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A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Márcia Cristiane dos Santos Santana[1]

 

 

RESUMO:

O presente artigo tem como objetivo relatar a importância da leitura na educação infantil, sendo a leitura muito importante para o desenvolvimento intelectual da criança, uma vez que o contato com os livros, o ato de sentir o cheiro, as texturas e interagir com as histórias auxilia no desenvolvimento psicomotor, cognitivo e intelectual das crianças. A leitura também contribui para melhorias no vocabulário, na fala e no rendimento escolar. Compreender a importância dos livros e da leitura na educação infantil é uma atitude necessária não somente para educadores e instituições de ensino, os responsáveis também devem estar cientes dos benefícios conquistados com a prática da leitura. Por meio da leitura a criança organiza o seu universo, levando para a sua realidade situações incomuns do seu mundo imaginário. A leitura possibilita o progresso, não sendo somente um dispositivo didático favorável para o aprendizado, já que a leitura influi em áreas do desenvolvimento infantil como: inteligência, civilidade, afetividade e criatividade. Desse modo, a leitura colabora para que a criança possa revelar sua capacidade de ser um ser criativo. Como recurso metodológico utilizou de artigos, monografias da internet de autores que dá embasamento teórico a este trabalho. O trabalho está dividido em três títulos importantíssimo para se compreender a importância da leitura. O primeiro aborda a contextualização histórica da leitura na educação infantil. O segundo fala sobre a importância da leitura para as crianças. O terceiro aborda as práticas de leitura na sala de aula. Por fim, será tecido as conclusões finais.

 

PALAVRAS-CHAVE: Leitura. Educação infantil. Práticas de leitura. Crianças.

 

 

INTRODUÇÃO

 

Compreender a importância dos livros e da leitura na educação infantil é uma atitude necessária não somente para educadores e instituições de ensino, os responsáveis também devem estar cientes dos benefícios conquistados com a prática da leitura.

Para as crianças, aprender a ler é um momento que marca o início de novas descobertas e possibilidades. Por isso é fundamental que a escola, incentive o hábito da leitura nas crianças desde os primeiros anos escolares.

O presente artigo tem como objetivo relatar a importância da leitura na educação infantil, sendo a leitura muito importante para o desenvolvimento intelectual da criança, uma vez que o contato com os livros, o ato de sentir o cheiro, as texturas e interagir com as histórias auxilia no desenvolvimento psicomotor, cognitivo e intelectual das crianças. A leitura também contribui para melhorias no vocabulário, na fala e no rendimento escolar.

Como recurso metodológico utilizou de artigos, monografias da internet de autores que dá embasamento teórico a este trabalho.

Por meio da leitura a criança organiza o seu universo, levando para a sua realidade situações incomuns do seu mundo imaginário. A leitura possibilita o progresso, não sendo somente um dispositivo didático favorável para o aprendizado, já que a leitura influi em áreas do desenvolvimento infantil como: inteligência, civilidade, afetividade e criatividade. Desse modo, a leitura colabora para que a criança possa revelar sua capacidade de ser um ser criativo.

É importante recordar que o papel do educador é de extrema relevância em todas as faces da infância, pois o mesmo vai estar transmitindo o seu conhecimento e autoconsciência, desta forma estará preparado para intervir na leitura de maneira adequada destacando o progresso e proporcionando mais crescimento.

Este trabalho está dividido em três títulos importantíssimo para se compreender a importância da leitura. O primeiro aborda a contextualização histórica da leitura na educação infantil. O segundo fala sobre a importância da leitura para as crianças.   O terceiro aborda as práticas de leitura na sala de aula. Por fim, será tecido as conclusões finais.

 

 

DESENVOLVIMENTO

 

 

Contextualização histórica da leitura na educação infantil

 

Para se conhecer a história da educação infantil, é necessário primeiramente pensar na criança como protagonista da sua própria história, um ser que pensa, age conforme suas emoções. Silva aborda:

 

Para pensar a literatura infantil, é necessário pensar no seu leitor: a criança. Até o século XVII, as crianças conviviam igualmente com os adultos, não havia um mundo infantil, diferente e separado, ou uma visão especial da infância. Não se escrevia, portanto, para as crianças. (SILVA, 2009).

 

Antigamente as crianças não eram percebidas socialmente como seres diferentes dos adultos, compartilhavam o mesmo tipo de roupa, ambientes caseiros e sociais como também o trabalho. Elas precisavam trabalhar desde cedo, e sua infância por muitas vezes ficava esquecida. Para Silva (2009) sabe-se que, até este século, as crianças não eram percebidas socialmente como seres diferentes dos adultos, compartilhavam o mesmo tipo de roupa, ambientes caseiros e sociais como também o trabalho.

Com o passar dos anos essa história mudou, e a partir do século XVIII, a criança passa a ser considerada um ser diferente do adulto, com necessidades e características próprias, havendo então o distanciamento da vida “adulta” e recebendo uma educação diferenciada, que a preparasse para a vida adulta. (SILVA, 2009).

Os adultos passam a ver as crianças como um ser inocente, que precisa de cuidados, de atenção, de carinho, de afeto, de amor. Como nos fala Silva:

 

Nesse momento, a criança é vista como um indivíduo que precisa de atenção especial que é demarcada pela idade. O adulto passa a idealizar a infância. A criança é o indivíduo inocente e dependente do adulto devido à sua falta de experiência com o mundo real. Até hoje, muitos ainda têm essa concepção da infância como o espaço da alegria, da inocência e da falta de domínio da realidade. Os livros que trazem essa concepção são escritos, então, com o objetivo de educar e ajudar as crianças no enfrentamento da realidade. (SILVA, 2009).

 

Pensando na criança como um indivíduo inocente, que traz alegria dentro de casa surge a literatura infantil que busca trabalhar a escrita das crianças e a sua imaginação através de histórias contadas. Cademartori relata:

 

A literatura infantil divide-se em dois momentos: a escrita e a lendária. A lendária nasceu da necessidade que tinham as mães de se comunicar com seus filhos, de contar coisas que os rodeavam, sendo estas apenas contadas, não sendo registradas por escrito. Os primeiros livros infantis surgiram no século XVII, quando da escrita das histórias contadas oralmente. Foram obras de fundo satírico, concebidas por intelectuais que lutavam contra a opressão para estigmatizar e condenar usos, costumes e personagens que oprimiam o povo. Os autores, para não serem atingidos pela força do despotismo, foram obrigados a esconder suas intenções sob um manto fantasioso. (CADEMARTOLI, 1994 apud COSTA, et al, 2016).

 

Segundo Silva (2009) a literatura infantil surgiu no século XVII com Fenélon (1651-1715), justamente com a função de educar moralmente as crianças. As histórias tinham uma estrutura maniqueísta, a fim de demarcar claramente o bem a ser aprendido e o mal a ser desprezado. A maioria dos contos de fadas, fábulas e mesmo muitos textos contemporâneos incluem-se nessa tradição.

Sobre o início da literatura Cadermatoli relata:

 

O início da literatura infantil pode ser marcado com Perrault, entre os anos de 1628 e 1703, com os livros "Mãe Gansa", "O Barba Azul", "Cinderela", "A Gata Borralheira", "O Gato de Botas" e outros. Depois disso, apareceram os seguintes escritores: Andersen, Collodi, Irmãos Grimm, Lewis Carrol, Bush. No Brasil, a literatura infantil pode ser marcada com o livro de Andersen "O Patinho Feio", no século XX. Após surgiu Monteiro Lobato, com seu primeiro livro "Narizinho Arrebitado" e, mais adiante, muitos outros que até hoje cativam milhares de crianças, despertando o gosto e o prazer de ler. (CADERMATOLI, 1994 apud COSTA, et al, 2016).

 

Segundo Silva (2009) os contos de fada conhecidos atualmente surgiram na França, ao final do século XVII, com Perrault, que editou as narrativas folclóricas contadas pelos camponeses, retirando passagens obscenas de conteúdo incestuoso e canibalismo. Assim, acredita-se que, antes do cunho pedagógico, houve o objetivo de leitura e contemplação pela mente adulta. Acredita-se também que a mitologia grega já possuía um modo particular de transmitir o contexto da história de “Chapeuzinho Vermelho”. Posteriormente, Charles Perrault trouxe a história moralizadora e mais adequada aos ambientes sociais que conviviam na época. A história da menina e do lobo sofreu ainda alterações por Hans Christian Andersen e pelos Irmãos Grimm.

Sobre o surgimento da literatura infantil no Brasil, Cunha explana:

 

“No Brasil, como não poderia deixar de ser, a literatura infantil tem início com obras pedagógicas e, sobretudo, adaptadas de produções portuguesas, demonstrando a dependência típica das colônias” (p. 20). Pode-se dizer que a literatura infantil brasileira teve início com Monteiro Lobato, com uma literatura centralizada em algumas personagens em especial. (CUNHA, 1987 apud SILVA, 2009).

 

Segundo Meirelles (1984, p32 apud COSTA, et al 2016) a literatura infantil é arte. E como arte deve ser apreciada e corresponder plenamente à intimidade da criança. A criança tem um apetite voraz pelo belo e encontra na literatura infantil o alimento adequado para os anseios da psique infantil. Alimento, esse, que traduz os movimentos interiores e sacia os próprios interesses da criança. “A literatura não é, como tantos supõem, um passatempo. É uma nutrição.

A leitura é um poderoso elemento de desenvolvimento cognitivo, intelectual e criativo das crianças. Por meio da leitura, elas descobrem novas possibilidades novos mundos, vivenciam o imaginário e acabam por inventar novas brincadeiras e personagens, reproduzindo suas histórias preferidas e criando suas histórias, a partir das histórias conhecidas e vivenciadas. A literatura é, sem dúvida, uma das expressões mais significativas dessa ânsia permanente de saber e de domínio sobre a vida, que caracteriza o homem de todas as épocas. Ânsia que permanece latente nas narrativas populares legadas pelo passado remoto. Fábulas, apólogos, parábolas, contos exemplares, mitos, lendas, sagas, contos jocosos, romances, contos maravilhosos, contos de fadas...fazem parte dessa heterogênea matéria narrativa que está na origem das literaturas modernas e guarda um determinado saber fundamental. (Fonseca, 2012, p.20 apud COSTA, et al, 2016).

 

A importância da leitura para as crianças

 

De acordo com Abramovich, (1991, p. 16 apud SILVA, 2009) “ a leitura é importante para a formação de qualquer criança, ouvir muitas, muitas histórias... Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo...”

Para Gonçalves (2013) a prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que começamos a compreender o mundo à nossa volta. A

preocupação com a leitura esteve sempre muito presente por se tratar de um instrumento essencial em nossa sociedade.

Sobre a leitura Fonseca expõe:

 

Na Educação Infantil os momentos de leitura não devem ser restritos apenas à literatura. As crianças são muito observadoras, formulam boas perguntas, relacionam o conhecimento que já possuem com novas informações, levantam hipóteses, fazem comparações e são muito capazes de compreender as leituras de textos informativos. (FONSECA, 2012 apud COSTA, et al 2016)

 

Segundo Gonçalves (2013) a leitura está presente em nossas vidas de forma muito intensa, ela está relacionada a muitas de nossas atividades, no trabalho, lazer ou mesmo em nossa rotina, como fazer compras ou ler um bilhete.

A leitura é basicamente um processo de representação. Como esse processo envolve o sentido da visão, ler é, na sua essência, olhar para uma coisa e ver outra. A leitura não se dá por acesso direto à realidade, mas por intermediação de outros elementos da realidade. Nessa triangulação da leitura o elemento intermediário funciona como um espelho; mostra um segmento do mundo que normalmente nada tem a ver com sua própria consistência física. Ler é, portanto, reconhecer o mundo através de espelhos. Como esses espelhos oferecem imagens fragmentadas do mundo, a verdadeira leitura só é possível quando se tem um conhecimento prévio desse mundo. Costa et al relata:

 

A criança que lê e tem contato com a literatura desde cedo, é beneficiada em diversos sentidos: ela aprende melhor, pronuncia melhor as palavras e se comunica melhor de forma geral. Por meio da leitura, a criança desenvolve a imaginação, a criatividade, ajuda a compreender o mundo da oralidade e da escrita, além de adquirir cultura, conhecimentos e valores. (COSTA, et al, 2016).

 

Ler é construir uma concepção de mundo, é ser capaz de compreender o que nos chega por meio da leitura, analisando e posicionando-se criticamente frente às informações colhidas, o que se constitui com um dos atributos que permitem exercer, de forma mais abrangente e complexa, a própria cidadania. Segundo Carleti (2007 apud GONÇALVES, 2013) a leitura é o meio mais importante para a aquisição de saberes na formação de um cidadão crítico para atuar na sociedade. O ato de ler é uma forma exemplar de aprendizagem, como nos fala Carleti:

 

Durante o processo de armazenagem da leitura coloca-se em funcionamento um número infinito de células cerebrais. A combinação de unidade de pensamentos em sentenças e estruturas mais amplas de linguagem constitui, ao mesmo tempo, um processo cognitivo e um processo de linguagem. A contínua repetição desse processo resulta num treinamento cognitivo de qualidade especial. (CARLETI, 2007, p.2 apud GONÇALVES, 2013).

 

Ler é uma operação inteligente, difícil, exigente, mas gratificante [...] ler é procurar ou buscar criar a compreensão do lido...ler é engajar-se numa experiência criativa em torno da compreensão. Da compreensão e da comunicação. E a experiência da compreensão será tão mais profunda quanto sejamos nela capaz de associar, jamais dicotomizar, os conceitos emergentes na experiência escolar aos que resultam do mundo no cotidiano. A leitura é um dos meios mais importantes para a construção de novas aprendizagens, possibilita o fortalecimento de ideias e ações, permite ampliar conhecimentos e adquirir novos conhecimentos gerais e específicos, possibilitando a ascensão de quem lê a níveis mais elevados de desempenho cognitivo, como a aplicação de conhecimentos a novas situações, a análise e a crítica de textos e a síntese de estudos realizados. [...] (GONÇALVES, 2013).

A leitura trabalhada de forma correta leva o pequeno leitor a imaginar e captar suas formas, suas cores, sua beleza, sua magia, seu mundo imaginário que nele tudo é possível, toda invenção por mais surreal que seja neste mundo de leitores tudo se tem vida e continuidade. Para Gonçalves (2013) “com a leitura, o leitor desperta para novos aspectos da vida em que ainda não tinha pensado, desperta para o mundo real e para o entendimento do outro ser.”

O ato de ler tem que ser algo prazeroso, a criança não deve ser forçada a isso, esse processo tem que ser desenvolvido com muito cuidado para não se tornar uma tarefa exaustiva para as crianças. Tudo que se ensina as crianças elas tendem a tirar alguma informação, essa pode ser algo positivo ou negativo, por isso que é muito importante que os docentes saibam manusear a leitura como algo agradável, algo lúdico, que traga para o cotidiano da sala de aula um momento de desconcentração, uma aula com muita troca de conhecimento, deve ser algo que deixe o aluno a vontade, para escolher os livros que mais lhe chamam a atenção. A escola deve ter a missão de estimular a leitura desde cedo para que a criança se desenvolva e tome gosto pelo ato de ler. (COSTA, et al, 2016).

Sobre a leitura como algo estimulante, Fonseca aborda:

 

Quando um professor lê um conto para seus alunos, eles não aprendem apenas os conteúdos das histórias e suas características, mas também como as pessoas utilizam a leitura, os comportamentos leitores e a compartilhar práticas sociais de leitura. Muitas vezes os professores pensam que as crianças só aprendem a ler se realizarem atividades que envolvam as letras. Com certeza, há momentos em que devemos propor atividades de leitura que permitam às crianças refletir sobre o sistema de escrita, mas só isso não é suficiente! Temos de promover a entrada dos diversos textos na escola para que as crianças aprendam as competências necessárias para a leitura na vida cotidiana. (FONSECA, 2012, p.29 apud COSTA, et al, 2016)

 

Segundo Cagliari (1989, p.148 apud SANTOS, 2011) a leitura é a extensão da escola na vida das pessoas. A maioria do que se deve aprender na vida terá de ser conseguido através da leitura fora da escola. A leitura é uma herança maior do que qualquer diploma.

A leitura possibilita que as pessoas sejam inseridas num mundo comunicativo, e que através desse código, elas possam se relacionar, de várias formas, obter conhecimento e se comunicar de maneira totalmente compreensível. Os primeiros contatos do indivíduo com a leitura são de fundamental importância para suas percepções futuras, pois interferem na formação de um ser humano crítico, capaz de encontrar as possíveis resoluções para os problemas sofridos pela sociedade a qual se pertence. Sendo assim, a reflexão sobre o ensino e incentivo da leitura é indispensável nos dias de hoje. (CARDOSO & PELOZO, 2007 apud GONÇALVES, 2013).

A leitura se realiza a partir do diálogo do leitor com o objeto lido – seja escrito, sonoro, seja um gesto, uma imagem, um acontecimento. Esse diálogo é referenciado por um tempo e um espaço, uma situação; desenvolvimento de acordo com os desafios e as respostas que o objeto apresenta, em função de expectativas e necessidades, do prazer das descobertas e do reconhecimento de vivencias do leitor. Segundo Santos (2011) “tudo que se ensina na escola está diretamente ligado à leitura e depende dela para se manter e se desenvolver”.

Ler histórias para as crianças exige planejamento, como apresentar e o que abordar, uma vez que a leitura é uma atividade de assimilação, de conhecimento, de interiorização, de reflexão. Nos primeiros anos de escolarização o discente precisa ser incentivado e instigado a ler, de modo que se torne um leitor autônomo e criativo. (CARDOSO & PELOZO, 2007 apud GONÇALVES, 2013).

Na sala de aula, o professor deve pensar em como irá preparar seus alunos para que possam se sentir incentivados, encantados, curiosos, que queiram ouvir cada vez mais as histórias. Algumas dicas de como o professor fazer para prender a atenção do aluno na leitura de forma que os mesmos gostem de ouvir:

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Ler o título e perguntar aos alunos do que acham que o livro tratará. Isso incentiva a antecipação, um comportamento leitor bastante comum;  Ler a sinapse e fazer comentários ou perguntas para que as crianças antecipem a história;  Mostrar algumas ilustrações para que as crianças antecipem o enredo;  Apresentar curiosidades da vida do autor e sua obra – se possível, mostrar foto do autor;  Apresentar curiosidades da vida do ilustrador e sua obra

– se possível, mostrar foto do ilustrador;  Mencionar algumas características do gênero que será lido e estabelecer relações com outros livros desse gênero que as crianças já conhecem;  Retomar alguma história conhecida e explicar que vai ler outra do mesmo autor ou gênero;  Contar um pouco da história para deixá-los curiosos;  Contar um pouco da história, pois sabe que o enredo é complexo e que isso os auxiliara a acompanhar a leitura;  Fazer comentários sobre o que a história vai tratar e convidá-los a ouvir uma nova história sobre o assunto;  Comparar o estilo do autor que conhecerão com outro já conhecido por eles;  Contar como conheceu a história ou como encontrou o livro – se procurou na biblioteca ou livraria, se um amigo recomendou, se conheceu quando criança, etc. Durante a leitura:  Se os ouvintes fizerem perguntas, dê atenção, responda de modo objetivo e retome a leitura para não perder “o fio da meada”.  Às vezes, as crianças ouvem uma parte da história, uma frase, um nome de personagem e querem comentar algo que para os outros aparentemente não se relaciona com a história. Procure perguntar. “O que te fez lembrar disso agora? ” Se percebe que a crianças tem para contar é algo longo, com muito jeito e delicadeza, peça que guardem na memória por um tempo o que tem para contar e que, ao final da leitura, conte a todos.  Se perceber que algumas crianças se distraíram um pouco, procure fazer um comentário, criar um suspense para conquistar a atenção delas para que se voltem novamente à leitura. Algo do tipo: “E agora, o que vocês acham que vai acontecer? ”  Não é necessário explicar palavras que você considerar difíceis. Muitas e muitas vezes elas se tornam completamente compreensíveis para as crianças no contexto da história. 9  Não mude as palavras do texto com a intenção de simplificá-las. Por meio da leitura as crianças terão acesso à literatura: a arte da palavra. Além disso, se você mudar as palavras, elas não terão a oportunidade de perceber que o que está escrito se lê sempre da mesma maneira, que as palavras do texto escrito não mudam – é o que chamamos de permanência da escrita.  Se notar que a história está difícil ou que as crianças não compreenderam alguma parte, faça uma breve explicação e retome a leitura.  Vez ou outra, no meio da leitura, é possível deixar uma pergunta no ar, do tipo: “Será que se acontecesse isso conosco teríamos a mesma reação? ” Ou fazer um comentário: “Vejam só o que a personagem vai fazer agora! ” Ou ainda: “Acho essa parte da história tão linda! ” Depois da leitura:  Fazer comentário sobre o que leu;  Falar sobre o título de escrita do autor;  Reler algum trecho preferido, explicando porque o prefere;  Falar sobre uma personagem que chamou a atenção, compará-la com outras personagens de livros conhecidos por eles ou outros que o professor conhece;  Relacionar determinada passagem da história com um fato real;  Apresentar ou indicar outros livros do mesmo autor. (FONSECA, 2012, p. 48 apud COSTA et al, 2016).

 

O critério para manter pulsante o desejo prazeroso da leitura no cotidiano de sala de aula, é, alimentar a memória do alunado com leitura que transmitam; afeto, sonhos, felicidades, poder, possibilidades, musicalidade, amizade, magia, riso, choro, compreensão, união, drama, poesia, e entre muitos outros temas que preencham a memória da criança com sabores de possibilidades interessantes para a atenção do pequeno leitor. O importante mesmo é deixar que as crianças viagem no mundo da imaginação, da poesia e do encantamento que a literatura infantil é capaz de proporcionar. Despertando nelas o prazer de ouvir histórias despertando sentimentos e emoções, proporcionando a elas o maior contato possível com esse mundo letrado. (COSTA, et al, 2016).

 

Práticas de leitura na sala de aula

 

Segundo Cardoso (2012, p. 9 apud COSTA et al, 2016) na Educação Infantil, torna-se fundamental o trabalho com a linguagem oral e a linguagem escrita com os alunos, uma vez que a criança tem dificuldade de compreender o que a escrita representa e como ela representa.

Nesse sentido, é necessário pensar qual é realmente o objetivo da educação infantil e do ensino fundamental no processo de alfabetização das crianças. Emília Ferreiro citado Cardoso (2012 apud COSTA, et al, 2016) afirma que a dificuldade da criança “é compreender [...]o que a escrita representa e como [ela] a representa. ” E enfatiza a necessidade de se redefinirem os objetivos da alfabetização, tanto na educação infantil quanto no início do ensino fundamental.

Sobre a escrita e a leitura, Costa et al expõe:

 

Para ela as crianças de 4 e 5 anos que têm a oportunidade de entrar em contato com o mundo da leitura e da escrita de maneira interessante, sem serem forçadas a aprender a ler e a escrever, se desenvolverão melhor no ensino fundamental, pois essa inserção da criança no mundo letrado desde cedo amplia seu processo cognitivo desenvolvendo a compreensão, a interação e a interpretação. (COSTA, et al, 2016).

 

Algumas reflexões quanto a leitura e a escrita de Emilia Ferreira citado por Cardoso (2012).

 

É preciso dar função à leitura e à escrita para que a criança compreenda suas utilidades.  É necessário olhar para a escrita que a criança produz ou para o que ela tenta ler, e reconhecer o valor e a evolução dessa produção, bem como a riqueza que representa a heterogeneidade das conceptualizações que surgem no grupo.  É preciso ler para os alunos, escrever com eles e diante deles, deixar que eles explorem livros e diferentes textos.  A partir do próprio nome e do nome dos colegas, as crianças começam a construir seu repertório de informações sobre nosso sistema de escrita, por meio de comparações, memória, análise, conflito... (apud COSTA, et al 2016).

 

Segundo Costa, et al (2016) quanto mais cedo lermos para as crianças maiores serão as chances de gostar de ler, eles precisam ter esse contato com a leitura, com os livros, manuseá-los, compreender as imagens, mesmo sem decodificar as letras são capazes de lerem do seu modo o uso dessa imaginação é muito importante para sua criatividade e desenvolvimento intelectual. Pois na sociedade em que vivemos as crianças já tem contato com diversos tipos de imagens que passam mensagem e quanto mais acesso a esse mundo letrado melhor para seu processo de alfabetização.

A oportunidade de ler, representa um papel decisivo no despertar do interesse pela leitura. Leituras coletivas ou em pequenos grupos, silenciosa ou em voz alta pelo aluno ou professor, apresentar às crianças uma variedade de histórias, ler contos de fadas que apresentem diferentes versões, personagens diferentes ou finais diferentes podem estimular comparações por parte das crianças, facilitando o pensamento intuitivo e imaginativo, criar um “Cantinho da Leitura” em sala de aula com prateleiras à altura das crianças. Deixar que os alunos fiquem à vontade para ler. (GONÇALVES, 2013).

Mediante este sentido, o professor em sala de aula, deve buscar usar livros de capa mole, livros de capa dura, artigos de jornal, revistas, quaisquer materiais extras que não reduzam a leitura das crianças somente à do livro didático, e buscar facilitar a compreensão de textos literários por meio das seguintes atividades:

 

De enriquecimento: preceder a leitura do texto com filmes, slides, mostras, excursões, estudo do meio; 17 - de orientação: preceder a leitura em voz alta por uma leitura silenciosa em grupo, seguida de algumas questões sobre o conteúdo do texto; - de suplementação: fornece textos complementares para incentivar a independência e a fluência dos leitores. (GONÇALVES, 2013).

 

Conhecer a realidade do alfabetizando e quais são as suas dificuldades no decorrer do processo de ensino com a leitura e a escrita é fator determinante para o desenvolvimento do educando, pois a leitura constitui-se em fator decisivo de estudo, propicia a ampliação de conhecimento, contribui para a descoberta de novos horizontes, enriquecimento do vocabulário e melhor entendimento no convívio social. Coelho aborda:

 

Letramento significa que, além de aprender a decodificar o sistema de escrita, é também necessário que as pessoas saibam utilizar a leitura e a escrita, para envolver-se com as práticas sociais. Esse termo vem com objetivo de ampliar o ato de alfabetizar, de inserir no ato educativo um sentido social de aprender a ler e a escrever. [...] (COELHO, 2010 apud COSTA, et al 2016).

 

O aluno precisa ter interesse no que lhe está sendo oferecido, para que isso ocorra o contexto deve estar vinculado a sua realidade, caso contrário, não aprenderá o conteúdo proposto, no entanto, deve ser algo que desperte no aluno interesse e curiosidade. A escola precisa desenvolver capacidades relacionadas à compreensão, à interação e à interpretação. É preciso que o sujeito aprenda desde pequeno para que serve a leitura, nas mais diversas instâncias e, ao mesmo tempo, aprofunde e aprimore esse conhecimento na escola. (CARDOSO, 2012 apud COSTA, et al, 2016).

Nesse sentido, há dois métodos de alfabetização voltado para o ensino e a aprendizagem, como nos fala Cagliari:

 

Há dois métodos de alfabetização, sendo que um é voltado para o ensino e outro para a aprendizagem. O método voltado para o ensino considera o aluno com o um ser passivo que apenas recebe informação do professor, ou seja, o ensino é igual para todos. Já o método que enfoca a aprendizagem aborda processos de reflexão e construção do conhecimento por parte do aluno, isto é, a aprendizagem é diferenciada para cada um. (CAGLIARI, 1998 apud SILVA & SILVA, 2018).

 

O contato com o mundo magico da diversidade escrita, da linguagem verbal e não verbal proporciona aos educandos refletir, questionar e entender naturalmente o processo de conhecimento de si e do mundo. Quando contamos histórias, permitimos que as crianças observem especificidades da linguagem oral, que compreendam a postura do narrador de histórias – a ação dos narradores. Elas observam que, quando o professor narra oralmente, ele gesticula, muda de voz, faz expressões diferentes com o rosto, olha nos olhos, improvisa, muda parte da história (retira ou 12 acrescenta algo, dependendo do dia, do público, de como ele mesmo está, do tempo que tem para contar), aproveita do que fica subentendido e implícito pela própria expressividade. Com a narrativa oral aguçamos a curiosidade da criança para que ela pegue o livro (do qual a história foi retirada) para reencontrá-la num momento individual e perceba as diferenças entre a oralidade e a escrita. Ao narrar oralmente, trabalhamos com a memória e com o coletivo. (FONSECA, 2012, p.148 apud COSTA, et al 2016).

Quanto a linguagem, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação Infantil citado por Oliveira, (2012, p.212) relata:

 

Sabemos por Vigotski que o desenvolvimento do pensamento é determinado pela linguagem, ou seja, pelos instrumentos linguísticos construídos na experiência social. É por meio da linguagem que a criança produz cultura, constrói conhecimentos nas trocas com outras crianças e adultos. Na medida em que a Educação Infantil amplia a experiência linguística das crianças, ela cria melhores condições para a ampliação também de seu pensamento. Por isso, a Educação Infantil deve prever um trabalho sistemático de exploração da linguagem verbal, a fim de “garantir experiências de narrativas, de apreciação e interação com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros textuais orais e escritos”. (apud COSTA, et al 2016).

 

Um bom leitor precisa ser incentivado, desafiado para se ter uma boa oratória. O leitor precisa saber os motivos que o levaram a ler aquele determinado texto. Solé destaca alguns objetivos de leitura.

 

Obter uma informação precisa; b) seguir instruções; c) obter uma informação de caráter geral; d) aprender; e) para revisar um escrito próprio. f) por prazer; g) comunicar um texto a um auditório; h) praticar a leitura em voz alta; i) verificar o que se compreendeu. (SOLÉ, 2008 apud CORRÊA, 2012).

 

Assim, os alunos terão contato com a linguagem escrita, por meio de variados textos que lhes oportunizem o gosto e o prazer de ler; precisam ser estimulados desde as séries iniciais. O professor deve ser o principal agente incentivador do contato dos alunos com o livro.

Como estratégia de leitura o ministério da educação explana:

 

a) desenvolver atitudes e disposições favoráveis à leitura: após a leitura, o leitor determina suas escolhas, servindo de contraponto para outras leituras. O adulto deve ser seu modelo de leitura. b) desenvolver capacidades de decifração: Saber decodificar palavras: identificar relações entre grafemas e Saber ler reconhecendo globalmente as palavras: favorece uma leitura rápida e permite que o leitor não se detenha em fragmentos como “sons” e nomes de letras. c) desenvolver fluência em leitura. Compreende textos: Identificar finalidades e funções da leitura em função do reconhecimento do suporte, do gênero e da contextualização do texto – proporcionar a familiaridade com gêneros textuais diversos. Antecipar conteúdos de textos: antecipação de conteúdo com elaboração de hipóteses. Levantar e confirmar hipóteses do texto: prever o que o texto vai dizer e verificar se as previsões se confirmam. Buscar pistas textuais, intertextuais para ler nas entrelinhas – buscar pistas auxiliares para fazer uma leitura expressiva e completa do texto. Compreensão global do texto: produzir uma visão global do texto, identificando o assunto (MEC, 2007 apud CORRÊA, 2012).

 

O professor tem a função de guia, principalmente porque exerce o papel de mediador na construção do conhecimento, e procure consolidar procedimentos que ajude o leitor na compreensão de textos, que ative o conhecimento prévio do aluno.

Quanto ao conhecimento prévio Solé relata orientações que auxiliam o aluno em seu conhecimento:

 

… explicar o que será lido, indicando a temática aos alunos para relacioná-la a aspectos da sua experiência prévia. b) estimular os alunos a prestarem atenção a determinados aspectos do texto que podem ativar seu conhecimento prévio, como ilustrações, títulos, subtítulos, enumerações, sublinhados, palavras chaves. c) incentivar os alunos a exporem o que já sabem sobre o tema. Deixar os alunos falarem, reconduzir as informações e centrá-las no tema discutido. (SOLÉ, 2008 apud CORRÊA, 2012).

 

Segundo o Ministério da Educação (2008 citado por SOLÉ, 2008), (apud CORRÊA, 2012) “antes de começar a leitura são produtivos alguns procedimentos ligados à antecipação de conteúdo, como é elaboração de hipóteses (Este texto trata de que assunto? É uma história? É uma notícia? É triste? É engraçado?).

Dessa forma, o aluno irá refletir a respeito do texto e sua curiosidade será aguçada. Até o leitor iniciante pode tentar adivinhar o que o texto diz, através da suposição de alguma coisa que está escrita, pelo conhecimento do seu suporte, pelo título e ilustrações. (MEC, 2008 apud CORRÊA, 2012).

Mediante esta concepção, Solé relata mais uma estratégia de leitura:

 

Deve-se promover debates em sala de aula por meio de perguntas dos alunos sobre o texto, de forma que os mesmos consigam compreender o texto lido. Com as perguntas os alunos terão mais clareza do que estão lendo, processando com mais facilidade. (SOLÉ, 2008 apud CORRÊA, 2012).

 

Promovendo perguntas durante toda a leitura, auxiliará o aluno a melhorar a velocidade do processamento do texto, a ler em compreensão, com envolvimento prevendo o que o texto vai dizer e verificando se as previsões se confirmam ou não. (MEC, 2008, p. 45 apud CORRÊA, 2012).

Diante de tudo isso se percebe o tamanho da responsabilidade e da importância que a educação infantil tem na vida escolar de nossas crianças, o papel da escola e do professor é fundamental ambos devem mostrar as possibilidades de escrita e leitura Partindo da realidade das crianças o professor deve oferecer atividades motivadoras que despertem nelas o desejo de aprender. Ao fazer essas mediações partindo da realidade o professor estará visando à formação de pessoas críticas e participativas na sociedade.

 

 

CONCLUSÃO

 

Diante dos estudos aqui abordados, conclui-se que ler para as crianças desde muito cedo, é essencial pois assim estaremos proporcionando a elas contato com o mundo letrado, com a linguagem oral e escrita e principalmente com o mundo da imaginação.

A literatura é, sem dúvida, uma das expressões mais significativas dessa ânsia permanente de saber e de domínio sobre a vida, que caracteriza o homem de todas as épocas. Por meio da leitura, elas descobrem novas possibilidades novos mundos, vivenciam o imaginário e acabam por inventar novas brincadeiras e personagens, reproduzindo suas histórias preferidas e criando suas histórias, a partir das histórias conhecidas e vivenciadas.

A leitura é o meio mais importante para a aquisição de saberes na formação de um cidadão crítico para atuar na sociedade. O ato de ler é uma forma exemplar de aprendizagem. O importante mesmo é deixar que as crianças viagem no mundo da imaginação, da poesia e do encantamento que a literatura infantil é capaz de proporcionar. Despertando nelas o prazer de ouvir histórias despertando sentimentos e emoções, proporcionando a elas o maior contato possível com esse mundo letrado.

Desta forma devemos fortalecer o trabalho de leitura desde a educação infantil, com técnicas variadas que sejam capazes de despertar nas crianças o interesse e o prazer pela leitura, só assim estaremos contribuindo para a construção de uma sociedade verdadeiramente letrada.

 

 

REFERÊNCIAS

 

CORRÊA, Juliana de Oliveira. Prática de leitura na sala de aula, 2012. Disponível em: https://adventista.edu.br/_imagens/asped/files/pr%C3%A1ticas%20de%20leitura%20em%20sala%20de%20aula.pdf. Acesso: 03 Abr 2022.

 

COSTA, et al. A importância da leitura na educação infantil, 2016. Disponível em: https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/a_importancia_da_leitura_na_ed._i nfantil.pdf. Acesso: 03 Abr 2022

 

GONÇALVES, Debora Souza Neves. A importância da leitura nos anos iniciais escolares,            2013.  Disponível     em: http://www.ffp.uerj.br/arquivos/dedu/monografias/dsng.pdf. Acesso: 03 Abr 2022.

 

SANTOS, Rayane Soares dos. A importância do incentivo à leitura no terceiro ano do ensino fundamental para a formação de leitores, 2011. Disponível em: https://bdm.unb.br/bitstream/10483/3196/1/2011_RayaneSoaresdosSantos.pdf. Acesso: 03 Abr 2022.

 

SILVA, Aline da. Trajetória da literatura infantil: da origem histórica e do conceito mercadológico         ao       caráter           pedagógico   na       atualidade,    2009.  Disponível     em: https://revista.univem.edu.br/REGRAD/search/authors/view?firstName=Aline&middleNa me=Luiza%20da&lastName=Silva&affiliation=&country=. Acesso: 03 Abr 2022.

 

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