual e coletiva.

Por outro lado a não aceitação da atividade lúdica como processo de aprendizagem dificulta o aprendizado da criança e passa a ser considerada como um desrespeito da cultura infantil e de sua habilidade em expressar suas emoções e sentimentos através de seu envolvimento nas brincadeiras e isso afirma MARCELINO:

 

A negação do lúdico na escola, também pode ser entendida de uma perspectiva geral. E desse ponto de vista está diretamente relacionada com a negação que a escola faz da criança, ou o seu desrespeito, ou ainda o desrespeito a sua cultura” (MARCELINO, 1989, p.78).

 

Pode-se afirmar que a grande maioria da humanidade julga que as crianças brincam por apreciarem a brincadeira e pelo prazer que a mesma lhe proporciona e esse acontecimento se torna inegável, pois a brincadeira é uma fase de extrema significância no cotidiano da criança.

Portanto se faz necessário à reflexão do educador em pesquisar frequentemente informações sobre o a entendimento teórico, o brincar orientado e instintivo bem como sua formação continuada a fim de potencializar a prática educativa e o desenvolvimento da criança mediante a atividade lúdica, sendo essa uma ação que visa auxiliar e transformar a construção e compreensão de conhecimentos da criança no processo de ensino e aprendizagem.

 

 

2 A EDUCAÇÃO

 

Nos dias de hoje, a ideia que se tem de educação está muitas vezes ligada erroneamente, somente a instituição “escola”, a educação sempre estará comprometida com a economia e a política em que estará inserida.

O conceito de educação engloba os vários processos de ensinar e aprender. Podemos observar a educação em toda a sociedade e nos grupos constitutivos.

Com a educação o “homem” irá buscar o caminho do amadurecimento integral, onde esse caminho não é um momento momentâneo ou passageiro, mas sim um aprendizado que necessita sempre estar sendo buscado e vivido durante toda a sua existência.

 

 

2.1 CONCIETO

 

Podemos observar que a educação nos dá ênfase em três princípios distintos e básicos: a natureza, o homem, e as coisas.

A figura da educação não pode ser somente ligada a uma atividade, pois a educação compreende a construção de um saber, que geralmente pode ultrapassar o sentido escolar e se torna uma construção permanente na vida do ser humano, também ensinada pelos pais.

Podemos conceituar educação como um processo de atuação de uma comunidade sobre o desenvolvimento do indivíduo a fim de que ele possa atuar em uma sociedade pronta para a busca da aceitação dos objetivos coletivos (LUDKE, 1986. p.26).

Embora o conceito de educação venha sempre sendo discutida ela é considerada como algo mais amplo do que um simples conceito, pois tem influência das diversas culturas da sociedade.

Enfim, podemos dizer que educação é vida e um processo contínuo que ocorre em diversos contextos sociais, possibilitando a construção de novos conhecimentos, o crescimento pessoal e o melhor relacionamento do indivíduo na família, escola, comunidade, sociedade.

 

2.2 DIRETRIZES

 

Ao nos remetemos à educação escolar, podemos pensar no desenvolvimento de educação através de uma prática pedagógica que o possibilite de ser sujeito de sua própria história, desenvolvendo competências e habilidades frente aos desafios atuais.

Conforme Jacques Dolors:

 

Podemos concluir que a educação não tem uma fórmula pronta a seguir, a fórmula é criada, desvendada a cada passo em que estimulamos os nossos educandos, estes por sua vez têm seus conhecimentos prévios que devemos levar em consideração para acrescentar nessa “fórmula” do educar, inserir a história da comunidade no currículo da escola para que estas s incluam na educação trazendo assim motivação necessária ao processo de ensino-aprendizagem”. (DELORS, 1998. p. 21)

 

A concepção de educação nos permite ao desenvolvimento da competência do educando para construir conhecimentos sobre si mesmo e sobre o mundo através da interação, possibilita a construção coletiva de parâmetros e diretrizes ao trabalho escolar (LIMA, 1997. p. 23). Educação é um processo contínuo que orienta e conduz o indivíduo a novas descobertas a fim de tomar suas próprias decisões, dentro de suas capacidades.

 

2.3 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

 

Podemos afirmar que a História da Educação Brasileira não é uma História difícil de ser estudada e compreendida. Ela evolui em rupturas marcantes e fáceis de serem observadas.

Uma primeira grande ruptura travou-se com a chegada mesmo dos portugueses ao território do Novo Mundo.

Não podemos deixar de reconhecer que os portugueses trouxeram um padrão de educação próprio da Europa, o que não quer dizer que as populações que por aqui viviam já não possuíam características próprias de se fazer educação (DELORS, 1998. p. 22). E convém ressaltar que a educação que se praticava entre as populações indígenas não tinha as marcas repressivas do modelo educacional europeu.

Na verdade não se conseguiu implantar um sistema educacional nas terras brasileiras, mas a vinda da Família Real permitiu uma nova ruptura com a situação anterior.

 

2.4 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

 

Até o final do século XVII a criança era vista como um ser produtivo que tinha uma função útil para a sociedade, pois a partir dos 7 anos de idade já ajudavam seus pais no trabalho (LUDKE, 1986. p. 26).

Uma nova percepção e organização social fizeram com que os laços entre adultos e crianças, pais e filhos, fossem fortalecidos. A partir deste momento, a criança começa a ser vista como indivíduo social.

Fora somente no século XIX, que as sociedades modernas passaram a ser sinônimo de escola.

A partir de então a Educação Infantil em creches e pré-escolas brasileiras foram legalizadas, conforme artigo 208, inciso IV da Constituição Federal, como: “um dever do estado efetivar a educação mediante a garantia de atendimento em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade e direito da criança” (LUDKE, 1986. p. 26).

 

2.5 A EDUCAÇÃO ENTRE OS SÉCULOS 15 E 16

 

Entre os séculos 15 e 16 a educação atingia o homem burguês, o clero e a nobreza. Era uma educação pública e religiosa e ainda tinha o objetivo de formar o cristão, o fiel, porém com caráter mais leigo, laico.

Contrário às ideias da Igreja Católica em relação à educação, Martinho Lutero (1483-1546), um jovem religioso, rompeu com o catolicismo e liderou a Reforma Protestante com a fundação da Igreja Protestante.

Ainda durante esses séculos, surgiram os colégios, comandados pelos jesuítas. Eles tinham o objetivo de propagar a fé católica. Educavam os leigos e os católicos, para que estes continuassem na fé do Catolicismo. Os jesuítas elaboraram um plano de estudo chamado Ratio Studiorum, que organiza e regulamenta todo o sistema escolástico da ordem (CORTELLA, 2008. p. 28).

 

2.6 A EDUCAÇÃO ENTRE OS SÉCULOS 17, 18 E 19

 

E educação durante esses séculos, apresentava o capitalismo que estava surgindo, a burguesia estava ascendendo na sociedade, a expansão marítima se intensificava. Diz-se um século confuso, contraditório, marcado por guerras e por pedidos de paz; surgia o trabalho assalariado e as fábricas começam a substituir a produção artesanal.

Nessa época a religião deixa de ser a principal explicação do mundo, começou a busca da autonomia da razão, houve o começo do liberalismo. É o século em que a modernidade começou.

Ainda neste século surgiu o Iluminismo e provocou profundas transformações na pedagogia, porém ainda com o desprezo pela educação do povo. Assim a educação era organizada como um movimento. Começa a surgir uma escola pública, laica (sem influência da religião).

 

2.7 A EDUCAÇÃO ATUAL

 

Podemos observar que a Educação no Brasil desde a educação infantil até o ensino superior tem passado por caráter de fracassos, e os principais prejudicados são os filhos de trabalhadores.

Conforme verificamos foi no governo de Fernando Henrique Cardoso que ocorreu os desequilíbrios sociais, interferindo, entretanto nas lutas sociais.

 

2.8 O PAPEL DA EDUCAÇÃO, A APRENDIZAGEM E A ESCOLA

 

O papel da educação é um tanto singular dentro da formação e desenvolvimento do indivíduo. As funções da escola como instituição formativa encontram-se expressas em diversas instancias legais amparando as crianças e adolescentes em seus direitos sociais para que possam, em um futuro próximo, fazer parte, na vida adulta, da sociedade em que vive.

Aprendizagem é um processo que ocorre durante toda a vida e começa a partir da gestação, no entanto, é papel da escola incluir a família na conscientização de seus propósitos educacionais (CHALITA, 2001. p. 20). Os pais podem ser fortes aliados e colaboradores da escola se lhes forem esclarecidos os objetivos e a importância da educação na vida dos filhos.

A escola que conhecemos nem sempre existiu e nem sempre ela foi do jeito que a conhecemos e a educação dentro da escola atual vem sendo objeto de estudo, críticas e projetos que muitas vezes não levam em consideração os que fazem parte dela.

Existem princípios e valores que são universais e devem orientar toda a ação educativa da escola, das organizações sociais, das famílias e de outros segmentos que queiram colaborar com a educação escolar.

O grande objetivo da escola, assim como o da família é o de auxiliar no desenvolvimento e na formação das crianças. Tosos nós sabemos que a escola representa o saber, a cultura e muitas vezes acabam se confundindo com a educação.

A escola é de grande importância, pois é na infância que acontece a formação do caráter e da personalidade do indivíduo, ou seja, a escola é um lugar para formar pessoas inteligentes.

Conforme os ensinamentos de Mercedes Vélez:

 

A escola é, como qualquer outra instituição social, uma disseminadora de saberes e ideologias e o professor que não é mais visto como um transmissor de conhecimento e sim como um gestor de conhecimento, alguém que dá a direção na aprendizagem e na relação da escola com esse aluno”.(VÉLEZ, 2009. p. 15).

 

A escola também é muito importante para o convívio em sociedade, mas é necessário também estar preparado para aceitar a atualidade e os novos paradigmas.

 

 

3 O UNIVERSO LÚDICO (JOGOS E BRINQUEDOS)

 

3.1 CONCEITO

 

Durante muito tempo foram feitas pesquisas no intuito de explorar a importância do lúdico na aprendizagem. O que se observa é que a visão da aprendizagem, é conhecida por muitos, provoca mudança de comportamento, ou seja, é aquilo que vemos mudar, e essa mudança pode ser manifestada, como algum tipo de resposta física, ou pode ser uma mudança de atitude.

A todo instante estamos aprendendo.

O lúdico visto como brincadeira, tanto um indivíduo adulto ou criança podem brincar a sua maneira, aproveitando dessa experiência toda a aprendizagem para qual eles estão prontos naquele momento (ALMEIDA, 2001. p. 38).

As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aqui o lúdico entra como um meio real de aprendizagem.

É com a ajuda dos jogos e dos brinquedos é que as crianças encontram suas posições dentro de grupos, suas soluções para conflitos, como por exemplo, na escola, a criança ao brincar com colegas, aprendendo assim, a revelar suas personalidades.

 

3.2 O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

 

Atualmente é cada vez mais frequente a inserção da criança pequena no contexto da educação infantil, com a finalidade do desenvolvimento, relacionado com o preparo que ela deve ter em relação ao mundo. Assim, o lúdico, para a criança, é o exercício e a preparação para a vida adulta. Antigamente as escolas não se davam importância para a maneira em que o aluno assimilava os conteúdos, e se o ensino-aprendizagem era realmente eficaz, porém novos tempos chegaram e agora, a preocupação está em descobrir como a criança aprende (KISHIMOTO, 2001. p. 17).

Ao falarmos de educação, sempre devemos levar em consideração que o mundo da criança difere do mundo do adulto, pois nele existe o encanto da fantasia, do faz de conta, do sonhar e do descobrir, as crianças brincam com o que têm nas mãos e com o que têm na cabeça.

Dentro da Educação Infantil, o brincar, jogar, contar histórias, dramatizar, fazer de conta se configura como instrumento para as crianças pequenas, pois estão na fase de começar a assimilar a aprender algo, é os brinquedos auxiliam orientando as brincadeiras, e é através delas que a criança irá se conhecer descobrir novas habilidades, desenvolver suas potencialidades, formar sua identidade e ainda terá a oportunidade de se constituir socialmente, por isso, as brincadeiras e jogos não devem ser vistos apenas como recreação, devendo sim, serem incluídos no planejamento pré-escolar (BORGES, 1991. p. 29).

A entrada da criança no mundo do faz de conta possibilita sua nova capacidade de lidar com a realidade, pois seu pensamento evolui mediante suas ações, fazendo com que as atividades ganhem importância no desenvolvimento do seu pensamento infantil.

O lúcido dentro da educação infantil proporciona a criança além do prazer de exercitar e expor seus sentimentos, a construção de um indivíduo crítico, obtendo experiências que o ajudarão a refletir, desenvolver valores, sentimentos, emoções e uma visão questionadora do mundo que o cerca.

A arte dentro do processo educativo procura encaminhar a formação do gosto pelo lúdico, estimular a inteligência, desenvolver criatividade e contribuir para a formação da personalidade do indivíduo, a arte na Educação Infantil, infelizmente, tem sido encarada como uma atividade curricular sem significados, onde a criança apenas risca, rabisca, pinta, cola, ou seja, numa sucessão de atividades sem sentido.

A infância é uma fase de descobertas, aventuras e magia, cabe aos professores de Educação Infantil usufruir e valorizarem os conhecimentos e a criatividade que as crianças trazem para a sala de aula e compreender a importância existente no ato de elas explorarem, pesquisarem e criarem coisas novas (BORGES, 1991. p. 36).

Nessa fase de descobertas e magia o professor precisa oferecer as condições mais variadas que estimule a criatividade, a pesquisa e a criação da criança, mas sempre respeitando que ela tem suas próprias impressões, ideias, interpretações.

 

3.3 OS JOGOS

 

O jogo consiste em diversão, brincadeira, é um instrumento muito poderoso na estimulação da construção de esquemas de raciocínio, através da sua ativação.

O jogo é um meio desenvolvimento da inteligência, os jogos historicamente possuem grande valor, não apenas pelo interesse que universalmente despertam nas crianças, mas também pela alegria que elas manifestam ao jogar (CÓRIA-SABINI, 2005. p. 24).

Mas como foi dito, estamos tratando de crianças pequenas, dentro da Educação Infantil, por isso é importante que cada professor divida os alunos com suas idades para poder aplicar os jogos. Abaixo está a natureza das fazes do desenvolvimento das crianças em idade de educação infantil (OLIVEIRA, 1998. p. 45):

- Fase sensório-motor (maternal, de 1 a 2 anos aproximadamente), para o autor, nesta fase a criança brinca com o próprio corpo, executando movimentos, fazendo jogos de exercícios. Nessa fase o contato com os adultos é imprescindível.

- Fase simbólica (jardim I, de 2 a 4 anos aproximadamente), nesta fase além dos movimentos físicos, as crianças passam a exercitar intencionalmente movimentos motores mais específicos. As brincadeiras mais simples são grandes estímulos ao desenvolvimento intelectual. Nessa fase as crianças estão bastante egocêntricas, tudo se volta para o “eu”, por isso os jogos com regras não funcionam, pois não conseguem coordenar seus esforços para o outro.

- Fase intuitiva (jardim II, pré-escola, de 4 a 6 anos aproximadamente), nesta fase os jogos de que as crianças mais gostam são os que seu corpo estiver em movimento, pois se movimentar as faz muito contente, é a fase em que a criança imita tudo.

Brincando brinca-se com diversos tipos de jogos, através dos jogos se brinca com o corpo, se utiliza o raciocínio, estratégias, se utiliza também de sorte e organização. Sendo assim, o ser humano joga sua vida inteira.

 

3.4 O BRINQUEDO

 

O brinquedo significa divertimento, um objeto com que se entretêm as crianças, onde o brinquedo é representado por objetos. Ela diz que brinquedos podem ser considerados: estruturados e não estruturados.

Os brinquedos se diferenciam dos jogos, os brinquedos levam a uma relação mais íntima com a criança, e não há regras para a utilização do brinquedo. O autor diz que um dos objetivos do brinquedo é dar à criança um substituto dos objetos reais (CÓRIA-SABINI, 2005. p. 29).

Os brinquedos com fins pedagógicos contribuem para as situações de ensino aprendizagem, e no desenvolvimento infantil. Dentro da função lúdiica e educativa, o brinquedo educativo propicia diversão, prazer, quando escolhido voluntariamente; o brinquedo ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo.

Como os jogos, os brinquedos também tem que obedecer algumas exigências das fases das crianças, como abaixo (OLIVEIRA, 1998. p. 51):

- Três meses: Chocalhos, mordedores, figuras enfiadas em cordão para instalar no berço ou carrinho.

- Seis meses: Quadros com peças coloridas, de formas diversificadas, peças que correm em trilhos.

- Oito meses: Bolas, cubos em tecidos, caixas de música com alça para puxar.

- Dez meses: Bonecos em tecido com roupas fixas, animais em tecido (não pelúcia), sem detalhes que possam ser arrancados.

- Um ano- Cavalinhos de pau, carrinhos de puxar e empurrar, blocos de construção simples, cadeiras de balanço.

- Dois anos: Veículos sem pedais, que se movem pelo impulso dos pés.

- Três anos: Veículos com pedais, triciclos, bonecas com pés e mãos articulados, jogos de memória.

- Quatro anos: Roupas de fantasia, super-heróis, máscaras.

- Cinco anos: Miniaturas de figuras simples, soldados de chumbo, maquiagem, bolsas, bijuterias, móveis do tamanho da criança.

- Seis anos: Aviões, barcos e autoramas.

Sendo educativo, o brinquedo vem ser um recurso que ajuda a ensinar de forma divertida. Através do brinquedo podem-se elencar diversos assuntos a serem trabalhadas, como as cores, formas geométricas, levando em conta qual é a faixa etária, pode se trabalhar certas atividades com fins pedagógicos.

 

3.5 O ESPAÇO DE BRINCAR NA ESCOLA

 

A brinquedoteca (o espaço de brincar) deve oferecer a convivência das crianças com os brinquedos de forma natural, trazendo um resgate de concentração e da capacidade de brincar.

As crianças criam vínculos com os brinquedos, experimentando através deles sentimentos, como de posse, abandono, perda, acabam vivenciando situações das quais, irão reproduzir ao longo de suas vidas.

Para os educadores, o espaço do brincar, muitas vezes é oferecido às crianças, somente ao término de atividades consideradas importantes, e necessárias na prática de educar, geralmente os educadores, separam o tempo destas atividades importantes, da hora da brincadeira, sendo que o tempo para brincar, é aquele que sobra do dia (ALMEIDA, 2001. p. 58).

Nosso objetivo neste artigo também, é abrir conhecimentos da importância dos espaços adequados para o brincar nas escolas infantis, lugares onde possa se realizar atividades livres, prazerosas, e que tragam significado na aprendizagem das crianças.

 

3.6 O JOGO VERSUS A CRIANÇA

 

Com os jogos a criança vivencia diferentes papéis, reinventa e experimenta, ou seja, aprendem que existem regras básicas a serem seguidas; pois o jogo tem uma influência positiva, ensinando as crianças a aceitar regras, esperar sua vez, aceitar o resultado lidar com frustrações e elevar o nível de motivação.

Concluímos que o jogo é considerada uma atividade dinâmica, trazendo expressões de alegria, desafiando as crianças, além de ser prazeroso e competitivo.

 

3.7 A ARTE DA BRINCADEIRA

 

Brinquedo e a criança estão interinamente interligados.

É através das brincadeiras que as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação, ou seja, amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais (FERREIRA, 2009. p. 36).

A atividade lúdica precisa ser obrigatória nas atividades intelectuais da criança, sendo por isso indispensável à prática educativa. A brincadeira sendo de forma pedagógica nos faz repensar a prática e as oportunidades que acontecem em nossa sala.

As atividades lúdicas são animações que têm como intenção causar prazer e entretenimento a quem pratica, e ainda contribuir para o desenvolvimento das potencialidades humanas das crianças, proporcionando condições adequadas ao desenvolvimento físico, motor, emocional, cognitivo e social.

Concluímos dizendo que o papel da brincadeira educativa é bastante forte, mas nem tudo é marcado pela função pedagógica. As crianças precisam de momentos da brincadeira para a brincadeira, pois a ludicidade vem para abrir novos espaços na educação, com vista ao crescimento de todos, professores e alunos.

 

3.8 O PAPEL DO PROFESSOR

 

O professor tem um papel muito importante e fundamental sobre o uso das atividades lúdicas dentro da Educação Infantil. O professor necessita sempre refletir sobre sua prática, sobre o seu conhecimento científico e técnico, se auto avaliar, lembrando que ele é apenas o mediador de um processo de construção do saber.

Para as atividades lúcidas, o professor será uma ponte facilitadora da aprendizagem, para tanto é preciso que o professor pense e questione sobre sua forma de ensinar, relacionando a utilização do lúdico como fator motivante de qualquer tipo de aula (BORGES, 1991. p. 49)

A vivência da ludicidade como fazer pedagógico durante o processo de formação do professor instiga o ato criador e recriador, crítico, aguça a sensibilidade, o espírito de liberdade e a alegria de viver, ou seja, a formação continuada pode ser entendida como um processo de melhoria das práticas pedagógicas desenvolvidas pelos professores em sua rotina de trabalho e em seu cotidiano escolar.

 

 

CONCLUSÃO

 

Atualmente com relação à criança observamos que nossa sociedade preocupa-se apenas em preparar essas crianças para o futuro propiciando assim a ruptura da infância e a relevância do lúdico para o aprendizado da mesma, por outro lado vale salientar que a atividade lúdica colabora de diversas maneiras no aprendizado da criança de modo que a mesma saiba lidar com descobertas, disputas, escolhas e fracassos.

Ao brincar a criança demonstra seus medos, competências e habilidades compartilham suas vontades e sonhos e traça meios de solucionar divergências que possa acontecer, a criança manifesta sua imaginação criativa através da brincadeira, pois a mesma se torna pra ela uma viagem a um mundo de fantasia.

O lúdico auxilia quanto à ampliação do desenvolvimento intelectual, aptidão motora e motricidade da criança, esse processo de desenvolvimento é facilitador da convivência coletiva além de promover o encorajamento da mesma a desfrutar e sentir novos sentimentos, desafios e desejos sendo assim a brincadeira possibilita que a criança adquira o respeito mútuo e habilidade de resolver contratempos diários.

Sendo assim é inevitável não destacar a influência do lúdico na educação infantil, pois esse processo de aprendizagem abre portas de novos conhecimentos colaborando para a formação da criança de maneira significativa de modo que a criança não pule nenhuma etapa de sua vida. As unidades de ensino infantil deveriam de ter ambientes atrativos e mágicos voltados de acontecimentos lúdicos não priorizando a escolarização da criança, tem como papel social respeitar as particularidades de cada criança, isto é, jamais desconhecer a existência e a habilidade da criança.

O Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil aborda um capítulo particularmente voltado para a importância e contribuição do “brincar” no desenvolvimento da criança, desse modo às instituições de ensino infantil teria como obrigação possuir como eixo central norteador de sua ação educativa o “brincar”, ao brincar a criança expressa sua maneira de pensar e agir naturalmente.

A prática da brincadeira deveria de ser a o princípio de aprendizagem na educação infantil, pois essa etapa é de grande importância para o cotidiano da criança de acordo com suas singularidades e para que não se desperdice o sentido.lúdico na aprendizagem se faz necessário que as instituições de ensino infantil repensem quanto ao tempo e a rotina das crianças de modo a recuperar e impulsionar a atividade lúdica oportunizando assim o desenvolvimento da criança de maneira significativa, pois a brincadeira tem um vínculo de extrema importância com a aprendizagem e diversão.

Dessa forma se faz necessário colocar em prática o art. 16 do ECA que menciona “toda criança tem o direito ao brincar” e ao se trabalhar com atividade lúdica é possível à interação entre educador e educando de modo que ambos se relacionem naturalmente assegurando assim a formação social da criança e simultaneamente ocasiona um elo entre instituição de ensino, educador, criança e família, portanto cobiçamos uma educação infantil que favoreça a realidade da criança e que seja voltada para a importância do brincar.

 

 

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