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CRIANÇAS COM ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO: DESAFIOS E PERSPECTIVAS DA INCLUSÃO NO CONTEXTO ESCOLAR

Daniela Ferdinando Carris[1]

Karoline Schaedler da Silva[2]

Iracy Espírito Santo Arruda[3]

Kellen Simonini Molina[4]

 

 

RESUMO

A inclusão de alunos superdotados depende de vários aspectos a acontecer no contexto escolar, e um dos aspectos mais importantes para incluir essas crianças na escola são práticas educativas criativas. Ensinar com arte é uma boa possibilidade para que as crianças se sintam motivadas a frequentar a escola. No contexto escolar, a inclusão destas crianças pode significar um progresso importante para a ciência em vários campos de conhecimento. Mas muitas escolas ainda não estão preparadas para alunos com AHSD frequentar sem serem percebidos, eles têm práticas educacionais exclusivas e desestimulantes para atender estudantes. Nesse sentido, esta pesquisa visa enfatizar a importância da formação de professores para desenvolver a criatividade de alunos superdotados na escola. Destaca-se que a inclusão de alunos superdotados depende de um bom trabalho docente desenvolvendo a criatividade durante as aulas. O professor como princípio mediador central do processo de ensino-aprendizagem deve proporcionar práticas educativas criativas, atividades artísticas como pintura, desenhos, teatro, entre outras práticas de atendimento crianças superdotadas. Só assim estes alunos podem desenvolver sua curiosidade e desejo de participar aulas na escola.

 

Palavras-chave: Altas Habilidades. Inclusão. Superdotação.

 

 

INTRODUÇÃO

 

No mundo da educação, uma criança superdotada e talentosa é definida como alguém que tem aptidão ou talento excepcional em uma ou mais áreas. Enquanto algumas crianças superdotadas são separadas de seus pares e educadas em salas de aula especiais para superdotados e talentosos, outras são atendidas por se envolverem em aulas e atividades especiais de enriquecimento, durante ou depois da escola.

Quando as crianças são classificadas como "superdotadas", seu ambiente começa a percebê-las de forma diferente. A forma como suas famílias, amigos e colegas os percebem é alterada por esse rótulo. Isso foi evidenciado em inúmeras investigações. No entanto, não há muitas evidências de como essa mudança afeta os alunos, principalmente devido ao viés da pesquisa em “deficiências” e a conotação social geral positiva em relação à superioridade em habilidades dessas crianças. Neste contexto, surge o tema: CRIANÇAS COM ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO: DESAFIOS E PERSPECTIVAS DA INCLUSÃO NO CONTEXTO ESCOLAR.

Reconhecer a superdotação de um aluno, tirando-o da sala de aula de educação geral, muitas vezes pode ter efeitos colaterais negativos. Manter os alunos superdotados na sala de aula por meio de um programa de inclusão total, no entanto, pode anular alguns desses efeitos colaterais. Em uma sala de aula de inclusão total, os alunos superdotados ficam na sala de aula com alunos de todas as habilidades e a instrução em sala de aula é diferenciada, permitindo que os alunos superdotados recebam instrução em seu nível enquanto ainda interagem com seus colegas. É importante ressaltar que o apoio da escola e da família para a formação de alunos superdotados é essencial, especialmente em uma sociedade tão desigual e excludente. Segundo Rech & Freitas (2005), é necessário, além disso, proporcionam um ambiente acolhedor, em casa e também na escola. Sua família e sua escola poderiam oferecer para estes alunos: atenção, amor, compreensão sobre suas necessidades especiais, entre outros aspectos que são essenciais para que eles desenvolvam suas habilidades adequadamente.

É necessário promover condições favoráveis para a formação de alunos superdotados, porque se não houver incentivo para esses estudantes, estamos cada vez mais distantes para nos tornarmos um país desenvolvido, que tem seus recursos humanos para resolver problemas complexos que experimentamos ou que podemos enfrentar no futuro.

De acordo com Martins e Chacon (2012) é importante que a escola saiba como proporcionar aos alunos superdotados uma educação que permita um bom desenvolvimento social e emocional respeitando seus limites, suas capacidades e os sentimentos deles. Cada aluno é diferente e tem muitas singularidades. É essencial aceitar suas diferenças e permitir o seu progresso no contexto escolar.

A formação de professores deve considerar questões importantes como:  analisar, atender e possibilitar a melhoria dos processos amplos de escolarização, incluindo as mais diversas diferenças na escola. Deve ter reflexos sobre as caraterísticas, necessidades e procedimentos pedagógicos específicos para todas as necessidades especiais presente no contexto escolar.

 

 

A SUPERDOTAÇÃO NÃO IMPLICA EM SER MELHOR OU PIOR QUE AS DEMAIS PESSOAS, SIGNIFICA APENAS SER DIFERENTE.

 

Crianças superdotadas são definidas como aquelas acima de 3 desvios padrão da média em testes de inteligência, ou aquelas que são prodígios em determinados domínios. A inclusão de crianças com dificuldades de aprendizagem inclui tornar as aulas acessíveis à criança e dar-lhe acesso a todo o currículo do período letivo. Da mesma forma, uma sala de aula inclusiva deve garantir a todas as crianças um ambiente de respeito à diversidade intelectual e não permitir discriminação devido às diferentes habilidades de cada dupla. Uma escola inclusiva para crianças com facilidades de aprendizagem não deve impor restrições devido à idade, concedendo as mesmas facilidades a uma criança mais nova do que a uma criança mais velha que tenha requisitos semelhantes.

Assim, pode-se afirmar que AHSD não é apenas aquele indivíduo que sabe todas as respostas na escola, mas pode ser também aquele aluno que nem sempre tira nota máxima, mas que possui grande facilidade em desenvolver atividades especifica com qualidade e facilidade superior a seus pares (atletas, músicos, interpessoais). Segundo Sabatella (2012) a superdotação não implica em ser melhor ou pior que as demais pessoas, significa apenas ser diferente.

É importante salientar que a criança é avançada do ponto de vista intelectual, mas imatura emocionalmente. O professor deve estar atento a esta possível falta de sincronia intelectual e afetivo ou físico. Por exemplo, uma criança superdotada pode apresentar leitura precoce, porém ter dificuldade em manipular um lápis, pois suas habilidades motoras não estão totalmente desenvolvidas.

É essencial ter práticas educativas criativas para atender às necessidades especiais dos alunos superdotados; as crianças terão um ensino repetitivo como seus outros colegas de classe, por isso, se não houver desenvolvimento da criatividade, não é inclusão.

Guenther (2012) enfatiza que não basta apenas identificar alunos com alto potencial, é importante que o corpo docente promova um ambiente estimulante de criatividade em suas aulas. Este ambiente deve despertar a curiosidade e interesse dos alunos. Wechsler (1998) aponta algumas sugestões para os professores desenvolverem a criatividade dos alunos, entre eles, é possível destacar:

 

  • Incentivar os alunos a fazerem seus projetos pessoais como forma de reconhecer suas habilidades e talentos;
  • Motivar os alunos a serem curiosos; permitir que os alunos tenham diferentes ideias; fornecer oportunidades para exploração do meio ambiente, sempre que possível deixe-os sair do espaço físico limitado da classe sala;
  • Dar oportunidade aos alunos de propor perguntas e testar suas hipóteses, mesmo que essas questões pareçam adequado ou absurdo no início; tente estimular sua curiosidade em aprender e desencorajar sua memorização;
  • Incentivar os alunos a encontrar as respostas para os problemas; dar aos alunos a liberdade de escolher entre diferentes formas de resolver um problema, diversificando as oportunidades para uma atividade proposta; entre outros estímulos para o desenvolvimento da criatividade.

O contexto escolar inclui muitas diferenças que exigem a preparação do corpo docente para trabalhar de forma diferente para atender as características de cada aluno. Assim, o campo ético do movimento de inclusão é marcado pela firmação ou negação de cada indivíduo, aceita em sua singularidade, respeitada pela diferença que o torna único entre todos os seres humanos (SABATELLA, 2005).

Superdotação e criatividade são temas não mencionados em muitos cursos de Psicologia. Maior parte da pedagogia, os cursos não têm assunto relacionado a currículo, educação ou programas sobre superdotação. É importante que exista Programas de capacitação sobre superdotação continuam a frequentar a educação de estudantes superdotados em todos os níveis e tipos de ensino (ALENCAR, 2001).

Nesse sentido, a escola que oferece atendimento especializado a alunos superdotados, deve proporcionar atendimento adequado por professores e psicólogos para essas crianças com necessidades educacionais especiais, para que elas pelo seu próprio sistema educacional.

No entanto, é possível perceber que a presença de crianças com características únicas continua a significar uma preocupação comum para professores que desconhecem as necessidades especiais que seus alunos têm, e quando as pessoas identificaram essas necessidades, elas não são capazes de lidar com essa situação.

Consequentemente, essas     crianças     sentem-se     excluídas     e desencorajadas a continuar o processo de ensinar e aprender. “Alunos com Alta Habilidade / Superdotação estão presentes em grande número nas escolas e muitas vezes não são percebidos pelo professor e pela família” (FREITAS, NEGRINI, 2008).

Guimarães (2007) explica que os professores precisam ter uma boa formação e capacitação na área de superdotação, evitando preconceitos e ideias inadequadas. Eles devem participar da fase de identificação, mas também desenvolver um currículo mais flexível para crianças superdotadas.

O treinamento de professores deve incluir um ensino que tenha o poder de mudar o ambiente escolar, mas de forma confortável, a aprendizagem deve ocorrer como algo que causa prazer e satisfação.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O presente artigo objetivou apresentar uma questão: qual é a combinação mais adequada de metodologias e estratégias para inclusão de alunos com altas habilidades e/ou superdotação?

Neste sentido, o artigo justifica-se diante pela necessidade da adoção de estratégias que estimulem frequência de alunos com altas habilidades, pois é um desafio para muitas escolas. A inclusão dessas crianças é muito difícil, porque muitos professores não estão preparados para desenvolver um ensino interessante e criativo para atender às suas necessidades especiais.

Martins e Chacon (2012) explica que o ensino feito a partir das práticas educativas criativas torna-se mais prazeroso, sustentável e satisfatória. E, portanto, durante o processo de ensino da inclusão, a equipe precisa criar vínculos para que as crianças superdotadas possam ser motivadas, tenham liberdade de expressão para desenvolver sua criatividade de forma estimulante ambiente e apresentam relações interpessoais bem sucedidas em seu entorno.

O serviço educativo especializado para alunos superdotados deve ser contínuo, porque este serviço pode ajudar essas crianças a superar suas dificuldades emocionais, sociais e intelectuais. É enfatizada a importância de cada escola oferece práticas inclusivas que promovem o desenvolvimento de capacidades e talentos através de um ensino desafiador (FERREIRA, 2018).

Silva & Aranha (2005) enfatizam que a educação deve ter um sistema educacional que reconheça espelha e responde com eficiência pedagógica, cada indivíduo que está inserido no contexto escolar. Educação essa que poderia fornecer sua ação transformadora com práticas inclusivas que atendem a todos os indivíduos.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ALENCAR, E. M. L. S. Criatividade e Educação de Superdotados. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.

 

ALENCAR, E. M. L. S.; FLEITH, D. Superdotados: Determinantes, Educação e Ajustamento. São Paulo: EPU, 2003.

 

CAMPOY Hosser. Mapeamento Dos Métodos Quantitativos Utilizados No Congresso Anpcont. Revista RC da UFBA, 12(3), 153-174. doi:10.9771/rc- ufba.v12i3.26342, 2018.

 

FREEMAN, J; GUENTHER, Z.C. Educando os mais capazes. São Paulo: EPU, 2000.

 

FREITAS, S. N.; PÉREZ, S. G. P. B. Altas habilidades/superdotação: atendimento especializado. Marília, SP: ABPEE, 2012.

 

GIL, A. C. Projetos de Pesquisa. -5. ed.- São Paulo: Atlas, 2010.

 

GUENTHER, Z.C. Capacidade e talento: um programa para a escola. São Paulo: EPU, 2006.

 

LANDAU, E. A coragem de ser superdotado. Trad. Sandra Miessa. São Paulo: CERED, 2002.

 

MARTINS, B. A. CHACON, Miguel Cláudio M. Identificação de características de altas habilidades/superdotação apresentadas por alunos matriculados em escola de ensino regular. Disponível em: https://www.marilia.unesp.br/Home/Extensao/papah/identificacao_ah-sd.pdf.

Acesso em 02 jan. 2023.

 

PRODANOV, Cleber. Cristiano.; FREITAS, Ernani. Cesar de. Metodologia do Trabalho Científico: métodos e técnicas de pesquisa e do trabalho acadêmico. 2 ed. Novo Hamburgo: FEEVALE, 2013.

 

RENZULLI, J. S. O que é esta coisa chamada superdotação, e como a desenvolvemos? Uma retrospectiva de vinte e cinco anos. Revista Educação, Porto Alegre, Ano XXVII, n. 1, jan./abr. 2004.

 

SABATELLA, M. L. P. Talento e Superdotação: problema ou solução? Curitiba: Editora IBPEX, 2005.

 

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo. Cortez, 2007.

 

VIRGOLIM, A. M. R. Altas habilidade/superdotação: encorajando potenciais. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007

 

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