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JOGOS E AS BRINCADEIRAS COMO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Vilma Augusto Feitosa

 

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo relatar como os jogos e as brincadeiras auxiliam na aprendizagem dos educandos, sendo o brincar muito importante no processo de desenvolvimento intelectual, motor, afetivo e social da criança, tendo em vista a construção da educação através de brincadeiras, jogos e brinquedos. O uso dos jogos e o ato de brincar possibilitam o processo de ensino aprendizagem da criança, pois facilita a construção da reflexão, da autonomia e da criatividade, estabelecendo, desta forma uma relação que aproxima os jogos e brincadeiras ao desenvolvimento. Destaca-se que é de extrema importância ter o entendimento sobre a direção das atividades propostas, e é o professor quem deve direcionar a criança e as atividades a serem desenvolvidas. O lúdico concede novos modos de educar, relacionado a fatores como: qualificação dos profissionais comprometidos pode- se conquistar uma educação de aptidão, apto a ir de encontro com as preferências fundamentais da criança, pois as atividades lúdicas não são somatórias, mas fazem parte do processo de aprendizagem. Portanto, no aspecto metodológico foram realizadas pesquisas de trabalhos acadêmicos relacionados ao tema. A realização deste artigo me proporcionou adquirir o conhecimento sobre a importância dos jogos e do brincar no processo de ensino e aprendizagem na evolução da criança. O lúdico promove o processo de aprender, onde vem facilitar a construção do raciocínio, da autonomia e da criatividade da criança.

 

PALAVRAS-CHAVE: Jogos. Brincadeiras. Ensino Aprendizagem. Educação Infantil

 

  1. INTRODUÇÃO

 

O presente artigo tem como objetivo relatar como os jogos e as brincadeiras auxiliam na aprendizagem dos educandos, sendo o brincar muito importante no processo de desenvolvimento intelectual, motor, afetivo e social da criança. A brincadeira leva a criança a desenvolver sua personalidade, interação com outras pessoas e o mundo, aprendendo a se expressar, vivenciando sensações e emoções.

Por meio dos jogos e as brincadeiras, a criança organiza o seu universo, levando para a sua realidade situações incomuns do seu mundo imaginário. O brincar possibilita o progresso, não sendo somente um dispositivo didático favorável para o aprendizado, já que os jogos, brincadeiras e brinquedos influem em áreas do desenvolvimento infantil como: mobilidade, inteligência, civilidade, afetividade e criatividade. Desse modo, o brinquedo colabora para que a criança possa revelar sua capacidade de ser um ser criativo.

É importante recordar que o papel do adulto e do educador é de extrema relevância em todas as faces da infância, pois o mesmo vai estar transmitindo o seu conhecimento e autoconsciência, desta forma estará preparado para intervir no jogo e brincadeira de maneira adequada destacando o progresso e proporcionando mais crescimento.

O artigo constará em três tópicos, onde o primeiro será abordado a origem e a classificação dos jogos, relatando que os jogos tiveram sua origem durante a era moderna, e que a origem das manifestações lúdicas acompanha o desenvolvimento da inteligência vinculando-se aos estágios de desenvolvimento cognitivo. No segundo tópico relataremos o processo ensino aprendizagem por meio dos jogos e das brincadeiras, abordando como as atividades lúdicas contribuem para o desenvolvimento da criança. Concluindo será abordado a importância da formação docente para trabalhar com os jogos e as brincadeiras em sala de aula, uma vez que os educadores da educação infantil merecem uma atenção especial, pois são os primeiros professores responsáveis pelo processo de desenvolvimento e aprendizagem das crianças. E toda qualificação proporciona ao professor, mais desenvoltura em sala de aula e sem contar, que torna o seu trabalho mais criativo. O professor como mediador do conhecimento faz com que sua prática reflita na convivência com as crianças, tornando a educação mais sólida.

 

  1. DESENVOLVIMENTO

 

2.1.     Origem e classificação dos jogos

Segundo Pimenta (2011) inaugurados em 1896, na Elída, os jogos Olímpicos reuniram atletas de toda a Grécia antiga. Estes buscavam alcançar o status de herói sempre visando a perfeição física. Na modernidade o grande responsável pelo retorno dos jogos foi o Barão Pierre de Coubertin, esportista e educador francês.

No ano de 1894 deu-se início ao plano para realização dos jogos modernos, como Pimenta nos fala:

 

Começou em 1894, plano para realização dos jogos modernos. A fundação do comitê olímpico internacional (COI), com sede em Lauseane, Suíça e recebeu ajuda de organizações desportivas e de indivíduos de vários países europeus. Nos dias atuais tem reconhecido 186 comitês olímpicos nacionais. (PIMENTA, 2011).

 

Ainda segundo Pimenta o comitê registrou os princípios competitivos e escolheu Atenas (Grécia) como sede dos primeiros jogos olímpicos da era moderna, sede esta que é escolhida pela COI normalmente com seis anos de antecedência.

Ao longo do tempo ocorreu mudanças nos jogos excluindo os esportes de competição olímpicos, incluindo por volta de 25, acrescentando também esportes como hóquei sobre o gelo, o taekwondo, a pelota basca, o vôlei de praia e o softball feminino. (PIMENTA, 2011).

As competições na Grécia e Roma eram uma característica da vida religiosa e social, no qual se perdurava por quatro ciclos. Ocorria competições entre atletas nos jogos gregos, enquanto que nos romanos participavam atletas profissionais, escravos e prisioneiros. (PIMENTA, 2011).

Portanto, na antiguidade clássica os jogos olímpicos eram realizados em Olímpia, no santuário religioso da Grécia pré-helênica. Este santuário era constituído de um bosque sagrado o Altil, onde se encontravam os principais monumentos religiosos, como os templos de Zeus e de Heros. [...] Tocquville insistiu que os esportes e o exercício físico tinham papel fundamental na formação do caráter. E em 1894, convocou a Sorbone representante de 14 países, com o objetivo de ressuscitar os jogos olímpicos, dois anos depois. Atenas era escolhida como sede dos primeiros jogos olímpicos. (PIMENTA, 2011).

Por fazer parte da infância o brincar, onde a criança assume papéis e aceita as regras próprias da brincadeira, executando, imaginariamente tarefas para as quais ainda não está apta, como incentivo para que as crianças estudem, os jogos olímpicos da era moderna foram adaptados nas escolas como forma de inculcar nas crianças o prazer e o desejo de praticar um esporte e fazer dele um grande aliado para o desenvolvimento cognitivo, físico, afetivo.

Segundo Rizzi, Haidt (2001, p.175 apud MIRANDA, SANTOS & RODRIGUES (2014) os jogos “é uma atividade física ou mental organizada por um sistema de regras e lúdica, pois se joga pelo simples prazer de realizar esse tipo de atividade. Jogar é uma atividade natural do ser humano”.

Sobre os jogos Militão comenta:

 

“o jogo é um processo de vivência. É uma técnica uma dinâmica, uma competição saudável entre pessoas” e ainda pode ser concebido como, conjunto de peças que servem para jogar; passatempo recreativo sujeito à 25

 

jogos com certas regras; estilo de jogar numa competição; competição ou série de competições caracterizadas por exercícios e disputas com direito a prêmios. (MILITÃO, 2000, p. 24 apud MIRANDA, SANTOS & RODRIGUES, 2014).

Quanto a origem dos jogos e brincadeiras Piaget relata:

 

A origem das manifestações lúdicas acompanha o desenvolvimento da inteligência vinculando-se aos estágios do desenvolvimento cognitivo. Cada etapa do desenvolvimento está relacionada a um tipo de atividade lúdica que se sucede da mesma maneira para todos os indivíduos. [...] (PIMENTA, 2011).

 

De acordo com o autor Piaget (1978) citado por Pimenta (2011), a origem das manifestações lúdicas acompanha o desenvolvimento da inteligência vinculando-se aos estágios de desenvolvimento cognitivo. Cada etapa do desenvolvimento está relacionada a um tipo de atividade lúdica que se sucede da mesma para todos os indivíduos.

Os jogos foram classificados com base nas fases desenvolvimento da criança, Piaget nos explica como nos fala Friedman:

a) Jogos de exercício sensório-motor: é o primeiro a aparecer na vida das crianças, relaciona-se com atividade de prazer funcional e não de representação, coloca em ação comportamentos sem modificar suas estruturas, exercita-as pelo próprio prazer que encontra em seu funcionamento;
b) Jogos simbólicos: entre a idade de dois e seis anos, representam a diferenciação entre significantes e significados. São ficção ou imitação quando se transforma objetos ou no desempenho de papéis. Assinala a realidade; Jogos de construção: são considerados importantes, porque enriquecem a experiência sensorial, estimula a criatividade e o desenvolvimento das habilidades da criança”. Exploram e manipulam objetos, observando suas características e funcionalidade;
C) Jogos de regras: surgem entre a idade de quatro a sete anos e vai até os 12. As crianças assimilam a necessidade de cumprimento das leis da sociedade e das leis da vida” e as regras. (FRIEDMAN, 1996, p. 28 apud MIRANDA, SANTOS & RODROGUES, 2014).

 

Os jogos de regras, segundo Araújo (2000, p.64 e 67), podem ser:

 

Regras transmitidas: presentes nos jogos que se tornam institucionalizados, diferentes realidades sociais se impõem por pressão de sucessivas gerações (jogo de bolinha de gude); Regras espontâneas: são jogos de regras de natureza contratual e momentânea. Os jogos de regras, originam da socialização “dos jogos de exercício simples ou dos jogos simbólicos e de uma socialização que comporta tantas relações entre indivíduos mais novos e indivíduos mais velhos como relações entre indivíduos de uma mesma geração”. Constituem combinações sensório-motoras ou intelectuais, proporciona a competição entre os indivíduos, fazendo com que a regra seja necessária. (ARA[UJO, 2000, p.64-67 apud MIRANDA, SANTOS & RODRIGUES, 2014)

 

De acordo com Miranda, Santos & Rodrigues (2014) São várias as etapas que crianças atravessam até conquistar o saber brincar e ter bom aproveitamento, principalmente, nas brincadeiras coletivas. É normal que a criança, ao brincar em grupo, queira voltar a brincar sozinha ou apenas na presença dos amigos, porém sozinha.

Placco menciona uma forma de como os educadores devem trabalhar com os jogos nas escolas. Para ele “[...] um local como a escola poderia, com facilidade, incorporar os desenvolvimentos mencionados acima, ainda para as possibilidades interdisciplinares dos jogos”. (PLACCO, 2002, p. 145 apud MIRANDA, SANTOS & RODRIGUES, 2014).

Portanto, se os jogos possibilitarem um desenvolvimento violento nas crianças, é possível ser percebida, canalizada, analisada e superada, se o dirigente da cena for um educador, ou alguém sensível para permitir a discussão de uma situação desagradável e indesejada, uma vez que a rotina da escola será ou não atrapalhada por jogos como Yu-gi-oh se não houver política de limites estabelecida, ou se não houver preocupação com o potencial aproveitamento pedagógico do próprio jogo. (MIRANDA, SANTOS & RODRIGUES, 2014).

 

2.2.     Processo ensino aprendizagem por meio dos jogos e das brincadeiras

Ao brincar com jogos e com os brinquedos a criança imagina um mundo de possibilidades fantasiando a realidade em que vive. Para Pimenta (2011) neste jogo, o da busca do conhecimento, onde se pode brincar, jogar e estabelecer um espaço e tempo mágico, onde tudo é possível, um espaço confiável, onde a imaginação pode desenvolver-se de forma sadia, onde se pode viver entre o real e o imaginário, este é o lugar e tempo propício para crescer e produzir conhecimento.

Através dos jogos acontecem os primeiros contatos da criança com objetos, com as pessoas e com o mundo ao seu redor. No começo a brincadeira é bastante corporal e mais tarde tende a ser mais objetal passando a subjetividade no final. Segundo Antunes (2003 apud MIRANDA, SANTOS & RODRIGUES 2014) para Vygotsky: o lúdico privilegia a linguagem e o significado no desejo de brincar, mostrando que sem esses recursos seria muito mais áspera a transposição mental, entre os significados e os recursos significantes.

Sobre o significado no desejo de brincar Pimenta comenta:

 

Ainda bebê a mão na boca para a criança é ponto central para novas descobertas, pois é por este movimento que se começa a delimitar a noção de objeto. Brincar com o lençol, com a fralda ela vai descobrindo a realidade que a cerca. (PIMENTA, 2011).

 

Para Piaget: a criança que brinca desenvolve sua linguagem oral, pensamento associativo, suas habilidades auditivas e sociais, além de construir conceitos de relações espaciais e se apropriar de relações de conservação, classificação, seriação, aptidões visuo-espaciais e muitas outras (ANTUNES 2003 apud MIRANDA, SANTOS & RODRIGUES, 2014).

Brincar é um espaço privilegiado, proporciona à criança, como sujeito, a oportunidade de viver entre o princípio do prazer e o princípio da realidade. Pimenta expõe:

 

Brincando a criança vai lentamente, estabelecendo vínculos, brinca com os objetos externos e internos num processo de trocas intensas com a realidade e a fantasia. O brincar proporciona ao sujeito liberar o medo do novo, do desconhecido. (PIMENTA, 2011).

 

Segundo Miranda, Santos & Rodrigues (2014) acredita-se que através do uso dos jogos, possa-se difundir e estimular nos alunos o seu desenvolvimento lógico, assim fazendo relações, concluindo e concretizando de forma agradável e interessante, o conteúdo ao qual estão estudando.

Nesse sentido, quando a criança brinca com uma sucata e imagina que é um caminhão está estabelecendo uma relação de imaginação e criação: está recriando a realidade. Miranda, Santos & Rodrigues relata:

 

A aprendizagem através da ludicidade possui maior possibilidade de ser canalizada pela criança e a escola é um dos locais para o desenvolvimento das atividades lúdicas proporcionando diversos benefícios aos alunos. Além disso, cada atividade tem seu significado próprio, único para cada um que brinca. (MIRANDA; SANTOS & RODRIGUES, 2014).

 

Segundo Pimenta (2011) é na exploração do mundo, do meio ambiente, na manipulação dos objetos, nas trocas com seus pares etc. que a criança vai aprendendo, vai buscando fora si o conhecimento, para mais tarde poder internalizá-lo. É nesta busca, nesta movimentação que novos esquemas podem ser assimilados, generalizados.

Ainda segundo o autor Pimenta, ao brincar com o objeto a criança o vai percebendo em suas diferentes dimensões, descobre seus atributos, sua utilidade, classifica-o, podendo mais tarde modificar suas estruturas. É através do brincar que a criança vai descobrindo o que pode e o que não pode (PIMENTA, 2011).

Quanto ao brincar por meio dos jogos e brincadeiras Miranda, Santos & Rodrigues abordam:

 

O lúdico apresenta funções sociais e demonstra a apresentação que a sociedade tem da criança e quais os conceitos que possui acerca da infância. A criança evolui com o jogo e o jogo da criança, paralelamente, evolui com o seu desenvolvimento. (MIRANDA; SANTOS & RODRIGUES, 2014).

 

Portanto, o ensino deve ser centrado em atividades que dão prazer as crianças no qual busca trabalhar as áreas cognitivas, afetivas, físicas das mesmas de forma que contribuía para seu desenvolvimento. Miranda; Santos & Rodrigues mencionam:

 

Para quem trabalha com crianças, a brincadeira é uma fonte de prazer no dia-a- dia delas. Mas o brincar também tem outras importantes funções no desenvolvimento infantil, como por exemplo, contribuir com seu desenvolvimento físico e cognitivo [...] (MIRANDA; SANTOS & RODRIGUES, 2014).

 

Por meio da brincadeira a criança começa a desenvolver suas capacidades sensoriais e suas habilidades motoras, e também sua capacidade de aprendizagem por meio do raciocínio, do pensamento e da linguagem. Ao brincar de casinha, ela vai estar desenvolvendo o seu cognitivo, pois ao se imaginar uma pessoa com responsabilidade estará exercitando sua autonomia, criando e recriando a realidade em que vive. (PIEMENTA, 2011 grifo nosso).

Segundo Miranda; Santos & Rodrigues (2014) brincar na escola não é o mesmo que brincar em outras ocasiões, porque a vida escolar é regida por normas que regulam as ações das pessoas e as interações entre elas e, naturalmente, essas normas estão presentes na atividade da criança.

De acordo com os autores Miranda; Santos & Rodrigues (2014) a brincadeira é de fato um espaço de aprendizado sociocultural localizado no tempo e no espaço. A escola não é um local como outro qualquer é nela que a criança aprende a forma de se relacionar com o próprio conhecimento.

Quanto as brincadeiras e os jogos na escola Kishimoto afirma que:

 

As atividades lúdicas contribuem para o “desenvolvimento intelectual da criança sugere a utilização de atividades motoras sob a forma de jogos para o domínio de conceitos e para o desenvolvimento de algumas capacidades psicológicas” como, por exemplo, memória, avaliação e resolução de problemas. (KISHIMOTO 2005, p.33 apud (MIRANDA; SANTOS & RODRIGUES, 2014).

 

Segundo Cruz (2021) os jogos e brincadeiras auxiliam no desenvolvimento da memória, da linguagem, da atenção, da percepção, da criatividade e habilidades, e esses são aspetos extremamente necessários para que haja melhor desenvolvimento na aprendizagem.

A autora Cruz ainda expõe que brincando a criança tem a oportunidade de experimentar o objeto de conhecimento, tem a oportunidade de explorá-lo, descobri-lo, cria-lo. Brincando elas pensam livremente, podem ousar, imaginar e livre, elas não têm medo do erro, brincam com possibilidades.

Os jogos e brincadeiras contribuem para a construção da identidade do sujeito, e para sua adequação ao meio. Portanto, os jogos e as brincadeiras desenvolvem a imaginação, a personalidade, a criatividade, a interação e estruturas lógicas.

A atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança sendo, por isso, indispensável à prática educativa [...] sendo assim, o brincar chegou à escola para facilitar a assimilação da aprendizagem, tornando-a mais significativa e concreta. Quando se trata da interferência das brincadeiras no desenvolvimento da criança, direcionado ao seu processo de aprendizagem [...]. (MIRANDA; SANTOS & RODRIGUES, 2014).

Para Cruz (2021) a aprendizagem decorrente da brincadeira vem da experimentação que a atividade propicia e o/a professor(a) pode possibilitar que elas ocorram o mais possível na sala de aula. Os recursos que o professor pode utilizar na mediação são muitos, basta que ele reconheça o valor dos objetos, do ambiente, da sua ajuda e orientação e, principalmente, da sua organização, para assim possibilitar uma qualidade no brincar de seus alunos.

O brincar permite que as crianças conheçam as coisas do mundo e descubram informações essenciais para a aprendizagem. Por meio da brincadeira é que muitas aprendizagens acontecem ao longo da infância, sendo fundamentais para a vida adulta. Quando a criança interage com outras pessoas (crianças ou adultos) ao longo de uma brincadeira, precisa aprender a cooperar, a dividir tarefas e papéis, a compartilhar o mesmo espaço ou o mesmo objeto, a respeitar o outro. (CRUZ, 2021).

Quanto a aprendizagem Freire relata:

 

Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. ” Desse modo, por parte do educador é possível que por meio do lúdico, haja uma maneira mais significativa e prazerosa de criar e construir de modo geral todo o conhecimento da criança. É importante propor atividades que envolvam jogos e brincadeiras que estimule a curiosidade e a aprendizagem das crianças. A aprendizagem é significativa quando a criança consegue construir e atribuir novos sentidos para o que está realizando. (FREIRE, 1996, p. 47 apud CRUZ, 2021)

 

De acordo com Kishimoto (2002a, p.146 apud CRUZ, 2021) [...] as brincadeiras são formas mais originais que a criança tem para se relacionar e de se apropriar do mundo. É brincando que ela se relaciona com as pessoas e objetos ao seu redor, aprendendo o tempo todo com as experiências que pode ter. São essas vivências, na interação com as pessoas de seu grupo social, que possibilitam a apropriação da realidade, da vida e toda as suas plenitudes.

Ao perceber a relevância dos jogos e brincadeiras na atuação do professor da educação infantil, fica evidente suas contribuições no processo ensino-aprendizagem. Os jogos e as brincadeiras fazem parte do cotidiano das crianças, tornando-se um instrumento motivador no processo de ensino e aprendizagem, além de possibilitar o desenvolvimento de competências e habilidades. (CRUZ, 2021).

Vygotsky (1998) citado por Cruz (2021) aborda que “O professor poderá fazer o uso de jogos, brincadeiras, histórias e outros recursos, para que de forma lúdica a criança seja desafiada a pensar e resolver situações problemáticas, para que imite e recrie regras utilizadas pelo adulto [...]”.

Segundo Barbosa (2018) com o brincar, o professor proporciona momento de aprendizagem com as atividades de alfabetização, ensinando e estimulando nas crianças atitudes respeitosas e comportamentais com os colegas e também com outras pessoas com as quais elas convivem na sociedade [...].

Quanto ao brincar Barbosa explana:

 

Por meio da brincadeira o professor utiliza ferramentas para que o aluno possa construir no seu processo de aprendizagem, que acontece no decorrer das atividades orientadas em grupo, em que há oportunidade de refletir, ouvir, e até mesmo criar ou montar ou desmontar um brinquedo ou uma palavra. Nesses momentos acontecem algumas estratégias e hipóteses, comparações entre outras situações que favorece a aprendizagem. [...] (BARBOSA, 2018, p. 30).

 

A autora Barbosa menciona que as crianças nem percebem a sua evolução e o seu desenvolvimento, porque, tudo acontece de maneira espontânea e natural. Essa evolução acontece em todas as tentativas ou a cada desafio novo, onde é comparado com os conhecimentos adquiridos.

Sobre ao que cabe ao professor Brasil expõe:

 

Cabe ao professor organizar situações para que as brincadeiras ocorram de maneira diversificada para proporcionar às crianças a possibilidade de escolherem os temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar ou jogos de regras e de construção, e assim elaborarem de forma pessoal e independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais. (BRASIL, 1998, p. 29 apud BARBOSA, 2018).

 

Para Barbosa (2018) toda essa organização acontece de maneira democrática no ambiente escolar, através da prática, do uso da brincadeira, da leitura e da escrita, contribuindo para a criança construir e reconstruir a capacidade e a criatividade ao emitir uma opinião. Sem contar que estimula a criança a ter novas ideias no decorrer das brincadeiras ou até mesmo em outras atividades, e assim eles aprendem a entender e a respeitar as relações sociais. [...].

O professor na sala de aula exerce o papel de mediador da aprendizagem. Deve estar atento e fazer uso de novas metodologias, onde procura sempre introduzir na sua prática as brincadeiras, uma vez que seu propósito é formar pessoas atuantes, reflexivas, participativas, autônomas, críticas, dinâmicas e capazes de enfrentar desafios.

Sobre as metodologias do professor Barbosa explana:

 

Dentro da educação infantil, há uma série de habilidades que são importantes e ajudam na aprendizagem. A criatividade é uma delas, no processo do aprender e de internalizar os conteúdos que foram trabalhados, ela garante o desenvolvimento da criança. Diante de tamanha importância, os professores devem prover atividades que visam desenvolver a criatividade com aprendizagem. (BARBOSA, 2018, p.31).

 

O brincar faz parte da aprendizagem e possibilita o conhecimento sólido e permanente. Enfim, o brincar é um dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento na educação infantil. Brincando a criança realiza novas descobertas. E de acordo com essas novas descobertas o professor pode propor contextos educativos significativos, e o ensino através do lúdico é mais prazeroso para a criança, porque ela aprende como ela gosta, brincando. Definitivamente são diversas as contribuições proporcionadas pelos jogos e brincadeiras no processo de ensino-aprendizagem na educação infantil, e delas o professor não pode abrir mão para que se realize a adequada relação ensino - aprendizagem. (CRUZ, 2021).

 

2.2. A importância da formação docente para trabalhar com os jogos e as brincadeiras

Os jogos e as brincadeiras são tão importantes para o desenvolvimento da criança, que devesse pensar em formações para os professores trabalharem o lúdico na sala de aula, pois tendo tal formação conseguirá desenvolver melhor as atividades voltadas ao cognitivo, afetivo, físico da criança. Cruz aborda:

 

Nem sempre os cursos de formação de professores/as para a educação infantil incluem, por exemplo, o lúdico como objeto de estudo e, quando o fazem, não ultrapassam de concepções teóricas que não são suficientes para construção de competências que possibilitem criar ambientes de aprendizagem em que as brincadeiras sejam estimuladas. (CRUZ, 2021)

 

Segundo Barbosa (2018) a formação do professor da educação infantil é de extrema importância para garantir a melhor qualidade no ensino, pois é através do seu conhecimento que o educador vai elaborar as atividades com criatividade para atender o objetivo que é o desenvolvimento integral da criança.

A formação é um direito dos profissionais da educação infantil, portanto é importante criar políticas públicas de formação de forma em que os professores não se tornem escravos de métodos ou receituários pedagógicos que contribuem para a profissionalização dos mesmos. (KRAMER, 2002 apud CRUZ, 2021).

Quanto a formação Demo relata:

 

Quando se trata da qualidade do ensino, a formação do profissional tem um papel preponderante, pois a “qualidade da educação depende, em primeiro lugar, da qualidade do professor, o que leva ao entendimento de que compete ao professor a responsabilidade de formar cidadãos, tornando sua própria formação fundamental”. (DEMO, 2002, p. 72 apud MIRANDA, SANTOS & RODRIGUES, 2014).

 

Segundo Demo (2002, p.75 apud MIRANDA, SAMTOS & RODRIGUES, 2014) na sociedade contemporânea, a educação requer profissionais qualificados, atualizados, informados para que possam acompanhar as mudanças educacionais, sociais e comportamentais dos alunos e, assim ser possível agregar valor à aprendizagem, à formação do sujeito e aos seus métodos e práticas de ensino [...].

Sobre os profissionais da educação Micarello relata:

 

No campo da formação de professores/as para a educação infantil, é fundamental repensar as relações entre teoria e prática na formação. Nesse sentido, constituindo-se a formação inicial de momentos em que as práticas sejam focalizadas, provocando a reformulação delas e a reconstrução das teorias, considerando condições concretas de trabalho crítico e reflexivo, além do foco na infância como construção social. (MICARELLO, 2006 apud CRUZ, 2021).

 

Desse modo, para trabalhar na educação infantil é preciso ter uma formação pedagógica bem estruturada. De acordo com Saviani, Cunha, Carvalho (2000 apud MIRANDA, SANTOS & RODRIGUES, 2014) Cada um dos professores, com seu jeito próprio de ser e de acreditar pode dar um novo significado ao ato de educar de modo que este seja capaz de transformar o contexto escolar.

Segundo Kefta (2011 apud CRUZ, 2021), a formação adequada de professores/as é de suma importância para que o professor se torne capaz de exercer sua profissão com eficiência. [...].

Saviani, Cunha, Carvalho abordam um fator importante em relação a formação dos professores:

 

Outro fator importante em relação a formação do docente em Pedagogia é o currículo. O currículo é base para a formação do profissional em educação. Seja qual for sua habilitação, deve conter as disciplinas de sociologia geral, sociologia da educação, psicologia da educação, história da educação, filosofia da educação e didática. (SAVIANI, CUNHA & CARVALHO, 2000 apud MIRANDA, SANTOS & RODRIGUES, 2014).

 

Segundo Cruz (2021) as pessoas que trabalham diretamente com crianças “[...] precisam estar continuamente se formando”, para exercer sua função da melhor maneira possível, de forma a favorecer o desenvolvimento infantil em diversos aspectos, promovendo a ampliação das experiências das crianças e de seus conhecimentos”.

Para Barbosa (2018) atualmente, o profissional da educação infantil deve estar atento às mudanças e às tecnologias. Para isso requer capacitação, muito conhecimento e uma grande habilidade nos procedimentos e estratégias de ensino. O professor necessita compreender a aprendizagem, e para tanto precisa estudar o processo de evolução que criança passa durante o seu desenvolvimento, as etapas, e assim traçar as práticas pedagógicas e as intervenções.

Portanto, dar aula não é uma tarefa simples. Talvez seja a atividade mais sofisticada que a espécie humana já concebeu”. Essa colocação reforça o que mostra o dia-a-dia na sala de aula: a necessidade de os órgãos oficiais investir na qualificação do professor e em sua formação continuada, além de instituir a formação inicial em Educação Infantil. [...] (CURY, 2003, p. 17 apud MIRANDA, SANTOS & RODRIGUES, 2014).

Sobre investir na qualificação do professor Barbosa expressa:

 

Todos os responsáveis das instituições de ensino da educação infantil devem incentivar os seus professores a se aperfeiçoarem. Quanto maior for o grau de formação, melhor o entendimento, e as experiências educacionais dos profissionais com as crianças. Já que a educação infantil é base da educação, a qual prioriza o desenvolvimento integral da criança, nos aspectos físicos, intelectuais, psicológicos e sociais, é ela detém o poder de transformar crianças em cidadãos de bem, que poderão garantir o futuro da sociedade. (BARBOSA, 2018, p. 49)

 

A autora Barbosa também relata que os educadores da educação infantil merecem uma atenção especial, pois são os primeiros professores responsáveis pelo processo de desenvolvimento e aprendizagem das crianças. E toda qualificação proporciona ao professor, mais desenvoltura em sala de aula e sem contar, que torna o seu trabalho mais criativo. O professor como mediador do conhecimento faz com que sua prática reflita na convivência com as crianças, tornando a educação mais sólida.

Sobre a convivência com as crianças Melo expõe:

 

{...} o que propomos como vivências e situações para as crianças, como nos relacionamos com elas, como organizamos o espaço em que elas passam o dia, como organizamos o dia para que elas tenham muitas oportunidades de explorar objetos, conhecer as pessoas, viver experiências, que lhes permitam aprender sobre as coisas, a natureza, as pessoas, os hábitos e os costumes, aprendam a falar, aprendam a pensar e se formem como pessoas curiosas, interessadas, solidárias, felizes, inteligentes. (MELO, 2012, p.21 apud BARBOSA, 2018).

 

A educação infantil por ser uma das fases mais importantes na vida das crianças, torna-se necessário trabalhar com os jogos e as brincadeiras em sala de aula, tornando-se importante destacar o quão é importante trabalhar formações lúdicas com os professores. Segundo Barbosa (2018) são os professores que elaboram e planejam todas as atividades, pensando no que é melhor para o desenvolvimento das crianças, e assim vão criando oportunidades de manifestarem os seus pensamentos, sua criatividade, imaginação, linguagem e também a aceitar e respeitar as diferenças culturais.

Infelizmente ainda existem situações vivenciadas pelos profissionais da educação infantil, que não favorecem a formação desse profissional. Sabe-se que esses empecilhos dificultam a qualidade do ensino, que muitos desses desafios enfrentados pelos professores não dependem dos próprios educadores, mas de questões políticas e administrativas, de alguns que não valorizam o profissional da educação em todos os sentidos.

 

  1. CONCLUSÃO

 

A realização deste artigo me proporcionou adquirir o conhecimento sobre a importância dos jogos e do brincar no processo de ensino e aprendizagem na evolução da criança. O lúdico promove o processo de aprender, onde vem facilitar a construção do raciocínio, da autonomia e da criatividade da criança. Uma vez que a criança aprende enquanto brinca, desenvolvendo seu raciocínio, a imaginação, a memória, a criatividade, o pensamento, utilizando seu movimento corporal e sensório-motor, construindo conhecimento pelas relações interpessoais durante a formação integral da criança nas aulas.

A brincadeira incentiva na fundação e restauração dos conhecimentos, cooperando para levantar a assistência da ludicidade no processo de ensino e aprendizagem. É muito importante ter a percepção sobre as atividades propostas, é o educador quem deve orientar as crianças a participar das atividades oferecidas. O brincar não é apenas um momento de prazer e distração, o brincar faz parte do processo em que a criança desperta interesse em aprender e descobrir suas criatividades.

O Jogo tem como objetivo, preparar a criança para respeitar e obedecer às regras. Fazendo com que possam dominar certos conceitos trabalhados na Cultura Corporal do Movimento.

O lúdico proporciona também o crescimento da criança, não sendo somente um recurso didático benéfico para o aprendizado, já que os jogos e brincadeiras atuam em áreas do progresso infantil, como: mobilidade, inteligência, civilidade, afetividade e criatividade. Por meio dos jogos e brincadeiras o educando evolui sua personalidade, executa informações, trabalha o progresso cognitivo, motor e organiza suas emoções.

Portanto, a formação do professor da educação infantil é de extrema importância para garantir a melhor qualidade no ensino, pois é através do seu conhecimento que o educador vai elaborar as atividades com criatividade para atender o objetivo que é o desenvolvimento integral da criança.

 

  1. REFERÊNCIAS

 

BARBOSA, Marcia Cintra. A importância do brincar na educação infantil, 2018. Disponível     em:

http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/21169/1/importanciabrincareducacaoinfan til.pdf. Acesso: 15 Fevereiro 2022

CRUZ, Diana Bonfim Teixeira Lemos da. Jogos e brincadeiras no processo ensino aprendizagem            da       criança           na       educação      infantil, 2021. Disponível   em: https://repositorio.pucgoias.edu.br/jspui/bitstream/123456789/1764/1/DIANA%20GRAV A%C3%87%C3%83O%20REPOSIT%C3%93RIO.pdf. Acesso: 14 fevereiro 2022.

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