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A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Marinalva de Jesus Oliveira de Freitas

Marta Ferreira e Carvalho

 

 

RESUMO

O presente Artigo científico foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica e documental e teve como finalidade analisar a importância da leitura e da contação de histórias na Educação Infantil e como o desenvolvimento desta páprica contribui para o desenvolvimento da criança nesta fase. Vários autores foram analisados por meio de leitura bibliográfica e documentos que enfocam este tema, concluindo que estes momentos são de fundamental importância e precisam ser planejados para que sejam realizadas em momentos e ambientes adequados, pois, desta forma é possível desenvolver a imaginação, adentrando no mundo da fantasia, desenvolvendo a escuta, enriquecendo o vocabulário, envolvendo linguagens distintas. Nesse sentido, o estudo realizado mostra e enfoca a necessária intervenção e mediação do docente para a construção do hábito da leitura na criança. Nestes termos, pode-se afirmar que a leitura é um processo contínuo que depende de várias metodologias e estratégias, as quais devem estar de acordo com a idade ou estágio cognitivo. É valido lembrar ainda que, o ato de ler proporciona aos alunos a possibilidade de construir seu próprio conhecimento e com este crescer em vários aspectos, como: intelectual, cultural, político e histórico. Enfim, a contação de histórias e a leitura no contexto da Educação Infantil trazem experiências gratificantes para as crianças e constitui um elemento inestimável para a sua formação e desenvolvimento de maneira integral.

 

Palavras-chave: Educação Infantil. Criança. Leitura. Contação de histórias.

 

 

INTRODUÇÃO

 

O presente trabalho foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica em fontes como: a Lei de Diretrizes Bases da Educação nacional, Parâmetros Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, BNCC, Isabel Solé, entre outros autores que abordam a importância da leitura e da contação de história no contexto escolar, a fim de compreender a importância de desenvolver na criança o hábito da leitura na Educação infantil sabendo se que o desenvolvimento deste habito, quando integrada à afetividade e ao lúdico, contribui para o desenvolvimento da criança.

A escolha do tema deve-se a importância de se criar hábitos saudáveis para a vida, ainda na primeira infância, no caso o gosto pela leitura. Sabe se que a contação de histórias e o manuseio de livros diversos durante as aulas trazem diversos benefícios para os pequenos alunos, dentre eles, o desenvolvimento cognitivo, pois, estimula a imaginação, o poder de observação, amplia as experiências e o gosto pelo artístico fazendo relação entre a fantasia e realidade. Também enaltece a capacidade de dar sequência lógica aos fatos, sentido da ordem, esclarecimento do pensamento, atenção, ampliação do vocabulário, estímulo e interesse pela linguagem oral e escrita.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (2000, p. 64-65) definem a importância da inserção da leitura no ambiente escolar como algo que amplia a visão de mundo, insere o leitor na cultura letrada, estimular o desejo de outras leituras, possibilita a vivência de emoções, o exercício da fantasia e da imaginação, expandi o conhecimento a respeito da própria leitura, aproxima o leitor dos textos e os torna familiares - condição para a leitura fluente e para a produção de textos, possibilita produções orais, escritas e outras linguagens, informa como escrever e sugere sobre o que escrever possibilitando ao leitor compreender a relação que existe entre a fala e a escrita, favorecendo a aquisição de velocidade na leitura e estabilização de formas ortográficas.

Portanto, qualquer ação pedagógica que envolva a Literatura infantil está lidando com a Cultura Infantil: o que a criança vê e como ela interpreta só faz sentido dentro de um determinado repertório de significações possíveis, constituídas dentro de uma determinada cultura (familiar, escolar, religião etc.). Logo, ao propormos atividades de contação de histórias para as crianças, necessariamente, estaremos lidando com as possibilidades concretas de interpretação e criação que cada criança desenvolve, a partir da cultura em que está inserida.

Neste trabalho de pesquisa analisaremos assuntos relevante como por exemplo: a importância de se criar hábitos de leitura nas escolas desde as creches e pré-escola. Analisaremos documentos e leis que abordam este assunto.

E quanto aos educadores será que os mesmos possuem  capacitação para desenvolver o habito da leitura nas crianças? Será que existem incentivos por parte das escolas e do governo quanto a aquisição de materiais adequados a cada faixa etérea?

Considerando que um bom leitor é aquele que sabe relacionar o que ler a vida em sociedade e que a formação deste é tarefa de seus professores, pais e de todos os envolvidos no meio educativo. O que se espera é que cada educador, pais e/ou responsáveis possam se envolver de forma significativa no desenvolvimento da pratica da leitura nas crianças, pois, o sucesso do trabalho depende da contribuição de todos.

 Sabe se que é por meio da brincadeira e da fantasia que a criança se apropria do mundo a sua volta, das regras e das complexidades socioculturais da sociedade a qual pertence, por tanto, cabe ao educador tornar o momento da leitura mais atrativo, dinâmico e mais próximo da realidade dos alunos. Valorizando a linguagem oral e escrita como veículo de comunicação e expressão de todos os povos, abrangendo o desenvolvimento da linguagem, a fim de formar cidadão letrados.

Sendo assim torna-se necessário um trabalho que proporcione atividades lúdicas e que as crianças tenham acesso aos livros em todo o tempo e que posam sentir prazer em manuseá-los. Diante do exposto, surge a necessidade de buscar mais conhecimento sobre o assunto e como melhorar cada vez mais os momentos de leitura e contação de histórias para as crianças.

O Principal objetivo deste trabalho é compreender a importância de desenvolver nos alunos o hábito da leitura, a fim de torná-los leitores e produtores competentes, oferecendo-lhes os mecanismos e condições necessárias ao desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita despertando no aluno o prazer pela leitura, dessa forma ampliando o conhecimento e as capacidades de comunicação.

 

 

  1. DESENVOLVIMENTO

 

Ao ler a Base Nacional Comum Curricular, questionamos alguns pontos: Como a leitura está expressa no atual documento para a Educação Infantil? A concepção de leitura assumida na BNCC é a mesma de documentos anteriores? Partindo de tais questionamentos, em um primeiro momento, é preciso lembrar que os documentos oficiais publicados pelo MEC são de cunho legislativo. Em outras palavras, os documentos respondem à legislação vigente do país, procurando atender às reivindicações da sociedade civil organizada e dos órgãos administrativos da federação, que executam as políticas públicas.

A Constituição Federal Brasileira, de 1988, representou um grande avanço à história da educação e aos direitos das crianças. No artigo 205º, que trata da Educação, da Cultura e do Desporto, a Constituição estabelece que a educação é um direito de todos os brasileiros, sendo dever do Estado e da família, à promoção e o incentivo ao “pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988). A mesma lei ainda assegura a Educação Infantil gratuita em creches e pré-escolas até os cinco anos de idade. Outra lei que regulamenta a educação é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN, Lei nº 9394/96) que incluiu a Educação Infantil como primeira modalidade da educação básica. Esta lei colaborou e fez efervescer a discussão sobre os princípios e fundamentos da educação para a primeira infância. Diante dos dispositivos legais do Estado, o MEC encarrega-se de compor documentos que orientem a Educação Infantil no âmbito nacional, uma vez que a LDB (1996) enfatiza que “a União incumbir-se-á de (...) estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a Educação Infantil (...) que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum” (BRASIL, 1996). Por sua vez, as creches e pré-escolas deverão “no prazo de três anos, a contar da publicação desta Lei, integrar-se ao respectivo sistema de ensino” (BRASIL, 1996). Considerando a LDBEN, a BNCC integra o rol de documentos oficiais para a Educação Infantil. Esta estrutura-se em alguns conceitos que os precedentes documentos já apresentavam, como por exemplo, o conceito de criança exposto nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI). Em ambos os documentos a criança é tomada como sujeito histórico e de direitos, que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (BRASIL, 2009). Outra característica que a BNCC se assemelha às DCNEI se refere aos eixos estruturantes de sua organização curricular: interações e brincadeiras. Esses eixos compõem os direitos de aprendizagens e desenvolvimento das crianças na BNCC. Os direitos de aprendizagem e desenvolvimento integram um conjunto de fazeres – pessoais, sociais e naturais - que dão condições às crianças de agirem ativamente sob os ambientes e vivências propostas.

Os direitos descritos no documento são arrolados como: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se. Destes seis direitos que estão estruturados nos eixos interações e brincadeiras, a Base organiza o currículo para a Educação Infantil em cinco campos de experiências, sendo eles: O eu, o outro e o nós; Corpo, gestos e movimentos; Traços, sons, cores e formas; Escuta, fala, pensamento e imaginação e Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações. Estes campos de experiências são considerados “um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências, portanto, esta pesquisa aborda com mais ênfase o campo de experiência: Fala, Pensamento e imaginação que está diretamente relacionado ao desenvolvimento da linguagem.

Baseado na BNCC, o campo de experiência “Escuta, fala, pensamento e imaginação” fomenta um trabalho de ampliação e enriquecimento do vocabulário e demais recursos de expressão e de compreensão, em que a criança irá se apropriar cotidianamente da língua materna como meio privilegiado de interação. Este campo de experiência pretende aprimorar a criatividade e a relação com as diversas manifestações de linguagem verbal por meio de atividades que despertem a curiosidade e propiciem aos alunos o protagonismo do próprio aprendizado, suscitando desde cedo o pensamento crítico. 

Dentre os campos de experiência, a leitura está sob o campo: ‘Escuta, fala, pensamento e imaginação’, que apresenta o seguinte conceito conforme cita a BNCC:

 

Desde cedo, a criança manifesta curiosidade com relação à cultura escrita: ao ouvir e acompanhar a leitura de textos, ao observar os muitos textos que circulam no contexto familiar, comunitário e escolar, ela vai construindo sua concepção de língua escrita, reconhecendo diferentes usos sociais da escrita, dos gêneros, suportes e portadores. Na Educação Infantil, a imersão na cultura escrita deve partir do que as crianças conhecem e das curiosidades que deixam transparecer. As experiências com a literatura infantil, propostas pelo educador, mediador entre os textos e as crianças, contribuem para o desenvolvimento do gosto pela leitura, do estímulo à imaginação e da ampliação do conhecimento de mundo. Além disso, o contato com histórias, contos, fábulas, poemas, cordéis etc. propicia a familiaridade com livros, com diferentes gêneros literários, a diferenciação entre ilustrações e escrita, a aprendizagem da direção da escrita e as formas corretas de manipulação de livros. Nesse convívio com textos escritos, as crianças vão construindo hipóteses sobre a escrita que se revelam, inicialmente, em rabiscos e garatujas e, à medida que vão conhecendo letras, em escritas espontâneas, não convencionais, mas já indicativas da compreensão da escrita como sistema de representação da língua. (BRASIL, 2017, p. 38- 40).

 

Sabe Se que a Educação Infantil é a base da educação básica, como um alicerce que precisa ser bem construído, aproveitando ao máximo a curiosidade inerente a esta fase, oferecendo a criança a oportunidade de manusear diferentes gêneros textuais, ensinando a função do livro, como manuseá-lo corretamente mesmo ainda não sabendo decodificar, porém o professor como mediador pode mostrar a criança a importância da escrita em um mundo cercado  por uma linguagem verbal.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (2000, p. 64-65) definem a importância da inserção da leitura no ambiente escolar como: ampliar a visão de mundo e inserir o leitor na cultura letrada, estimular o desejo de outras leituras, possibilitarem a vivência de emoções, o exercício da fantasia e da imaginação, expandirem o conhecimento a respeito da própria leitura, aproximar o leitor dos textos e os tornar familiares - condição para a leitura fluente e para a produção de textos, possibilitar produções orais, escritas e outras linguagens, informar como escrever e sugerir sobre o que escrever possibilitar ao leitor compreender a relação que existe entre a fala e a escrita, favorecer a aquisição de velocidade na leitura, favorecer a estabilização de formas ortográficas.

(BRASIL, 2010).  Define a criança como,

 

Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (BRASIL, 2010, p. 12).

 

Ao longo do tempo foram necessárias muitas discussões para se chegar à conclusão de que a criança é, um ser com direitos assegurados. E uma das conquistas foi o respeito as suas múltiplas dimensões como sujeito histórico e para que o respeito a todas essas dimensões sejam asseguradas e desenvolvidas a escola possui um papel fundamental.

Como cita o artigo 29 da LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, estabelece que, “a educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade” (LDB, 2017, p. 22). Portanto a fim de garantir esses direitos as creches e pré-escolas devem oferecer um ambiente que proporcione o desenvolvimento global da criança, e mais uma vez é trazido a tona a importância de se formar leitores e pensadores competentes.

Até aqui vimos que a leitura é fundamental para o desenvolvimento pessoal e até mesmo nacional pois, um povo que tem o hábito de ler possui conhecimentos, e estes, levam a argumentar, questionar e lutar por seus direitos e melhores condições de vida em sociedade. Sabendo disto, o que os governos têm feito para incentivar o hábito da leitura nas escolas? Sobretudo nas creches e pré-escolas que são a base da educação básica.

Nos últimos anos temos visto sim, algumas ações favoráveis ao desenvolvimento da capacidade leitora das crianças, dos jovens e dos adultos. No entanto, sabemos que estes incentivos precisam ter uma continuidade e não apenas campanhas periódicas, são necessários recursos diversos como: acesso a bibliotecas atualizadas a cada fixa etérea e capacitação dos docentes para realizarem um trabalho contínuo. Para isso torna se necessário uma articulação por parte dos governos, municípios e demais órgãos responsáveis pela educação e a cultura. Uma iniciativa das escolas por exemplo, seria trabalhar essa problemática na formação continuada e nestes espaços coletivos criarem estratégias que possam contribuir para uma política leitora que seja permanente de forma que os benefícios destas ações cheguem a toda comunidade escolar.

Um dos programas do governo que podemos citar é o PROLER

 

  • O que é o PROLER?

O Programa Nacional de Incentivo à Leitura/PROLER da Fundação Biblioteca Nacional/MinC foi instituído em 13 de maio de 1992 por decreto presidencial. Foi o primeiro programa do governo federal voltado para a leitura, é um programa de abrangência nacional e sem caráter centralizador, através de suas ações voltadas ao objetivo de estimular iniciativas autônomas em favor da leitura em diversas regiões do país, propicia condições para que projetos de formação de leitores aconteçam em todas as regiões.

 

2.2 Os objetivos do PROLER

  • Promover políticas públicas de inclusão que garantam o acesso ao livro, à leitura e ao material escrito, contribuindo para a formulação de uma Política Nacional e regional de Leitura;
  • Articular ações de incentivo à Leitura entre diversos setores da sociedade;
  • Viabilizar a realização de pesquisas sobre livro, leitura e escrita;
  • Superar deficiências em relação às habilidades de leitura e produção de textos em alunos das redes de ensino;
  • Preparar recursos humanos para ações de desenvolvimento da leitura, refletindo sobre o papel do mediador na relação leitor-obra;
  • Promover o interesse pela leitura e pela escrita, considerando a sua importância para a formação e fortalecimento da cidadania.

O programa é muito bom, porém, faltam mais investimentos podemos dizer que é como se tivéssemos a receita, mas não temos o dinheiro para comprar todos os ingredientes necessários, pois, quando falamos de leitura não se trata apenas de um texto qualquer para ser decodificado é preciso muito mais que isso. Primeiramente incentivos e recursos por parte do governo, sensibilização por parte dos educadores e estes por sua vez envolvam as famílias e juntos percebam a importância de desenvolver nas crianças o gosto pela leitura promovendo um trabalho contínuo voltado para a formação de leitores eficientes.

Em se tratando de formar leitores competentes torna se necessário buscar estratégias que venham contribuir para o desenvolvimento do trabalho de maneira que os objetivos possam ser alcançados.

É na educação Infantil que as crianças começam a construir sua autonomia e o professor pode organizar rodas de conversas, fazer leituras interessantes mostrando imagens e deixando que as crianças deem sua opinião, oferecer livros para que folheiem ensinando a forma correta de manusear o livro, contar a história e deixar que façam o reconto, organizar grupos de leituras coletivas e deixar que todos possam opinar e fazer a trocas dos livros. Usar diferentes gêneros textuais como jornais, receitas contos, fabulas entre outros, utilizar jogos e brincadeiras que envolvam a leitura e muitas outras práticas que poder tornar estes momentos prazerosos e desafiadores.

A prática de narrar histórias é uma das tantas formas empregadas pelo professor em seu trabalho com a leitura em sala de aula. É muito comum essa prática na Educação Infantil, onde os alunos ainda não dominam a tecnologia da escrita, apenas são capazes de ler a linguagem oral, imagens, gestos e o que está em seu entorno. Porém, no decorrer da escolarização posterior, essa prática raramente ocorre e é insuficiente. O que se verifica é o domínio da leitura de textos escritos sobre as demais práticas, dentre estas a de contar histórias.

Segundo o autor mesmo posterior nas series iniciais quando a criança já tem o domínio da escrita e leitura o educador continuar com um trabalho de incentivo à leitura prazerosa, que leva os educandos a cultivar os hábitos pela leitura.

As histórias infantis têm papel fundamental na formação do indivíduo, tornando-o criativo, crítico e capaz de tomar decisões.

Quando se conta uma história, deve-se ter em mente que aquele momento será de grande valia para a criança, pois através desses contos será formado um banco de dados de imagens que será utilizado nas situações interativas vividas por ela.

Assim sendo, Villardi 1999, destaca que:

 

Desde então, o trabalho peculiar do educador deverá despertar na mesma, o interesse pela história, pelo conto, pela leitura, pelo livro. Caso esse contato não seja um momento agradável para eles, acabará despertando repulsa pela leitura. A leitura deve vir cheia de emoção e significado para a criança. As histórias que muitas vezes não possuem relação com o cotidiano dos pequenos, não chamarão a atenção deles, dispersando-se assim sua atenção. Por isso, surge a real necessidade de se apresentar para os futuros leitores uma versão inovadora da leitura, para que possa dessa forma se identificar com essa prática.

 

Existem várias formas de incentivar a criança a gostar de ler, bem como a criar o hábito de leitura. Ser um bom contador de histórias é uma dessas formas, pois as crianças se encantam com o professor, com a entonação de sua voz, os gestos que faz as caras e bocas, os risos ou choros, enfim, tudo aquilo que traz emoção para o momento.

Recomenda-se que o educador faça todo um ritual antes do momento de contar histórias. O ideal é que o professor, ao contar uma história, tenha uma diversidade de estratégias sendo consideradas como principais: tocar a imaginação dos alunos, saber como utilizar a expressão corporal, o ritmo, o gesto, e principalmente a entonação da voz, fazendo com que nesse momento a criança fique envolvida pelo encantamento e pela fantasia.

Sendo assim é ideal que haja na sala o cantinho de leitura onde professor e aluno possam se caracterizar e inovar em cada história contada, com vários apetrechos que enriquecera o conto.

Segundo Isabel Solé (1988), as estratégias de leitura são ferramentas fundamentais para o desenvolvimento de uma leitura eficiente o que faz com que o leitor leia e compreenda o que ler aplicando o conhecimento em seu viver diário. Muitas vezes como professores nos deparamos com alunos que até decodificam, mas, não entendem o que ler e também devido as tecnologias acessíveis cada vez mais sedo as crianças estão perdendo o gosto pelo livro, é preciso que esta prática seja resgatada e que o livro possa ser um momento prazeroso onde a criança possa viajar no mundo da imaginação.

O trabalho com a leitura em sala de aula é apresentado por Solé (1998) em três etapas de atividades com o texto: o antes, o durante e o depois da leitura.

Segundo a autora, constituem as estratégias de compreensão leitora para antes da leitura: Antecipação do tema ou ideia principal a partir de elementos pré-textuais, como: título, subtítulo, do exame de imagens, de saliências gráficas, outros. Levantamento do conhecimento prévio sobre o assunto; Expectativas em função do suporte; Expectativas em função da formatação do gênero; Expectativas em função do autor ou instituição responsável pela publicação.

Atividades durante a leitura: Confirmação, rejeição ou retificação das antecipações ou expectativas criadas antes da leitura; Localização ou construção do tema ou da ideia principal; Esclarecimentos de palavras desconhecidas a partir da inferência ou consulta do dicionário.

 

 

3 CONCLUSÃO

 

Ao termino deste trabalho de pesquisa pude concluir que criar o hábito da leitura na criança da educação infantil é de fundamental importância, pois quando as crianças aprendem a gostar dos livros, apreciam as  história contadas e sentem prazer nestes momentos, nas series posteriores serão alunos que terão um desenvolvimento melhor e seguirão na carreira acadêmica até alcançar seus objetivos. Como mostram os autores citados o contato com as histórias e a leitura desenvolve e valoriza a autonomia intelectual e social, motivando e desafiando as crianças levando-as a compreender o contexto em que vivem e entendendo que podem ser capazes de modificá-lo de acordo com a suas necessidades, ampliando dessa forma sua visão de mundo.

Por meio da leitura, elas descobrem novas possibilidades, novos mundos, vivenciam o imaginário e inventam novas brincadeiras e personagens e o professor tem um papel fundamental neste processo como mediador do conhecimento, aquele que vai criar estratégias, para que todos os seus alunos aprendam a gostar dos livros, proporcionando momentos agradáveis e divertidos nos quais as crianças mesmo sem saber ler possam fazer uma leitura do mundo em que vivem e possam acreditar que ele pode ser transformado quando buscamos e acreditamos nos nossos sonhos.

Diante dos textos estudados conclui-se que é possível formar cidadãos leitores, se houver o interesse e dedicação por parte dos docentes, mesmo não havendo muitos incentivos por parte dos governos. Como educadores podemos fazer a diferença primeiramente com o nosso exemplo e usar a criatividade para criar uma rotina com momentos diários em nossas aulas dedicados a leitura e a contação de histórias.

Sabemos que vivemos em um mundo cada vez mais tecnológico e as crianças desde muito cedo já têm acesso a celulares, tablets, internet, televisores etc. A competição e grande, mas, as estratégias utilizadas podem fazer toda a diferença no processo, pois, somente quem conhece a importância da literatura na vida de uma pessoa, quem sabe o poder que tem um livro, quem sabe os benefícios deste hábito simples com certeza haverá de dizer que não há tecnologia no mundo que substitua o prazer de ler, de tocar as páginas de um livro e encontrar nelas um mundo repleto de encantamento.

Por fim, recomenda-se mais estudos sobre a importância da leitura e contação de histórias na Educação Infantil, assim como as atividades lúdicas, envolvendo diferentes gêneros textuais como forma de promover uma ressignificação das práticas pedagógicas e potencialização da construção do conhecimento.

 

 

BIBLIOGRAFIA

 

BRASIL Referencial curricular nacional para a Educação Infantil. Volume: Introdução. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

 

BRASIL. Referencial curricular nacional para a Educação Infantil. Volume: Conhecimento de mundo. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

 

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20 de dezembro de 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 05 de junho de 2022.

 

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 03 de junho de 2022.

 

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília 2018.

 

FAEL. Manual de tcc curso de pós-graduação. Leitura na Educação Infantil Netsaber-artigos disponivel em: http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_67524/artigo_sobre_leitura-na-educacao-infantilacesso em 10 de agosto de 2022.

 

PROLER – Programa Nacional de Incentivo à Leitura – Decreto nº 519/92, de13/05/ Disponível em: http://catalogos.bn.br/proler/proler.htm, acessado em 10 de agosto de 2022.

 

SOLÉ, I. Estratégias de leitura. Porto alegre: Artes médicas, 1998.

VILLARDI, R. Ensinando a gostar de ler e formando leitores para a vida inteira. Rio de Janeiro. Disponível em <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/394-2.pdf,>Acessado em 11maio/22.