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O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Claudineia Borges de Jesus[1]

 

 

RESUMO:

A proposta deste Tcc concentra-se no estudo da presença do lúdico no cotidiano escolar da educação infantil. O estudo de como os jogos e brincadeiras se manifestam como uma estratégia presente nas ações educacionais das turmas de educação infantil.A brincadeira é ação intrínseca a vida infantil, por isso pode ser um instrumento eficiente para ser utilizado no processo educacional da criança. Através de uma pesquisa alicerçada nos fundamentos de alguns autores e seguindo a realidade escolar estudada identifica que a utilização do lúdico aliado a atividades pedagógicas pode transformar o aprender numa ação prazerosa que produz resultados positivos.

 

Palavras-chave: Educação Infantil; Lúdico; Criança.

 

 

INTRODUÇÃO

 

O tema trata da utilização da atividade lúdica no ambiente escolar, onde os jogos e brincadeira lúdicas é conhecido como qualquer movimento que tem como objetivo em si mesmo, produzir prazer quanto a sua execução, ou seja, divertir o praticante. O jogo é uma característica do comportamento infantil e a criança dedica maior parte do seu tempo a ele, o jogo tem um papel importante nas áreas de estimulação da escola e é uma das formas mais naturais da criança entrar em contato com a realidade, sendo o jogo de regras um papel especial para as crianças da educação infantil.

Após presenciar inúmeras situações escolares em que existe a verdadeira separação entre e aprender e o brincar, foi possível entrar em contato com uma realidade em que as crianças eram estimuladas e educadas através de atividades lúdicas. Surgiu, então ,o interesse de estudar essa realidade que trazia o lúdico como elemento presente em sua proposta pedagógica.

O presente trabalho se constitui em estudo sobre a presença do lúdico no cotidiano escolar da educação infantil. Iniciou-se o trabalho realizando-se um levantamento bibliográfico e depois foi feito uma pesquisa bibliográfica buscando encontrar autores que propiciassem o suporte teórico necessário para a abordagem do tema proposto. Os estudos, avaliações e conceitos desses autores contribuíram para embasar o desenvolvimento do trabalho.

E por fim, foi feito uma leitura e documentação do trabalho proposto, para ficar com conhecimento na utilização das práticas lúdicas em sala de aula na educação infantil, podendo colaborar no processo de aprendizagem das crianças.

O mesmo aborda ,sobre a importância do brincar na construção do conhecimento e também o jogo de regras e aprendizagem . Assim valorizando a importância do lúdico com crianças de dois e cinco anos. Contento um trabalho que servirá para esclarecer dúvidas de como é empregado o cotidiano da educação infantil

 

 

DESENVOLVIMENTO

 

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

 

Ao abordar a brincadeira de forma histórica, segundo FRIEDMANN (1992, p. 71), pode-se ressaltar que o conteúdo social da mesma tem mudado através dos tempos. Porém, a sua essência raramente se altera. Dentro de cada faixa etária, o jogo da criança responde sempre às mesmas características lúdicas. Ao brincar e jogar, a criança fica tão envolvida com o que está fazendo que coloca na ação seu sentimento e emoção. A brincadeira na fase operacional concreta é um elo integrador entre os aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais. Brincando e jogando, a criança ordena o mundo à sua volta, assimilando experiências e informações, incorporando atividades e valores. A atividade lúdica revela-se como instrumento facilitador da aprendizagem, possuindo valores educacionais essenciais, criando condições para que a criança explore seus movimentos, manipule materiais, interaja com seus companheiros e resolva situações-problemas.

O brincar pode ser visto como um recurso mediador no processo de ensino- aprendizagem, tornando-o mais fácil. O brincar, segundo RIZZI; HAYDT (1987, p.5) enriquece a dinâmica das relações sociais na sala de aula, possibilitando um fortalecimento da relação entre o ser que ensina e o ser que aprende.

As brincadeiras, segundo PIAGET (1973), fazem parte do patrimônio lúdico- cultural, traduzindo valores, costumes, forma de pensamentos e aprendizagem. Os jogos e as brincadeiras fornecem à criança de sete a dez anos a possibilidade de ser um sujeito ativo, construtor do seu próprio conhecimento, alcançando progressivos graus de autonomia frente às estimulações do seu ambiente.

A intervenção do professor, é indispensável no processo de ensino-aprendizagem, e interação social para o desenvolvimento do pensamento e raciocínio lógico. As provocações do professor faz com que a criança busque reflexão sobre suas próprias ações. Junto e com afeto, aluno e professor podem transformar o conhecimento em um processo contínuo de construção. De acordo com AQUINO (1996, p. 34), a relação professor-aluno é muito importante, a ponto de estabelecer posicionamentos pessoais em relação à metodologia, à avaliação e aos conteúdos. Se a relação entre ambos for positiva, a probabilidade de um maior aprendizado . A força da relação professor-aluno é significativa e acaba produzindo resultados variados nos indivíduos. O papel do professor é estimular , provocar o raciocínio , criar condições e ambiente propicio para provocar curiosidade na criança , assim estimular a construção de seu conhecimento.

A tarefa essencial do educador deve estar voltada para seduzir o aluno, para que ele deseje e, desejando, aprenda. Os jogos também contribuem para o desenvolvimento do pensamento lógico-matemático. Através deles, criam-se situações de aprendizagem para a criança. “O ensino da matemática fundir-se-á à aprendizagem natural, espontânea e prazerosa que as crianças experimentam desde o nascer.” (FAGALI E DEL RIO DO VALE, 1993, p. 15). Os jogos desafiam o pensamento da criança, provocando desequilíbrio, proporcionando descobertas e invenções, não a memorização mecânica.

Busca criar um ambiente estimulador, envolto num clima de respeito mútuo, no qual o professor procura ajudar o seu aluno a estruturar sua personalidade, autonomia, auto-estima, iniciativa própria e conhecimentos. É colocado por PIAGET (1984, p.29), que aprender, realmente, é um processo de investigação pessoal em que se formulam hipóteses como faz um pesquisador, o qual tem inspirações, engana-se, avança e recua, sofre e se alegra sucessivamente.

As verdadeiras aprendizagens não se fazem copiando do quadro ou prestando atenção ao professor. A audácia de abandonar as cartilhas e confrontar os alunos com a riqueza do contato simultâneo com todas as letras, qualquer palavra, frases e textos, é que, de forma significativa, têm revertido os insucessos em muitas salas.

 

 

O JOGO DE REGRAS E A APRENDIZAGEM

 

O jogo de regras atinge seu ponto mais alto com as crianças de sete anos, idade esta em que a criança se encontra no 1° ano do ensino fundamental.

A criança, ao jogar, segundo PIAGET (1978), depara - se com uma situação- problema gerada pelo jogo e tenta resolvê-la, a fim de alcançar o seu objetivo (ganhar o jogo). Para tanto, cria procedimentos, organiza-se em formas de estratégias e avalia-os em função dos resultados obtidos que podem ser bons ou maus.

Caso os procedimentos empregados conduzam ao fracasso, a criança poderá experimentar conflitos e contradições.

Sendo assim, a criança começa a fazer uma avaliação do jogo e de seus resultados buscando razões que expliquem o porquê da vitória ou da derrota. Desta forma a tomada da consciência torna - se inevitável, assim vão se formando mecanismos de equilíbrio acionados regularmente, quando se fizer necessário para fazer escolhas, em consequência, novos e mais eficazes meios vão sendo descobertos para alcançar o objetivo proposto pelo do jogo.

 

Os professores podem guiá-las proporcionando-lhes os materiais apropriados mais o essencial é que, para que uma criança entenda, deve construir ela mesma, deve reinventar. Cada vez que ensinamos algo a uma criança estamos impedindo que ela descubra por si mesma. Por outro lado, aquilo que permitimos que descubra por si mesma, permanecerá com ela. (PIAGET, 1998, p. 42).

 

O Jogo de regras, segundo PIAGET (1998), possibilita desprender os mecanismos de equilíbrio cognitivo, logo, constitui um poderoso meio para beneficiar o desenvolvimento e a aprendizagem. Não é o jogo em si, mais a ação de jogar que depende da compreensão das regras do jogo.

Por portar regras o jogo supõe organização e coordenação que inserem dentro do quadro de natureza lógica. Além disso, quando joga, para MACEDO; PETTY & PASSOS, 1996 a criança dá outras informações a serem consideradas, tais como: que tipo de postura adota, como se relacionam com os parceiros, quais as reações apresenta e como lida com os materiais.

Através da postura da criança é possível observar se ela é passiva, preferindo agir de acordo com o que o adulto espera, mesmo que isto a faça perder, ou se reage, mostrando sua força, independente de quem seja o seu adversário.

Como já foi dito, jogar é fundamental para o desenvolvimento da criança, por isso é imprescindível que o educador proporcione situações-problema a serem soluciona pela criança, para que estas situações sejam revistas e analisadas, e a mesma faça uma pausa para pensar sobre o jogo, o que colabora para melhorar o seu desempenho .Por meio dessas intervenções, a criança vai percebendo, gradativamente, que algumas de suas ações são inadequadas, sendo levada a construir outros esquemas de ações superiores aos anteriormente adotados.

Portanto, a má jogada é percebida e há uma tentativa de superação; dessa situação desfavorável gera-se uma compreensão do problema, levando o jogador a escolher melhor as jogadas, diminuindo a freqüência de erros, sendo capaz de justificar as suas ações. Por isso, a capacidade de jogar possibilita ao indivíduo um espaço para a resolução de problemas que o rodeia.

Independente do nível em que a criança se encontre VYGOTSKY (1998, p.97), jogar contribui para o seu desenvolvimento e favorece a passagem para níveis superiores. Por isso, pode-se utilizar jogos para tornar os erros observáveis, ou seja, a criança tem a oportunidade de exercitar a identificação de erros e tentar evitar aquele grupo de ações que levam a uma jogada ruim ou à derrota. No contexto dos jogos, é possível oferecer suporte para a criança que pode sentir-se desafiada a jogar novamente, aproveitando as boas jogadas e eliminando aquelas que a afastam da vitória.

Por todo o exposto, a utilização do lúdico na escola é fundamental para promover atividades com jogos, buscando um meio de aprendizagem prazeroso para a criança, ao mesmo tempo em que facilita o trabalho do educador, pois, através dos jogos, pode ser feita facilmente uma investigação do modo de pensar dos alunos, para ajudá-los a compreender os conteúdos escolares e superar suas dificuldades.

 

 

CONCLUSÃO

 

Conclui-se neste TCC, que as atividades lúdicas são uma mídia privilegiada para a aplicação de uma educação que vise o desenvolvimento pessoal e a cooperação. Aprovada sempre na qualidade do suporte de como planejar, preparar e dirigir atividades lúdicas e também na qualidade da mensagem, procurando transmitir para as crianças um conteúdo educacional adequado e desejável. Podendo assim, entrelaçar suporte e mensagem, de forma a produzir um veículo adequado a formação de cidadãos plenos, autoconfiantes, éticos e construtivos. O jogo representa sempre uma situação-problema a ser resolvida pela criança, e a solução deve ser construída pela mesma, senão, portanto, uma boa proposta o jogo na sala de aula, pois propicia a relação entre parceiros e grupos.

Diante da pesquisa e do embasamento teórico utilizado, pode-se concluir que o jogo é uma ferramenta de trabalho muito proveitosa para o educador, pois através dele, o mesmo pode introduzir os conteúdos de forma diferenciada e bastante ativa,desenvolvendo assim o ensino-aprendizagem de forma lúdica.

 

 

REFERÊNCIAS

 

AQUINO.J.G. A desordem na relação professor-aluno.In: Aquino.J.G. ( org) Indisciplina na escola: alternativas teóricas e praticas.8 ed. São Paulo: Summus, 1996.

 

FAGALI, Eloísa Quadros; DEL RIO DO VALE, Zélia. Psicopedagogia Institucional aplicada: a aprendizagem escolar dinâmica e construção na sala de aula.Petrópolis: Vozes, 1993.

 

FRIEDMANN, Adriana. O direito de brincar: a brinquedo teca. São Paulo: Scritta: ABRINQ, 1992.

 

MACEDO, L., PETTY, A. L. S. & PASSOS, N. C. Aprender com jogos e situações problemas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. 3ªed. Rio de Janeiro: Ed. Zahar, 1973.

PIAGET, Jean. Para onde vai a educação? Rio de Janeiro: José Olympio, 1984.

 

PIAGET, Jean. Problema de psicologia genética. São Paulo: Victor Civita, 1978.

 

PIAGET, J. A psicologia da criança. Ed Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.

 

, Leonor, Haydt, Regina Célia . Atividades lúdicas na educação da criança. São Paulo : Ática, 1987.

 

VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. 6. ed., São Paulo: Livraria Martins Fontes, 1998.

 

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