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A IMPORTÂNCIA DE TRABALHAR A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Alcione da Silva de Almeida

Ediana vitor dos santos

Silvana Aparecida Lima

Gislene de Oliveira Silva

Meire Vitor dos Santos

 

 

RESUMO

Este trabalho abordou estudos que enfatizaram a educação ambiental com a educação infantil, tornando assim um assunto relevante para a construção de valores, principalmente quando inseridos na educação infantil. Assim sendo teve como metodologia uma pesquisa bibliográfica qualitativa. Para Matos e Vieira (2001) a pesquisa bibliográfica é feita a partir de referencial teórica já analisada e publicadas por meio escrito e eletrônico e segundo Gerhardt & Silveira (2009) a pesquisa qualitativa busca uma melhor concepção do tema abordado e uma percepção mais aprofundada, entre os grupos entrevistados na pesquisa. Deste modo teve o objetivo de incentivar os educadores a inserir a educação ambiental na educação infantil. Pois muito tem se falado do meio ambiente e preservação. Com isso os órgãos responsáveis pela educação vem trabalhando e implantado novas leis e métodos de como trabalhar este assunto na educação, a educação ambiental no brasil tem sua obrigatoriedade de ser promovida em todos os seus níveis de ensino. Deste modo a escola e professores tem o dever de implantar na prática para que ocorra a inserção da educação ambienta na escola em especial a educação infantil, pois a as crianças são o futuro de um amanhã mais consciente de suas obrigações e deveres ambientais, para que isso ocorra, para tanto deve haver a participação da escola, professores e família.

 

PALAVRAS-CHAVE: Educação Ambiental. Educação Infantil. Meio Ambiente. Educação Básica.

 

 

1.INTRODUÇÃO

 

Por certo, a Educação Ambiental (EA) não é um assunto novo.  Narrações históricas podem ser inclusive encontrados até mesmo na Grécia antiga. Nota-se que os gregos tiveram o senso inato do que significa “natureza”. O conceito de natureza, foi desenvolvido por eles, tem indiscutível origem na sua constituição espiritual. (JAEGER, 1994, p. 11).

A EA é um assunto preferencial em debate das instituições governamentais e não governamentais por causa da dimensão dos problemas ambientais do Planeta, compreendidos como razões que alteram o ambiente prejudicando as relações vivenciadas pelos seres vivos e prejudicando a continuidade das espécies. (PEREIRA; GUERRA, 2018).

Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na prática, no cotidiano da vida escolar, contribuindo para formação de cidadãos responsáveis. A escola é o lugar onde a criança começa o seu processo de interação com a sociedade. (SCHÜNEMANN; ROSA, 2010).

Educação Infantil (EI) no Brasil é assegura com leis e documentos importantes que preveem o trabalho pedagógico com a EA, nesta etapa da Educação Básica, entre eles destacam-se o Referencial Curricular Nacional para a EI Brasil (1998) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EI (BRASIL, 2009; 2010).

A Educação Básica tem alguns documentos que a orientam, propostos pelo Ministério da Educação (MEC), confirmam a importância de se trabalhar com a EA em todos os níveis de ensino. Entre eles podemos citar as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EI - DCNEI Brasil (2009), que trata a EA como princípio de respeito ético ao meio ambiente.

Não podemos atribuir à EA e as instituições educacionais à responsabilidade de solucionar os problemas do mundo, destes os quais, nós mesmos, seres humanos, causamos. Todavia da mesma forma, somos capazes de encontrar maneiras para solucioná-los.

Como aspecto educativo a EA, tem o dever de estar presente em todas as disciplinas, quando estas enfocam as relações entre natureza e a sociedade. No entanto para que a EA aconteça realmente, os professores e pedagogos devem ter habilidades para trabalhar a partir do conhecimento que as crianças têm do Meio Ambiente e sugerir situações e atividades desafiadoras, que incentivem o interesse dos educandos a trabalhar e entender mais sobre esta temática tão discutida nos dias de hoje. (ALVES;SAHEB, 2013).

Este trabalho, portanto, tem o objetivo de incentivar os educadores a inserir a EA na EI. Perante este contexto onde a temática ambiental e a qualidade da educação infantil no dia a dia como tenções de interesse e necessidade social. Assim sendo, a efetivação da educação ambiental no dia a dia e nas entidades de ensino, indicam um caminho diante da crise socioambiental.

 

 

2.EDUCAÇÃO AMBIENTAL

 

Tem se falado bastante em educação ambiental, preservação do meio ambiente, desenvolvimento sustentável. Mas o que de fato temos feito? Quais são as nossas ações diante de toda essa polemica ambiental? O ser humano nasce, cresce e vive toda sua vida no meio ambiente, gerando interações e o explorando, mas será que dispõem de um sentimento de pertencimento a essa natureza? (FRAGOSO; NASCIMENTO, 2018).

Reigota (2012), fala que o desequilíbrio ambiental que vivenciamos nos dias de hoje, começou lá na década de cinquenta a setenta, quando os países desenvolvidos acreditavam que desenvolvimento e preservação de recursos naturais não poderiam existir em processo harmônico, ou seja, para alcançar o sucesso econômico, precisaríamos devastar os recursos, aumentando cada vez mais a produção industrial, descompactando as relações dialógicas entre os sujeitos, pois todos deveriam ser “máquinas” em que o resultado esperado é o “sucesso econômico” e poder de alguns, sobre uma sociedade estagnada e escravizada.

 

Após essas reflexões iniciais, instituídas em conferências mundiais desde a década de setenta, surgem diversas concepções epistemológicas, filosóficas e metodológicas, no que tange a Educação Ambiental planetária em geral e, Brasileira em particular. Passamos de um entendimento naturalista e de certa forma reducionista da Educação Ambiental, para um olhar crítico e reflexivo sobre o ambiente, propiciando o entendimento de que atuamos e o transformamos diariamente, através de nossas relações sociais e culturais. (SCHUMACHER; et al, 2005)

 

Considera-se que a preservação dos recursos naturais é o que torna favorável a prevenção da saúde dos indivíduos tão como a existência dos recursos naturais no planeta terra.

Segundo Segura (2001, p.165):

 

Quando a gente fala em educação ambiental pode viajar em muitas coisas, mais a primeira coisa que se passa na cabeça do ser humano é o meio ambiente. Ele não é só o meio ambiente físico, quer dizer, o ar, a terra, a água, o solo. É também o ambiente que a gente vive – a escola, a casa, o bairro, a cidade. É o planeta de modo geral. (...) não adianta nada a gente explicar o que é efeito estufa; problemas no buraco da camada de ozônio sem antes os alunos, as pessoas perceberem a importância e a ligação que se tem com o meio ambiente, no geral, no todo e que faz parte deles. A conscientização é muito importante e isso tem a ver com a educação no sentido mais amplo da palavra. (...) conhecimento em termos de consciência (...) A gente só pode primeiro conhecer para depois aprender amar, principalmente, de respeitar o ambiente.

 

O pensamento ambiental está mais adiante da ecologia do pensamento e de um grupo de instrumentos para uma competente gestão do meio ambiente. Refere-se a uma teoria que conduz uma prática a partir da modificação dos princípios que ordenaram e legitimaram o pensamento teórico e instrumental da atualidade. É uma racionalidade que integra o pensamento e os princípios, a razão e o sentido; as diferenças e as diversidades, a cultura, e a natureza. (CAPARRÓS, 2010).

O conhecimento ambiental apresenta-se como um plano de reconstrução do saber, renovação da identidade dos povos, nova adaptação da condição humana e do mundo em diferentes instâncias. O conhecimento ambiental entende o ser no tempo e história, e admira o poder transformador do conhecimento e do querer conhecer por meio da educação. (LEFF, 2009).

 

Na medida em que as questões ambientais se tornam cada vez mais abrangentes, amplia-se a importância de construir conhecimentos os quais correspondam para a compreensão desta problemática. A EA vem assumindo nos últimos anos uma importância a qual se mostra cada vez maior diante desta crise ambiental, constituindo-se em um campo de estudo que se estabelece entre as diversas áreas de conhecimento e disciplinas que fazem parte do currículo escolar. (ALVES; SAHEB, 2013).

 

A EA introduzida na EI, conforme seus princípios, tem potencial de gerar mudanças de pensamentos e transformação de valores que serão de grande relevância para proporcionar uma nova postura diante do meio em que vivemos, conhecendo que é na EI que acontece o desenvolvimento moral e intelectual da criança diante da sua vida social, ambiental e cultural. (ALVES; SAHEB, 2013).

 

Creches e pré-escolas são espaços privilegiados para aprender-ensinar porque aqui as crianças colhem suas primeiras sensações, suas primeiras impressões do vive. Neste sentido, a dimensão ambiental não poderia estar ausente, ou a serviço da dimensão cultural, ambas deveriam estar absolutamente acopladas. (ALVES; SAHEB, 2013).

 

O conhecer se constrói com as práticas provenientes de diversas áreas, para integrar uma abordagem intrigante, e difícil de ser tratada por uma única ciência. Sua construção começa da carência de estimular uma nova compreensão da realidade, articulando componentes que possam entre, além e através das disciplinas, na procura da compreensão do complexo mundo real e uso de novos hábitos de acordo com a realidade educacional (LEFF, 2009).

A EA deve ser trabalhada na escola não por ser uma exigência do Ministério da Educação, mas porque acreditamos ser a única forma de aprendermos e ensinarmos, que nós, seres humanos, não somos os únicos habitantes deste planeta, que não temos o direito de destruí-lo, pois da mesma forma que herdamos a terra de nossos pais, deveremos deixá-la para nossos filhos.

De acordo com Lima (2004) os alunos que não tem seu estudo aproximado do meio ambiente, não são capazes de engajar em diversas questões novas na vida contemporânea e não terão uma postura crítica de sua realidade. Seguindo o diz Lima (2004) essa aproximação busca ativar o interesse do aluno por meio da problematização pertinente ao seu mundo, procurando fortalecer o pensamento crítico e criativo.

A escola é um espaço organizado conferido para estabelecer trocas e conhecimentos, um lugar onde possa estimular os educandos a terem pensamentos e comportamentos de cidadãos conscientes de suas responsabilidades e, principalmente, integrante do meio ambiente. (CUBA, 2010).

Segundo Caparrós (2010).

 

A educação ambiental é aquela que introduz a discussão da dimensão do saber ambiental no processo educativo. Não deve ser vista como algo extra ou desconexo de todo e qualquer nível ou modalidade de educação. Não deve ser vista como algo restrito a uma área de conhecimento ou disciplina, mais sim, como um saber necessário ao desenvolvimento de sociedade mais justas do ponto de vista social, econômico e também ambiental.

 

 

2.1 EDUCAÇÃO INFANTIL

 

A EI atravessou grandes mudanças, na qual a constituição federal de 1988 trouxe novidades para essa modalidade de ensino, já que foi a primeira vez que teve um documento com leis sobre esta etapa de ensino, trazendo a oferta da Educação Infantil em creches e pré-escolas, assim sendo um dever do Estado e direito de toda criança. Para contribuir com essa lei, a LDB 9394/96, apoiada na CF, estabelece que a educação infantil é a primeira etapa da Educação Básica. (BRASIL, 1998; 2009; 2010).

Creches e pré-escolas são lugares privilegiados para aprender-ensinar visto que lá as crianças colhem suas primeiras emoções, impressões, sentimentos do viver. Assim sendo, a dimensão ambiental não poderia estar ausente, ou a serviço da dimensão cultural, ambas deveriam estar absolutamente acopladas. (TIRIBA, 2010).

 

Por sua vez a Educação Infantil é o início da vida escolar de todos, onde o que se aprende leva para toda vida. Onde a criança encontra-se sempre querendo a aprender e temos que aproveitar para desenvolver a Educação Ambiental nesta fase de suas vidas, fazendo com que elas entendam e aprendam a valorizar e amar a natureza e todos seus elementos formadores, pois, se desde pequenos forem conscientes de suas responsabilidades, certamente no futuro serão adultos conscientes de seu papel no mundo onde vivem. (SCHÜNEMANN; ROSA, 2010).

 

Perante de uma cultura que cala a faculdade e valoriza a dicotomia, confirmamos, desde a primeira infância, a importância da EA enquanto processo que religa ser humano e natureza, razão e emoção, corpo e mente, conhecimento e vida. Concluímos a necessidade de uma Educação Infantil ambiental fundada na ética do cuidado, cortês com a diversidade de culturas e da biodiversidade. Educação Ambiental que é política. (TIRIBA, 2010).

 

“Como podemos ter uma educação não-ambiental se desde o dia do nosso nascimento até o dia de nossa morte vivemos em um ambiente? [...] A única maneira de se entender o conceito de natureza na teoria educacional é por meio de sua ausência. [...] Tudo se passa como se fôssemos educados e educássemos fora de um ambiente” (GRUN, 2003, p. 2-3).

 

A EA no Brasil tem sua obrigatoriedade de promover “em todos os níveis de ensino” começa com a Constituição Federal de 1988 (Cap. VI, art. 225, parágrafo 1, inciso VI), continua com a inclusão do tema meio ambiente nos Parâmetros Curriculares Nacionais do MEC - PCN (BRASIL, PCN, 1997), tornando-se uma política pública com a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, regulamentada em 2002.

A Conferência Rio-92 no Brasil debate uma educação comprometida com a sustentabilidade e estabelece uma proposta de ação para os próximos anos, denominada Agenda 21. E, por meio deste Tratado de EA para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, assinado durante a RIO 92, enfatiza, na diretriz 19 do Plano de Ação, a importância de mobilizar as instituições de educação superior para o ensino, pesquisa e extensão em Educação Ambiental e a criação, em cada universidade, de centros interdisciplinares para o meio ambiente. Além de incentivar uma educação comprometida com a sustentabilidade

Vale mencionar também os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), que situam o Meio Ambiente (MA) como tema transversal, e que, portanto, devem ser integrados a todas as disciplinas do currículo escolar. Além dos documentos citados, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998) apresentam como objetivo geral o observar e o explorar o meio ambiente em um eixo nomeado “natureza e sociedade”.

De acordo com Alves (2013) a criança por meio da sua curiosidade, cada vez mais desenvolve a sua capacidade de agir, explorando e observando tudo que encontra ao seu redor, procurando soluções para melhorar a sua própria qualidade de vida. Dessa maneira a EI constitui-se como um momento importante para o desenvolvimento de uma personalidade moral voltada para o meio ambiente.

A EA ainda vem sendo tratada na EI com apenas práticas e atividades voltadas à separação do lixo e à economia de água, desprovida da reflexão e questionamento sobre o processo como um todo. Esta constatação revela a urgência do desenvolvimento de estudos e pesquisas que aprofundem a relação entre a EA e a EB. (SAHEB; LUZ, 2011).

Nesse sentido, cabe à escola uma parcela de contribuição nessas novas buscas. Deve-se trabalhar na perspectiva da superação da visão ingênua e reducionista das novas gerações, assumindo a EA como um instrumento que pode e deve ser utilizado como estratégia para o embasamento de discussões acerca de problemas concretos. (SAHEB; LUZ, 2011).

Segundo Júnior (2003) em um trabalho sobre a formação de professores e educação ambiental.

 

Observa-se, entretanto, que o mesmo cuidado nem sempre se estende à educação ambiental, à grande lacuna que há na formação ambiental das crianças, na educação para a cidadania e para o respeito ao ambiente. Os educadores, em geral, não atribuem ao tema a devida importância, ou sentem-se despreparados para lidar com essas questões. Por conseguinte, a educação ambiental tem sido tratada de forma pontual, restringindo-se às informações dos livros didáticos, às datas comemorativas e, em algumas escolas, ao plantio de hortas e à coleta seletiva do lixo. (JUNIOR, 2003).

 

A falta de preparo dos professores é por não conhecer a matéria, com isso não estão preparados para aproveitar as situações cotidianas quanto à educação ambiental, ficam atrelados ao livro didático sem, muitas vezes, contextualizar à realidade os conteúdos que, na prática, poderiam ser explorados na própria região, valorizando a cultura, a história e as degradações ambientais do município. (JUNIOR, 2003).

 

A questão ambiental, porém, ainda não é assunto familiar para a maioria da população ou mesmo entre os docentes, havendo, portanto, necessidade de uma reflexão sobre os parâmetros que devam nortear o seu ensino sistemático, pois a educação ambiental não pode ser alicerçada apenas no bom senso. Preparar os educadores é preparar as novas gerações para agir com responsabilidade e sensibilidade, para recuperar o ambiente saudável no presente e preservá-lo para o futuro. (JUNIOR, 2003).

 

Com base nas afirmações anteriores, compreende-se que para que seja vivenciada a dimensão escolar da EA torna-se fundamental romper com os comportamentos pré-estabelecidos e estereotipados, o que deve necessariamente acontecer no processo de formação inicial e continuada de professores, como um caminho necessário para que a dimensão ambiental amplie e solidifique seu espaço nas discussões e práticas na Educação Infantil. (SANTOS, 2015)

O ministério da educação diz que uma geração se aprende com a outra, portanto não podemos insolar nem uma das gerações tão pouco deixar por fora da realidade atual. Sabemos o quanto a população mais experientes e vividas podem auxiliar os jovens com instruções, conselhos, indicando caminhos e alternativas e ajudando-os a colocar os pés no chão. Trata-se, portanto, de um papel de educador, que reconhece no jovem uma pessoa com anseios, ideias, limitações, sonhos. (ME 2007)

No início do ensino fundamental e na educação infantil é interessante destacar a sensibilidade com a compreensão, relação, cuidado e respeito das crianças para com a natureza e cultura frisando a diferença dessa relação. (ME 2007)

 

Quando falamos em Meio Ambiente, muito frequentemente essa noção logo evoca as ideias de “natureza”, “vida biológica”, “vida selvagem”, “flora e fauna”. [...] Essa visão Naturalista tende a ver a natureza como o mundo da ordem biológica, essencialmente boa, equilibrada, estável em suas interações ecossistêmicas, o qual segue vivendo autônomo e independente da interação com o mundo cultural

humano. Quando essa interação é focada, a presença humana amiúde aparece como problemática e nefasta para a natureza. (CARVALHO, 2004, p. 35)

 

De acordo com Penteado (1997, p.16):

 

A escola é, sem sombra de dúvida, o local ideal para se promover este processo. As disciplinas escolares são os recursos didáticos através dos quais os conhecimentos científicos de que a sociedade já dispõe são colocados ao alcance dos alunos. As aulas são o espaço ideal de trabalho com os conhecimentos e onde se desencadeiam experiências e vivências formadoras de consciências mais vigorosas porque alimentadas no saber.

 

Ao negar o papel da educação nesse processo significa o mesmo que ignorar o poder de transformação nos percursos educativos na constituição de seres humanos. A educação é o meio para construção de pessoas responsáveis de seu papel para com a humanidade e o planeta. (FREIRE, 2005, p. 91).

Freire nos alerta para “que assumamos o dever de lutar pelos princípios éticos mais fundamentais como do respeito à vida dos seres humanos, à vida dos outros animais, à vida dos pássaros, à vida dos rios e florestas, Freire (2000, p.67)” Hoje mais do nunca. Ele acredita que, o diálogo é uma necessidade existencial, pois é através do diálogo da problematização é realidade que podemos emergir em consciência crítica (FREIRE, 1983).

Para Freire (1983), não existe diálogo sem amor. Mais que isso, o diálogo é a essência da educação como prática de liberdade. E nessa prática de liberdade, pronunciar a palavra, dialogar, implica práxis: ação e reflexão.

Deste modo: “Não há palavra verdadeira que não seja práxis”. Daí, que dizer a palavra verdadeira seja transformar o mundo, (p.91) ele complementa ainda: “Não creio na amorosidade entre mulheres e homens, entre os seres humanos, se não nos tornarmos capazes de amar o mundo, Freire (2000, p.76)”. Vislumbrar a E A enquanto um ato de amor significa o mesmo, olhar para o ambiente e voltar a nós a responsabilidade de transformarmos a realidade em que estamos inseridos.

Freire nas suas palavras, ressalta seu desejo em relação à como ele seria lembrado e assim diz: „Eu gostaria de ser lembrado como alguém que amou o mundo, as pessoas, os bichos, as árvores, a terra, a água, a vida! (FREIRE, 2001, p. 25)”.

 

 

2.1 METODOLOGIA

 

Para a realização deste trabalho teve como metodologia uma pesquisa bibliográfica em artigos científicos disponíveis nas plataformas de dados científicos como, Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Google Acadêmico e site, com o tema a importância de trabalhar a educação ambiental na educação infantil, onde foi tirado conteúdo sistematizado que prevaleceu a opinião dos autores, em seguida foram considerados títulos e resumos de outros artigos de interesse.

Este trabalho teve como base uma pesquisa qualitativa que segundo Gerhardt & Silveira (2009) a pesquisa qualitativa busca uma melhor concepção do tema abordado e uma percepção mais aprofundada, entre os grupos entrevistados na pesquisa.

Os trabalhos intitulados qualitativos têm como preocupação fundamental o estudo e a análise do mundo empírico em seu ambiente natural. Neste tipo de trabalho   valoriza-se o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo estudada. Os pesquisadores qualitativos tentam entender os fenômenos que estão sendo pesquisados a partir da perspectiva dos participantes. Levando em consideração todos os pontos de vista como significativos, este tipo de pesquisa esclarece o dinamismo interno das situações, muitas vezes não visível para observadores externos (GODOY, 1995).

Segundo Minayo (2001), a pesquisa qualitativa “trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores, e atitudes o que corresponde um espaço mais profundo das relações dos processos e dos fenômenos que não podem ser realizados de variáveis”.

De acordo com Minayo (2006), é em abordagem assim, desenvolvida com base em material já elaborado, que consente ao pesquisador a cobertura de uma gama fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia se pesquisar diretamente, especialmente quando o problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não pode ser reduzido operacionalização de variável.

A pesquisa qualitativa vem sendo colocada na área da educação e criticada pela experiência, subjetividade e envolvimento emocional dos pesquisadores. Para Matos e Vieira (2001) a pesquisa bibliográfica é feita a partir de referencial teórica já analisada e publicadas por meio escrito e eletrônico.    

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Desta forma confia-se que este trabalho possa colaborar para aumentar as reflexões a respeito do processo de inserção da educação ambiental na conjuntura escolar, como também para a qualidade da educação infantil, constituindo-se, dessa maneira como um componente significativo no caminho para mudanças rumo a uma sociedade mais generosa, justa e humanitária.

As crianças de hoje são o furo de um amanhã mais consciente de suas responsabilidades. Portanto e necessário sensibiliza-las sobre a importância de conservar o meio ambiente e evitar que a utilização desenfreada dos recursos naturais continue existindo, com isso garante uma sociedade mais consciente e conectada com a natureza.

Portanto faz-se necessário a implementação da educação ambiental na educação infantil, através de atividades e conteúdo específico com o intuito de sensibilizar as crianças e que a mudanças das mesmas possa chegar a mais pessoas, pois é através de atitudes pequenas que ocorre a mudança de hábitos e isto só é possível através da educação.

A escola é um ambiente onde a criança começa seu processo de interação com a sociedade, o que faz, o que fala e considera, retrata o modelo daquilo que a sociedade considera e apoia.

Deste modo o começo da vida escolar de todos inicia na educação infantil, onde se aprende conceito e valores que se leva para uma vida toda, assim sendo faz-se necessário implantar a educação ambiental nesta fase da vida escola, pois elas estão dispostas a aprender, o que faz com que elas entendam e aprendam a valorizar e amar a natura, certamente possa sensibilizar mais pessoas a respeitar a natura, como também todos os seus elemento formadores, tornando assim adulto conscientes do seu papel com indivíduo. 

Guimaraes (2004) ressalta que a EA deve ser um processo contínuo e permanente, iniciando em nível pré-escolar e estendendo-se por todas as etapas da educação formal ou informal.

Assim sendo sabemos que, a terra assegura a sobrevivência dos seres humanos e todas as espécies que nela vive. É com este entendimento que permite admirar e comemorar o seu caráter sagrado (MIES; SHIVA, 1997).

Segundo Mies e Shiva (1997) entendermos que a felicidade não é uma mercadoria! Ela pode está presente nas rodas de conversas, na contação de histórias, no plantio de uma horta, em práticas que afirmam a criatividade e o fazer junto, em tarefas que estão voltadas para o cuidado das pessoas, da sociedade e da natureza. Por isso, alegram os corações, alimentam sonhos, desencadeiam utopias.

 

 

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