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BREVE ANÁLISE ACERCA DO BULLYING NAS ESCOLAS

Márcia Regina Rocha[1]

Leo Ricardo Mussi[2]

 

 

RESUMO

Frente aos muitos e graves problemas observados nas escolas brasileiras com relação à prática do Bullying, bem como suas consequências em um números cada vez maior de crianças e adolescentes, o presente trabalho busca informações capazes de estimular as discussões relativas ao combate do Bullying no ambiente escolar. Para tanto adotou-se a metodologia da revisão bibliográfica. Por fim fica evidente a responsabilidade das equipes atuantes nas escolas, sobretudo a direção, coordenação e os professores, no sentido de tomarem atitudes capazes de conscientizar os estudantes, bem como de punir os agressores de forma efetiva sempre que necessário. Deste modo, a escola pode apresentar-se como um ambiente cada vez mais saudável para os estudantes e mais eficaz ao desenvolvimento de todos.

 

 

INTRODUÇÃO

 

Embora tenha habito significativo progresso no combate ao Bullying escolar em nosso país, atualmente, as escolas brasileiras ainda têm enfrentado sérios problemas relativos à esta prática, bem como às consequências psicológicas, e até mesmo físicas, de tais ações.

Percebe-se a urgência de se intensificar a conscientização e o combate às práticas de Bullying junto aos alunos, como forma de garantir a segurança psicológica e física dos mesmos, evitar a evasão escolar por parte das vítimas, bem como outros problemas oriundos destas ações que podem comprometer a formação e desenvolvimento de crianças e jovens, deixando marcas capazes de acompanhá-los por toda a vida.

Frente a este importante problema, esta pesquisa busca informações que possam embasar discussões e práticas relativas à eliminação do Bullying no ambiente escolar, como forma de promover a igualdade e garantir o direito de todos.

Para o cumprimento dos objetivos aquí propostos, valeu-se do método de revisão bibliográfica.

Fica, por fim, evidente a grande importância do combate ao Bullying nas escolas brasileiras, bem como a responsabilidade dos profissionais atuantes nestas instituições, sobretudo direção, coordenação e corpo docente, na elaboração e utilização de práticas de conscientização e punição de agressores, quando necessário

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DESENVOLVIMENTO

 

O Bullying é compreendido como sendo uma modalidade de violência que acontece muito nas unidades escolares. Com sua prática, o aluno que o pratica busca afirmação de seu poder por meio de agressão e violência contra os demais colegas que ele julga serem mais fracos.

O termo Bullying é de origem inglesa e sua prática compreende atos de agressão, intimidação, maus tratos e ataques, fundamentados em uma relação que coloca agressor e vítimas em forma desigual de poder. Nesse processo, o agressor almeja inferiorizar a vítima, gerando a tão temida exclusão social.

Tal fenômeno acontece tendo em vista o uso ofensivo do poder sobre uma vítima, de modo sutil, premeditado, repetitivo e por tempo ilimitado. Assim, compreende-se que o Bullying, muito mais do que assumir um comportamento que identifique certa perseguição ou mesmo intimidação à vítima, conecta-se, normalmente, às particularidades pessoais como padrões de personalidade, porte físico, idade, tamanho, desenvolvimento emocional, dentre muitos outros que diferenciam os indivíduos.

O Bullying pode e deve ser encarado como um problema que envolve a Saúde Pública, necessitando por sua vez de investimentos científicos e ainda políticos buscando fomentar estudos e buscas de soluções acerca dessa questão, na tentativa de extinguir, ou ao menos reduzir drasticamente, tal prática no ambiente escolar.

A agressão que envolve os atos de Bullying podem ser dispostas em quatro grupos:

  • Bullying físico – quando o agressor passa a bater, chutar e usar armas ao agredir a sua vítima;
  • Bullying verbal/psicológico – quando a agressão compreende apelidos, ameaças, deboches, insultos, humilhação;
  • Bullying indireto – quando há comportamentos de exclusão social, indiferença e extorsão;
  • Cyberbullying – quando a agressão repetida é praticada por meio de ferramentas eletrônicas, fundamentalmente pelo celular e Internet.

Dessa forma, ao identificar ou suspeitar de Bullying sendo praticado na escola, todos os envolvidos, ou seja, coordenação, gestão e educadores devem buscar meios para acabar com tal prática já em seu início, para que, assim, ela não se propague junto a mais alunos, fato que pode levar inclusive ao abandono escolar, além de dificultar as meditas de combate.

Para tanto, agressor e vítima devem ser ouvidos, buscando-se compreender o porquê da existência de tais atos e, com isso, mostrar ao agressor que ele está errado e que deve parar com atitudes agressivas ou estará passível a punições de acordo com a LEI Nº 13.185, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2015. Punição previstas no regimento escolar já podem ser adotadas de imediato, dependendo de caso analisado e principalmente do comportamento do aluno agressor durante a abordagem disciplinar.

A escola precisa desenvolver projetos que trabalhem a temática “Bullying”, procurando sempre discutir com seus alunos as consequências de tais atos.

Para tanto, podem ser agendadas palestras com profissionais das áreas da Saúde e Educação, trazendo ainda os pais de alunos como convidados para assistirem as palestras juntamente com seus filhos.

Os professores podem montar trabalhos interdisciplinares que também abarquem essa temática, solicitando pesquisas, confecção de cartazes, apresentação de pequenas peças, entre outras atividades.

Destaca-se ainda que, para o trabalho de combate ao Bullying seja mais eficiente, todos os envolvidos devem estar pautados na afetividade e na sensibilidade, mostrando que ali dentro da escola todos são iguais e merecem respeito, sendo todos encarados de forma equiparada e sem distinções.

Gestores, coordenadores e educadores precisam ainda conhecer as leis que envolvem os direitos de todos os cidadãos, bem como as normas escolares, para assim, saberem discutir direitos e deveres de forma mais clara e eficiente com seus alunos.

Outro ponto que deve ser enfatizado refere-se à participação da família em todo esse processo, já que o processo educativo é alicerçado em casa, junto com a família, sendo ela a primeira a dar o exemplo que será seguido por suas crianças.

Escola, Família e Governo trabalhando juntos contribuem para que a Educação passe a ser ofertada como é de direito a todos, ou seja, como uma Educação de qualidade, capaz de garantir a segurança física e psicológica dos estudantes e corroborar com o desenvolvimento das crianças e jovens levando à formação de adultos conscientes e críticos.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A presente pesquisa discorre primeiramente com relação à gravidade dos problemas gerados pela prática do Bullying no ambiente escolar, destacando que tal prática trás várias consequências negativas ao processo de Educação como um todo e principalmente à vida das crianças vitimadas.

Salienta-se a necessidade de intensificação de ações capazes de conscientizar os estudantes, bem como de punições para os agressores de forma a inibir tais ações.

Neste sentido, a direção, a coordenação e os docentes acabam por assumirem maior responsabilidade com relação às medidas de combate ao Bullying escolar, haja vista suas atribuições de acordo com as funções desempenhadas.

 

 

REFERÊNCIAS

 

BRASIL. Lei nº 13.185, de 06 de novembro de 2015. Institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying). Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-018/2015/lei/l13185.htm. Acesso em: 21.jun.2019.

 

[1] Mestranda em Educação.

[2] Advogado e Psicanalista. Pós-Graduado em Docência do Ensino Superior e em Psicologia Clínica. Mestrando em Educação E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.