Buscar artigo ou registro:

 

 

INCLUSÃO DE ESTUDANTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA SALA DE AULA COMUM DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Mário Marcelino da Silva[1]

 

RESUMO

O ensino voltado para A inclusão escolar na sala de aula comum é relevante para o pleno desenvolvimento intelectual e afetivo dos estudantes com deficiência, em particular dos alunos diagnosticados com transtornos do espectro autista. O encontro com outras crianças através dessa inclusão na sala de aula comum pode possibilitar ao estudante autista, desenvolver melhor a capacidade de aprendizagem e socialização. É relevante os educadores entenderem que é necessário aprender e estudar sobre os alunos com necessidades especiais, para que possam trabalhar de maneira mais eficiente e, assim proporcionar de fato a inclusão desses estudantes. O objetivo do presente trabalho foi trazer uma reflexão a respeito da importância da inclusão de alunos autista na sala de aula comum. Para alcançar o objetivo almejado foi utilizado como metodologia o levantamento bibliográfico na internet onde foi possível o acesso a trabalhos relacionados ao tema em estudo. No presente trabalho foi constatado que a inclusão do estudante autista na sala de aula comum traz importantes benefícios para sua participação na sociedade e para seu desenvolvimento intelectual e afetivo. Foi constatado também, que é importante não apenas colocar o estudante com necessidades especiais na sala de aula comum, mas também oferecer condições para que ele realmente possa participar ativamente do processo de ensino aprendizagem para que aconteça de fato sua inclusão.

PALAVRAS-CHAVE: Inclusão escolar. Educação significativa. Desenvolvimento intelectual e afetivo.

 

 

1 INTRODUÇÃO

 

A inclusão escolar é importante para o pleno desenvolvimento intelectual e afetivo dos estudantes com deficiência, em especial dos alunos com transtornos do espectro autista. No Brasil, principalmente após década de 1980 houve transformações importantes no campo da educação especial. A contribuição de documentos como a constituição de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e a Declaração de Salamanca foi importante para incentivar o avanço da educação especial na sala de aula comum. O encontro com outras crianças através dessa inclusão na sala de aula comum pode possibilitar ao estudante autista, desenvolver melhor a capacidade de aprendizagem e socialização.

Ao levarmos em consideração os déficits na interação social e na comunicação, padrões de comportamento repetitivos, como principais características do autismo, podemos acreditar na importância da inclusão desses estudantes na sala de aula comum visando melhorar a interação social e o ensino aprendizagem. Certamente pode ser mais proveitoso o estudante autista ter a oportunidade desse convívio com outras crianças, ou seja, Ter a oportunidade de aprender coletivamente. 

Para se alcançar objetivos de aprendizagens é importante o uso de metodologias que facilitem o entendimento e compreensão por parte do aluno. Além do conhecimento dos conteúdos, o profissional de educação precisa ter métodos de ensino para que possa obter êxito em sua prática, docente. Esse desafio se intensifica quando nos referimos a educação especial (inclusiva), pois muitas vezes o profissional não está capacitado para receber um estudante com deficiência, em especial autista na sala de aula comum.

É importante os educadores entender que é preciso aprender, estudar sobre os alunos com necessidades especiais, para que possam trabalhar de maneira mais eficaz e assim proporcionar realmente a inclusão desses estudantes. Além disso, levar em consideração o trabalho em conjunto do professor da sala de aula comum e do profissional da educação inclusiva deve ser levado em consideração no enfrentamento da eliminação das barreiras para a aprendizagem.

Portanto, o presente trabalho teve com objetivo geral trazer uma reflexão a respeito da importância da inclusão de alunos autista na sala de aula comum. Com isso, fazendo com que os profissionais da educação reflitam a respeito de sua prática docente no que diz respeito e educação inclusiva. Os objetivos específicos foram buscar identificar estratégias que contribuam para a inclusão de alunos autista na sala de aula comum; Analisar e identificar meios que contribuam para integração e socialização do estudante autista na turma regular de ensino; analisar a importância do aprendizado do aluno autista através do trabalho coletivo.

Portanto, Cabe destacar que é significativo refletir a respeito da inclusão de alunos autista na sala de aula comum, assim como pensar métodos que ajude o profissional da educação a conseguir êxito em sua prática docente. Com isso, este trabalho traz uma contribuição importante para os profissionais da educação e para os educandos, em particular os alunos com autismo, pois poderão ter melhorias em sua qualidade de ensino aprendizagem e inclusão social.

A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica na qual foi possível o acesso a trabalhos relacionados ao tema em estudo disponíveis na rede mundial de computador em site de busca como “googleTM,” que focam a respeito do tema abordado. Nesse momento foi utilizado como termos chaves “A importância da educação inclusiva”; “Estratégias metodológicas para inclusão do estudante autista na sala de aula comum”; “A educação especial e o trabalho coletivo”. Com isso, foi possível fazermos uma reflexão a respeito de como melhorar a prática docente e o ensino aprendizagem voltado para a educação inclusiva em particular para os estudantes com Transtorno do espectro autista.

 

 

2 DESENVOLVIMENTO

 

A inclusão escolar é de suma importância para o pleno desenvolvimento intelectual e afetivo dos estudantes com deficiência, em especial dos alunos com transtornos do espectro autista. O encontro com outras crianças através dessa inclusão pode possibilitar ao estudante autista, desenvolver melhor a capacidade de aprendizagem e socialização. Porém, É sabido que mesmo sendo um direito assegurado pela constituição, ainda existe diversas barreiras no que diz respeito a uma efetiva inclusão de alunos com deficiência na sala de aula comum.

 

Em nenhum momento ouvimos falar em pessoas que nada aprendem; pois temos sedimentado, muitas vezes o pensamento fixo que o aprendizado só é verdadeiro se estiver correlacionado aos conteúdos acadêmicos. Na educação especial as regras devem ser outras, desde que o aluno tenha aprendido algo que, de certa forma beneficiará sua vida pessoal, familiar, já podemos contar pontos positivos. (RUIZ, 2008, p.9)

 

Em relação a aprendizagem na educação especial, é importante levarmos em consideração essa importância de aprender algo que de certo modo ajudará na vida pessoal e familiar, pois isso já pode ser visto como algo que ajudará essa pessoa na sua qualidade de vida e no seu convívio em sociedade, ou seja, facilitará sua inclusão social.

 

Breve Histórico da educação especial no Brasil

É consenso entre diversos estudiosos que antes da década de 1950, a educação especial não era discutida de forma significativa. Portanto, foi principalmente após década de 1980 que houve transformações importantes no campo da educação especial no nosso país.

 

A Educação Especial tinha como orientação o documento intitulado Política Nacional de Educação Especial (1994), o qual apresentava como fundamentos a Constituição Federal (1988), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 4.024/61), o Plano Decenal de Educação para Todos (1993) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990). (Battisti; Heck; Michels, 2015, p.10)

 

É importante destacarmos que a lei de diretrizes e bases da Educação, a constituição Brasileira e a declaração de Salamanca, foram incentivadores da inclusão, pois todos defendem que o atendimento de estudantes com deficiência deve ser especializa assim como de preferência na rede regula de ensino. Portanto, tendo grande relevância para o incentivo da expansão da educação especial no Brasil.

Ao consultarmos a constituição federal de 1988, no Artigo 208 inciso III está escrito que o dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino. Na lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, o quinto capítulo é destinado a educação especial. Podemos destacar o capítulo 58:

 

Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. (BRASIL, 1996)

 

Portanto, podemos considerar a LBDN como uma grande incentivadora para o crescimento da oferta da educação especial no Brasil. Nela é defendido o direito de acesso e permanência do estudante com deficiência na escola preferencialmente na sala de aula regular, serviço de apoio especializado, currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica, para atender às suas necessidades dentre outras providências.

 É importante destacarmos também, a Declaração de Salamanca de 1994, que veio para mudar o cenário da educação mundial, passando a exercer influência significativa na formulação das políticas públicas voltadas para a educação inclusiva. Santos e Teles (2012, p. 81), apud (Heck; Michels, 2015, p.10-11) destacam que esse documento foi criado para apontar aos países a necessidade de políticas públicas e educacionais voltadas a atender todas as pessoas de modo igualitário. Essa declaração ainda enfatiza a real necessidade da inclusão educacional das pessoas que apresentam quaisquer necessidades educacionais especiais. Portanto, podendo ser considerado um documento importante para fazer aumentar o incentivo no que diz respeito a educação inclusiva em diversos países, inclusive no Brasil.

 

A importância da inclusão do estudante autista na sala de aula comum

 

Hoje sabe-se que o autismo não é uma doença única, mas sim um distúrbio de desenvolvimento complexo, que é definido de um ponto de vista comportamental, que apresenta etiologias múltiplas e que se caracteriza por graus variados de gravidade. Na manifestação clínica dos diferentes quadros observa-se a influência de fatores associados que não necessariamente fazem parte das características principais do autismo. Entre eles cita-se como de grande importância a habilidade cognitiva. Os diferentes graus de possibilidades na comunicação, nas habilidades sociais e nos padrões de comportamento na criança autista motivaram a expressão transtornos globais de desenvolvimento (TDGs) que constituem o espectro dos transtornos autistas. Os comportamentos que definem o autismo incluem déficits qualitativos na interação social e na comunicação, padrões de comportamento repetitivos e estereotipados e um repertório restrito de interesses e atividades. (GADIA, 2006, p.423 apud RUIZ, 2008, p.20, grifo nosso)

Nessa condição, existe um marcado e permanente prejuízo na interação social, alterações da comunicação e padrões limitados ou estereotipados de comportamentos e interesses. As anormalidades no funcionamento em cada uma dessas áreas devem estar presentes em torno dos três anos de idade. (KLIN, 2006, p. 54 apud AMBRÓS, [2017?], p.211, grifo nosso)

 

Portanto, levando em consideração esses déficits na interação social e na comunicação, padrões de comportamento repetitivos, como principais características do autismo, podemos acreditar na importância da inclusão desses estudantes na sala de aula comum visando melhorar a interação social e o ensino aprendizagem. 

 

A inclusão escolar possibilita à criança autista o encontro com outras crianças, cada uma em suas singularidades, o que muitas vezes não acontece em outros espaços pelos quais que frequentemente priorizam um atendimento individual. O espaço escolar possibilita a vivência e experiências a partir da relação com outras crianças. (COSTA, 2015, p.15)

 

É importante o encontro da criança autista com outras crianças, como destaca o autor supracitado, cada uma em suas singularidades, o que na maioria das vezes não acontecem em espaços que priorizam um atendimento educacional individual. Portanto, pode-se defender que pode ser mais proveitoso o estudante autista ter a oportunidade desse convívio com outras crianças. Ter a oportunidade de aprender coletivamente. 

 

E ao deparar com esse aluno em sala de aula devemos pensar o quanto é importante um trabalho coletivo entre os profissionais que atendem o aluno, tanto na escola como fora dela. Como também é essencial os professores procurarem capacitação sobre autismo. (AMBRÓS, [2017?], p.216)

 

É interessante a presença desse trabalho coletivo entre os profissionais que atende o aluno na escola e além da escola, como cita a autora, pois essa coletividade pode proporcionar melhores resultados no processo de ensino aprendizagem. Também é muito importante a questão da qualificação dos professores para que possam se aprofundar e aprender mais sobre o autismo para que tenham condições de ajudar e, cada vez mais oferecer um atendimento educacional qualificado e significativo.

Ainda de acordo com (Ambrós, [2017?], p.216)

 

Além disso, é indispensável expor que o aluno com transtorno do espectro autista necessita de um ensino em que possa aprender e ao mesmo tempo colaborar com os seus pares. Isto é, é essencial que o aluno com autismo aprenda junto com os seus colegas para que eles possam fazer trocas de experiências. Todo esse trabalho integrado é importante para o desenvolvimento sociocognitivo do aluno autista.

 

Portanto podemos afirmar que a autora destaca o quão é relevante a aprendizagem colaborativa entre o estudante autista e os demais alunos. Logo as trocas de experiências proporciona uma aprendizagem junto com os colegas e não apenas com o professor. Assim, esse trabalho integrado é relevante para o desenvolvimento sociocognitivo do estudante autista.

Logo, Essa pratica pedagógica colaborativa contribui positivamente para inclusão do aluno com TEA, tendo assim uma ativa participação, presença e aprendizagem no âmbito escolar, com isso sendo fundamental para que aconteçam avanços significativos no desenvolvimento social, afetivo e cognitivo desse estudante.

 

 

Estratégias metodológicas para a busca da inclusão do estudante autista na sala de aula comum

 

Sabe-se que para se alcançar objetivos de aprendizagens é importante o uso de metodologias que facilitem o entendimento e compreensão por parte do aluno. Assim, podemos afirmar que além do conhecimento dos conteúdos, o profissional de educação precisa ter métodos de ensino para que possa obter êxito em sua prática, docente. Esse desafio aumenta quando nos referimos a educação especial (inclusiva), pois muitas vezes o profissional não está capacitado para receber um estudante com deficiência, em especial autista na sala de aula comum.

 

Em relação à inclusão, é fundamental para nós, educadores, investirmos nos estudos sobre os alunos com necessidades especiais, em particular os autistas, para sabermos como trabalhar de maneira eficaz com esses alunos. Torna-se importante um trabalho em conjunto da professora da sala, com a educadora especial e também com outros profissionais para assim poder colocar em prática atividades convenientes que possam melhorar o desenvolvimento social, intelectual e afetivo do aluno com autismo. (AMBRÓS, [2017?], p.210)

 

Portanto, a autora acima mencionada destaca a importância de os educadores estarem buscando aprender, estudar sobre os alunos com necessidades especiais, para que possam trabalhar de maneira mais eficaz e assim proporcionar realmente uma inclusão desses estudantes. A autora também remete a importância do trabalho em conjunto do profissional da sala com o profissional da educação inclusiva e outros profissionais para que seja possível colocar atividades convenientes que possam melhorar o desenvolvimento do estudante. Ou seja, é desafiante, mas com esse trabalho conjunto fica mais fácil de conseguir colocar em prática as atividades e estratégias que venham a ajudar os estudantes com deficiência, em particular os autistas no processo de desenvolvimento social, intelectual e afetivo.

Esse trabalho em conjunto com outros profissionais na busca de trazer atividades convenientes e atrativas é relevante para ajudar o estudante autista eliminar as barreiras para a aprendizagem. Nesse sentido (Ambrós, [2017?], p.217) destaca que “É interessante que os educadores planejem aulas interessantes, agradáveis, que “prendam” a atenção dos alunos, em especial do aluno com autismo, e assim consigam eliminar as barreiras para a aprendizagem”.

Ainda de acordo com (Ambrós, [2017?], p.217)

 

É preciso investigar estímulos, assuntos que o aluno goste e também conhecer o que ele já sabe. Ou seja, é importante o professor trabalhar interesses da turma, adequando o conteúdo de acordo com as necessidades e potencialidades de cada aluno da turma, pois favorece positivamente a inclusão do aluno com autismo, já que esses procedimentos são primordiais para a participação, aprendizagem e presença desse aluno em sala de aula.

 

Portanto, é importante essa atenção e cuidado por parte do professor para que ocorra essa participação da turma através da adequação do conteúdo de acordo com as necessidades e potencialidades de cada aluno para que aconteça uma contribuição para a inclusão do aluno autista.

Gillberg (2005) apud (Costa, 2015, p.14-15) destacou a necessidade de estabelecer um ambiente favorável à pessoa com autismo, de modo a melhorar suas possibilidades psicoeducativas. Com esse objetivo propôs algumas
recomendações aos educadores: Aplicar diversidade de abordagens e intervenções; Ampliar informações acerca do autismo; Aceitar o aluno, sem querer “normalizá-lo”; Criar e compartilhar espaços de aceitação e inclusão social; Estabelecer parceria com a família e constituir uma rede social de apoio, dentre outros.

Portanto, podemos perceber que é importante está aberto para uma diversidade de abordagens e intervenções, ou seja, o professor não deve seguir uma única forma de intervenção. Ele deve estar apto a está buscando informações a cerca do autismo, pois através do conhecimento mais aprofundado a respeito do tema ele terá melhores condições de exercer um trabalho mais significativo. Também é relevante destacarmos a questão de aceitar o aluno como ele é, ou seja, sem querer “normalizá-lo”. A necessidade da criação e compartilhamento de espaços de aceitação e inclusão social é um ponto relevante que o autor cita, pois ao criarmos esse espaço estamos dando condições de o autista realmente fazer parte do meio em que está inserido.

 

A adaptação de métodos de ensino necessária para receber inclusive crianças com dificuldades intelectuais é tudo o que a escola atual precisa para finalmente oferecer um ensino de qualidade no Brasil; as escolas precisam disso para ontem, tendo ou não pessoas com deficiência mental nas salas de aula. Esses métodos são extremamente salutares e benéficos a todos pois devem estar baseados na cooperação mútua entre os alunos e na construção do conhecimento individual, dentro de suas potencialidades, que podem ficar além ou aquém daquilo que seria tradicionalmente transmitido pela professora nas aulas baseadas em palestras, que já não conquistam o interesse dos alunos. (FÁVERO, 2002, p.34-36 apud Ruiz,2008, p.8)

 

Como bem destaca o autor supracitado, é importante essa adaptação de métodos de ensino visando receber crianças com necessidades intelectuais para que assim a escola atual possa oferecer um ensino efetivo. É importante destacar que esses métodos não são importantes apenas para os alunos especiais, mas para todos, pois como bem defende o autor, esses métodos devem estar baseados na cooperação mútua entre os alunos e na construção do conhecimento individual. Portanto, podendo ir além do tradicionalismo transmitido pelo profissional da educação que já não conquista o interesse dos estudantes.

 

As escolas com propostas inclusivas devem reconhecer e responder às diversas dificuldades de seus alunos, acomodando os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade para todos mediante currículos apropriados, modificações organizações, estratégias de ensino, recursos e parcerias com as comunidades. A inclusão exige da escola novos posicionamentos que implicam num esforço de atualização e reestruturação das condições atuais, para que o ensino se modernize e para que os professores se aperfeiçoem, adequando as ações pedagógicas à diversidade dos aprendizes (VELTRONE; MENDES, 2007, p.2 apud Battisti; Heck; Michels, 2015, p.12).

Para que a escola possa promover a inclusão do autista é necessário que os profissionais que nela atuam tenham uma formação especializada, que lhes permita conhecer as características e as possibilidades de atuação destas crianças. Tal conhecimento deveria ser efetivado no processo de formação desses profissionais, sobretudo dos professores que atuam no ensino fundamental (SILVA; BROTHERHOOD, 2009, p. 3 apud Battisti; Heck; Michels, 2015, p.17).

 

Gikovate (2009, p. 15) apud (Battisti; Heck; Michels, 2015, p.18) destaca que para haver de fato uma inclusão escolar da criança com autismo é relevante ser levado em consideração qual a necessidade desta, a partir disso deve-se fazer as adaptações na sala de aula. Dessa forma é importante que o autista se sinta próximo ao professor, que o professor peça para a turma cuidados com barulhos ou sons específicos, muitas vezes irritantes para o autista e que a criança tenha acesso a dicas do que acontecerá no dia-a-dia através de informação visual.

 

 

3 CONCLUSÃO

 

Ao discutirmos a respeito da importância da inclusão dos estudantes com necessidades especiais na sala de aula comum, vimos que essa inclusão contribui para o pleno desenvolvimento intelectual e afetivo dos estudantes com deficiência, em particular dos alunos com transtornos do espectro autista. O encontro com outras crianças através dessa inclusão pode possibilitar ao estudante autista, desenvolver melhor a capacidade de aprendizagem e socialização.

Foi possível constatar também, que para alcançar os objetivos de aprendizagem e tornar possível a inclusão dos alunos com transtorno do espectro autista, é importante o uso de metodologias e estratégias de aprendizagem que facilite o entendimento e compreensão por parte do aluno autista: o trabalho em conjunto do profissional da sala comum com o profissional da educação inclusiva e outros profissionais; aprendizagem colaborativa entre o estudante autista e os demais alunos; adequação do conteúdo de acordo com as necessidades e potencialidades de cada aluno; A ampliação da diversidade de abordagens e intervenções, ou seja, o professor buscar seguir mais de uma forma de intervenção.

Portanto, concluímos que é importante não apenas colocar o estudante com necessidades especiais na sala de aula comum, mas também oferecer condições para que ele realmente possa permanecer e participar ativamente do processo de ensino aprendizagem para que aconteça de fato sua inclusão.

 

 

4 REFERÊNCIAS

 

AMBRÓS, Danieli Martins. O aluno com transtorno do espectro autista na sala de aula: caracterização, legislação e inclusão. 1º seminário luso-brasileiro de educação inclusiva: O ensino e a aprendizagem em discussão. Disponível em: https://editora.pucrs.br/anais/i-seminario-luso-brasileiro-de-educacao-inclusiva/assets/artigos/eixo-3/completo-3.pdf acesso em 13 de set. de 2022.

 

BATTISTI, Aline Vasconcelo; HECK, Giomar Maria Poletto; MICHELS, Lísia Regina Ferreira. A inclusão escolar de crianças com autismo na educação
básica: teoria e prática. Trabalho de conclusão de curso, Universidade Federal da Fronteira sul. Chapecó, 2015. Disponível em: https://rd.uffs.edu.br/bitstream/prefix/1251/1/BATTISTI%20e%20HECK.pdf acesso em 13 de set de 2022.

 

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República. Disponível em: https://normas.leg.br/api/binario/d9c9c09c-ee80-42c9-a327-20fd195213c7/texto acesso em 16 de set. de 2022.

 

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. 9394/1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm acesso em 16 de set. de 2022.

 

COSTA, Izabel Cristina Da. Aprendizado coletivo: Uma estratégia para a inclusão de um aluno autista. Trabalho de conclusão de curso (Especialização), Universidade de Brasília (UNB). Brasília, 2015. Disponível em: https://bdm.unb.br/bitstream/10483/15751/1/2015_IzabelCristinaDaCosta_tcc.pdf acesso em 12 de ago. De 2022.

 

RUIZ, Hérica Elaine Barbosa. Metodologias alternativas no aprendizado de pessoas com necessidades educativas especiais, incluindo deficiência mental, em níveis diversificados de comprometimento. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1037-4.pdf acesso em 12 de set. de 2022.

 

[1] O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.