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CORPO E MOVIMENTOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Katia Regina de Paula Leite

Katiluce Freitas Cunha

Luciméia Brito Batista

Cristiane Marques Pereira

 

1 INTRODUÇÃO

 

As crianças na educação infantil são ativas, cheias de energia e para elas é difícil ficarem sentadas por alguns minutos. Outros têm dificuldade para se concentrarem em detalhes, facilmente se distraem e possuem uma compreensão limitada do tempo e espaço. Lidam intensamente com suas emoções, desejam ser o centro das atenções e não gostam de mudanças, preferem ficar na rotina. Brincam com outras crianças, dispostas a partilhar e a ceder a vez, brincam amarelinha e de faz de conta. Nessa idade podem principalmente na fase dos porquês.

A motricidade já tem grandes progressos visto que conseguem vestirem-se e despirem-se sozinhas. Nesta fase treina-se a coordenação motora, elas executam movimentos isolados do corpo (só os pés, só as mãos). Começa o interesse por brincadeiras que envolvem rapidez e velocidade. Mas é difícil participarem de jogos com crianças mais velhas, pois mudam muito as regras. O brincar ainda é paralelo e não cooperativo, compreendem regras, mas seguem por períodos curtos.

O estímulo de outras capacidades físicas nesta idade, bem como o desenvolvimento psicológico e cognitivo deve ser de forma gradual. Sendo realizada através de atividades que a criança goste e nunca por obrigação ou desejo dos pais para serem atletas. Quando a atividade é tratada como brinquedo ou diversão, há mais chances de conquistar a criança.

 

2 TEMA

 

O projeto tem como tema ‘’Corpo e movimentos na educação infantil’’, desde cedo, as crianças conseguem explorar o mundo, o espaço e os objetos por meio do corpo, com os sentidos, movimentos. Assim, elas estabelecem relações, brincam se expressam e produzem conhecimentos sobre si, sobre o outro e sobre o universo cultural e social. Por meio das diferentes formas de expressão, como a dança, a música, o teatro e as brincadeiras de faz de conta, elas se expressam e se comunicam tanto com a linguagem quanto com o corpo e com as emoções. Nesse campo de experiência, o corpo da criança ganha centralidade. Assim, a escola deve promover oportunidades para que ela possa explorar e vivenciar um amplo espectro de possibilidades. O segundo Campo de Experiência da BNCC propõe a exploração dos espaços, das sensações e brincadeiras como forma de descobrir possibilidades e limites corporais.

Com o corpo (por meio dos sentidos, gestos, movimentos impulsivos ou intencionais, coordenados ou espontâneos), as crianças, desde cedo, exploram o mundo, o espaço e os objetos do seu entorno, estabelecem relações, expressam-se, brincam e produzem conhecimentos sobre si, sobre o outro, sobre o universo social e cultural, tornando-se, progressivamente, conscientes dessa corporeidade. Por meio das diferentes linguagens, como a música, a dança, o teatro, as brincadeiras de faz de conta, elas se comunicam e se expressam no entrelaçamento entre corpo, emoção e linguagem. As crianças conhecem e reconhecem as sensações e funções de seu corpo e, com seus gestos e movimentos, identificam suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo, ao mesmo tempo, a consciência sobre o que é seguro e o que pode ser um risco à sua integridade física. Na educação Infantil, o corpo das crianças ganha centralidade, pois ele é o partícipe privilegiado das práticas pedagógicas de cuidado físico, orientadas para a emancipação e a liberdade, e não para a submissão. Assim, a instituição escolar precisa promover oportunidades ricas para que as crianças possam sempre animadas pelo espírito lúdico e na interação com seus pares, explorar e vivenciar um amplo repertório de movimentos, gestos, olhares, sons e mímicas com o corpo, para descobrir variados modos de ocupação e uso do espaço com o corpo (tais como sentar com apoio, rastejar, engatinhar, escorregar, caminhar apoiando-se em berços, mesas e cordas, saltar, escalar, equilibrar-se, correr, dar cambalhotas, alongar-se etc.).

 

3 JUSTIFICATIVA

 

O corpo e movimento na educação são muito importantes para o pleno desenvolvimento da criança. Desde o nascimento, ela já passa a utilizar o próprio corpo para interagir com o ambiente e com as pessoas.  Segundo Vygotsky, (1896-1934) há uma ‘zona de desenvolvimento proximal’, que se refere à distância entre o nível de desenvolvimento atual – determinado através da solução de problemas pela criança, sem ajuda de alguém mais experiente – e o nível potencial de desenvolvimento – medido através da solução de problemas sob a orientação de adultos ou em colaboração com crianças mais experientes.”

Com o corpo (por meio dos sentidos, gestos, movimentos impulsivos ou intencionais, coordenados ou espontâneos), as crianças, desde cedo, exploram o mundo, o espaço e os objetos do seu entorno, estabelecem relações, expressam-se, brincam e produzem conhecimentos sobre si, sobre o outro, sobre o universo social e cultural, tornando-se, progressivamente conscientes dessa corporeidade. Por meio das diferentes linguagens, como a música, a dança, o teatro, as brincadeiras de faz de conta, elas se comunicam e se expressam no entrelaçamento entre corpo, emoção e linguagem.

Desta forma, “a brincadeira fornece, pois, ampla estrutura básica para mudanças da necessidade e da consciência, criando um novo tipo de atitude em relação ao real. Nela aparece a ação na esfera imaginativa numa situação de faz-de-conta, a criação das intenções voluntárias e a formação dos planos da vida real e das motivações volitivas, constituindo-se, assim, no mais alto nível de desenvolvimento pré-escolar.” Esses movimentos são gradativamente aperfeiçoados pelas crianças, como forma de entender o mundo a seu redor.

Com isso, passa a manusear objetos, engatinhar, caminhar, correr, saltar, brincar. Portanto, o movimento é utilizado pela criança como uma linguagem, tanto para agir com o meio físico como para se comunicar com as pessoas. Por isso, a escola deve criar situações favoráveis para que a criança se desenvolva de tal forma que amplie os conhecimentos sobre si mesmos, explore o ambiente físico e social e supere desafios. Enfim, a crianças utilizam o movimento como meio de expressar suas emoções e seus pensamentos.

 

4 PARTICIPANTES

 

O projeto corpo e movimentos se destina ao publico da educação infantil consiste na educação de crianças, com idades entre 2 a 5 anos (entre 2 e 6 anos de idade para nascidos no segundo semestre).

Neste tipo de educação, as crianças são estimuladas - através de atividades lúdicas, brincadeiras e jogos - a exercitar as suas capacidades e potencialidades emocionais, sociais, físicas, motoras, cognitivas e a fazer exploração, experimentação e descobertas.

A educação infantil é ministrada em estabelecimentos educativos divididos nas modalidades creches e pré-escolas. A educação infantil é obrigatória a partir dos quatro anos, sendo um direito da criança que o Estado é obrigado a disponibilizar o espaço e os educadores de forma pública. Existem, também, diversas instituições privadas que oferecem o serviço de educação infantil no Brasil.

 

5 OBJETIVOS

 

 

Objetivo Geral

Incentivar o Movimento Corporal, para o desenvolvimento motor e das expressões corporais da criança.

 

 

Objetivos Específicos

Desenvolver habilidades corporais variadas; associar expressão corporal ao ritmo musical (brinquedos cantados); desenvolver a linguagem como forma de comunicação.

 

 

 

6 PROBLEMATIZAÇÃO

           

Diante disso, o nosso problema consiste na seguinte questão: de que modo o eixo do movimento, quando trabalhado adequadamente na prática pedagógica da educação infantil, interfere no desenvolvimento infantil? O corpo em movimento é muito importante para o pleno desenvolvimento da criança. Desde o nascimento, ela já passa a utilizar o próprio corpo para interagir com o ambiente e com as pessoas, se refere à distância entre o nível de desenvolvimento atual – determinado através da solução de problemas pela criança, sem ajuda de alguém mais experiente – e o nível potencial de desenvolvimento – medido através da solução de problemas sob a orientação de adultos ou em colaboração com crianças mais experientes.

Hoje percebemos que crianças que demorar desenvolver ou a fala ou até mesmo a coordenação motora pela falta de ter trabalhado os movimentos na educação infantil causa danos irreparáveis. Desta forma, “a brincadeira com movimentos fornece, pois, ampla estrutura básica para mudanças da necessidade e da consciência, criando um novo tipo de atitude em relação ao real. Nela aparece a ação na esfera imaginativa numa situação de faz-de-conta, a criação das intenções voluntárias e a formação dos planos da vida real e das motivações volitivas, constituindo-se, assim, no mais alto nível de desenvolvimento pré-escolar.”

Esses movimentos são gradativamente aperfeiçoados pelas crianças, como forma de entender o mundo a seu redor. Com isso, passa a manusear objetos, engatinhar, caminhar, correr, saltar, brincar. Enfim, a crianças utilizam o movimento como meio de expressar suas emoções e seus pensamentos.

Portanto, o movimento é utilizado pela criança como uma linguagem, tanto para agir com o meio físico como para se comunicar com as pessoas. Por isso, a escola deve criar situações favoráveis para que a criança se desenvolva de tal forma que amplie os conhecimentos sobre si mesmos, explore o ambiente físico e social e supere desafios.

Ao professor de educação infantil cabe proporcionar atividades que possam estimular as crianças para que elas percebam seus recursos corporais, bem como suas capacidades e limitações. Os educadores devem criar inúmeras possibilidades para que as crianças se sintam seguras e livres para aperfeiçoarem suas habilidades motoras.

 

7 REFERENCIAL TEÓRICO

 

Respaldados na teoria histórico-cultural, acreditamos que para haver desenvolvimento é necessária a existência de momentos de alternância entre períodos de estabilidade e instabilidade. Os períodos estáveis, segundo Vigotski (1996), caracterizam-se por desencadear no indivíduo a alteração da personalidade e ao haver aglomeração desses momentos de estabilidade eles resultam na formação da qualidade. Já os momentos instáveis caracterizam-se por provocar no sujeito inúmeras mudanças transformando as estruturas do mesmo, dando origem a vastos momentos de interrupção da personalidade resultando na reorganização das necessidades do indivíduo, fazendo com que o mesmo tenha novos motivos para relacionar-se com o meio.

Ao relacionar-se com o ambiente no qual se encontra inserido e com aqueles que o constituem, a criança se utiliza de diversos elementos dentre eles o movimento que é um dos mais importantes. Como destaca Fonseca (1988), o movimento, desde o nascimento até a fase final do sujeito, vem sempre diante da satisfação de uma necessidade. Tomemos como exemplo o bebê, ainda privado da fala, que aponta o copo de água; ao executar tal movimento ele demonstra ao adulto que está com sede, buscando satisfazer assim uma de suas necessidades vitais.

Vejamos o que Mello (2007, p. 96) destaca a esse propósito: 1095 No primeiro ano de vida, a atividade principal da criança – isto é, aquela através da qual ela entra em contato com o mundo que a rodeia, aprende e se desenvolve – é a comunicação emocional com os adultos que se aproximam dela. Impossibilitada, nessa idade, de se comunicar através de palavras, a comunicação acontece pelo olhar e o movimento corporal, percebendo emoções do adulto por meio do toque, da fala e do olhar. Dessa forma é possível compreender que o movimento está presente no desenvolvimento da criança desde sua concepção, sendo fundamental em todos os momentos de interação dos pequenos com o meio ao qual estão inseridos e aqueles que fazem parte do mesmo.

 É importante destacar que nos primeiros anos de vida o movimento tonar-se mais presente, já que por meio dele a criança realiza suas primeiras descobertas. Cabe salientar que ao esboçar a importante relação entre a aprendizagem e o desenvolvimento da criança, Vigotski (2007) destaca que a aprendizagem está sempre à frente do desenvolvimento, sendo ela quem conduz e impulsiona o desenvolvimento. Assim, a aprendizagem é a responsável por estimular numerosos processos internos de desenvolvimento, os quais intervirão em todos os momentos em que a criança se relacionará com outros sujeitos.

Cabe destacar que

 

... a aprendizagem humana advém de um caráter social singular e que envolve um percurso no qual as crianças são inseridas na vivência intelectual dos indivíduos que a rodeiam. (SOUTO, 2016, p. 35).

 

Nesse importante processo de aprendizagem e desenvolvimento há o elo principal que é a mediação. Desde o primeiro dia de vida o bebê contempla suas primeiras experiências estabelecidas pelas relações sociais graças a diversos fatores, sendo um deles o movimento. Ao nascer, Martins (2012) enfatiza que o bebê demonstra certa limitação em relação aos reflexos diante da totalidade de suas ações, apresentando assim respostas involuntárias referentes à estimulação. Dispondo de tais reflexos primários a criança inicia sua vida, mas rapidamente ela começa a manifestar controle voluntário de seus movimentos em inúmeras partes do corpo.

Sobre isso Martins (2012, p. 104) Salienta que:

 

... o desenvolvimento motor é altamente representativo dos saltos qualitativos que se processam no entrelaçamento dos fatores biológicos (maturacionais orgânicos) e da estimulação social.

 

Desse modo é por meio do movimento que o homem satisfaz suas necessidades mais importantes. Entendemos que esse movimento não é meramente um movimento, mas sim uma ação orientada, ou seja, um movimento provido de estimulação social. Já em termos filogenéticos é possível compreender que o movimento é condição vital de adaptação e é apenas por meio dele que

 

... a nutrição é satisfeita, e só em função necessidade se justifica o processo de relação com o meio, dado que todos os animais, inclusive o homem, necessitam de obter determinados alimentos a partir do seu envolvimento. (FONSECA, 1988, p. 37).

 

Assim é possível compreender que tanto em termos filogenéticos quanto ontogenéticos o movimento é determinante no desenvolvimento humano. Sem ele não seria possível o acontecimento das transformações humanas, já que por meio do mesmo o homem se aprimorou dos aspectos psíquicos e físicos possibilitando a intencionalidade ao se movimentar, evoluindo para um nível cultural e social que resultou no surgimento das funções psicológicas superiores, termo este adotado quando há a junção de signos e instrumentos direcionados a ações psicológicas. No entanto essas ações devem ser mediadas como salienta Vigotski “todas as funções psíquicas superiores são processos mediados” (VYGOTSKY, 1993, p. 48), sendo que o elo entre as funções psíquicas superiores é a atividade simbólica Vigotski (2007b, p. 49, tradução nossa).

Sobre isso o autor acrescenta: [...]

 

... as funções superiores de percepção, memória, atenção, movimento e outras, têm mostrado estarem ligadas internamente ao desenvolvimento da atividade simbólica na criança e somente é possível compreendê-las baseando-se em análises de suas raízes genéticas e da reconstrução que sofrem ao longo de sua história cultural.

 

 Isso posto é notável que as funções psíquicas superiores sejam baseadas em uma comunalidade que está presente desde a origem das mesmas estendendo-se pelos mecanismos evolutivos. Cabe aqui destacar que as funções psicológicas superiores têm sua gênese no âmbito social e não no aspecto biológico, dessa forma, ocorrem na relação cultural, social e afetiva entre os sujeitos. Diante das relações estabelecidas pelas crianças existe um elemento essencial que é a brincadeira a qual além de atuar como promotora das relações sociais contempla em seu desenvolvimento o eixo do movimento como aspecto essencial. Um exemplo de trabalho com as brincadeiras pode ser

 

... a inserção de personagens do folclore no cotidiano infantil [que] permite às crianças encontrarem tempo e espaço para imaginar e se transportar a outros mundos, inventar histórias e serem autoras de inúmeras experiências. (ROVERI, 2014, p. 62).

 

Assim, é possível compreender que a brincadeira desenvolve papel fundamental no processo de humanização da criança, ela possibilita o desenvolvimento das funções psicológicas superiores e contempla em sua essência o eixo do movimento. O movimento, como fora visto e vivenciado, ajuda a criança a adquirir conhecimento do mundo que a rodeia através do seu corpo, de sua percepção e sensações. Por estar ligado a aspectos afetivo ou relacional, o contato da criança com o adulto, com o ambiente físico e com outras crianças, dá condições para que ela se desenvolva em seu ambiente. O corpo, portanto, é uma forma da criança expressar a sua individualidade, reconhecer-se a si mesma e perceber as coisas que a cerca. Nessa etapa de desenvolvimento, o trabalho com o lúdico pode ser direcionado num contexto de jogos motores, musicalização e arte, que aliado às atividades didático-pedagógicas, mostra-se um instrumento educativo imprescindível para a aprendizagem infantil.

As vivências corporais favorecem a aprendizagem, uma vez que por meio das quais pode-se experimentar sensações e explorar o movimento do corpo e do espaço adquirindo um saber concreto de maneira significativa para o educando. Cabe ao professor compreender e conhecer o agir da criança através de seus aspectos psicológicos, psicomotores, emocionais, cognitivos e sociais, para poder mediar e organizar atividades que abordem diferentes conhecimentos, através de estratégias que lhes permitam vivenciar situações de ensino-aprendizagem desafiadoras com a integração do corpo e da mente.

Para as crianças pequenas o movimento assume um papel importante, que significa muito mais do que movimentar partes do corpo ou deslocar-se no espaço, elas se comunicam e se expressam por meio de gestos e das mímicas faciais, e interagem utilizando fortemente o apoio do corpo. qual vão se estruturando e exercendo grandes influências no nosso comportamento. É a partir do movimento que a criança amplia o uso significativo de gestos e posturas corporais, que expressa sentimentos e ações e assim podemos constatar que as atividades motoras fazem parte do cotidiano das crianças em qualquer estabelecimento que se dedique à tarefa educacional para infância.

O movimento, o brinquedo, os jogos tradicionais da cultura popular preenchem de alguma forma determinadas lacunas na rotina das salas de aula. Nas escolas de educação infantil, podemos encontrar as cantigas de rodas e as músicas infantis coreografadas em diversos momentos, até mesmo no parque livre ou dirigido, ou nos com jogos didáticos ou materiais lúdicos. Assim, compreendemos que ao falarmos sobre escola, em especial aquelas que atendem crianças na idade de creche e pré-escola, o movimento e a ludicidade são fatores que atuam conjuntamente na educação. Dessa forma, nós educadores devemos ter um olhar diferenciado para essas questões, principalmente refletirmos sobre as diversidades de práticas pedagógicas que caracterizam esse universo infantil e as funções atribuídas ao movimento.

Em algumas práticas qualquer gesto ou mudança de posição pode ser visto como desordem ou indisciplina, já em outras práticas, para muitos de nós educadores, a repetição constante de exercícios é essencial para que a criança se desenvolva, pena que as instituições de uma maneira geral persistem em imobilizar as crianças em uma carteira ou mesa, restringindo a fluidez das emoções e do pensamento imprescindíveis para o desenvolvimento completo da criança, O movimento depende basicamente da organização dos ambientes para as crianças se movimentarem e se expandirem, com as percepções que lhe dão o conhecimento do movimento do corpo e através deste, conhecimento do mundo que o rodeia. Os exercícios psicomotores, através dos movimentos e dos gestos, não devem ser realizados de forma mecânica devem ser associados com as estruturas cognitivas e afetivas, tudo apoiado pela consciência.

É muito grande a influência que a cultura tem sobre o desenvolvimento da motricidade infantil, não só pelos diferentes significados que cada grupo atribui a gestos expressões faciais, como também pelos diferentes movimentos aprendidos no manuseio de objetos específicos presentes na atividade cotidiana, como pás, lápis, bolas de gude, corda, estilingue etc. Os jogos, as brincadeiras, a dança e as práticas esportivas revelam por seu lado, a cultura corporal de cada grupo social, constituindo-se em atividades privilegiadas nas quais o movimento é aprendido e significado. A dimensão subjetiva do movimento deve ser contemplada e acolhida em todas as situações do dia a dia na instituição de educação infantil, possibilitando que as crianças utilizem gestos, posturas e ritmos, para se expressar e se comunicar. Além disso, é possível criar intencionalmente oportunidades para que as crianças se apropriem dos significados expressivos do movimento. As escolas de educação infantil devem assegurar e valorizar em seu cotidiano, jogos motores e brincadeiras que contemplem a progressiva coordenação dos movimentos e o equilíbrio das crianças. Os jogos motores de regras trazem também a oportunidade de aprendizagens sociais, pois ao jogar as crianças aprendem a competir, a colaborar umas com as outras, a combinar e a respeitar regras.

O movimento humano, contudo, é mais que um simples deslocamento do corpo no espaço, constitui-se em uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo. Entendemos portanto, que as instituições de educação infantil devem favorecer um ambiente físico e social onde as crianças se sintam protegidas e acolhidas , ao mesmo tempo seguras para se arriscar, vencer desafios e vivenciar situações planejadas, especialmente para trabalhar a motricidade e desenvolvendo como objetivo principal possibilitar futuramente um maior envolvimento de atividades relacionadas com o movimento, na perspectiva de desenvolver a multiplicidade de funções e manifestações através da motricidade além de refletir sobre as posturas implicadas nas atividades cotidianas. Por isso a importância que as escolas de educação infantil reflitam sobre o espaço dado ao movimento em todos os momentos da rotina diária, incorporando diferentes significados que lhe são atribuídos. Cabendo a nós educadores organizarmos melhor nossa prática, levando em conta as necessidades motoras de nossas crianças, entendendo que atividade lúdica é toda e qualquer animação que tem como intenção causar prazer e entretenimento, sendo assim as atividades lúdicas são indispensáveis para a apreensão dos conhecimentos artísticos e estéticos, pois possibilitam o desenvolvimento da percepção, da imaginação, da fantasia e dos sentimentos.

 

8 METODOLOGIA

 

Conteúdo: Bola por cima, bola por baixo.

Metodologia: Execução: O professor deve colocar os alunos em duas colunas, em fila indiana. Podendo dividir em equipes ou meninos versus meninas. Ao primeiro sinal, que pode ser dado com um apito, o primeiro aluno de cada fileira deve passar a bola por cima da cabeça (com as duas mãos), até chegar ao último colega da fileira. Quando este pegar a bola, deverá correr até a frente da fileira e passar a bola por cima da cabeça, dando sequência a atividade.

Assim que todas as crianças completarem e o que iniciou a atividade voltar a ser o primeiro, o professor deve pedir que todas as crianças afastem as pernas e deem sequência a atividade, sendo que desta vez devem passar a bola por baixo, até que todos completem a tarefa.

Quando terminar esta sequência, a primeira criança deve passar a bola por cima da cabeça, e a segunda deve pegar a bola e passar por baixo das pernas, a terceira criança deve pegar a bola embaixo e passar por cima da cabeça, até que todos completem a tarefa.

Conteúdo: Corrida do Saci

Metodologia: O professor deverá montar um ponto de partida e um de chegada. As crianças deverão ficar posicionadas em fila, cada uma segurará uma das pernas flexionadas para trás, na posição de saci.

Quando for dado o sinal, elas devem sair pulando até alcançarem a linha de chegada. Deverá ser eliminada a criança que colocar os dois pés no chão e ganhará ultrapassar a linha de chegada primeira. Para não haver exclusão, a criança que colocar o pé no chão poderá pagar uma prenda ao invés de ser eliminada.

Conteúdo: Corre cotia

Execução: é só fazer uma roda e dar algum objeto para uma criança iniciar a brincadeira. Essa fica de pé e roda atrás dos amigos, enquanto a música é cantada. Quando a música termina, ela deixa o objeto atrás de alguém e sai correndo com o objetivo de se sentar no lugar do amigo, ou então esse amigo pega e volta para o lugar.

Normalmente utiliza-se esta versão: Corre cotia na casa da tia, corre cipó, na casa da vó. Lencinho na mão caiu no chão, moça bonita do meu coração. Posso jogar?

As crianças todas juntas gritam: Não!

O aluno que está com o objeto põe nas costas de outra criança.

Conteúdo: Morto-vivo

Metodologia: Execução: O professor intercala entre vivo (ficar de pé), morto (agachar). Quem errar perde, para não haver exclusão poderá pagar uma prenda.

Conteúdo: Caminhada companheira

Metodologia: Esta brincadeira desenvolve a ideia da tolerância entre as crianças. Ela deve ser aplicada sempre que houver necessidade das crianças andarem juntas, como para ir a sala de aula, ao pátio, a quadra, etc.

Execução: O professor deverá colocar as crianças em fila indiana. No inicio da atividade peça que coloquem uma das mãos sobre o ombro do coleguinha da frente para delimitar um espaço para os passos. Feito isso peça que tirem as mãos e sigam até o destino.

A regra é, quem quiser correr ou andar mais rápido que as outras crianças devem se controlar e aguardar ou quem for mais lento precisa andar mais depressa. Se houver alguma criança com dificuldade de locomoção, os coleguinhas terão de esperá-lo.

 

 

9 CRONOGRAMA

 

Cronograma fictício das atividades

 

 

ATIVIDADES

Mês: setembro

 

 

Etapa 1° será atividade bola por cima, bola baixo voltados a crianças 2 anos.

 

 

 

 

 

 

Etapa 2° corrida do saci voltado a crianças de 3 anos.

 

 

 

 

   

     Dia 03/09

 

   

    Dia 10/09

 

   

    Dia 17/09

 

   

     Dia 24/09

Etapa 3° corre cotia voltados a crianças de 4 anos

 

 

 

 

Etapa 4° caminhada companheira voltados a crianças 5 anos.

 

 

 

 

 

 

10 RECURSOS

 

Professores, coordenador (a), crianças (alunos), apito, bola, um objeto de sua preferência, som com música corre cotia.

corre cutia disponível em> https://www.youtube.com/results?search_query=%23correcotia > acesso em > 12/09/2018.

corrida do saci disponível em> https://www.youtube.com/watch?v=N8KS5hY3D64 acesso em> 12/09/2018.

 

 

11 AVALIAÇÃO

 

Avaliação será através de observações de cada etapa realizada. Dessa forma, alunos trabalhará sua mente sem que perceba a sua construção do conhecimento no processo de ensino aprendizagem, induzindo-o ao desenvolvimento motor e à criatividade.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

 

Concluir que indo de encontro com a ideia de que a prática do movimento é necessária para a Educação Infantil por englobar os potenciais afetivos, sociais, intelectuais e motores da criança, esta prática torna-se uma aliada das atividades lúdicas, a partir do momento que possibilita a criança a experimentar experiências que o ajude a compreender o mundo que o cerca. Porém, para que as crianças adquiram novos conhecimentos e desenvolva habilidades de forma natural e agradável, é essencial saber de que forma a atividade é dirigida e vivenciada, e o porquê de sua realização, para justamente gerar um interesse em aprender garantindo-lhes o prazer. Enfim assim, partindo desses pressupostos, entende se que o movimento é a linguagem das crianças pequenas que ainda não falam e continua sendo uma forma de se expressar daqueles que já se comunicam com palavras.

 

REFERÊNCIAS

 

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular- BNCC 2° versão. Brasília, DF, 2016.

 

FONSECA, Vitor. Da filogênese à ontogênese da motricidade. Artes Médicas: Porto Alegre. 1988.

 

MARTINS, Lígia Márcia. O ensino e o desenvolvimento da criança de zero a três anos. In: ARCE, Alessandra e MARTINS, Lígia Márcia (Orgs.). Ensinando aos pequenos de zero a três anos. Campinas, São Paulo. Editora Alinea, 2° edição, 2012.

 

MELLO, Suely Amaral. Infância e humanização: algumas considerações na perspectiva histórico-cultural. Perspectiva, Florianópolis, v. 25, n. 1, p. 83 -104, jan./jun. 2007.

 

VIGOTSKI, Lev Semenovich. Obras escogidas. Madrid: Visor, 1996.

 

VIGOTSKI, Lev Semenovich. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

 

VYGOTSKY, Lev Semenovich. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

 

VYGOTSKI, Lev Semenovich; LURIA, Alexander Romanovich. Los métodos para el estúdio de las funciones psíquicas superiores. In: VIGOTSKY, Lev Semenovich; LURIA, Alexander Romanovich. El instrumento y el signo em el desarrollo del niño. Madrid, Gráficas Rogar, 2007.

 

WALLON, Henri. A evolução psicológica da criança. São Paulo: Martins Fontes, 1968.