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RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

 Priscila Costa Rodrigues
Rhaymora Cantuário Silva
Luzia Cristina Oenning
Kariny Candida Cardoso Vaz
Maria Gernilânia Lopes dos Santos Silva

 

RESUMO:

O presente artigo nos convida a refletir sobre a relação Família e Escola, sabemos que a participação das duas instituições no processo de aprendizagem do aluno é essencial, mas infelizmente presenciamos situações e justificativas que não condizem com os nossos desejos, e quem sofre as consequências nessa história são as nossas crianças que sente a falta desse apoio. A família e a escola sempre devem caminhar de mãos dadas, tendo como o único objetivo de qualificar, buscar melhorias e estratégias que venham suprir as necessidades que acontecem no decorrer do ano letivo. Nesse processo o diálogo é fundamental para o alcance das metas, a partir do momento que todos unirem com um só objetivo, uma educação de qualidade irá se estabelecer e possibilitará uma transformação social

 

PALAVRAS-CHAVE:  Família. Escola. Educação. Participação. Aprendizagem.

 

ABSTRACT

This article invites us to reflect on the relationship between family and school, we know that the participation of both institutions in the learning process of the student is essential, but unfortunately we witness situations and justifications that do not match our wishes, and who suffers the consequences in this story are our children who feel the lack of this support. The family and the school should always walk hand in hand, with the sole purpose of qualifying, seeking improvements and strategies that will meet the needs that occur during the school year. In this process, dialogue is fundamental for the achievement of goals; from the moment that everyone unites with a single objective, quality education will be established and will enable social transformation.

 

KEY WORDS: Family.School. Participation. Learning.

 

Introdução:

 

Este artigo tem por finalidade de conscientizar os pais, alunos e toda a comunidade escolar sobre a importância de caminharem juntos em busca de uma aprendizagem significativa e uma construção de um futuro melhor para todos. Para que essa interação possa ser efetivada é necessário que a família/escola assume suas responsabilidades.  A família tendo a responsabilidade de transmitir e ensinar os valores básicos, preparar seus filhos para cumprir regras, horários e saber que é necessário respeitar para ser respeitado e que, além de direitos, temos deveres. E o mais importante ter o compromisso de acompanhar esse processo pois com certeza fará a diferença no desenvolvimento desses alunos. Enquanto a escola, assume o compromisso de escolarizar, socializar e democratizar o acesso ao conhecimento promovendo nesses educandos a construção moral e ética, formando pessoas conscientes, críticas, engajadas e com potencial de transformação de si mesmas e da sociedade.

O assunto abordado é de alta relevância dentro do contexto educacional e também para a sociedade, aonde foi possível construir uma pesquisa bibliográfica através de várias perspectivas e pensamento de autores e também as nossas vivências como professoras da educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental.

 

Desenvolvimento

 

Vivemos em um processo constante de socialização a partir do meio em que estamos inseridos e também a partir das interações com outras pessoas de diferentes classes, estabelecendo assim as relações afetivas e sociais que irão compor nossa trajetória no processo histórico. Nessa perspectiva sócio-histórica, a família se torna um instrumento primordial e fundamental na formação do indivíduo.

Para entender melhor o conceito de família, Castro (2000), apresenta-a como sendo a "célula manter da sociedade", pois desempenha papel importante no desenvolvimento biológico e social, como também se torna a instituição da qual se origina tantas outras.

Complementando a ideia do autor acima podemos afirmar que a família é caracterizada como uma instituição, tendo como responsabilidade de promover a educação dos filhos, sendo também um dos atores sociais que contribuem para definir as formas e sentidos da própria mudança social.  É a partir dela também que desenvolve a divisão de direitos e deveres do trabalho, dos espaços, das competências, dos valores, de homens e mulheres, ainda que isso assuma formas diversas nas sociedades.

Na contextualização da escola, a palavra vem do grego scholé, que significa "ócio" - o mesmo que “lazer ou tempo livre”. A escola em sua origem era um bem que poucos podiam usufruir, pois a educação formal era direcionada às elites dominantes, deixando o restante da população sem os conhecimentos eruditos que eram transmitidos no ambiente escolar.

A partir, dos ideais estabelecidos na Revolução Francesa no final do século XVIII, a educação foi estabelecida como direito de todos na maioria dos países. Nesta perspectiva global de transformações de ideais, o Brasil teve esse direito reconhecido somente com a Constituição de 1988, na qual foi estabelecida a igualdade entre todos os cidadãos, e a educação, que antes era vista como dever apenas da família, passou a ser também dever do Estado, o que favoreceu para que a educação básica se tornasse direito fundamental para o desenvolvimento do indivíduo.

A Família e a escola, apesar de possuírem objetivos comuns parecem não conseguir encontrar um ritmo que lhes permita caminhar juntos, permanecendo distantes e isolados cada um no seu próprio espaço e tempo, como se pudessem coexistir em separadamente, como seres pertencentes a universos distintos e opostos.

Existe uma grande relação entre as instituições, ambas assemelham e se aproximam, possui funções que poderiam se resumir, sinteticamente, em como proteger e educar, dar autonomia à criança, podendo estabelecer um espaço da troca, aonde o principal objetivo é buscar resultados positivos e corrigindo os problemas que encontra no decorrer da vida escolar do aluno.

Ambas instituições possui influencia no desenvolvimento do indivíduo. Assim como a família deve se procurar cada fase de seus filhos, a escola também passa por fases diversas em função da idade de seus alunos e precisa cuidar desde o espaço físico, os professores, as atividades e de acordo com cada etapa do desenvolvimento desse educando.

 

No mundo moderno, a educação passa também a ser o objeto de atenção das famílias, que apesar de ser preocuparem com a qualidade do ensino, transfere à escola competências que deveriam ser suas somente. Não veem a escola como segunda etapa da educação, mas criam nela toda a expectativa de que será responsável, a vida toda, pela educação de seus filhos. E em muitas vezes, esquecem-se de fazer sua parte. (FREITAS, 2006, p.20).

 

A escola e a família são consideradas como sistemas humanos em constantes interações que possuem como elemento de união o filho aluno. O aluno chega à escola com todo as suas vivências e experiências, seus medos, dificuldades e desejos que foram gerados dentro do ambiente familiar, tendo que aprendera lidar agora com outro mundo, outros valores que são aprendidos na instituição e também passa a conviver com a diversidade. É um momento rico de descobertas mas também um momento muito delicado, por esses diversos aspectos que buscamos a melhoria na relação entre família e escola.

Para se construir uma relação entre a escola e família é necessário antes de tudo buscar nos pais e responsáveis o que eles entendem em relação ao seu papel dentro do processo de escolarização de seus filhos, para somente assim a escola poderá tentar sensibilizar os mesmos sobre a importância de sua participação no processo de ensino- aprendizagem.

Alguns pesquisadores o definiram como grau em que pais participam das atividades associadas à vida escolar do filho, tais como: acompanhar tarefas e trabalhos escolares, ver caderno com lições da escola, verificar se o filho fez tarefa, estabelecer horários de estudos, informar sobre matérias e provas, entre outras decisões, sugestões que envolve a escola. (FREITAS, MAIMONI E SIQUEIRA, 1994; MAIMONI E MIRANDA, 1999).

Sabe-se que o bom funcionamento escolar está diretamente relacionado a uma série de fatores, como a gestão da escola, a metodologia de ensino aplicada, o corpo docente e, por último — mas, definitivamente, não menos importante — a relação entre família e escola. Manter um bom relacionamento com os pais e familiares dos alunos, trazendo-os para o cotidiano da escola e incluindo-os no processo de aprendizagem e até nas tomadas de decisão, é algo extremamente benéfico não só para as escolas de educação infantis, mas também para os alunos, de maneira geral.

A presença dos pais na escola e na rotina de estudos dos seus filhos também é fundamental para a sua formação integral, já que a educação infantil deve sempre caminhar ao lado e ser complementar à ação da família. O primeiro passo para estabelecer essa relação se dá por meio da mudança de atitude. É comum que a família pense que a sua presença só é necessária na escola quando for solicitada, ou caso aconteça algum problema.

Vale destacar que existe várias maneiras de realizar essa aproximação de forma assertiva, como por exemplo, conhecer os pais dos alunos de maneira não superficial é indispensável para que esse trabalho de aproximação ocorra da melhor maneira possível. Além disso, para que a presença desses familiares ocorra de maneira concreta, é fundamental que eles se sintam acolhidos pela escola, e que conheçam o local onde suas crianças passarão boa parte do tempo.

As reuniões escolares realizadas são fundamentais para que essa relação  possam ser construída, sabemos que são momentos esclarecedores, que visam manter as famílias a par do desempenho dos seus filhos, tanto na parte pedagógica, quanto os aspectos que estão relacionados ao comportamento, interesse, e também as dificuldades de aprendizagem, quando essa aproximação acontece, os pais podem participar das tomadas de decisão, dando-lhes voz ativa, de modo a formar uma parceria efetiva entre ambas.

Uma das principais causas da ausência dos pais no ambiente escolar, inclusive nos de educação infantil, é a falta de uma comunicação eficaz entre escola e família. É necessário que a escola tome a iniciativa de fomentar o envolvimento de todas as famílias, utilizando outras estratégias de aproximação.

A importância da participação da família é uma construção inesgotável e que não pode ser delegada somente a escola. A questão da participação dos pais na educação escolar dos filhos é de grande importância, devendo acontecer frequentemente, acompanhando todo o processo educativo. Para que isso aconteça é necessário que a escola e a família estejam em sintonia para exercer sua influência no desenvolvimento da criança.

Quando tratamos de parceria, não estamos afirmando uma participação perfeita. Em que o pai esteja todos os dias na escola, ou até assista as aulas. Mas de uma participação comprometida e ativa. A presença do pai na escola não apenas inibe possíveis atos de indisciplinas dos filhos, mas também ajuda no trato com os deveres do aluno.

A partir do momento que a criança tem conhecimento que a sua família, participa e acredita na escola é essencial, o mesmo verá com outros olhos, irá perceber que pode atuar como um agente de transformação, esse pensamento atua como motivação, perceberá que pode ser, um defensor, com uma identidade consolidada, se sentido parte da escola não mais um estranho. Os pais e responsáveis juntamente com os professores e consequentemente a escola possuem papéis fundamentais nesse sentido.

Enfim, a união da família e escola abre possibilidades para o desenvolvimento da criança e o progresso da sua aprendizagem. Dessa forma, todos os alunos tem a oportunidade de viver diversas experiências educativas na escola e no convívio familiar.

 

Conclusão

 

A elaboração deste artigo contribuiu significativamente em nossa vida profissional, pois vem de encontro com as nossas vivencias nos espaços escolares. Enfim, falar deste tema no contexto atual é uma necessidade, e podemos acompanhar de perto como essa relação no período da pandemia nos permitiu refletir e perceber que sem esse apoio familiar, o ensino poderia não ter chegado nos ambientes familiares. Temos consciência que é ainda é preciso ajustar e melhorar vários aspectos. 

O que nos motiva é saber que há tempo para que essas mudanças possam acontecer, que essa relação possa estabelecer, que a família possa agir como potencializadora do trabalho realizado pela escola, de forma a incentivar, acompanhar e auxiliar a criança em seu desenvolvimento, ao mesmo tempo em que a escola realize uma prática pedagógica que contribua na formação do ser crítico reflexivo, e que valorize a participação ativa dos pais no processo educativo, contribuindo assim, para a construção de uma sociedade transformada.

Sendo assim, a escola e a família possuem o dever de auxiliar o indivíduo no seu processo de desenvolvimento, para que cresçam e evoluam em um ambiente mais tranquilo e saudável, para que o aprendizado da criança seja positivo.

 

Referências:

 

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.

 

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96. Brasília. MEC, 1996.

 

CASTRO, CELSO ANTÔNIO PINHEIRO DE. Sociologia geral. São Paulo: Atlas, 2000.

 

FREITAS, Ivete  Abbade.  Família e Escola:  a parceria necessária na educação inf. antil.  Presidente Prudente: Unoeste, 2006.

 

Freitas, G. B., Maimoni, E. H. & Siqueira, M. M. M. (1994). Escala reduzida de envolvimento de pais na vida escolar do aluno (EEPVA). XXIV Reunião Anual de Psicologia, da Sociedade Brasileira de Psicologia, 437.