MUDANÇAS CLIMÁTICAS E A VIDA HUMANA NO PLANETA

Luzinete da Silva Mussi[1]

Lúcio Mussi Júnior

RESUMO:

Atualmente a humanidade enfrenta grade impacto e severas transformações globais provocados por ações da humanidade que ao longo do tempo foram degradando o meio ambiente. Entre tais problemas destacam-se as mudanças climáticas que afetam de forma severa os ecossistemas e biomas, a produção de alimentos e pode dificultar gradativamente a permanência humana em várias regiões do globo. Deste modo, este trabalho foca nos impactos causados pelas mudanças climáticas, em suas causas, bem como na necessidade de preservação ambiental.

Palavras-chave: Conscientização. Impactos ambientais. Mudanças climáticas.

INTRODUÇÃO

Frente às mudanças climáticas que vêm ocorrendo gradativamente nas últimas décadas, percebe-se a necessidade de estudos acerca de suas possíveis consequências, bem como de formas de desacelerá-las e minimizar suas consequências para a vida humana em nosso planeta.

Neste sentido, a presente pesquisa tem como foco o entendimento acerca das mudanças climáticas e suas consequências, como também as formas de se reduzir tais mudanças e os impactos trazidos por elas. De posse de tal conhecimento, buscar-se-á a produção de uma cartilha visando a conscientização de alunos do ensino fundamental com relação à gravidade de tal problema.

A pesquisa se dará por meio de revisão bibliográfica em busca da base de conhecimento necessária para a elaboração de material atrativo de fácil compreensão, capaz de levar aos alunos o conhecimento de forma simples e direta.

DESENVOLVIMENTO

Em linhas gerais o termo “segurança alimentar” refere-se ao direito do ser humano de ter acesso a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente, sem que pra isso precise comprometer a satisfação de outras necessidades essenciais.

Com relação à definição de “segurança alimentar”, destacam-se dois conceitos, um referente ao acesso ao alimento e outro referente à qualidade desse alimento.

Mudanças climáticas podem ser definidas como variações em escala global de fatores como temperatura, precipitação e nebulosidade. Faz-se importante destacar que, ao ser falar de tempo refere-se a alterações climáticas locais por períodos de tempo geralmente curtos. Um exemplo seria dizer que o tempo está ruim hoje. Já quando se fala de clima, observam-se períodos médios ou longos em uma região inteira ou mesmo globalmente.

Deste modo, percebe-se que ao falar de mudanças climáticas, trata-se de alterações que vêm ocorrendo ao longo de décadas e estão afetando o mundo como um todo.

Com relação à produção, distribuição e consumo de alimentos e as mudanças climáticas no Brasil, pesquisas apontam que o aumento de temperatura tende a inviabilizar algumas culturas nas regiões mais quentes do país. Com isso, tais culturas perderiam espaço drasticamente e seriam deslocadas para regiões de temperaturas mais amenas. Culturas como grãos (inclusive soja) e também o café, seriam bastante prejudicadas.

O deslocamento das áreas de cultivo para regiões de clima mais ameno exigiria toda uma alteração na logística envolvendo o setor, modificando todo o sistema de distribuição de produtos e insumos. A questão da redução da área cultivada afetaria de forma marcante o consumo de alimentos pela população, tanto rural como também urbana.

As mudanças climáticas promovem a redução das terras agricultáveis através da inviabilização climática para o cultivo de determinada cultura em determinada região. A soja, por exemplo, produzida em larga escala no estado de Mato Grosso, caso a temperatura suba a níveis não tolerados pela cultura, ela acaba tornando-se inviável no estado. Ou ainda se o regime de chuvas deixar de atender à necessidade dessa cultura, também pode elevar muito os riscos de perda do plantio a ponto de inviabilizá-lo.

Com relação aos principais impactos da possível diminuição da produção agrícola em nosso país, podemos destacar a redução da produção de alimentos que poderia ocasionar o aumento da forme, sobretudo entre a população menos favorecida e grandes prejuízos para o agronegócio que tem sido um dos setores que mais cresce no Brasil. Esse prejuízo poderia atingir por cadeia, diversos outros setores da economia nacional originando uma crise generalizada no país.

A população rural, em um possível cenário de diminuição da produção de alimentos seria duplamente impactada já em um primeiro momento. Tendo em vista ser o setor produtivo, a redução de produção impacta diretamente sua renda, fato que interfere em sua capacidade de compra dos alimentos que ele próprio não produz. Neste sentido, um agricultor que produza soja, por exemplo, caso tenha prejuízos com sua lavoura, terá dificuldades para prover o sustento da família, dos funcionários e da propriedade até a próxima colheita. Já o outro fator de impacto seria o próprio alimento produzido. Um agricultor que produza hortaliças, por exemplo, em caso de redução de produção, terá sua renda comprometida e também poderá sofrer com a redução para consumo do produto que ele está produzindo, já que, geralmente quem produz hortaliças para comercialização também consome seus próprios produtos.

Com relação aos impactos para a população urbana de uma possível redução da produção de alimentos, podemos destacar os elevados preços e o desabastecimento. Neste caso, a diminuição da oferta de produtos faz com que os preços subam, reduzindo o poder de compra principalmente das parcelas menos favorecidas da população. Já, dependendo do grau de diminuição da produção, pode ocorrer que, mesmo com o preço mais elevado, ainda haja o desabastecimento em algumas regiões e, nesse caso, ainda que a pessoa tenha o dinheiro para efetuar a compra, passará necessidades pela ausência de oferta do produto.

As principais soluções ou alternativas apresentadas para que a segurança alimentar se estabeleça apesar das mudanças climáticas envolvem principalmente alterações no modo de produção agrícola e no uso dos recursos naturais nestes processos produtivos. Neste sentido, o uso da tecnologia se faz muito importante visando a redução do desperdício de recursos e o aumento da produtividade.

Assim, os sistemas de irrigação bem dimensionados de modo a atender as necessidades das lavouras mas minimizando o máximo possível o uso da água, a utilização de fertilizantes e insumos de maneira programada e consciente, a rotação de culturas visando preservar o solo, a associação da pecuária com agricultura para a redução dos impactos ambientais da criação de gado, a utilização do sistema de plantio direto que agride menos o solo, a manutenção das matas ciliares visando a proteção dos rios e nascentes, bem como a redução do desmatamento e das queimadas visando a manutenção do regime de chuvas de cada região.

Possíveis soluções para a possibilidade de um maior conforto climático e segurança alimentar:

- reduzir a emissão dos gases causadores do efeito estufa: redução do uso de combustíveis fósseis, incentivo para a utilização de energia renovável e combustível, redução do consumo de energia, pesquisas por maior eficiência energética, redução de queimadas, associação de pastagens com lavouras, melhoria no transporte público visando a baixa emissão de poluentes e incentivo a pesquisas que busquem meios de produção menos poluentes para todos os setores;

- redução, reaproveitamento e reciclagem: medidas para reaproveitar o que já foi produzido, reduzindo o material descartado e reduzindo o uso de recursos naturais na produção de novos materiais;

- utilização consciente dos recursos naturais: investir em tecnologias que possibilitem reduzir a utilização dos recursos naturais, água, por exemplo, nos processos produtivos;

- produção com baixo carbono: investir no desenvolvimento de tecnologias produtivas com baixa emissão de carbono;

- redução do desmatamento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da presente pesquisa é possível perceber a grande relevância das mudanças climáticas para a vida humana na terra. Nota-se que tais mudanças, caso nada seja feito para freá-las, tendem a reduzir significativamente a produção de alimentos e, além da fome, uma grande crise teria início no setor de agronegócios e se estenderia por todos os demais setores.

Como fator mais agravante, percebe-se que tais mudanças climáticas tendem a afetar todo o globo, de modo que nenhum país está livre de suas consequências ou tem possibilidades de enfrentá-las sozinho.

No entanto, salienta-se neste trabalho, que medidas mitigadoras podem ser tomadas para desacelerar as alterações climáticas e minimizar seus efeitos às populações do planeta. Tais medidas envolvem ações de todos, desde o cidadão comum, os setores produtivos e os governos.

Deste modo, frente à necessidade que todos os seres humanos têm de se alimentarem de forma satisfatória, surge a responsabilidade de todos, frente à adoção das medidas necessárias à contenção das mudanças climáticas.

Com isso, esta pesquisa mostra-se como material de apoio a ser trabalhado com visando a necessidade de levar a conscientização e a consciência ambiental à nossa juventude.

REFERÊNCIAS

ADAPTACLIMA. Segurança Alimentar e Nutricional no Contexto da Mudança do Clima. Disponível em: http://adaptaclima.mma.gov.br/seguranca-alimentar-e-nutricional-no-contexto-da-mudanca-do-clima#:~:text=A%20mudan%C3%A7a%20do%20clima%20pode,regular%20e%20permanente%20aos%20alimentos%2C Acesso em out. 2020.

ASSAD, E. et al. Impactos das Mudanças Climáticas na Produção Agrícola Brasileira. Banco Mundial. 2013. Disponível em: https://www.profor.info/sites/profor.info/files/web%20brasil_2030_portugues_0.pdf Acesso em out. 2020.

ECYCLE. O que são mudanças climáticas? Disponível em: https://www.ecycle.com.br/3177-mudancas-climaticas.html. Acesso: out. 2020.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Aquecimento Global e a Nova Geografia da Produção Agrícola no Brasil. Disponível em: https://www.agritempo.gov.br/climaeagricultura/CLIMA_E_AGRICULTURA_BRASIL_300908_FINAL.pdf Acesso em out. 2020.

MELLO, Janine. Estratégias de superação da pobreza no Brasil e impactos no meio rural. Rio de Janeiro: IPEA, 2018.

OCDE. Integração da Adaptação às Alterações Climáticas na Cooperação para o Desenvolvimento: Guia para o Desenvolvimento de Políticas. OCDE, 2011. Disponível em: https://read.oecd-ilibrary.org/development/integracao-da-adaptacao-as-alteracoes-climaticas-na-cooperacao-para-o-desenvolvimento_9789264110618-pt#page1 Acesso em out. 2020.

TORREZAN, R. Árvore do conhecimento: tecnologia de alimentos. Disponível em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/tecnologia_de_alimentos/arvore/CONT000fi7nk4h 802wyiv80mr28rzsom2nj4.html Acesso em out. 2020.

[1] Diretora do Instituto Saber de Ciências Integradas. Pedagoga. Licenciada em Educação Física. Psicopedagoga Clínica e Institucional. Especialista em Sociologia e Filosofia e em Gestão Educacional. Mestra em Ciências da Educação. O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.