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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Thays Regina Lemes Alves
Elice Kelly Farias Garcia
Renata Porto de Souza

 

RESUMO

O presente artigo apresenta uma discussão sobre alfabetização e letramento nos anos iniciais do ensino fundamental, tratando, seus conceitos e os seus principais teóricos que embasaram a tese a seguir. Portanto, este estudo tem como proposta de mostrar a partir de pesquisas bibliográfica uma abordagem unificada resumida que busca contextos essenciais para mostrar como surgiu o processo de ensino em alfabetização e letramento até aos dias atuais, como também, outros temas relacionados e coligados, a esses processos de ensino. Afinal, as crianças já entram na escola com alguns conhecimentos prévios, que devem ser olhados pelo professor como um ponto de partida, para o uso da escrita e da leitura.

 

PALAVRA-CHAVE: alfabetização.; letramento; leitura; escrita.

 

 

INTRODUÇÃO:

 

Ao longo do percurso serão discutidos conceitos sobre Alfabetização e Letramento e suas diversas concepções acerca do ensino inicial da escrita e da leitura para crianças do ciclo da alfabetização. Portanto, incialmente serão discutidas algumas questões sobre alfabetizar, que é ensinar a tecnologia da escrita.

Sabe-se que, alfabetização é fundamental nos anos inicias das crianças, afinal, quando o ensino inicial não proporcionar aprendizagem, isso, acarretam dificuldades de aprendizagem nos anos escolares posteriores. E se não houver alfabetização, consequentemente, o aluno não chegará ao processo de letramento.

Por essa razão, o professor deve escolher o melhor método de alfabetização que se enquadre ao perfil da sua turma, pois se vive em um país onde se encontra mais desigualdade social, e principalmente, escolas com pouca infraestrutura para receber e proporcionar um ensino de melhor qualidade e conforto

 

 

DESENVOLVIMENTO:

 

No processo de alfabetização, primeiro são apresentadas ao indivíduo as letras, deste modo, ele aprende a utilizar o alfabeto e compreende s eu significado. Tratando dos conceitos sobre o sentido estrito da alfabetização, reporta- se ao que Magna Soares (2003) retrata que foi considerada a perda de especificidade do processo de alfabetização nas práticas escolares. Ou seja, no processo de aprendizagem da leitura e da escrita implica indispensavelmente uma técnica na aprendizagem, para que, o indivíduo possa entender a relação entre os sons e letras, de fonemas com grafemas.

Além disso, o letramento que parece ter uma função mais ampla, sendo dependente da alfabetização. Pois, além de ler e escrever, o aluno também tem que interpretar diversas situações do seu dia-a-dia e compreender os seus significados. A semelhança entre eles é que o aluno já conhece o código e consegue decodificar e codificar, e vai muito mais além, ou seja, consegui expor sua língua em seu contexto social com entendimento ao seu interlocutor. Segundo Roxane Rojo, alguns atores dos 80 usavam o letramento no singular e o alfabetismo, mas com o passar dos anos alguns outros atores começaram a repensar essa ideia para uma visão mais ampla, e por estar sendo valorizado por estancias potentes. Pois as novas tecnologias da informação e comunicação estão cada vez mais constantes, e com isso, estão sendo influenciados por mudanças em diversas atividades na sociedade contemporânea.

Essas mudanças fez com que novas formas de letramento surgissem, atualmente temos o chamado multiletramento. E ele é uma nova pedagogia educacional que inclui todas as mídias como forma de aprendizagem.

Portanto, em algumas escolas públicas isso é imprescindível devido à falta de acesso a esse meio. Com isso, iniciaram um projeto que vem sendo discutidas sobre as questões das inovações tecnológicas como ferramenta para o professor utilizar dentro de sala, e segundo Rojo (2012), “espera-se que este trabalho possa propiciar a discussão sobre o uso de novos letramentos em escolas públicas, visando à melhoria da prática pedagógica e da relação professor e aluno.”

O discurso oral ou escrito é importante para comunicarmos, mas as habilidades e os conhecimentos são indispensáveis para que o indivíduo seja letrado. Isto tem sendo modificado devido aos recursos tecnológicos e a produção publicação de textos em contextos digitais. Assim, muda-se a construção e a socialização. apropriação de uma prática de linguagem e os instrumentos que facilitam essa apropriação. (DOLZ E SCHNEUWLY, 2004, p. 51)

O professor alfabetizador precisa diagnosticar qual é o conhecimento prévio que o aluno possui. E analisar durante o percurso escolar as hipóteses que ele tem sobre a letra e o som. Por exemplo, os eixos regulares, observar se o aluno conseguiu identificar os sons das letras e suas formas (p/b, t/d, f/v); os eixos regulares morfológicos-gramaticais, que são compostas de regras que envolvem tanto ligados à formação de

palavras por derivação lexical como flexão (MORAIS, 1998), ou seja, são aspectos gramaticais que determina o grafema utilizado (s/z, s/c/ss); e observar se ele conhece e utiliza os grafemas de palavras com correspondências regulares contextuais entre as letras e seu valor sonoro (s/ss, r/rr, m/n, nh/lh/ch...);

O professor deve apresentar aos alunos diversos gêneros textuais ao longo dos anos escolares e com isso o professor pode analisar e observar se o aluno compreendeu as situações de ensino após uma atividade de produção de texto, ou seja: Avaliar um texto significa visualizar na materialidade semiótica os conhecimentos e habilidades dominados pelos estudantes, assim como as dificuldades apresentadas. Significa também analisar a intervenção didática feita e possíveis necessidades de adequações. Os estudantes também podem

avaliar seus próprios textos e analisar seus avanços e dificuldades. Portanto, estudantes e professores podem monitorar [...] (BRASIL, 2012, p. 30)

Segundo Jussara Hoffmann o tempo de avaliação é decorrente da demanda e da estratégia de aprendizagem e não das atividades elaborada inicialmente prevista pelo professor. Ou seja, fazer com os alunos aprendam ao mesmo tempo pode prejudicar o aluno com dificuldade, pois cada aluno tem o seu tempo de aprender. “Isso se transfere a qualquer situação escolar, o que sugere ao professor o ajuste do tempo e desaprovações frente à heterogeneidade do grupo, respeitando-a uns e outros em seus tempos.” (HOFFMANN, 2001, p.41)

E quanto à avaliação da  aprendizagem,  principalmente na alfabetização, ela deve ser formativa, ou seja, antes, durante e depois. Assim, existem três formas de avaliar o processo ensino aprendizagem a processual que ocorre durante o aprendizado do aluno para saber se ele está entendendo o conteúdo, a somativa que ocorre no final do processo de ensino para verificar se houve consolidação do conhecimento e a através do diagnostico que ocorre antes do conteúdo a ser ensinado com a finalidade de saber quais os conhecimentos prévios do aluno para elaborar um plano que atenda suas necessidades.

 

 

CONCLUSÃO:

 

Diante das discussões percebe-se que o alfabetizador deve ter em mente que o sistema de escrita não é um código e sim um sistema notacional. A partir dessa compreensão poderá fazer uma atividade para análise de qual fase da psicogênese estão, por consequente, saberá qual melhor método de ensino que se enquadra no perfil da turma.

Durante o processo de a alfabetização observa-se que é importante ter na parede o alfabeto onde todos possam ver mesmo que muitas crianças já saibam, porque ao longo do trabalho escolar entenderam que as palavras são compostas por sílabas e as sílabas compostas por letras e que elas têm som diferente. Ou seja, tem consciência fonológica. Sendo assim, pode-se falar que a criança já está alfabetizada, mas é possível que não esteja letrada porque o letramento não é só ler e escrever, mas também ser crítico e autônomo durante a leitura.

A criança hoje em dia tem acesso a variados formas de ter contado com as letras no meio social em que convive sendo encontrada também nas tecnologias, a chamada de multiletramento. E o professor, especialmente se ele for alfabetizador não pode abandonar essas tecnologias por não saberem domina-las. Além de ser essencialmente importante e estimulante, ainda da pra trabalhar as letras através de pesquisa feitas por eles, na lata de Coca-Cola, em jogos educativos, entre outros.

Como já foi discutido o professor deve fazer diagnostico durante todo o percurso para avaliar o desenvolvimento coletivo e individual. Dentre as observações que se deve analisar são a fase da psicogênese que estão, e se tem consciência fonológica, se conhecem os gêneros textuais apresentados e sendo capaz de escrevê-los, e se tem autonomia e segurança ao falar em público. Tudo isso o professor deve registrar nas aulas as dificuldades e seus avanços. E se caso o desempenho da turma não teve bons resultados é necessário que o professor mude o método de ensino.

 

 

REFERÊNCIAS:

 

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