UMA REFLEXÃO SOBRE O (AEE) ATENDIMENTO ESPECIALIZADO EDUCACIONAL
Elizeti Poleti De Oliveira Dias
RESUMO
É notório que a educação especial no Brasil, passou por períodos peculiares da história desde o momento desde momentos de exclusão das pessoas com algum tipo de deficiência, até a chegada em propostas e ações inclusivas. Com a declaração de Salamanca de 1994 é que educação inclusiva se tornou uma política pública, com isso, as salas de AEE passou ser uma realidade nas escolas de todo país. Deixando de ser apenas uma ideia, tornando de fato uma ferramenta que as instituições de ensino podem dispor para atender alunos com diversas necessidades especiais. Dando a eles a oportunidade de serem inseridos no processo de aprendizagem e de inclusão. Nessa reflexão, iremos apresentar as metodologias de ensino usadas pela professora da sala do AEE os principais desafios que os mesmos ainda encontram para desempenhar bem o seu papel. Falaremos também de como as políticas públicas dos últimos anos influenciaram para que as salas do AEE tornassem mais comum nas escolas. Com tudo, procuramos embasamento teórico para retratar os pontos positivos e os pontos negativos, mostrando o porquê desses desafios enfrentados por maior parte dos professores da sala do atendimento especializado (AEE) bem como, mostrar os avanços que essa prática tem trazido para o campo da educação inclusiva.
Palavras-chave: Educação Inclusiva. AEE. Metodologias de ensino.
INTRODUÇÃO
Pode -se dizer que nos últimos anos o atendimento aos alunos com alguma necessidade especial, vem ganhando notoriedade nas escolas em todo o país, aja visto que a educação de pessoas com algum tipo de deficiência no passado possui um histórico de exclusão e abandono. Pois, somente com a declaração de Salamanca em 1994 é que educação inclusiva no país se tornou uma política pública. Assim, a mesma prevê que haja nas escolas regulares ou instituições especializadas, um atendimento educacional especializado (AEE) a política educacional brasileira prevê que haja nas escolas regulares ou instituições especializadas, um atendimento educacional especializado, que seja um suporte para que a educação inclusiva ocorra em nosso país.
Quando se fala em inclusão, não é possível abreviar a um único modo, tampouco a um único público, ou um único tipo de abordagem educacional ou apenas a uma metodologia de alfabetização. Contudo, o foco é o estudante com deficiência auditiva e o surdo oralizado, desse modo, falar em inclusão nos remete às discussões sobre o a necessidade, sobre à igualdade e o direito à diferença. Nas palavras de Boaventura “Temos direito à igualdade, quando a diferença nos inferioriza, e direito à diferença, quando a igualdade nos descaracteriza”.
Portanto, com base nas políticas de educação, a educação inclusiva só ocorrerá com a participação dos professores, pais, alunos, gestores, comunidade e governo, pois não basta apenas um direito legal, é necessário fazer com que torne essencial.
Esse compromisso coletivo fortalecerá cada vez mais a inclusão tornando-a um objetivo permanente. Nesse sentido, a escola só é inclusiva quando ela cria condições para respeitar as diferenças.
Partindo desse pressuposto, o que percebemos é que muitas escolas brasileiras não estão preparadas para receber alunos com deficiências. Apesar das políticas públicas voltadas para a acessibilidade na escola, está ainda não é realidade nas mesmas, uma vez que elas dependem efetivamente dos governos, o que acaba dificultando a acessibilidade nas escolas, uma vez que não se conhece os desafios de fato.
Com isso, a adequação das escolas dificulta a acessibilidade, tanto nos aspetos físicos quanto nos equipamentos. Outro problema enfrentado pelas pessoas com deficiência é o despreparo dos profissionais em educação para receber esses alunos. Além disso, é necessário que os cursos de formação de professores comecem a mudar a cultura de exclusão, não só de alunos com deficiência, mas de todos os alunos que supostamente não se enquadram nos parâmetros esperados pelos professores.
Essas mudanças de posturas dos profissionais de educação já melhorariam muito o processo de inclusão, pois o professor por si só já é formador de opinião, daí a grande importância do trabalho do professor em promover a inclusão social do aluno com deficiência. Porém, todos envolvidos nesse processo de ensino, precisa fazer o seu papel, diante das Barreiras encontradas.
Quanto a deficiências auditiva, os desafios de inclusão ainda são os mesmos, tendo em conta que nem todos os profissionais tem o curso do Ensino de Libras, isso acaba criando situações de que deficiente auditivo e as pessoas que comunicam com o mesmo, tenha a sensação de que é um estrangeiro dentro de seu país. Tendo em vista, a dificuldade de comunicação e de se comunicar com os surdos.
A Constituição Federal de 1988, garantiu o acesso de todos os alunos as turmas comuns do ensino regular. No entanto, a transformação de todas as escolas em escola inclusiva é um grande desafio que teremos que enfrentar. Segundo Mantoan (2003) “Inclusão trata-se de um acontecimento prazeroso de convivência com o diferente”, ou seja, é a nossa capacidade de entender respeitar e reconhecer o outro.
Contudo, isso tem levado a uma profunda reflexão sobre o sentido da escola, sobre o seu papel transformador das futuras gerações e sobre o desafio de considerar as diferenças na sala de aula. Ainda podemos perceber, que a maioria das escolas, não oferecem plenamente as condições de acesso aos deficientes, pois em alguns momentos falta recursos, e em outros o interesse por parte dos governos.
É necessário que os órgãos competentes se organizem, unam forças no intuito de fazer cumprir a legislação e oferecer um ambiente acessível para todos os deficientes, incluindo não só a adequação física, mas a disponibilidade de material e capacitação de profissionais. E também uma rede de apoio a esses profissionais, pois algumas crianças tem múltiplas necessidades e precisam de um auxiliar de sala que acompanhe nas suas dificuldades. Só as adequações físicas das escolas não garantem a inclusão do aluno, só a presença dele nas unidades regulares também não garante a inclusão social, em muitos casos pode até favorecer a exclusão. Atualmente, muitos alunos ainda não estão frequentando o ensino regular por falta de um auxiliar que acompanhe esses alunos PNEs
Outro desafio encontrado pelo professor da sala AEE, é as constantes faltas dos alunos, pois a mesma precisa sempre estar fazendo “busca ativa” desses que frequenta a sala no período oposto.
Transformar a escola significa, portanto, criar as condições para que todos os alunos possam atuar efetivamente nesse espaço educativo, focando as dificuldades do processo de construção para o ambiente escolar e não para as características particulares dos alunos (INCLUSÃO REVISTA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL, 2010, p. 34)
Dentre essas problemática a escola é sem dúvida um ambiente que promove o saber, mesmo com todos os desafios vivenciados no decorrer de suas propostas pedagógicas, o corpo docente e seus colaboradores, estão comprometidos em levar um ensino de qualidade respeitando cada um na sua individualidade. Ou seja, há inúmeras propostas que defendem a inclusão escolar. Mas, para que o aluno não seja deixado de lado em suas salas de aulas, é preciso um engajamento coletivo de todos os envolvidos na educação, pois isso fará com os mesmos não tenham uma regressão na sua aprendizagem.
Infelizmente, temos muitas barreiras a serem vencidas pela inclusão, partindo de dentro da escola com pensamentos discriminatórios. Pois, entende-se que a escolar é um ambiente de intensas diversidade, e que nele há uma junção de várias características, hábitos, crenças e valores. Apesar de ser constituído de uma pluralidade cultural, ainda há um padrão instituído pela sociedade deixando de lado o multiculturalismo estabelecido nas unidades escolares. A escola nada mais é que um espaço coletivo de diferentes modos de aprendizagem. Onde propicia aos alunos o autodescobrimento.
Outra questão pertinente é a qualificação dos profissionais da área da educação, quando se trata na atuação de alunos com inclusão, pois é notória a falta de preparo desses profissionais para lidar com esses alunos. A grande maioria dos docentes não sabem como trabalhar com essas especificidades, assim dando margem para uma grande falha no processo inclusivo.
Outro ponto que ao longo do tempo tem avançado bastante é o entendimento dos pais em relação a diversidade dos filhos e dos alunos portadores de alguma necessidade especiais.
Nota -se que os mesmos têm um olhar diferenciado para elas. Ainda há inúmeros desafios no processo de inclusão serem vencidos, pois há diferentes pontos de vista em relação a esse processo, aprender a lidar com estas situações e certificar de que os alunos estão evoluindo em todos os seus aspectos, dentro de suas possibilidades e limitações não é uma tarefa fácil. É um trabalho de cooperação entre os professores, família e comunidade escolar.
Considerações finais
O presente trabalho nos mostra que ensinar crianças com necessidades educacionais especiais ainda é um grande desafio para as instituições regular de ensino. Todos os dias é necessário refletirmos sobre esse processo que é incluso e ao mesmo tempo torna-se tão excluso.
Pensar na inclusão escolar das pessoas com deficiência, implica em considerá-la uma prática permanente nas escolas, firmada principalmente no projeto político pedagógico e efetivada pela ação consistente do corpo docente, visando garantir o direto de todos os alunos que necessitam de uma educação diferenciada.
O processo de ensino inclusivo traz serias implicações para os professores e para a escola, pois o mesmo requer uma formação continuada e uma preparação efetiva dos profissionais da educação, um desenvolvimento pedagógico com práticas diferenciadas e inclusivas. Metodologias que resulte em novas maneiras de perceber e atuar com as diferenças de todos os alunos, potencializando suas habilidades conforme suas limitações.
Por mais esforços e mudanças que as leis propiciaram no decorrer dos anos, ainda há muito a ser feito, pois percebe-se algumas mudanças positivas como: Um olhar mais aprofundado em relação a essas crianças, o preparo dos docentes em aperfeiçoarem suas práxis e o cumprimento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) em vigor tem um capítulo específico para a Educação Especial.
Nele, afirma-se que “haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de Educação Especial”.4 de mar. de 2020. O papel da sala de recurso o AEE e de incluir essas crianças cuidadosamente no processo de inclusão, facilitando sua aprendizagem, locomoção e a permanências delas na escola.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. 9394/1996. BRASIL.
INCLUSÃO – REVISTA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL. Secretaria da Educação Especial,
out. 2005; jan./jul. 2010.
MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo: Moderna.
SANTOS, Boaventura de Souza Santos. A construção multicultural da igualdade e da diferença. Coimbra: Centro de Estudos Sociais. (Oficina do CES nº 135, janeiro de 1999).