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A CONTAÇÃO DE HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E O DESPERTAR NA CRIANÇA A IMAGINAÇÃO E O PRAZER EM OUVIR DIFERENTES TIPOS DE HISTÓRIA

Adriana da Silva Duarte Gonçalves

Daniela Camila Cursine da Fonseca Almeida

Edivani Galvani Carneiro

Mônica Cristina da Silva Borges

Thalita Lopes dos Reis Arruda

 

 

RESUMO

O presente artigo faz um estudo sobre a contação de histórias na educação infantil e o despertar na criança a imaginação e o prazer em ouvir diferentes tipos de história. Para execução da pesquisa foram desempenhadas algumas leituras e análises de textos caracterizando um estudo bibliográfico de cunho exploratório. Desse modo pode-se enfatizar que a contação de história contribui para os aspectos sociais e cognitivo, pois no uso da contação de história em sala de aula todos os atores da educação compartilham emoções, seja o aluno que será instigado a imaginar e criar, como também o professor que terá uma aula mais agradável e produtiva. Sendo assim, ao contar uma história, o professor deve trabalhar de forma descontraída e alegre, onde a criança possa vivenciar um mundo diferente da sua realidade utilizando sua criatividade e imaginação e, assim, possibilitando seu desenvolvimento. Diante desse contexto contar e encantar não são tarefas simples, mas complexas que exigem habilidades, técnicas, disposição e qualificação do professor contador de histórias para alcançar os objetivos da narrativa oral - que é de ampliar o vocabulário e o mundo das ideias na mesma medida em que atrai a atenção da criança, pois é uma atividade lúdica, pedagógica e interdisciplinar que amplia as possibilidades de ver e compreender o mundo e a si mesmo.

chegou-se à conclusão que a contação de histórias na educação infantil favorece a aprendizagem, a imaginação, o gosto pela leitura e principalmente o desenvolvimento da socialização, comunicação e aprendizagem, criando infinitas possibilidades pedagógicas.

 

PALAVRAS-CHAVE: Contação de história; educação infantil; criança.

 

 

INTRODUÇÃO

 

A contação de histórias existe no mundo das escolas, há muito tempo, pois contar história é uma arte milenar presente em diversas culturas. Elas são organizadas de acordo com o repertorio de mitos que a sociedade determina, ou seja, produz. Quando são contadas para crianças, abre-se uma oportunidade para que estes mitos, tão importantes para construção de sua identidade social e é claro, possam ser apresentadas a elas.

Diante do contexto em estudo, a contação de histórias na educação infantil desperta a curiosidade, estimula a imaginação, desenvolve a autonomia e o pensamento, proporciona vivenciar diversas emoções como medo e angústias, ajudando a criança a resolver seus conflitos emocionais próprios, aliviando sobrecargas emocionais. Em vista disso, a contação de histórias é um instrumento muito importante no estímulo à leitura, ao desenvolvimento da linguagem, é um passaporte para a escrita, desperta o senso crítico e principalmente faz a criança sonhar. Pois os contadores de histórias são os mediadores desse processo, tendo uma tarefa muito importante que é de envolver a criança na história, dando vida aos sonhos, o despertar das emoções, transportando para o mundo da fantasia.

 

Ler histórias para crianças, sempre, sempre... É poder sorrir, rir, gargalhar com as situações vividas pelos personagens, com a ideia do conto ou com jeito de escrever do autor e, então, poder ser um pouco cúmplice desse momento de humor, de brincadeira, de divertimento... É através da história que se pode descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outra ética, outra ótica... É aprender História, Geografia, Filosofia, Política, Sociologia, sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula... Porque se tiver, deixa de ser literatura, deixa de ser prazer e passa a ser Didática, que é outro departamento (não tão preocupado em abrir as portas da compreensão do mundo). (ABRAMOVICH, 1997, p.17). (adaptado).

 

Portanto a contação de histórias é uma prática essencial para o desenvolvimento e aprendizagem da criança, que desde pequena sente a necessidade de vivenciar seus sonhos, suas fantasias e seus encantos por meio da arte. É na infância que se constroem as primeiras experiências de vida que subsidiarão a formação do caráter, da personalidade e da consciência. Sendo assim, a criança deve ser inserida em uma cultura que estimule o pensar, o sentir, o expressar e o experienciar, fatores que são componentes da contação de histórias e que despertam a sensibilidade, a emoção e o autoconhecimento, na mesma medida em que a ensina, instrui e a prepara para a vida.

Todavia, a contação de história é um grande utensílio para acordar o senso crítico e reflexivo não só das crianças, mas de todos os ouvintes, podendo um mesmo texto ser interpretado de diversas maneiras. Podemos dizer que a contação de histórias em sala de aula é divertir, estimulando a imaginação dos alunos e é claro despertar o interesse pela leitura, pois narrar uma história será sempre um exercício de renovação de vida, um ponto de partida para ensinar os conteúdos programáticos ou até mesmo entender o que se passa com os alunos no campo pessoal.

Diante desse contexto, se faz necessário iniciar na Educação Infantil a contação de história, explorando todos os recursos que ela comporta, linguagem, escuta atenciosa, fantasia, teatro, música e acesso a livros infantis de qualidade, despertando prazer ao ouvir e ao mesmo tempo preparando a criança para o universo deleitoso da leitura. O contato com os livros na educação infantil exerce muita influência no desenvolvimento da criança na medida em que desperta o gosto pela leitura, amplia os conhecimentos e estimula habilidades ligadas à oralidade e escrita.

 

A presença da literatura infantil na Educação Infantil introduz a criança na escrita: além do desenvolvimento do gosto pela leitura, do estímulo à imaginação e da ampliação do conhecimento de mundo, a leitura de histórias, contos, fábulas, poemas e cordéis, entre outros, realizada pelo professor, o mediador entre os textos e as crianças, propicia a familiaridade com livros, com diferentes gêneros literários, a diferenciação entre ilustrações e escrita, a aprendizagem da direção da escrita e as formas corretas de manipulação de livros. Nesse convívio com textos escritos, as crianças vão construindo hipóteses sobre a escrita que se revelam, inicialmente, em rabiscos e garatujas e, à medida que vão conhecendo letras, em escritas espontâneas, não convencionais, mas já indicativas da compreensão da escrita como representação da oralidade (BRASIL, 2017, p. 38).

 

Nessa perspectiva sobre a evolução da arte de contar histórias no decorrer dos tempos e a relevância da contação de histórias para o processo de ensino-aprendizagem na educação infantil pode-se concluir que, contar histórias é uma atividade lúdica, pois amplia os horizontes e as possibilidades de uma criança, e a interação que se estabelece cria um vínculo precioso entre narrador e ouvinte. Através das histórias, podemos construir o aprendizado, além de ajudar os pequeninos a resolver conflitos no seu cotidiano.

 

 

A EDUCAÇÃO INFANTIL E A IMPORTÂNCIA DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA

 

Diante do tema abordado, é possível ressaltar que a contação de histórias, quando bem utilizada em sala de aula, leva a criança a desenvolver a imaginação, a criatividade e a trabalhar habilidades já existentes, além de ajudar no desenvolvimento de novas. Também ajuda a melhorar a sua oralidade e escrita. Não há dúvidas que essa atividade enriquece a Educação Infantil, pois contribui de forma significativa para a formação da criança. Em vista disso, sabe-se que as histórias têm o poder de transformar e acrescentar valores, além de permitir que os conhecimentos na aprendizagem da criança se ampliem e agreguem muitos valores. É preciso compartilhar ideias na medida em que ajudem a estruturar as funções motoras, sensoriais, simbólicas, lúdicas e relacionais da criança. Também é importante na contação de histórias desenvolver na criança o sentido de observar, categorizar, escolher e propor.

Diante disso, Patrini (2005) relata que:

 

[...] O ato de contar histórias é uma ferramenta que não incentiva somente a imaginação, mas favorece o hábito pela leitura e, ao mesmo tempo, amplia o vocabulário, a narrativa, e a cultura. É um passeio imaginativo. Contar histórias é uma arte que pode ser feita de várias maneiras onde o professor pode usar da sua imaginação e dos recursos que estiverem ao seu alcance, porque nem sempre dispõe de materiais. Diante disso deve-se improvisar na forma de narrar. (PATRINI, 2005, p. 143).

 

Para Cademartori (1987, p. 73): “através da história, a dimensão simbólica da linguagem é experimentada, assim com a sua conjunção com o imaginário e o real”. “As histórias são recursos importantes para o desenvolvimento infantil”. As histórias contribuem para que a criança entre em contato com diversos modos de ver e sentir o mundo. Sendo assim, através das histórias a criança entra em contato com a linguagem oral e a linguagem escrita, ampliam e enriquecem o seu mundo mágico e aprendem a lidar melhor com determinadas situações, estimulam o desenvolvimento de funções cognitivas, o pensamento e o raciocínio lógico.

Em vista disso, destaca-se que a prática da leitura é um dos processos mais importantes para a formação da criança na Educação Infantil. Pois ao ler, a criança vivencia emoções, fantasias, e dessa forma, amplia sua visão de mundo e seu senso crítico. Desta maneira, o educador exerce um papel importante como mediador dessa prática, pois é o responsável por estimular e inserir essa prática no dia a dia da criança na escola.

 Mediante ao exposto, conclui-se que as histórias são fontes maravilhosas de experiências. São meios preciosos de ampliar o horizonte da criança e aumentar seu conhecimento em relação ao mundo que a cerca. Por isso, é importante saber usar as histórias para que dela se possa retirar tudo o que ela oferece. Um dos principais elementos a ser alcançado na contação de história é o poder de imaginação.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Este trabalho teve como objetivo compreender a partir dos estudos bibliográficos que a contação de histórias na educação infantil e o despertar na criança a imaginação e o prazer em ouvir diferentes tipos de história é um instrumento poderoso que possibilita diversas maneiras na prática educativa. Pois diante de vários estudos, pode-se ressaltar que a contação de histórias ajuda no desenvolvimento de várias aprendizagens que se relacionam diretamente com o desenvolvimento cognitivo e com o processo de interação das crianças no cotidiano. Segundo vários autores pesquisados, é na infância o começo das bases fundamentais na formação da personalidade no envolvimento social e efetivo da criança. Por isso é necessário, no período inicial de sua vida, contar com o auxílio dos professores, pois os mesmos fazem parte desta jornada.

Diante dessa dimensão da importância da contação de história na educação infantil, pode-se dizer que este tema proporcionou muitos conhecimentos, pois a contação de histórias pode agir também como um instrumento mediador em sala de aula onde o professor absorve a atividade como valiosa prática pedagógica.

Entretanto pode se concluir com o presente trabalho que mostra claramente a contação de histórias na educação infantil para a formação do leitor. Mostra que as histórias devem estar sempre inseridas no cotidiano das crianças contribuindo para o seu desenvolvimento de forma ampla e prazerosa. Portanto o estudo deste tema deve servir para que outros pesquisadores continuem seus trabalhos e ampliem seus conhecimentos, trazendo novas abordagens sobre a contação de histórias. A importância do tema abre um leque para os professores da área de educação infantil porque completa com satisfação o cotidiano da escola, favorecendo o dia a dia dos professores em sua rotina pedagógica.

 

 

REFERÊNCIAS

 

ABRAMOVICH, Fani. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1997.

MATEUS, Ana do Nascimento B. et al. A importância de contar histórias na educação infantil. Minas Gerais: 2018. Curso de Pedagogia da PUC Minas. Disponível em:periodicos.pucminas.br/index.php/article/download. Acesso em: 10 abr. 2020.

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______. O livro infantil e a forma do leitor. Petrópolis: Vozes, 1995 .

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Ed. Fund. Referencial Curricular. Nacional para Ed. Inf. Brasília: Mec. / Sef. 1998 Vol. 3 .

BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília-DF,1996.

CANÁRIO, Rui. A escola tem futuro? Das promessas às incertezas. Porto Alegre: Artmed,2006.

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______. Contar histórias uma Arte sem idade. São Paulo: Ed. Ática, 1999.

______. Contar histórias: uma arte sem idade. São Paulo: Ática, 2001.

COELHO, Betty. Contar Histórias: Uma Arte Sem Idade. São Paulo: Ática, 1986.

PATRINI, Maria de Lourdes. A renovação do conto: emergência de uma prática oral. São Paulo: Cortês, 2005.

BIASI, de Mari. Brincar e aprender na educação infantil. 2008. Disponível em: https://books.google.com.br/books. Acesso em: 07/04/2016

Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. MEC/SEF. Brasília/DF, 1998.

BERNARDINO, Andreza Dalla; SOUZA, Linete Oliveira de. A contação de histórias como estratégia pedagógica na Educação Infantil e no Ensino Fundamental. Educare et educare revista de educação. São Paulo, v 06, nº12, p. 235-249, jul./dez. 2011. Disponível em: . Acesso em 18 fev. 2017.