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A IMPORTÂNCIA DE SE TRABALHAR A PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Nazirene Sousa da Silva

 

 

RESUMO

Este trabalho traz a importância da Psicomotricidade na Educação Infantil, sendo ferramenta pedagógica a ser utilizada pelo professor tanto dentro quanto fora da sala de aula. Tais práticas, valem-se de técnicas metodológicas na aprendizagem por meio do movimento, assim, através da motricidade a criança se desenvolverá de forma prazerosa, cognitiva e afetiva, ao mesmo tempo que se relaciona com o meio e os outros. Ao perceber a relevância da Psicomotricidade na educação infantil, surgiu, o interesse de pesquisar o assunto que traz o movimento como ferramenta de aprendizagem, para que possa adquirir mais conhecimento relacionado ao tema proposto, afim de obter um melhor resultado no desenvolvimento e aprendizado da criança, vindo a contribuir na atuação do professor como mediador e facilitador do desenvolvimento do aluno.

 

PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento infantil. Práticas docentes. Psicomotricidade.

 

1INTRODUÇÃO

 

A proposta principal deste estudo é elucidar de forma ampla e geral, a importância do desenvolvimento psicomotor na Educação Infantil, bem como no processo evolutivo da criança de modo geral. Objetiva ainda a compreensão da importância da linguagem corporal, em uma das etapas mais importante de sua vida, bem como prevenir futuras deficiências no processo pré-escolar.

As brincadeiras desenvolvidas na infância apresentam suas propostas pedagógicas, sendo utilizadas da maneira adequada com movimentos motores direcionados.

Assim, ao buscar o movimento como ferramenta necessária para promover o aprendizado e desenvolvimento da criança, este estudo, trouxe a reflexão o seu significado e como este deveria ser aplicado de forma direcionada, considerando sua importância.

Vale destacar que a educação psicomotora busca uma evolução da criança em várias áreas, tendo em vista que pode ser recomendada tanto para crianças “normais”, quanto para crianças com algumas necessidades especial. Já as atividades podem ser eficazes contra os problemas na pré-escola, podem ser uma grande ajuda no relacionamento entre as crianças. Problemas sociais podem apresentar-se de maneira a bloquear a evolução psicomotora da criança.

Neste sentido é preciso destacar que a educação psicomotora deve ser considerada como como algo fundamental para a escola primária. Ela condiciona todas as aprendizagens pré-escolares e escolares; essas não podem ser conduzidas a bom termo se a criança não tiver conseguido tomar consciência do seu corpo, lateralizar-se, situar-se no espaço, dominar o tempo. (LÊ boulch, 1987, p.11)

Entende-se, no entanto, que em muitos casos os professores realizam seu trabalho de um modo automático e bem simples, acabando esquecendo-se de buscar os lados lúdicos e alguns métodos que ajudam na psicomotricidade, no que acaba enfraquecendo o interesse dos alunos. Deste modo, é preciso perceber a fundamental importância existente no trabalho psicomotor em sala de aula. Existem diversos estudos que comprovam que quanto mais interação e desenvolvimento em áreas psicomotoras, melhor será o desenvolvimento das crianças. Buscamos chamar a atenção para este tema com a intenção de fazer os “responsáveis” pelo trabalho direto com crianças terem um olhar diferenciado para as práticas pedagógicas.

Atualmente, muito se tem discutido com relação à apresentação de estímulos capazes de levar a criança a praticar atividades, mas sem se livrar do lado lúdico, induzindo a criança realizar atividades que proporcionam desenvolvimento, tais atividades devem ser ao mesmo tempo prazerosas e com o propósito de desenvolver integralmente a integridade das crianças. É nessa etapa do desenvolvimento que a criança compreende o desenvolvimento do corpo não somente no meio escolar, mas também no dia a dia desta. A Educação Física enfatiza que é essencial inserir a criança na abordagem da psicomotricidade.

 

  1. DESENVOLVIMENTO

 

Destaca-se, em primeiro lugar, a importância de, em toda e qualquer atividade docente, respeitar-se o educando. Freire (2004) destaca a necessidade do respeito à autonomia do aluno, bem como à sua dignidade. Deste modo, o autor destaca a importância das práticas docentes respeitarem a pessoa do educando.

Para Oliveira, apud Costa (2011-27):

 

A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na pré-escola. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situação de espaço, dominar seu tempo, adquirir habilidades de coordenação de seus gestos e movimentos.

 

Mussi (2014) acrescenta que ao lidar com o aluno em todos os níveis da educação e, sobretudo na educação infantil, é preciso que o docente construa um relacionamento de proximidade com seus alunos, construindo uma relação de confiança, bem como estimular o espírito de equipe em sala de aula. Desse modo, os alunos mostram-se mais motivados e participativos e o rendimento, bem como o aproveitamento das atividades aumenta consideravelmente, conforme citado a seguir:

 

É necessário priorizar ações de aproximação, de interação, de descobertas, de diálogos, de motivação, de traçar metas juntos, de mostrar-se tolerante e compreensivo, pois tolerância e compreensão terão como resposta o não medo do erro e a confiança na busca por acertos. (MUSSI, 2014)

 

Já para Le Boulch (1981), o recém-nascido, mesmo não tendo consciência de seus movimentos nesta fase, é fundamental que vivencie experiências corporais através dos movimentos que é capaz de realizar. Essas experiências vividas ficam registradas, graças a uma verdadeira memória corporal.

Deste modo, é possível entender o desempenho psicomotor abrange o desenvolvimento das funções de todo o corpo e suas partes. É através do movimento e ação exploratória que a criança, ao usar seu corpo, pernas, braços, pele, nariz, ouvidos, olhos, boca e cabelo, adquire conhecimento e cresce intelectualmente.

Continua Le Boulch, neste estudo, abordando que as etapas são fundamentais no desenvolvimento psicomotor das crianças.

 

    1. RECÉM-NASCIDO

 

O re'scem nascido costuma apresentar uma hipertonia flexora global com a movimentação involuntária, reflexos primários. Ocorrerá, com o tempo, uma adaptação desses reflexos em contato com o meio exterior. Como exemplo, temos o reflexo motor.

Para Le Boulch (1981), na vida do bebê, no período de 1 à 4 meses: “É uma fase caracterizada pelas adaptações ou comportamentos adquiridos, oriundos da coordenação entre os reflexos hereditários já determinados.

A esta ideia, Le Boulch (1987), acrescenta que:

 

... é de grande importância a educação pelo movimento no processo escolar, uma vez que seu objetivo central é contribuir para o desenvolvimento motor da criança o qual auxiliará na evolução de sua personalidade e no seu sucesso escolar. (LE BOULCH, 1987)

 

 

    1. 16ª SEMANA

 

Aproximadamente neste período, o bebê passa a apresentar maior mobilidade da cabeça. Observa-se, então, uma maior soltura do corpo da criança que também já é capaz de acompanhar os estímulos visuais do ambiente, como também já consegue estender seus bracinhos com interesse de tocar os objetos ao seu redor.

 

    1. ENTRE 28ª E 40ª SEMANA

 

Agora o bebê geralmente apresenta grande evolução. Isso ocorre devido à melhora na posição de sentar e no equilíbrio de maneira geral, embora a posição em pé comece a aparecer agora, com necessidade de apoio e, ainda assim, com muita dificuldade. Nesta fase também se observa que o globo ocular da criança está mais adaptado ao movimento, sendo capaz de acompanhar um objeto que se move.

 

    1. UM ANO

 

É a fase em que, geralmente, o bebê apresenta grande agilidade para engatinhar e mover-se, mas como o equilíbrio estático ainda não é bom, necessita apoiar-se para ficar em pé. Embora existam casos em que a criança já mostra-se capaz dar alguns passos sozinha.

 

    1. UM ANO E SEIS MESES

 

Agora, na maioria dos casos, o bebê caminha com certa desenvoltura, é capaz de transpor obstáculos e busca explorar melhor as capacidades de seu corpo através do enfrentamento de desafios. De acordo com a estimulação recebida, o bebê já apresenta noções de formas e espaço. Alves (2008) afirma que nesta faze a criança já pode apresentar noções de verticalidade, conseguindo empilhar até três objetos quadrangulares, como cubos por exemplo. Também já é capaz de arremessar objetos, como bolas ou brinquedos.

 

    1. DOIS ANOS

 

Nesta fase, os joelhos apresentam maior flexibilidade, fato que permite um equilíbrio mais avançado mesmo em posição estática. Ainda existe a dificuldade para correr devido à necessidade de vivência motora. A criança busca explorar as capacidades de seu corpo. Para Alves (2008), parece que está criança pensa utilizando seus músculos. Agora, espera-se que a criança consiga empilhar até seis objetos.

 

    1. TRÊS ANOS

 

Agora é a fase em que a criança procura fazer tudo correndo, devido a inserção da atividade motora ampla. A criança já domina bem a posição vertical, mas ainda apresenta dificuldade na locomoção quando é exigida mudança de direção. Deste modo, podem-se programar atividades psicomotoras buscando maior desenvolvimento.

 

    1. QUATRO ANOS

 

Entre os 4 e 5 anos de idade a criança já compreende melhor o mundo à sua volta, tornando-se gradualmente menos egocêntrica e com melhor compreendimento de que suas ações podem afetar as pessoas à sua volta. Agora a Educação Física tem um importante papel, seu objetivo é promover o desenvolvimento integral por meio de seus conteúdos e seu caráter lúdico. Ao apropriar-se do universo infantil as potencialidades da criança serão desenvolvidas nas aulas a partir de sua própria cultura corporal.

 

  1. RELATO DE ESTUDO

 

Primeiramente, destaca-se a grande importância de se trabalhar a psicomotricidade com as crianças da educação infantil, conforme percebido na primeira etapa deste trabalho.

Sabe-se que tais práticas melhoram o desempenho do aluno até mesmo em atividades que aparentemente não apresentam relação com tais habilidades, além de estimular o desenvolvimento da criança de maneira geral.

Com base em tais conhecimentos, apresentam-se baixo três práticas indicadas aos professores no trabalho em sala, pátio ou quadra, visando essa estimulação psicomotora de suas crianças.

 

1.1Corrida do Saci:

Público alvo: crianças que tenham entre 4 e 5 anos de idade.

Objetivo: trabalhar a coordenação motora, o equilíbrio e a velocidade.

A atividade é recomendada para o pátio ou a quadra de esportes, mas pode ser executa em sala de aula caso tenha espaço e ventilação suficiente para as crianças envolvidas.

Execução: O professor deverá montar um ponto de partida e um de chegada. As crianças deverão ficar posicionadas em fila, cada uma segurará uma das pernas flexionadas para trás, na posição de saci.

Quando for dado o sinal, elas devem sair pulando até alcançarem a linha de chegada. Deverá ser eliminada a criança que colocar os dois pés no chão e ganhará quem ultrapassar a linha de chegada primeiro.

 

1.2 Brincadeira das esponjas:

Público alvo: crianças que tenham entre 3 e 4 anos de idade.

Objetivo: desenvolver a coordenação motora fina, coordenação viso-motora, esquema corporal e melhorar o tônus muscular.

A atividade é recomendada para um local onde possa ser derramada água sem que se danifiquem as instalações da escola e, sobretudo, sem oferecer risco de escorregamento e quedas para as crianças. Outro ponto importante a ser observado é o cuidado para que as crianças não molhem suas roupas, além de jamais trabalhar esta prática em dias frios.

O professor vai precisar e uma bacia com água e várias esponjas coloridas, com texturas/dureza diferenciadas.

Execução: Colocar as esponjas na água e pedir para a criança retirar uma a uma apertando bem retirando toda água da esponja.

 

1.3Amarelinha:

Público alvo: crianças que tenham entre 3 e 5 anos de idade.

Objetivo: desenvolver o equilíbrio e a coordenação motora.

As linhas da amarelinha podem ser desenhadas no chão com giz ou usando um graveto na terra. Depois, basta numerar os quadrados de 1 a 9 e nomear o último espaço como "Céu".

A brincadeira consiste em jogar uma pedrinha em uma das casas numeradas e, a seguir, percorrer, pulando com uma perna só, todo o caminho traçado sem pisar na casa marcada, e recolher a pedrinha na volta.

O objetivo dos jogadores é chegar na última casa e na volta recuperar a pedrinha.

O jogador perde se errar a casa em que a pedra deveria cair quando jogá-la no início da partida.

Não pode desequilibrar e pisar com os 2 pés quando tiver somente uma casa para pisar.

Chegando no céu, o jogador deve voltar pulando de casa em casa até chegar na casa anterior em que está a pedrinha.

Se o jogador completar todo o circuito sem nenhum erro, ele joga de novo, agora começando pela casa 2.

Quem conseguir fazer todo o circuito com a pedrinha da casa 1 a casa 9 primeiro, ganha a brincadeira.

 

  1. CONCLUSÃO

 

A partir do presente trabalho é possível considerar que a psicomotricidade apresenta grande importância para o desenvolvimento infantil, entende-se que esta ciência compreende o movimento humano, o relacionamento através da ação. Também como tomada de consciência que se dá através da união do ser corporal, mental, espiritual e social em relação ao meio em que vive.

Entende-se que o desenvolvimento infantil, independente da teoria relacionada a ele, tem como pontos principais o movimento, o afeto e o intelecto, o que remete diretamente a psicomotricidade. As etapas do desenvolvimento infantil se dão pelo contato com o meio relacionando o corpo com o ambiente. Para o corpo desenvolver suas funcionalidades é necessário um bom desenvolvimento psicomotor.

 

REFERÊNCIAS

 

BESSA, Larissa Aparecida Silva. A importância da psicomotricidade no desenvolvimento das crianças nós anos iniciais. Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/criancas-nos-anos-iniciais. Acesso ago. 2020.

 

BLOG RHEMAEDUCAÇÃO. Psicomotricidade: 12 atividades essenciais disponível em: https://blog.rhemaeducacao.com.br/psicomotricidade-atividades. Acesso ago. 2020.

 

CORESMA, Leandro de Castro. Introdução à psicomotricidade para crianças de 0 até 3 anos. Disponível em: https://blogeducacaofisica.com.br/psicomotricidade-para-criancas/. Acesso ago. 2020.

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. 30ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004.

 

GROSS, Helena. Psicomotricidade: Identificando novos paradigmas e sua colaboração no processo de desenvolvimento infantil. Disponível em: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/psicomotricidade-identificando-novos-paradigmas-sua-colaboracao.htm. Acesso ago. 2020.

 

MUSSI, Luzinete da Silva. Sensibilização e afetividade no processo ensino-aprendizagem. Sinop. Revista Científica ISCI, v3, n1, 2014. Disponível em: http://isciweb.com.br/revista/13-numero-01-2014/16-sensibilizacao-e-afetividade-no-processo-ensino-aprendizagem . Acesso ago. 2020.

 

OLIVEIRA, G.C. Psicomotricidade: Educação e reeducação no enfoque pedagógico. Vozes 2002.

 

RODRIGUES, Amled Julião. A importância da psicomotricidade para aprendizagem. Disponível em: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-importancia-psicomotricidade-para-aprendizagem.htm. Acesso ago. 2020.