APLICAÇÃO DE JOGOS E BRINCADEIRAS COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO DE GEOGRAFIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Marta Regina Woiciechoski Leimann[1]
RESUMO:
A educação infantil no Brasil surgiu com traços de influência dos costumes europeus, chegando ao país com opiniões divididas. Ao longo dos anos, ligada à história da mulher trabalhadora, caracterizou-se como uma instituição substituta do lar materno. Os principais pontos desenvolvidos dentro da escola estão relacionados ao conhecimento básico de números e letras, buscando aprimorar o desenvolvimento lúdico. O presente artigo tem como objetivo apresentar a aplicação de jogos e brincadeiras como estratégia de ensino de geografia na educação infantil. O presente artigo tem como objetivo apresentar a aplicação de jogos e brincadeiras como estratégia de ensino de geografia na educação infantil. As atividades de brincadeiras e jogos, além de desenvolverem conceitos geográficos, devem levar o grupo a interagir visto que esse é um aspecto essencial para o melhor desenvolvimento social. As atividades devem explorar o espaço e os sentidos sensoriais, buscando uma maior interação com a natureza e favorecendo a fixação dos conceitos. Os jogos fazem parte do cotidiano da educação infantil e apresentam vantagens para o desenvolvimento intelectual e social das crianças. Jogos que exploram experiências sensoriais, como tato, olfato, paladar, visão e audição são a base para garantir o interesse da criança e permitir uma maior fixação dos conceitos.
PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento; Brincar; Educação Infantil.
INTRODUÇÃO
Desde muito tempo o pensamento geográfico faz parte das indagações humanas, uma vez que A educação infantil no Brasil surgiu com traços de influência dos costumes da Europa, chegando ao país com opiniões divididas, mas com o passar dos anos, vinculada à história da mulher trabalhadora, caracterizou-se como uma instituição substituta ao lar materno (CARNEIRO, 2012).
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (2017), através do artigo 29 define a educação infantil como a “primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até cinco anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.
Sendo assim os principais pontos desenvolvidos dentro da escola são relacionados ao conhecimento básico de números e letras, buscando aprimorar o desenvolvimento lúdico, fazendo com que a criança aprenda a relacionar com outras crianças, crie suas próprias experiências e passe a ter privacidade (LORO, 2015).
Rodrigues e Saheb (2018) afirmam que a educação infantil como primeira etapa da educação básica é tida como parte do processo de integração dos indivíduos e através da interdisciplinaridade pode contribuir de forma decisiva para formação de fatores relevantes do indivíduo.
Levando em conta os benefícios da aplicação de novos conceitos na educação infantil, Martins (2015) baseia-se no que foi definido por Frago (1993) quanto a necessidade de apresentar conhecimentos múltiplos, decodificando outros signos diferentes dos alfabéticos, tais como a leitura do mundo, das paisagens, imagens, cada vez mais heterogenias, a alfabetização geográfica nas séries iniciais, para afirmar a importância do desenvolvimento de conteúdos relacionados a geografia nos primeiros anos da educação.
Juliasz (2017) ao estudar a relação entre geografia e cartografia na educação infantil conclui que a criança é compreendida como ser capaz de aprender, refletir, criar, trocar, dialogar e ensinar sobre o espaço, e o conhecimento geográfico na Educação Infantil, por meio do pensamento espacial, é essencial pois as crianças podem ampliar seus conhecimentos espaciais.
Compreendendo a importância da ampliação do conhecimento na educação infantil, sabendo dos benefícios já verificados para o desenvolvimento social após a aplicação de conceitos de geografia, o presente artigo tem como objetivo apresentar a aplicação de jogos e brincadeiras como estratégia de ensino de geografia na educação infantil.
DESENVOLVIMENTO
A educação infantil é composta por profissionais especializados que atuam aplicando cuidados às crianças que valorizem a criatividade sem deixar de lado o currículo a ser cumprido, para isso um ambiente adequado deve conter um espaço dinâmico, bastante explorado, de fácil acesso, limpo e seguro (LORO, 2015).
Dentre as estratégias de ensino a utilização de brinquedos e brincadeiras é uma das mais utilizadas, visto que apresenta elevada aceitação e já faz parte da natureza infantil, colaborando na evolução dos aspectos físico, social, cultural, afetivo, emocional e cognitivo (FLORES, 2011).
Araujo e Reszka (2016) afirmam que uma preocupação crescente é que os brinquedos atuais, cada vez mais modernos e tecnológicos, estão tomando espaço dos antigos, tirando a necessidade do contato físico com amigos e colegas e deixam de lado o interesse em produzir seus próprios brinquedos.
As brincadeiras reunidas como estratégia de ensino buscam não só a aplicação dos conceitos de geografia de forma lúdica, mas também o retorno da necessidade de interação entre colegas e o desenvolvimento cognitivo.
A primeira atividade é o quebra-cabeças, elaborado em material atóxico e com peças em alto-relevo tem como objetivos estimular os sentidos da criança através da visão e tato, trabalhando cognição, desenvolve a coordenação e aumenta a percepção de espaço (PORTO, 2016).
Quando é possível o uso de espaços externos é possível aplicar conceitos de geografia física, realizando brincadeiras como caça ao tesouro, fotografias e desenhos, explorando a análise do espaço como tipo de solo, rochas, vegetação e insetos típicos que possam ser encontrados (CASTROGIOVANNI, 2000).
Buscando o desenvolvimento da geografia regional é possível trabalhar as diferenças culturais dentro do próprio estado, país ou entre continentes, apresentando a culinária típica, desenvolvendo um piquenique com a turma, produzindo brinquedos típicos com uso de materiais recicláveis, além do desenvolvimento do canto e da dança (LENCIONI, 1999; PIRES, 2009). A aplicação de músicas e danças é uma atividade que relaciona a expressão corporal, bem como identificar silêncios, pausas, sons e canções favoritas.
Todas essas atividades comprovam que brincando a criança desenvolve a capacidade de imaginar, inserindo-se na cultura e na sociedade, tudo isso é ainda maior quando o brincar envolve o chamado “faz de conta”, a brincadeira e o faz de conta também são meios de a criança desenvolver a linguagem. Imaginando, ela se comunica, constrói histórias e expressa vontades (LORO, 2015).
CONCLUSÃO
O presente trabalho visou apresentar possibilidades de brincadeiras como estratégia de ensino de geografia na educação infantil, já que entende-se que nessa fase é de grande importância o desenvolvimento de conceitos de espaço e região.
As brincadeiras fazem parte do cotidiano da educação infantil e apresentam vantagens para o desenvolvimento intelectual e social das crianças. Brincadeiras que exploram experiências sensoriais, como tato, olfato, paladar, visão e audição são a base para garantir o interesse da criança e possibilitam a maior fixação dos conceitos a serem aplicados.
REFERÊNCIAS
ARAUJO, C. de; RESZKA, M. F. O Brincar, As Mídias e As Tecnologias Digitais na Educação Infantil. Universo Acadêmico. V. 9, n.1, p. 175 – 191, 2016.
CARNEIRO, R. U. C. Educação Inclusiva na Educação Infantil. Infância e Escolarização. V. 8, n.12, 2012.
CASTROGIOVANNI, A. C. (Org.). Ensino de Geografia: Práticas e textualizações no cotidiano. Porto Alegre: Mediação, 2000
FLORES, Cristina Domingos. A importância do brincar para o desenvolvimento da criança de 0 a 3 anos. Trabalho de conclusão de curso (Pedagogia – Licenciatura Plena) – Universidade Federal da Paraíba, 2011.
FRAGO, A. V. Alfabetização na sociedade e na história. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
JULIASZ, P. C. S. O Pensamento Espacial na Educação Infantil: uma relação entre Geografia e Cartografia. Tese apresentada à Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo para a obtenção do título de Doutora em Educação. 260p. 2017.
LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Coordenação de Edições Técnicas: Senado Federal, Brasília. 58p. 2017.
LENCIONI, S. Região e Geografia. São Paulo: Edusp, 1999.
LORO, A. R. A Importância do Brincar na Educação Infantil. 42f. 2015 Trabalho de Conclusão de Curso (Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul) – Bacharel em Educação Física. 2015.
MARTINS, R. E. M. W. O Uso da Literatura Infantil no Ensino de Geografia nos Anos Iniciais. Revista GEO UERJ. N. 27, p. 64-79, 2015.
PIRES, A. M. A Dramatização como procedimento de ensino nas aulas de geografia. Monografia (Especialização em Ensino de Geografia): Pontifícia Universidade Católica - PUC/SP, 2009.
PORTO, I. M. R. Ensinar Geografia na Educação Infantil: Oficina Lúdica “Natureza e Sociedade”. Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Pará. V. 0, n.1, p. 92-106, 2016.
RODRIGUES, D. G.; SAHEB, D. A Educação Ambiental na educação infantil segundo os saberes de Morin. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 99, n. 253, p. 573-588, set./dez. 2018.
[1] Professora, Avenida Porto Alegre, 2525, Bairro Centro, E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.