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Pré-Projeto: RELAÇÃO PROFESSOR E ALUNO

Neusa Ferreira de Brito Martins

 

Pré-Projeto apresentado com requisito parcial para obtenção de título de especialização no curso de pós-graduação em Metodologia Inovadoras aplicadas á Educação, na especialidade de psicopedagogia na modalidade a distância, da Faculdade Internacional de Curitiba-Facinter.

 

 

 

  1. TEMA: RELAÇÃO PROFESSOR E ALUNO.

 

    

 

  1. QUESTÃO PROBLEMA

 

 

     “Qual é a contribuição da relação afetiva entre professor e aluno para o processo de ensino?”. 

 

  1. OBJETIVO GERAL

 

      Contribuir para a construção de novas relações, por meio da acessibilidade do professor em      relação ao aluno.

 

  1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 

  • Ampliar reflexões sobre o relacionamento entre professores e alunos;
  • Colaborar com os agentes da prática pedagógica, no que concerne aos laços estabelecidos no espaço escolar;
  • Colaborar para a qualificação das relações afetivas no processo de ensino com sugestões.

 

  1. JUSTIFICATIVA

 

    Permitir aos educadores mais um ponto de apoio às reflexões da prática realizadas em sala de aula. Onde os alunos se sintam parte integrante do processo ensino-aprendizagem, sendo este um sujeito ativo capaz de tomar decisões em torno da realidade que o envolve, tendo por base a relação professor-aluno.

   Verificar a influência da relação professor-aluno, observando que dificuldade e sucesso caminham juntos.

    Fazendo necessário que seja criado um clima de amizade e colaboração onde todos possam elaborar juntos às regras a serem seguida pelo grupo, o que irá contribuir para uma boa aprendizagem.

 

 

 

  1. METODOLOGIA

 

 

  • Pesquisa Bibliográfica

 

  • Pesquisa Descritiva

                       

 

 

 

 

 

 

1 REFERENCIAL TEÓRICO

 

 

 

1.1 RELAÇÃO PROFESSOR E ALUNO

 

Percebe-se que o relacionamento humano é fundamental na realização comportamental e profissional. Desta forma, é essencial um bom relacionamento entre professor e aluno, pois envolve interesses e intenções. Assim, esta interação é relevante, pois a educação é um dos fatores mais importantes do desenvolvimento comportamental e de valores nas pessoas.

Neste sentido, a interação estabelecida caracteriza-se pela seleção de conteúdos, organização e sistematização didática para facilitar o aprendizado dos alunos e a exposição, por meio da qual o professor demonstrará seus conteúdos. No entanto, o professor não deve colocar-se na posição de “supremo saber”, mas sim ser facilitador no ensino.

 

O educador, para pôr em prática o diálogo, não deve colocar-se na posição de detentor do saber, deve antes, colocar-se na posição de quem não sabe tudo, reconhecendo que mesmo um analfabeto é portador do conhecimento mais importante: o da vida. (GADOTTI, 1999, p. 2).

 

Assim, o aprender se torna mais interessante quando o aluno se sente competente pelas atitudes e métodos estabelecidos em sala de aula. O querer aprender não é uma atividade que surge espontaneamente nos alunos, pois não é uma tarefa que cumprem com satisfação, sendo vista como obrigação.

              Para que isto possa ser mais bem cultivado, o professor deverá despertar a curiosidade dos alunos, acompanhando suas ações no desenvolver das atividades.

O professor não deve preocupar-se somente com o conhecimento, mas também com o processo de construção da cidadania do aluno.  Para que isto ocorra, é necessária a conscientização do professor de que seu papel é de facilitador da aprendizagem, aberto às novas experiências, procurando compreender o aluno por meio do diálogo.

Não se pode pensar que a construção do conhecimento é entendida como individual. O conhecimento é produto da atividade e do conhecimento humano, marcado social e culturalmente. Assim, o papel do professor consiste em agir como intermediário entre os conteúdos da aprendizagem e a atividade construtiva para assimilação.

 

O bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas. (FREIRE, 1996, p. 96).

 

A relação entre professor e aluno depende, fundamentalmente, do clima estabelecido pelo professor, da relação empática com seus alunos, de sua capacidade de ouvir, refletir e discutir o nível de compreensão dos alunos e da criação das pontes entre o seu conhecimento dele e o dos alunos.

 

        A relação professor e aluno deve ser baseada em afetividade e sinceridade, pois se um professor assume aulas para uma classe e crê que ela não aprenderá, então está certo e ela terá imensas dificuldades. Se ao invés disso, ele crê no desempenho da classe, ele conseguirá uma mudança, porque o cérebro humano é muito sensível a essa expectativa sobre o desempenho. (ANTUNES, 1996, p. 56).

 

Muitas vezes, o aluno vai para a sala de aula em busca de respostas que esclareçam o seu verdadeiro papel na sociedade, resposta que ele espera, muitas vezes, da sua família. Por não receber isso da família, considera a escola como grupo social que poderá contribuir para sua formação como cidadão. Porém, na maioria das vezes, o professor não se preocupa com o tipo de aluno que está convivendo, muito menos, em estabelecer um vínculo afetivo mais forte nesta relação, favorecendo atitudes positivas que contribuirão na formação da auto-estima do aluno.

 

1.1.1 Conceito de Relacionamento

                                                                                                                                                  

Relacionamento é o laço estabelecido entre as pessoas por meio da  convivência e do vínculo que se estabelece entre elas.

Percebe-se que a comunicação que se estabelece entre as pessoas, influencia na mediação do desenvolvimento de certas atitudes, positivas ou negativas.

Sendo assim, o professor, no relacionamento com o aluno, deve ser ele mesmo, estando aberto e não coagido no que diz respeito aos seus sentimentos com os alunos.               

Desta forma, o professor se torna facilitador do desempenho, contribuindo para o sucesso do aluno e, conseqüentemente, do seu.

Conforme SMOLGA e GÓES (1995, p. 9), é por meio de outros que o sujeito estabelece relações com os objetos do conhecimento. Ou seja, a elaboração cognitiva se funda na relação com o outro.

 

 

1.1.2 O Relacionamento entre Professor e Aluno

 

 

Como toda relação, esta também é composta por dois pólos: professor e aluno, onde cada um tem um papel na sala de aula.

Na relação professor e aluno existem expectativas de ambas as partes, professor e alunos, quanto as suas implicações no processo de ensino e aprendizagem.

Observa-se, então, que a relação de ambas as partes, se fortifica mais ainda, a partir do momento que o educador valorizar seu educando e se conscientizar de que também é aprendiz. Assim, poderá interagir melhor neste relacionamento, criando uma confiança por parte do educando que, por sua vez, perderá o medo, a insegurança e a falta de interesse. A parceria das idéias também é relevante para que a aprendizagem aconteça com êxito, não se podendo esquecer que toda relação é constituída por laços afetivos, que contribuirão para o bom desenvolvimento de tudo o que implica esta relação.

 

Para aprender, necessitam-se dois personagens – ensinante e             aprendente –; implica um vínculo que se estabelece entre ambos [...]. Não aprendemos de gualquer um, aprendemos daquele a quem outorgamos confiança e direito de ensinar. (FERNÁNDEZ, 1991, p. 47).

                       

Nesse contexto, a permanência de um clima afetivo é fundamental, pois, com ele, o aluno se sente confiante e não temeroso diante do professor.

Desta maneira, o aluno poderá entender melhor o assunto dado pelo professor, tirando suas dúvidas, mediando à construção de um novo saber, onde o professor e os alunos participam de uma verdadeira comunicação, que media a relação entre eles.

Frente a isso, percebe-se o envolvimento e participação que professor e aluno têm no processo educacional, não estando mais isolados um do outro. O educador passa a interagir com o aluno ao trazê-lo para a sala, fazendo-o participar do contexto em que está inserido. E, o que é mais significante, a cada momento de ensino ele deverá refletir para poder saber como melhor agir com seus alunos.

 

O verdadeiro compromisso que é sempre solidário, não pode reduzir-se jamais a gestos de falsa generosidade, nem tão pouco ser um ato unilateral, no qual quem se compromete é o sujeito ativo do trabalho, comprometido é aquele com quem se comprometeu e a incidência de seu compromisso que sendo encontro dinâmico de homens solidários ao alcançar aqueles com os quais se compromete, volta destes para ele, abraçando a todos num único gesto amoroso. (FREIRE, 1979, p. 9).

 

Sendo assim, o ensinar, para o professor, não será mais um simples ensinar, mas um envolver-se com o aluno, numa tarefa de ajudá-lo a melhor aprender. O educador passa a ser medidor da aprendizagem e não mais um mero transmissor de conhecimentos. E o aluno torna-se um ser participativo, construindo seus próprios conhecimentos a partir do seu contexto em evidência, levantando questionamentos para esclarecimentos de dúvidas e compreendendo o mundo por meio do diálogo.

 

 A tarefa coerente do educador que pensa certo é exercendo como ser humano a irrecusável prática de inteligir, desafiar o educando se comunica, produzir sua compreensão do que vem sendo comunicado. (FREIRE, 1996, p. 42).

 

Nesse desafio lançado também para o aluno, o professor pode dar mais oportunidade para o mesmo, de si tornar mais responsável pelo conhecimento adquirido. À medida que o aluno percebe que está sendo parte do processo de aprendizagem, ao ser participante ativo, evitando a falta de estímulo para os estudos e, até mesmo, da evasão escolar.

Assim, é por meio do pensar e repensar de seus atos, que o educador conduzirá seu modo de agir, tomando sua relação com o grupo de alunos como um meio constante de troca de conhecimentos, assim como, de experiências vivenciadas e aprimoradas, tornando os alunos verdadeiros sujeitos da sua própria história.

               Diz-se isso, pois a educação está movida não somente pelo intelectual, mas, principalmente, pelo emocional, por meio do desejo que o educador deva ter em transformar o seu educando.

O bom professor tem consigo idéias e consciência de que um bom relacionamento humano e um clima favorável são necessários para uma educação de estimulante e de qualidade.

 

Dificilmente um bom aluno apontaria um professor como bom, ou melhor, de um curso sem que este tenha as condições básicas de conhecimento de sua matéria de ensino ou habilidades para organizar suas aulas além de manter relações positivas. (CUNHA, 1989, p. 69).

 

Contudo, quando os alunos questionam por que o professor destaca os aspectos afetivos, entre as expressões relatadas pelo autor, algumas mais usadas foram: o professor é amigo, é compreensivo, é gente como a gente, se preocupa com os alunos, é disponível mesmo fora de sala de aula, coloca-se na disposição dos alunos, entre outros.

Portanto, é importante ressaltar que a forma como o professor se relaciona com sua própria prática, com sua área do conhecimento, com a produção do conhecimento, com sua metodologia, é fundamental e, conforme CUNHA (1989, p. 69), interfere na relação professor e aluno, e parte desta relação.

O professor que tem um bom relacionamento com os alunos terá mais chances de acreditar nas suas potencialidades e se preocupar com o aprendizado e com o nível de satisfação dos alunos.

Dessa forma, pode-se dizer que o professor precisa estar voltado para um trabalho harmonioso, no qual aprender e ensinar se torne algo prazeroso, tanto para o aluno como para o professor. Diz-se isso, pois quanto maior o senso de humor e o gosto de ensinar do professor, mais agradável e interessante se tornarão às aulas.

Nesse contexto, a aprendizagem pode se fazer mais eficiente quando o aluno age e interage no processo de ensino, desenvolvendo, desta forma, certa autonomia.

 

 

1.1.2.1 O Papel do Professor no Relacionamento

 

 

O professor é, de acordo com FERREIRA (1989, p. 559), aquele que ensina uma ciência, uma arte, uma técnica. É um mestre. Por isso, o bom relacionamento é essencial para que ocorra a aprendizagem.

Sendo assim, a sala de aula, que é um lugar de desenvolvimento coletivo, deve ter um ambiente agradável, apesar das tensões e conflitos que possam acontecer. Para tanto, é imprescindível que as relações que aí se desenvolvam sejam construtivas para que o processo de ensino seja mais prazeroso.

Portanto, quanto mais amplo for o relacionamento melhor será a convivência, pois nele acontece o envolvimento do “eu” com o “outro”, que não representa apenas sentimentos, mas conhecimentos, ações e emoções, que fazem parte da história de cada um e que são compartilhados.

Desta maneira, o professor deve ser aquele que estimula e oferece subsídios para que as crianças sejam protagonistas de sua história, na construção dos conhecimentos, que as tornarão pessoas independentes, mas solidárias, críticas e reflexivas, capazes de se posicionarem frente a conflitos e problemas que possam surgir, tanto na escola quanto na sociedade.

  

REFERÊNCIAS

 

 

ANTUNES, Celso. Alfabetização Emocional. São Paulo: Terra, 1996.

  

CUNHA, Maria Isabel da. O Bom Professor e sua Prática. São Paulo: Papirus, 1989.

  

FERNANDÉZ, Florestan. Educação e Sociedade no Brasil. São Paulo: Dominus, 1966.

 

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio. Rio de Janeiro: Nova

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

  

_______, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

GADOTTI,M. Convite à Leitura de Paulo freire.São Paulo: Scipione, 1999.