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A RELEVÂNCIA DA LEITURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: COMO E QUANDO ESTIMULAR

Geziane Honorato Canjo[1]

 

RESUMO

A prática de ler deve ser estimulada desde a infância. A contribuição familiar é muito relevante neste processo, com o intuito da criança adquira hábito leitor. Acaso o contato prévio com a leitura não aconteça através da família, a escola ficará com a responsabilidade de iniciar esse processo. A escola é o ambiente formal da educação, com a missão de educar para o bom entendimento de conteúdo, formar leitores para o mundo dos livros. O hábito de ler, é um tema frequentemente, nas escolas, as necessidades das práticas de leitura são evidenciadas por muitos pesquisadores, e tema de preocupação dos professores em sala. Nesse sentido, o intuito deste trabalho é identificar a relevância da leitura, o mais breve possível, apresentará possibilidades de como estimular a leitura na rotina da criança, e o docente como mediador deste processo. Utilizou-se por intermédio de levantamento bibliográfico, respostas as dúvidas levantadas, bem como pesquisa de material teórico desenvolvido por meio de livros, artigos científicos.

 

Palavras-chave: Leitura. Educação. Infância.

                          

  1. INTRODUCÃO

 

Esta pesquisa expõe o resultado da busca por conhecimento sobre a relevância da leitura, quais meios utilizar? É possível estimular o hábito literário na infância? Os presentes questionamentos foram respondidos através de um delicado estudo através de pesquisas bibliográficas proporcionando informações de fontes seguras complementando com tais reflexões sobre o assunto abordado. Ler é apropriar-se do conhecimento de terceiros de forma que possa formar sua própria opinião sobre o tema abordado. Através de uma visão pedagógica, a leitura colabora para que o discente possa construir suas competências cognitivas.

São várias os impedimentos para manter uma visão crítica e construir uma análise sobre a grandiosidade da leitura desde da infância do ser humano. O ensino da prática da leitura necessita de habilidades adequadas e uma força tarefa para estimular esse hábito tão importante para acrescentar conhecimento ao indivíduo, que devem ser aplicados meios e métodos distintos e adequados para cada faixa etária, neste sentido, o educador torna-se inventor, criativo e necessário na formação de novos ledores.

O intuito deste estudo é identificar e reconhecer a grandeza da leitura direcionada a Educação Infantil, de maneira que possa agregar a relação entre prática e seus benefícios. A presente pesquisa expõe o quanto a prática literária acrescenta na construção do senso crítico, psicológico, cognitiva, cultural, entre outros benefícios para seus adeptos exercício que deve ser aplicado desde a primeira infância, neste trabalho discorre que é possível inserir a leitura na educação infantil de forma inovadora e diferenciada.

 

  1. SÍNTESE HISTÓRICA DA LEITURA

 

A leitura está presente desde o princípio da civilização, o ser humano busca entender sinais através de leitura interpretativa de anotações dos seus ancestrais. O aprimoramento do exercício da leitura ocorreu com o princípio da escrita formal, num período que a sociedade busca regulamentar as informações. A distância entre as pessoas, contribuiu para o surgimento das cartas e vários artefatos escritos com objetivo de se comunicarem.

De acordo com Bajard (1994, p. 16), de que “[...] a invenção da escrita ocorreu não para duplicar o oral, mas pra completá-lo”, sendo assim, nós entendemos que a leitura possui, a função de informar, de expor um tema e conhecimento mais aprofundado ao leitor sobre determinado assunto, a leitura está relacionada, de fato, com a construção do pensamento crítico, e reflexivo atrelado ao contexto que, o leitor está inserido: na política, economia e cultura.

A evolução do ser humano acontece, principalmente através de ler, seja pela escrita formal ou até mesmo da imagens produzidos por nossos antepassados. Em conformidade, com inúmeros estudiosos comprovam a magnitude do hábito de lê, e a necessidade de formas de ensino e aprendizagem. De acordo, com Kilian e Cardoso (2012, p. 2) os quais afirmam que:

 

Segundo relatos históricos e arqueológicos, foi na Babilônia onde tudo começou. Hoje, dessa cidade só restam ruínas na região Mesopotâmica do Egito. Seu povo foi o precursor de muitos avanços da civilização como, por exemplo, agricultura, arquitetura, comércio, astronomia, direito, escrita. Nesse local, surgiram as primeiras inscrições do que viria a consumar o nascimento de uma prática revolucionária - a leitura.

 

Sendo assim, vale considerar que o surgimento da leitura foi pela necessidade do homem, uma vez que era imprescindível decodificar e compreender os símbolos. Levando em conta que a história expõe a leitura de imagens em paredes de cavernas e outros artefatos pré-históricos, o que percebemos que a leitura e escrita em simbolismo estavam presente desde a pré-história. A leitura, então, se torna indispensável para a sobrevivência, da humanidade. O que foi ao longo do tempo evoluindo, aperfeiçoando e se tronando necessário.

Nestas circunstâncias, é importante destacar que ler foi essencial ao ser humano para atravessar fronteiras e alcançar novos horizontes: encurtar distância nas navegações e viagens presenciais entre outros. A leitura é a base para aquisição de conhecimento e informação. A prática literária caracteriza-se um sentimento de emoção e liberdade ao ledor. Neste sentido, Fonseca (2013, p. 92) diz: “[...] a história da leitura tem sido um dos mais instigantes objetos de estudo das últimas décadas por dar voz a personagens até então silenciadas nas análises que focavam o texto e não os usos e interpretações dos textos”.

Neste contexto, o autor apresenta nas palavras sentimentos e direciona o leitor a formar suas ideias através da imaginação. Em observação a história da leitura Fonseca (2013, p. 92) destaca que:

 

Os antigos leitores, muitas vezes obscurecidos nas pesquisas seriais e quantitativas, ao ganharem destaque nos estudos históricos mostraram que havia uma grande distância entre o prescrito e o vivido, entre o leitor idealizado e o leitor real, entre a interpretação considerada correta pelo autor e/ou editor e a compreensão adquirida no ato da leitura.

 

Contudo, o objeto de estudo aqui, não é interpretar o que é fantasioso ou real. Mas vale considerar que as fases históricas da leitura foram impulsionadas ao hábito da leitura, de viajar no mundo dos livros, assimilar as informações de um jornal, de poder ler a bula de um remédio e etc. O fato inquestionável é que a escrita formal e sua compreensão possui uma amplitude, que leva a inúmeras interpretações, mesmo o autor não sendo favorável.

 

  1. A FUNÇÃO DA LEITURA

 

A leitura possui inúmeras funções que leva o indivíduo a explorar um mundo de possibilidades, a escrita, a interpretação de forma regular e conclusa. O hábito de leitura é indispensável para a interação do ser humano numa sociedade, o estimulo à leitura deve ser inserido desde a infância, porque é quando a criança descobre a criatividade, fantasias (imaginação). O indivíduo que não busca conhecimento e informação se torna prisioneiro de si. Pode-se afirmar que a leitura sistematizada e reflexiva tem um papel libertador na vida do ser humano, a leitura permiti ao indivíduo se expressar de forma mais elaborada, esclarecida no seu dia a dia, Bamberger (2002, p. 32) afirma que: “A leitura impulsiona o uso e o treino de aptidões intelectuais e espirituais, como fantasia, o pensamento, à vontade, a simpatia, a capacidade de identificar etc.”.

A prática de ler não é apenas uma decodificação de símbolos, mas sim, está relacionado a construção intelectual, cultural, aumentando o foco e concentração, estimula a criatividade, o pensamento crítico, exercita o cérebro, melhora a escrita e vocabulário. A leitura tem como finalidade causar uma transformação positiva no leitor: emocional e intelectual evoluindo de forma impressionante a capacidade de ensino aprendizagem e raciocínio, sendo assim, é preciso inserir a leitura nas atividades do dia a dia das crianças desde muito cedo, a partir de histórias (com temas infantis) que despertará o imaginário e criatividade na mesma.

O momento de leitura provoca interação entre leitor e autor sem ao menos se conhecerem, onde o leitor faz sua reflexão, interpretação dos pensamentos, sentimentos do autor expresso na escrita. Segundo Foucambert (1994, p. 30),

 

Ser leitor é querer saber o que se passa na cabeça de outro, para compreender melhor o que se passa na nossa. Essa atitude, no entanto, implica a possibilidade de distanciar-se do fato, para ter dele uma visão de cima, evidenciando um aumento do 5 poder sobre o mundo e sobre si por meio desse esforço teórico. Ao mesmo tempo, implica o sentimento de pertencer a uma comunidade de preocupações que, mais que um destinatário, nos faz textos, seja um manual de instruções, seja um romance, um texto teórico ou um poema.

 

A leitura é uma troca entre quem lê e quem escreve. O autor não é totalmente dono do que escreve somente se não publicar o que escreveu. Quando o autor publica, o texto adquire uma identidade própria e se alimenta das diferentes interpretações que são feitas. Sendo assim, cada ledor torna-se um pouco autor, pois colabora com o sentido do texto, com a interpretação e visão panorâmica individual que dele tem. De acordo com Neves (2018):

 

O sentido de um texto, portanto, é construído nesse diálogo, nessa interação autor-leitor. Não é verdade, entretanto, que, assim sendo, todas as leituras são possíveis. O autor se utiliza de um vocabulário específico e estrutura suas frases de determinada maneira, de modo a conduzir o leitor a uma certa conclusão. O arranjo das palavras no texto, entretanto, pode suscitar um entendimento que escapa ao controle do autor e é nesse “vazio” do texto que o leitor penetra com sua interpretação, que nasce de suas experiências e conhecimento de mundo.

 

Nesse sentido pode-se considerar que o autor não é dono absoluto do que escreve quando publicado, ou seja, algo que não está sobre seu domínio, que proporciona total autonomia para o leitor formar suas próprias conclusões, reflexões sobre sua leitura.

 

  1. O PAPEL DA FAMÍLIA NA FORMAÇÃO DE LEITORES

 

A formação de leitores é um processo longo que exige muito esforço, criatividade e dedicação, mas para quem tenha êxito é necessário que os pais e familiares leitores proporcione o primeiro contato da criança com o mundo dos livros através de histórias de contos de fadas, dar exemplo, ler junto com a criança e etc. Quando os pais possuem o hábito de leitura esse processo torna-se algo natural e prazeroso para criança. Mas quando esse caminho não é iniciado no seio familiar, a responsabilidade ficará apenas para o professor será na escola que esse contato com o mundo dos livros ocorrerá, tornando o processo ainda mais desafiador para o docente. Segundo White (2014, p.73): “Os pais e as mães são responsáveis pela saúde, pela formação e pelo desenvolvimento do caráter dos filhos.” A formação emocional e intelectual não deve ser absolutamente terceirizada, os pais necessitam ser os protagonistas neste processo, a base deve ser o seio familiar, a escola é importante, mas deverá ser apenas um suporte para os responsáveis pela criança. Durante a primeira infância é imprescindível que os genitores sejam bons exemplos para seus filhos, eles precisam de modelos para seguir. De acordo com o contexto Sempre Família (2017) afirma: “A educação pelo exemplo não termina na infância. É importante que os pais mantenham determinadas rotinas para que os filhos as sigam”. Em uma casa que não possui o hábito de lê, a possibilidade das crianças e adolescentes se interessarem menos pelos livros na fase escolar é muito real.

A família é muito importância na construção do ensino aprendizagem dos seus filhos, já que a criança tem contato com ela antes da escola, através da leitura dos pais para seus filhos estimula a imaginação, e desperta outras formas que possibilita o acesso no mundo literário, os conhecimentos proporcionados no ambiente familiar são carregados pela criança por toda sua vida. Nesse sentido Redação Guia do Futuro (2020) nos afirma que:

 

O primeiro contato social que uma criança tem ocorre dentro do ambiente familiar. Partindo desse princípio, os pais são peças fundamentais na educação dos filhos, pois se tornam um reflexo do adulto em formação. Nesse caso, os responsáveis devem servir como exemplo às crianças e nunca como um problema durante esse processo de desenvolvimento. Além dos filhos carregarem o DNA dos pais, eles também absorvem com muita facilidade as características comportamentais (positivas e negativas) observadas em casa. Dessa forma, quando os pequenos passam para outros ambientes sociais, como a escola, alguns comportamentos já inseridos em sua conduta podem interferir no relacionamento com os professores e com os colegas de classe. Inclusive, podem influenciar o seu aprendizado intelectual.

 

Sendo assim, a família é e sempre será imprescindível no desenvolvimento moral, emocional, intelectual de sua prole, porém, jamais deverá ser negligenciado. Os pais são peça insubstituível na construção e formação dos seus filhos que precisam estar de mãos dadas com a escola.

 

  1. PAPEL DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DE LEITORES

 

As instituições de ensino exercem um papel de grande importância na formação de novos leitores, mas quando a família não participa neste processo é notório que, a responsabilidade recai efetivamente sobre a escola.

O contato mais frequente que muitas crianças terão com os livros muitas das vezes serão ao ingressar na educação infantil, ou seja, podendo ser até ser seu primeiro contato com esse muito de encantamento que causado pelos livros.

Cabe a escola motivar, incentivar a prática da leitura, antes mesmo da criança ser alfabetizada, com intuito de construir através cantigas, teatros com fantoches, histórias de contos de fadas, de aventuras entre outros mecanismos estimulando a imaginação das crianças desde a pré-escola, o ato do professor ler para seus alunos com uma leituras cheia entusiasmo, dinâmica e utilizando imagens as crianças conseguem fazer sua própria leitura de tudo que veem e escutam, quando esse aluno é apresentado para a literatura de forma criativa e prazerosa , a partir do momento que ela for alfabetizada o processo de formação desse leitor possui maiores possibilidades de obter êxito. Em conformidade com o PCN (1997, p.43) “[...] Uma prática de leitura que não desperte e cultive o desejo de ler não é uma prática pedagógica eficiente”.  

A formação de leitores que leem por puro prazer e satisfação é um caminho longo a ser percorrido que deve ter início antes mesmo que o aluno tenha idade escolar. E esse caminho deve ser apresentado de maneira natural e espontânea, antes que ela seja alfabetizado pode-se explorar as imagens, manuseando os livros de forma descompromissada, contar histórias entre outros elementos devem ser utilizados.

 Sendo assim, Bamberger (2002, p.24) explica que:

 

“[...] Na idade pré-escolar e nos primeiros anos de escola, contar e ler história em voz alta e falar sobre livros de gravuras é importantíssimo para o desenvolvimento do vocabulário, e mais importante ainda para a motivação da leitura”.

 

 A construção da prática de leitura formal no ambiente escolar proporciona conhecimento, ajuda a formar cidadãos com capacidade de refletir sobre meio que está inserido levando esse aluno para um nível de consciência crítica e formador de opiniões próprias. No espaço escolar que o aluno vai aprendendo o hábito de lê, através de texto, recursos de figuras e contação de histórias, vale salientar que é muito importante nos primeiros anos o papel do educador como mediador para que essa caminhada seja efetivada com sucesso.

O ambiente escolar é indispensável na construção do indivíduo atrelado: a família e políticas públicas adequadas.

 

A atividade fundamental desenvolvida pela escola para a formação dos alunos é a leitura. O melhor que a escola pode oferecer aos alunos deve estar voltado para leitura. Se um aluno não se sair muito bem na outras atividades, mas se for um bom leitor, penso que a escola cumpriu em grande parte tua tarefa. Se, porém, outro aluno tiver notas excelentes em tudo, mas não se tornar um bom leitor, sua formação será profundamente defeituosa e ele terá menos chances no futuro do que aquele que, apesar das reprovações, se tornou um bom leitor. (CAGLIARI, 2005, p. 148).

 

Diante disso, é possível repensar o papel da escola que não pode se resumir em ensinar gramática e matemática, mas sim estar comprometida na formação de cidadão pensantes, com capacidade de ser autores de seu próprio conhecimento através da leitura.

 

5.1 INSERINDO A LEITURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

 

Afirmar na Educação Infantil quem lê precisa saber decodificar letras e juntá-las, é desnecessário. Diante disso, é importante destacar que a leitura pode ser feita coletivamente, possibilitando a criança acompanhar (escutar) o leitor.

  Existem inúmeras possibilidades de inserir a leitura para crianças: por meio de livros emborrachados, relevos, ilustrações ou simplesmente contar uma história, Kato (1999, p. 14) destaca que “[...] os primeiros contatos da criança com textos ilustrados, a criança ainda não diferencia da função do texto a da figura, achando que esta última também é lida”.

Há quem diga que inserir a leitura na pré-escola parece algo impossível, mas vale ressaltar que não é uma tarefa fácil, porém não é impossível. Pode-se dizer que seja uma missão desafiadora que necessita de criatividade e paciência.

 A importância da leitura é objeto de estudo de várias pesquisas no mundo todo evidenciando os benefícios desta prática no desenvolvimento humano.

 

A Academia Americana de Pediatria recomenda aos médicos que orientem os pais a lerem para os seus filhos. Desde o nascimento, a superestimulação tem se tornado uma constante em casa e invadido o espaço escolar. Livros no banho e e-books são elementos cuja proposta é desencadear o gosto pela leitura logo cedo. O equilíbrio entre inseri-los na cultura letrada e "forçar" funções para as quais ainda não estão preparados, defendem os especialistas, depende de bom senso. (RUBIM; JORDÃO, 2015, p. 01)

 

O incentivo à leitura é muito importante desde a infância, não podendo ser confundir com obrigação, mas sim, um processo natural. Segundo Mialaret (1997, p.18), diz: “A aprendizagem da leitura é inseparável da formação do pensamento e do desenvolvimento do espírito crítico”. É inegável o quão importante o hábito de lê ao ser humano, sendo assim, estimular a prática literária deve ser percebido com um olhar mais atento.

O apreço pela leitura é um hábito adquirido durante a infância inserindo atividades diárias com livros nos primeiros anos de vida possibilitando a criança construir uma relação espontânea, saudável e agradável com a literatura, algo que contribui neste processo é oferecer variedade de livros coloridos, temas adequado para idade, gravuras e etc. O fato é que em tempo algum é cedo demais para estimular a leitura e imaginação das crianças: contar histórias para as crianças quando elas ainda forem bebês já é o primeiro passo para essa caminhada. Até mesmo quando estiverem apresentando os primeiros gestos de comunicação, que seja apenas balbuciar, já é viável iniciar a contar histórias. Nesse período, é necessário que essas histórias sejam breves e agradáveis, aos poucos aumente o tamanho das narrativas e emoções, que gradativamente as crianças ampliarão o interesse pelo livros.

Algumas ponderações são necessárias para inserir a leitura para crianças, como:

- Apresentar livros de acordo com a faixa etária deles, com histórias apropriada e que eles irão entender;

- Permita a criança explorar os livros vivendo um momento de imaginar e descobrir novas possibilidades.

- Não forçar o contato com os livros, porque poderá ter resultado contrário. Sendo assim, deixar livros em lugares de fácil acesso, para estimular o interesse espontaneamente;

- Ao ler para crianças, interprete as narrativas, de forma dinâmica aos personagens descrevendo cada momento da história.

Lajolo (2004) faz uma abordagem da leitura de uma forma em que se compreende que “[...] lê-se para entender o mundo, para viver melhor. Em nossa cultura, quanto mais abrangente a concepção de mundo e de vida, mais intensamente se lê, numa espiral quase sem fim, que pode e deve começar na escola, mas, não pode (nem costuma) encerrar-se nela”. A autora apresenta uma ideia descomplicada do complexo mundo da decodificação da escrita e das imagens.

Solé (1998, p. 91), afirma que:

 

A situação de leitura mais motivadora também são as mais reais: isto é, aquelas em que a criança lê para se libertar, para sentir o prazer de ler quando se aproxima do cantinho de biblioteca ou recorre a ela. Ou aquelas em que, com um objeto claro – resolve uma dúvida, um problema ou adquirir a informação necessária para determinado projeto – aborda um texto e pode manejá-lo à vontade, sem a pressão de uma audiência.

 

Em conformidade, com a autora, o incentivo mais proveitoso da leitura é aquele que provoca: liberdade, prazer, sem pressão e forneça conhecimento.

 

Perceber a leitura como forma de acesso a conhecimento e melhoria social ou como atividade prazerosa é fundamental para ampliar o interesse pelos livros pela população leitora e também para despertar o interesse daqueles que não descobriram o poder da leitura. Failla (2016, p.23).

 

Diante disso, o hábito de ler, não é somente uma busca por conhecimento, porém, um agregador de construção numa sociedade, de forma atrativa, burocrática e de fácil acesso, a quem tiver interesse promovendo benefício individual e coletivo.

É através da prática literária que a criança irá edificar sua maneira individual de agir (no contexto de uma comunidade), sua individualidade, identidade, discernimento e percepção da vida. Portanto, o papel do educador que, com um planejamento e uma visão diferenciada sobre a importância da leitura deverá desenvolver meios e métodos efetivos para formar leitores funcionais que tenha satisfação de apreciar o universo dos livros. Somente é possível despertar o gosto pela leitura, lendo. Segundo Spanevello (2014): “Não existiu e, talvez não exista um instrumento tão poderoso para o conhecimento quanto um livro”, aqui o autor expressa o poder agregador na transformação do indivíduo, de uma formação intelectual e um espírito crítico. Sendo assim, é necessário apresentar a leitura o mais breve possível na vida das crianças, porque não sobre apenas folhear as páginas de um livro, mas sim, diz respeito a construção do ser humano em diferentes contexto.

Ler facilita nas atividades escolares, e vai além das aulas de língua portuguesa ou produção de textos. A prática de lê é imprescindível mesmo nas aulas de matemática, geografia ou ciências porque tudo necessita ser interpretado, leitores assíduos possui mais habilidade nesse aspecto.

Diante de inúmeros estudos no mundo todo a importância da leitura para o desenvolvimento do ser humano é incontestável e necessário em todas as fases da vida, porque ler é uma demonstração de amor por si próprio, que proporciona conhecimento, construção, desenvolvimento intelectual, emocional, cognitivo e cultural, a quem lê. Ler é trilhar por um mundo de imaginação sem fronteiras permitindo interpretar, criar e sentir as emoções do autor expressa em cada palavra escrita, um hábito facilitador e agregador de informação, que liberta o indivíduo, de acordo Mauroes (c2005): “a leitura de um bom livro é um diálogo incessante: o livro fala e a alma responde”. Ler é a oportunidade de navegar em mares desconhecidos cheios de emoções, a leitura é um verdadeiro exercício para o corpo, a alma, a mente e intelecto do ser humano, a partir da leitura de um bom livro poderá ocasionar uma nova era na vida de um homem. Em conformidade com Quintana (c2005): “Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem”.

 A falta de interesse das pessoas pela leitura é assustadora em nossos dias atuais, a diversos motivos que poderíamos apresentar referente a escassez desse hábito capaz de nos mostrar saída da - Caverna de Platão, que tanto nos aprisiona.

 

  1. METODOLOGIA

 

O presente artigo é resultado de um estudo aprofundado e atrelado a uma metodologia que engloba uma investigação bibliográfica para fundamentação das indagações abordadas pelo objeto de estudo utilizado.

  Nessa perspectiva, surgi às seguintes dúvidas acerca do tema pesquisado: Qual idade ideal para inserir a leitura na educação infantil? De quem é a responsabilidade de estimular a prática literária para crianças? Com objetivo de responder os questionamentos levantados do seguinte estudo foi possível através de uma cuidadosa investigação bibliográfica. Diante disso, Pádua (2000) afirma: “É baseado em estudos bibliotecários, documentos e bibliografias. O propósito é de pôr o investigador de frente dos materiais que já foram desenvolvidos, refletidos e pesquisados sobre seu objeto de estudo”.

Neste contexto, o trabalho será construído através de referências bibliográficas que discorra sobre as seguintes lacunas em tempos contemporâneos, autores como: Cagliari (2005), Lajolo (2004), Mialaret (1997), BAJARD (1994), entre outros esclarecem trazem fontes seguras referente ao tema pesquisado.

            Por intermédio do mecanismo de pesquisa selecionado foi imprescindível para concluir o trabalho, que possibilitou reunir informações fundamentais propiciando muitas descobertas importantes contribuindo de modo significativo. De acordo Santos (2012) é a fase na qual, o pesquisador expõe como o estudo do seu tema deverá ser efetivado apresentando quais serão os autores mais relevantes do seu objeto de estudo apontando de maneira breve as origens das informações de onde foram retiradas.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A partir deste trabalho permitiu considerar quão importante é a participação familiar na formação de novos leitores, em conjuntos com a escola, mas também possibilitou entender que o hábito de lê é importante ser estimulado na criança deste a tenra infância, sendo assim, a caminhada neste processo se torna algo prazeroso e natural na infância até chegar na fase escolar, não é preciso esperar as crianças serem alfabetizados para colocá-los em contato com os livros.

É evidente que o estimulo deve ser feito pela família e escola, porém ambos são imprescindíveis neste processo. O conhecimento e benefícios proporcionados pela leitura são incontáveis.

Contudo, é na Educação Infantil, que o aluno passa a reconhecer os livros de maneira formal e sistematizada. Se o discente possuir o hábito de leitura em casa se tornará mais fácil no ambiente escolar essa caminhada, caso contrário será preciso todo um processo de incentivo e sedução com o objetivo de formar novos ledores no espaço escolar, e que faça sentido para o aluno, a fase da educação infantil necessita de muita ludicidade, pois o aluno está em processo de desenvolvimento. Portanto, deve-se fazer uso de métodos adequados para cada idade, e planejamentos apropriados, para que o ensino torne-se prazeroso ao aluno. Os autores abordados neste estudo expõe o quanto a prática literária é necessária no desenvolvimento social, pessoal, intelectual e cultural do ser humano.

 

REFERÊNCIAS

 

BAJARD, Elie. Ler e Dizer: compreensão e comunicação do texto escrito. São Paulo: Cortez, 1994 (Coleção questões da nossa época; v 28).

BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. 7. Ed. São Paulo: Editora Ática, 2002.

CAGLIARI, L.C. Alfabetização e Linguística.  10ª ed. São Paulo:  Ed. Scipione,

2005.

 

FOUCAMBERT, Jean. A leitura em questão. Porto Alegre: Artmed, 1994.

LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo Ática, 2004.

MIALARET, Gaston. A aprendizagem da leitura: temas pedagógicos. Lisboa: Estampa 1997.

 

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia do Trabalho Científico.  4º edição: São Paulo – Atlas, 1987.

 

PÁDUA, Elisabete M. Marchesini. Metodologia da Pesquisa: abordagem teórica. 6. Ed. Campinas, São Paulo: Papirus, 2000.

 

SANTOS, G.R.M.; MOLINA, N.D.; FATTONI, V. Orientações e dicas para trabalhos acadêmicos. Curitiba: 1bpex, 2007. 

 

SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.

WHITE, Ellen. G.,1827-1915. Fundamentos do lar cristão: Você pode ser mais feliz em família. Título original: The adventist. Tradução Isolina Waldvogel. 1º ed. neste formato. Casa Publicadora Brasileira, 2014. Tatuí, SP. 2014

 

Materiais retirados da internet

FONSECA, André Dioney. A instigante e complexa história da leitura: apontamentos teóricos e metodológicos. In: Revista Espaço Acadêmico, nº 144, maio de 2013, mensal, ano XIII, ISSN 1519-6186. Disponível em: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/viewFile/1 9966/11106. Acesso em: 05 de dezembro de 2021.

 

KILIAN, Carina; CARDOSO, Rosane Maria. Práticas de leitura literária: os casos de França e Brasil. [2012]. Disponível em: http://www.unifra.br/eventos/sepe2012/Trabalhos/5338.pdf.  Acesso em: 05 de dezembro de 2021.

 

NEVES, Jussara Rezende.  https://jussaraneves.com.br/2018/04/a-relacao-autor-texto-leitor.html   Acesso em 10 de dezembro 2021.

 

Redação Guia do Futuro. Publicado em 25 de setembro de 2020. | Atualizado em 16 de 2020. https://guiadofuturo.com.br/entenda-qual-e-o-papel-dos-pais-na-educacao-dos-filhos/   Acesso em 10 de dezembro 2021.

 

RUBIM, Débora; JORDÃO, Claudia. Como o gosto pela leitura pode ser estimulado na educação infantil. Disponível em: http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/213/como-ogosto-pela-leitura-pode-ser-estimulado-na-educacao-335626-1.asp.  Acesso em: 13 de dezembro 2021.

 

Spanevello, L.S. O que a falta de leitura poderá trazer de prejuízos para a futura geração. Colégio Albert Einstein, 28 de Julho de 2014: Acesso em:  15 de dezembro 2021.   https://www.portalcae.com.br/?p=1819.

 

[1] Autora, Acadêmica do último período do Curso de Pedagogia. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso.