Buscar artigo ou registro:

 

 

JOGOS E BRICANDEIRA NO CONTEXTO ESCOLAR ENGLOBANDO EDUCAÇÃO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO NA BNCC

Noraneuza Rodrigues Lima1

Marlene Almeida de Araújo

MaraHelena Martins Pereira

Miriam de Paula

 

RESUMO

O presente estudo versa sobre a importância dos jogos e brincadeira na educação infantil ,para melhor compreender e contribuir no processo de desenvolvimento ensino aprendizagem da criança. Abordado como ferramenta de promoção do desenvolvimento no processo de letramento. Os objetivos consistem em desenvolver atividades de leitura a fim de despertar o gosto e prazer de ler nas crianças. É através dos jogos que a criança pode aprimorar suas habilidades manuais e motoras. Jogos e brincadeiras fazem parte do mundo da criança, pois estão presentes na humanidade desde o seu inicio. A ludicidade é considerada parte de um processo de ensino, no qual há uma integração social, cultural e cognitiva no contexto escolar. Autores apontam para situações que comprovam que os jogos ao serem explorados tornam a aprendizagem mais prazerosa ressaltando assim, a importância das atividades recreativas como fonte de aprendizagem no âmbito educacional.

 

Palavras-chaves: Jogos. Literatura. Alfabetização Infantil.

 

  1. INTRODUÇÃO

 

Acreditamos que as histórias infantis são fontes de prazer e emoção que podem ser sentidas por qualquer ser humano, e que nesse momento os dois, narrador e ouvinte vivem juntos todas as emoções da história. É claro que para cada tipo de público existem gêneros distintos, mas o ato de ouvir não tem idade. Portanto, a tarefa da escola é dar espaço para a literatura infantil, visando ajudar a criança na sua formação interior.

O trabalho dos educadores juntamente com os educando com o contexto escolar constitui-se num dos eixos básicos na Educação, esse contexto tem total importância na formação do sujeito para interação com as outras pessoas, na orientação das ações da criança, na construção de muitos conhecimentos e no desenvolvimento do pensamento.

O trabalho na educação infantil junto com o alfabetização , é um desafio e o aluno tem que ter identidade para que se cumpra sua intencionalidade afirme a relação de seus compromissos. Precisamos ter como eixo de ação as múltiplas formas de diálogo e interação, num clima de envolvimento e interesse dos educadores em todas as situações que, ao se comprometerem com a prática educacional, sejam capazes de responder as demandas familiares e das crianças, assim como as questões especificas relativas aos cuidados e aprendizagem infantil. (REGO, 1990).

Os jogos e brincadeiras são tão importantes quanto às demais atividades desenvolvidas na escola. Através dos jogos e brincadeiras descobrimos em nossas crianças as habilidades e potencialidades de cada uma. Devemos sempre ficar atentos para a brincadeira/jogo que a criança se identifica, pois através desse podemos começar a trabalhar para sanar supostas dificuldades que essa criança possa apresentar. Como objetivo nosso artigo buscou estudar as contribuições que os jogos e as brincadeiras fazem na vida dos nossos educandos, durante o seu período de aprendizagem.

Nossa pesquisa é qualitativa e deverá ser feita em livros que apresentem um norte que deverá delinear a nossa pesquisa, através dos autores que usaremos em nossa discussão. Como principais autores usaremos o pensamento de Maricato (2005), Becker, Terzi (1995) entre outros.

 

2.0 DESENVOLVIMENTO

 

A literatura em sala de aula tem se destacado na Educação Infantil, e a alfabetização sendo ela fundamental para o desenvolvimento intelectual do ser humano, porém deve ser de qualidade, para as crianças ampliarem a consciência e a visão do mundo. As crianças querem e gostam de ouvir histórias desde pequenas, mas essas histórias têm que ser adequadas, contadas ou lidas da maneira específica conforme a faixa etária de cada criança. A leitura apresenta uma ferramenta eficaz no processo de aprendizagem, sendo possível as crianças usarem sua imaginação e fantasia, brincando de faz de conta, encarnando personagens com aquilo que se lê.

Assim que as crianças tem acesso á escola, ou até mesmo antes dela, antes até da alfabetização, elas já tem a prática oral, sendo assim, é importante a disponibilidade de livros e histórias, assim maiores serão as chances da criança gostar de ler, sendo estimuladas a narrar acontecimentos e imaginar histórias, através dos livros. Cada criança lê do seu jeito, folheando e olhando as figuras, ainda que não saibam decodificar as palavras e as frases escritas. Segundo Edmir Perrotti apud Maricato (2005, p.25), “quanto mais cedo às crianças tiverem contato com histórias orais e escritas, maiores serão as chances de gostarem de ler”. Assim, cabe ao professor utilizar materiais favoráveis para a aprendizagem do aluno, utilizando métodos e estratégias de forma significativa e dinâmica.

Ao folhear um livro, tocá-lo e observar suas figuras, mesmo que ainda não decodifique a língua escrita, a criança está ao seu modo praticando a leitura e, esta prática de leitura é denominada de “Letramento” por Magda Soares apud Maricato (2005 p. 18). Conforme os autores relatam, as crianças que tem acesso a livros desde pequenos terão maiores chances de gostarem de ler, e estarão praticando e explorando práticas de leitura e escrita.

Porém, é importante destacar que uma criança que vem de uma família que não lê e encontra na escola uma professora na mesma situação, ela não terá o interesse pela leitura. Então, os professores têm que ser leitores para que sintam prazer no convívio com o material escrito, passando confiança para os alunos. É importante, para se ter uma boa leitura, as crianças serem envolvidas em um ambiente favorável e aconchegante para a contação de histórias, brincadeiras com livros, de uma forma prazerosa e enriquecedora, que despertem o seu interesse, para assim formar cidadãos leitores para a vida toda.

 

2.1 Breve História da origem da Literatura Infantil Brasileira

 

Segundo Célia Becker: ( 2001)

 

A origem da Literatura infantil vincula-se às mudanças estruturais que ocorreram na sociedade dos séculos XVII e XVIII, momento em que se instalou o modelo burguês de família unicelular, provocando uma alteração na forma de se visualizar a infância e todas as instituições com ela relacionadas. Dessa forma, explica-se o papel de aliada que a escola – e com ela a produção de textos dirigidos às crianças – passou a exercer para a consecução dos objetivos e valores preconizados por essa nova classe social emergente. (Célia Becker, 2001, pg. 35).

 

No que se refere aos valores ideológicos, que estão presentes na literatura infantil, Becker (2001) acabaram por prejudicar o gosto que as crianças possuíam pela leitura. Apesar disso algumas obras permanecem até hoje, por exemplo os contos de fada dos irmãos Grimm.

Segundo Becker (2001) o Brasil foi influenciado por essa onda de valores, usando o texto infantil como propagador de preceitos e de normas comportamentais. Quatro fases são percebidas nesse processo de inserção da literatura no Brasil.

A literatura infantil sofreu influência do momento histórico que o país estava passando, como por exemplo, o final do século XIX, que a política exigia que as escolas se envolvessem com ações patrióticas, principalmente na conduta das crianças.

Para Becker (2001) "Permeável às solicitações da sociedade, a literatura infantil integrou-se aos esforços de instalação da cultura nacional, vinculada à escola e à valorização do nacionalismo.". 

Nesse momento onde o país buscava a sua modernização, através de ações patrióticas, na literatura infantil, nossas obras se resumiam em textos traduzidos, apesar das culturas serem totalmente diferentes. A autora ainda nos fala que no período compreendido entre os anos de 1920 a 1945, nosso país estava em grande conflitos com relação a educação, pois existia um alto índice de analfabetismo, tornando o Brasil um país atrasado.

Pensando nesses problemas o governo brasileiro propôs uma reforma educacional, onde foi criado a Escola Nova, que propunha um ensino mais intelectual, baseado em artistas que estiveram presentes na Semana de Arte Moderna de 1922.

Nesse momento surge um autor que revolucionou a literatura infantil, envolvendo os mitos brasileiros, esse autor se chamava Monteiro Lobato. Esse autor aproximou os livros do povo, pois o mesmo utilizou em seus livros uma linguagem mais accessível ao povo, para Becker (2001) os textos privilegiam o espaço rural no qual o espírito nacionalista predominava.

Nessa fase outro fator que segundo a autora citada, ajudou a desenvolver a nossa literatura, foi nosso folclore, que apesar de algumas obras possuírem cunho pedagógico, o uso desse tema possibilitou uma roupagem divertida a obra.

Após a segunda guerra muita coisa mudou até mesmo na literatura brasileira, nos tornamos um país desenvolvido e com isso a demanda educacional aumentou, causando uma pressão para melhorias no ensino brasileiro.

O período da democracia surge a reforma no ensino, através da Lei de Diretrizes e Bases, que foi aprovada em 1961. Anterior a esse fato sugiram movimentos a favor da reforma da educação popular, com o objetivo de alfabetizar a todos e criar a educação de base.

Quando ocorreu o golpe militar de 1964, o país regrediu em suas reformas, prejudicando assim a literatura infantil, que passou ater um caráter conservador e patriótico, com temas relacionados a agricultura e ao ambiente.

No período de 19701 e 1980, segundo Becker (2001), houve grandes transformações, surgiram novos autores e novas obras literárias, que continham uma linguagem que aproximava a obra dos cotidianos das pessoas. Houve a recuperação do folclore brasileiro, principalmente através das cantigas de roda.

Becker (2001) nos fala que "A qualidade estética que reveste as produções destinadas ao público infantil na atualidade permite ao professor a possibilidade de apresentar o mundo mágico da literatura como suporte para as atividades de alfabetização”.

Para a autora citada os jogos no processo de ensino e aprendizagem são indispensáveis, pois está relacionada com a formação de atitudes, da socialização dos alunos, do surgimento das responsabilidades dos direitos e dos deveres infantis. Para Becker (2001) a brincadeira é uma forma privilegiada de interação com outros sujeitos, adulta e crianças, e com os objetos e a natureza á sua volta, é através das brincadeiras que as crianças aprendem de forma lúdica, tendo auxílio no seu desenvolvimento, seja ele físico, emocional ou cognitivo.

Para Ronca e Terzi (1995, p.96) o movimento lúdico proporciona compreender os limites e as possibilidades da assimilação de novos conhecimentos pela criança. Esta situação “desenvolve a função simbólica e a linguagem, e trabalha com os limites existentes entre o imaginário e o concreto e vai conhecendo e interpretando os fenômenos a sua volta.”.

Conforme Ronca e Terzi (1995), as crianças aprendem de forma lúdica, os limites entre a imaginação no qual os jogos atuam no imaginário e estabelecem regras resultando no processo de desenvolvimento.

Na realidade as crianças podem aprender através de uma brincadeira, pois acabam interpretando as questões que envolvem o seu cotidiano e isso ajudam na sua aprendizagem. Brincar de faz de conta auxilia a criança a conhecer o mundo que está a sua volta, proporcionando o seu desenvolvimento físico e intelectual. Quando as crianças jogam desenvolvem suas capacidades físicas e intelectuais, desenvolvendo assim a capacidade de saltar, correr e empurrar.

Conforme BETTELHEIM, citado por (MALUF, p.19 2003), “brincar é muito importante enquanto estimula o desenvolvimento intelectual da criança, também ensina, sem que ela perceba os hábitos naturais a esse crescimento”. Resumindo o lúdico vem para transformar a vida escolar da criança em momentos felizes e prazerosos, onde a educação acontece sem que ela tome conta disso.

Na realidade vivida pelas crianças, onde tudo é colorido, as aulas em sala são maçantes e isso pode alterar o processo de aprendizado. Nessa realidade os jogos e as brincadeiras auxiliam o professor a desenvolver atividades lúdicas que proporcionem a criança o aprendizado de forma mais divertida, eliminando assim o tédio de uma aula comum.

Para Becker (2001) as brincadeiras são atividades socioculturais que favorecem a construção de hábitos e valores, temos na nossa cultura brasileira uma variedade de jogos e brincadeiras, porém, cabe ao professor planejar as atividades lúdicas definindo quais objetivos ele quer atingir. Para a mesma autora com o uso dos jogos e brincadeiras na sala de aula, as crianças usam sua imaginação, estimulam seu raciocínio lógico, criatividade, compreendendo regras de convivência, além de possibilitar as crianças a se libertarem dos preconceitos de gênero transmitidos no convívio social.

Enquanto a criança brinca, está usando a criatividade, fantasias, explora seus limites”. Além da inserção social, aquisição de conhecimentos, desenvolvendo habilidades e afetividades. “A brincadeira possui três características: a imaginação, a alienação, e a regra”. BERTOLDO e RUSHEL (2000 p.10).

 

2.2 Origem dos Jogos e Brincadeiras

 

Pesquisas que foram realizadas pelos autores citados nos indicam que foi no século XVI, que os jogos foram usados como forma de incentivar o aprendizado infantil. As primeiras pesquisas envolvendo a eficácia dos jogos foram realizadas em dois países, Roma e Grécia e tinha como objetivo de verificar se os jogos poderiam ser usados para ensinar as letras.

No inicio, durante o auge do cristianismo, a educação não tinha como propósito disciplinar e não ensinar, utilizando o método que envolvia obediência e memorização. Segundo Nallin (2005), esse fato fez com que os jogos fossem visto como ofensivos e imorais, pois passavam para a sociedade da época a impressão de passar a mensagem errada, ou seja, que estimulavam a comercialização do sexo e da bebedeira.

A sociedade antiga julgava a brincadeira como algo inútil na educação, pios segundo Brougere (2004), a mesma era considerada fútil, tendo como maior propósito a distração e na pior das hipóteses as brincadeiras eram julgadas como algo nefasta, portanto imprópria para o ambiente escolar.

Para a sociedade antiga as crianças não podiam brincar, tinha que ser um miniadulto, essa imagem mudou quando Rousseau demonstrou que fazia parte da natureza infantil possuir atividades espontâneas e assim mudou o conceito de que ela não podia brincar.

Com a revolução francesa, surge um movimento que mudou todas as concepções da sociedade, o Renascimento (1453), nesse momento o jogo perde aquela visão de algo nefasto, podendo então fazer parte da vida das crianças e das pessoas que participavam de seu cotidiano. Essa postura possibilitou que os jogos pudessem ser usados como entretenimento e segundo Nallin (2005) nesse período o jogo passa ter outro papel, o papel de facilitador do aprendizado, através de sua capacidade de estimular a inteligência.

Voltando mais ainda no tempo, podemos chegar a época das pinturas rupestres, que nos deixam claro que naquela época já existiam jogos, como por exemplo, o jogo do pião contemporâneo, que era jogado, pelos gregos e os romanos. Segundo Souza (2005) esses jogos eram de meninos, as primeiras bonecas, datam do século IX a.C e foram encontradas em túmulos.

Para o mesmo autor em ruínas, das cidades dos Incas, localizadas no Peru, já eram encontrados muitos brinquedos infantis. Na Grécia antiga, os jovens jogavam bolas cheia de ar, feitas de bexiga de animais revestida de couro. Para Lopes (2006) nos fala que os jovens gregos, principalmente em Atenas, inventaram um jogo que é hoje conhecido como cabo de guerra.

Souza (2005) nos afirma que as cantigas surgiram como um Círculo Mágico, pois através dele os povos antigos comemoravam os bons acontecimentos. Dessa forma as pessoas demonstravam os seus desejos e emoções cantando e dançando em círculos. Nessa formação todos são iguais, não necessitando de lideranças e todos podiam se ver ao mesmo tempo.

Para Kishimoto (1993) nos fala que os jogos foram criados nas famílias, sendo transmitidos de pais para os filhos: ‘A tradicional idade e universalidade dos jogos assenta-se no fato de que povos distintos e antigos como os da Grécia e Oriente brincavam de amarelinha, de empinar papagaios, jogar pedrinhas e até hoje as crianças o fazem quase da mesma forma’.

Nallin (2005) com o Surgimento da Companhia de Jesus, o jogo para ser usado como facilitador do aprendizado, pois passa a ter cunho educativo. Desde essa época as escolas passaram a utilizar essa metodologia, como ferramenta de aprendizagem, que foi usada pela primeira vez, com adultos, executivos da área financeira. (Souza, 2006)

Já no território brasileiro, segundo Kishimoto (1993) os jogos foram influenciados pela cultura negra e a cultura indígena. Segundo o autor as crianças brasileiras tiveram como base de suas brincadeiras, o folclore português e através da oralidade, foram criados contos, lendas e supertições, versos e adivinhas.

Nesse momento surge então as lendas do bicho-papão, a cuca e o lobisomem, que povoavam a imaginação infantil daquela época e depois foram utilizados pelo Monteiro Lobato na criação de seus livros infantis.

Kishimoto (1993) ainda nos fala que as brincadeiras dos brasileiros, ainda sofreram influencia da cultura africana:

 

Em relação aos jogos e brinquedos africanos, Câmara Cascudo, afirma ser difícil detectá-los pelos desconhecimentos dos negros anteriores ao século XIX. Com centenas de anos de contato com o europeu, o menino africano sofreu influência de Paris e Londres. Além do mais há brinquedos universais presentes em qualquer cultura e situação social como as bolas, criação de animais e aves, saltos de altura, distância, etc., os quais parecem, segundo o autor, estarem presentes desde tempos imemoriais em todos os países. 

 

Para Kishimoto (1993):

 

O jogo tradicional infantil é considerado como parte da cultura popular, o jogo tradicional guarda a produção espiritual de um povo em certo período histórico [...] e por ser um elemento folclórico, esse jogo assume características anônimas, tradicionalidade, transmissão oral, conservação, mudança e universalidade.. 

 

Alves (2009) nos fala ainda que a cultura brasileira sofreu influência dessas três culturas, a portuguesa, a indígena e a africana, formando jogos gerencias com costumes lúdicos. Na realidade ninguém sabe precisar realmente quando os jogos brasileiros sofreram tal influência, só sabemos que esse fato sofreu influência, de fragmentos da literatura desses povos.Kishimoto (1993, p.16) afirma que “para entender a origem e o significado dos jogos tradicionais infantis, primeiro é preciso investigar as raízes folclóricas que são responsáveis pelo seu nascimento”. 

Alves (2009) nos fala que antes de chegar ao Brasil, tais jogos portugueses já sofriam influências de outros povos, como os asiáticos, devido à colonização portuguesa nessas terras. O autor ainda nos fala que grande parte dos jogos tradicionais, entre eles a amarelinha, bolinhas de gude e o jogo de botão, vieram para o Brasil com os colonizadores, que trouxeram as suas famílias.

Esses jogos, segundo o autor citado, contribuíram para a formação da cultura brasileira, mas sempre lembrando que em solo brasileiro sofreram influências da cultura nativa, que imitava os elementos da natureza, principalmente dos animais. Alves (2009) comenta que os portugueses não foram os únicos, outras etnias foram inspiração para a confecção da cultura brasileira.

Para Kishimoto (1993): “Ergue a hipótese das crianças africanas terem difundido entre elas o repertório de brincadeira das crianças brasileiras: jogos puramente verbais talvez tenham encontrado barreiras na linguagem, dificultando o processo de transmissão”. 

Para Almeida (2000) o lúdico passou a ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano. De modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo e suas implicações das necessidades lúdicas extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo. 

Para Souza (2005) Os jogos e as brincadeiras têm como o propósito de unir os laços de amizades, que podem ser entre as crianças ou entre os adultos e as crianças. Os benefícios das brincadeiras são tantos que até hoje nenhum cientista conseguiu comprovar o deslumbramento que ela exercita nas pessoas. (SOUZA, 2005). 

Para Souza (2005) a brincadeira é indicada como uma atividade arquétipa (modelo ideal, inteligível, do qual se copiou toda a coisa sensível). Em que as crianças inventam suas próprias brincadeiras, sendo de competição, jogos corporais, gestos espontâneos e ações que levam a imaginar e combinar os gestos ao faz de conta.

 

3.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Indo de encontro ao objetivo geral que foi discutir uma forma de desenvolver na criança o gosto pela leitura, já que esse processo auxilia na aprendizagem e no descobrimento de um novo mundo.

Assim, pude concluir que a literatura infantil e os jogos no ambiente escolar são de suma importância para o processo de ensino/aprendizagem dos alunos. Pois, através destes meios, eles se interagem, brincam, respeitam regras, usam a criatividade, raciocínio lógico, vivem um mundo de faz de conta de forma prazerosa e satisfatória, tudo através da forma lúdica. As crianças têm necessidade de brincar, elas aprendem sem se dar conta disso. Porém, cabe sempre ao professor, proporcionar um ensino de qualidade para seus alunos.

 

REFERÊNCIAS

 

MARICATO, Adriana. O prazer da leitura se ensina. Criança. Brasília. S/v, n.40, p.18-26, set.2005

 

RONCA, P. A. C.; TERZI, C. A. A aula operatória e a construção do conhecimento. 9. Ed. São Paulo: Edesplan, 1995.

 

Platão, Aristóteles, Galileu. MALUF, Ângela C. Munhoz. Brincar: prazer e aprendizado. 2ª ed. Petrópolis-RJ: Editora vozes, 2003.

 

BERTOLD, Janice & RUSCHEL, Maria. Jogar e Brincar. Revista do professor. Porto Alegre. 2000.

 

BECKER, Celia Doris. História da literatura infantil brasileira. In: SARAIVA Juracy Assmann (org.). Literatura e Alfabetização, do plano do choro ao plano da ação. Porto Alegre, 2001.

 

KISHIMOTO, Tizuko Morchida (Org.) Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação.

3ª Ed. São Paulo: Cortez 1998.

 

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Educação infantil integrando pré-escolas e creches na busca de socialização da criança. In: VIDAL, D. G., HILDSDORF, M. L. S. Brasil 500 anos: tópicos em história da educação. São Paulo: Edusp, 2001.