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AUSÊNCIA DOS PAIS NA ESCOLA

Eliane da Silva Banci Bassiquete

Jessica Mayara Lacerda[1]  

 

RESUMO

Este estudo tem como objetivo geral conscientizar a família sobre a sua importância e grande parceira essencial neste processo educativo. Fazemos a seguinte pergunta de pesquisa: como é possível auxiliar os pais, de modo mais efetivo a participar da vida escolar de seus filhos?    São inúmeros os fatores que influenciam o sucesso ou o fracasso dos alunos na escola. Este material didático não tem a pretensão de dar receitas prontas para o resgate dessas famílias ausentes no processo educativo, mas sim, propiciar momentos de reflexão na instituição escolar. Diante desses fatos teremos fatores que provocam as altas taxas de ausência dos pais nas escolas, objetivos específicos, soluções e benefícios.

 

Palavras-chave: Ausência. Pais. Filhos. Educação. Escola.

 

ABSTRACT

This study has the general objective of making the family aware of its importance and a great essential partner in this educational process. We ask the following research question: how is it possible to help parents more effectively participate in their children's school life? There are countless factors that influence the success or failure of students at school. This didactic material is not intended to provide ready recipes for the rescue of these absent families in the educational process, but rather to provide moments of reflection in the school institution. Given these facts, we will have factors that cause high rates of parental absence from schools, specific objectives, solutions and benefit.

 

Key Word: Absente. Parents. Children. Education. School.

 

1-INTRODUÇÃO

 

A ausência dos pais torna-se problemática atualmente em todo País. Vários fatores influem nesse aspecto, um deles está relacionado com a forma como a escola trata as crianças e aos pais de nível socioeconômico inferior. Essa ausência dos pais vem de longa data, pois os pais acham que educar seu filho é dever dos professores, sendo que eles também têm que andar juntos, de mãos dadas com a comunidade escolar, estar presente, assíduo, naquilo que interessa ambos.

A participação dos pais na escola gera concordância imediata e até mesma entusiasmada; parece correta, porque se baseia na obrigação natural dos pais; é boa, porque sua meta é beneficiar as crianças; e é desejável, porque pretende aumentar tanto a participação democrática quanto o aproveitamento escolar.

Diante desses fatos, deseja discutir os fatores que provocam as altas taxas de ausência dos pais nas escolas, e que obtenhamos dados para entendermos as dificuldades das instituições escolares em diminuir os autos índices de ausência.

 

1.2 FATORES QUE LEVAM A AUSÊNCIA DOS PAIS

 

Por muito tempo, o saber escolar manteve-se privilégio de uma minoria: a nobreza e o clero, durante a Idade Média; a burguesia, a partir da Idade moderna. Com a revolução Francesa, cresceram as pressões populares exigindo escola publica e gratuita para todos. As classes populares perceberam que, baseando-se o conhecimento e o poder na capacidade de ler, escrever e contar, só poderia participar do conhecimento e do poder na medida em que dominassem essa capacidade. Isso só seria possível através da conquista da escola publica e gratuita para as classes populares.

No Brasil, apesar de mudanças formais, sempre existiram dois tipos distintos de escola: a escola secundaria e superior para a elite, e escola de primeiras letras, a escola primária para as classes populares. Na prática, durante a maior parte da nossa história a maioria do brasileiro não teve acesso a escola nenhuma. Verificamos também que mesmo hoje há um enorme contingente de analfabetos entre a população adulta, existem crianças fora da escola e apenas uma pequena parte dos que iniciam os estudos consegue ermina-los.

 

Fatores em que ausência dos pais estão associadas:

- Pais em desenvolvimento;

- Rede de ensino público;

- Alunos de famílias de baixa renda;

- Pais Analfabetos ou com baixos níveis de educação;

- Ausência de atenção na Educação Infantil;

- Alcoolismo;

- Vergonha

 

MEDO

 

Ao entrar na pré-escola, as crianças vivem um momento delicado, pois tem que aprender, de uma só vez, a afastar-se do convívio familiar e a criar relações afetivas. A emoção das primeiras separações é muito forte. Ela se pergunta. “Por que tenho que vir para cá? A professora vai cuidar de mim?  E se minha mãe não voltar? “ . Os pais também pensam, ‘’ será que meu filho vai ficar bem? Para que essa separação não seja sofrida geralmente o primeiro passo é uma visita a escola com o filho antes do início das aulas. Não perguntar a criança se quer ir à escola, crianças não se decidi sozinha, é preciso que os pais estejam muito seguros de sua opção, caso contrário a criança vai perceber.

Quando mais cedo os pais chegarem a um acordo sobre a educação que der ser dada aos seus filhos, melhor para a saúde emocional deles. ‘’ Na incerteza sobre o certo ou o errado na educação, existe um caminho seguro’’, afirma o psicólogo Lucino Colella. ‘’ Ame seus filhos. Oque sustenta emocionalmente uma criança é saber que pode contar sempre com os pais. Nunca diga: `` Mamãe e papai não vão gostar mais de você se agir assim’’, a garantia de amor não pode ser ameaçada e a melhor maneira de criar pessoas equilibradas e felizes. ´´

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 

Conscientizar a família sobre a importância de ser a grande parceira no

processo educativo;

Investigar estratégias para aproximar as famílias da instituição escolar

envolvendo-as para a participação em reuniões elaboradas pela escola;

Identificar, através de reuniões e/ou conversas direcionadas, as possíveis

causas da ausência dos responsáveis diretos no acompanhamento da

aprendizagem e atitudes dos filhos;

Proporcionar ao professor a busca de práticas didático-pedagógicas que

levem o aluno a estar sempre em sintonia com a escola.

 

2.0 DE QUEM É A CULPA DA AUSÊNCIA DOS PAIS.

 

As precárias condições de vida existente no campo levam inúmeros brasileiros a buscarem na cidade uma vida melhor. No início dos anos 90 faltavam no Brasil cerca de 10 milhões de moradias, ou seja, aproximadamente 50 milhões de brasileiros viviam em condições extremamente precária. Em São Paulo mais difícil para a população das favelas aumentou em 1363% em 19 anos. Esta cada vez mais difícil para o morador das cidades adquirir sua casa própria. Ate há poucos anos, o Banco nacional da Habitação (BNH) só financiava casas para quem ganhava mais de três salários-mínimos.

Vivendo em moradias precárias, grande parte dos brasileiros também não tem condições adequadas de saneamento. Pesquisa do IBGE, feita em 1990 mostra que apenas 77% dos brasileiros consomem água encanada. Os problemas se multiplicam no campo da saúde, da educação, do saneamento básico etc. Mas a questão básica ainda e a alimentação: dois em cada três brasileiros têm a alimentação insuficiente, desemprego, salários baixos, preços elevados como se alimentar. Das 240 horas mensais de trabalho, em março de 1983 o trabalhador de salário mínimo precisava de 227 horas e vinte minutos para comprar a ração essencial estabelecida pelo decreto-lei n 399, de 30-4-1938 (6 kg de pão; 7,5 litros de leite; 4,5kg de feijão; 3kg de arroz; 1,5kg de farinha de trigo; 6kg de batata; 9kg de tomate; 600g de café; 7,5dz de bananas; 3kg de açúcar; 750g de banha; 750g de manteiga). Isto é, salário-mínimo dava para uma pessoa. Mas, e as outras pessoas da família? o aluguel? o vestuário? a educação dos filhos? e o transporte?

Mas não é preciso citar dados estatísticos para saber das dificuldades de moradia enfrentadas pela maioria dos brasileiros. É só verificar em nossa região, por exemplo quantos salários-mínimos são necessários para comprar uma casa mesmo pequena, quantas pessoas(famílias) vivem com salário-mínimo ou simplesmente da bolsa escola que muitas vezes o valor não chega a um salário. A princípio pensamos que há uma grande falta de interesse dos pais com os filhos e seu futuro, sua educação. Mas se analisarmos friamente seu uma família não tem alimentos, emprego, má condição de moradias só acarreta desânimo precisando de muito incentivo e até acompanhamento psicológico.

 

3- O QUE É POSSÍVEL FAZER PARA ACABAR COM A AUSÊNCIA DOS PAIS NA ESCOLA PARCERIAS UMA SOLUÇÃO PROVÁVEL?

 

Entre um colégio particular que é insuficiente em muitos aspectos da formação e uma escola pública sucateada, um grupo de vinte pais de João Pessoa, na Paraíba, decidiu fazer uma opção diferente e tomar as rendas da educação de seus filhos. ‘’Procuramos o governo do estado e propusemos assumir uma escola pública, colocando em prática um projeto pedagógico nosso em troca da garantia de matrícula para nossos filhos’’, conta Lucia de Melo integrante do grupo. Os pais receberam sinal verde e, em oito anos, tornaram o Centro Estadual Experimental de Ensino e Aprendizagem em modelo para todo o Nordeste.

O atendimento foi ampliado de 216 alunos em 1992, quando o grupo assumiu o comando, para 1.780 no ano de 1999. A evasão caiu para zero e a repetência e inferior a 2%. Com classes da pré-escola ate o ensino médio, as vagas ficam divididas em 40% para filhos dos pais chamados cooperativados, que participam diretamente da administração, e 60% para estudantes carentes da periferia de João Pessoa. O número de família que trabalham na escola também aumentou muito em 1992 para cá, saltando de 20 para 300. ‘’ A reserva de vagas para os filhos dos cooperativos foi uma forma de atrair pais para o colégio e mostrar que tínhamos tanta confiança no projeto que apostamos a formação de nossas crianças nisso’’. Justifica Lúcia.

Um dos resultados foi uma composição bem variada do corpo estudantil. A maior parte dos pais que integravam a cooperativa original tinha nível superior e, em muitas casas, trabalhava como professor na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Os filhos dessas famílias vinham das classes médias e alta da cidade. As vagas restantes foram preenchidas com o seguinte critério: quanto mais carente o aluno e sua família, maior a prioridade de matrícula.’’ Temos aqui estudantes cujas famílias encontram dificuldades até para fazer a feira mensal’’, diz Lúcia. Os pais que fazem parte da cooperativa contribuem com R$30 mensais para ajudar na manutenção da escola.

Como era de se esperar, a demanda por matrículas é enorme. Nos meses de novembro e dezembro, a secretária da escola recebe em média diária de 50 telefonemas com solicitação de vaga. Mas os benefícios alcançados pela escola não ficam restrito aos seus alunos. Notícias sobre o sucesso da administração dos pais se espalham e várias comunidades do interior do estado, de Pernambuco, do Rio Grande do Norte e ate Fernando de Noronha tem mostrado interesse em seguir o modelo de gestão conjunta de governo em adotado em João Pessoa. A diferença, entre o Centro Experimenta e outros colégios públicos é a atitude dos estudantes, pais e professores em relação a escola.’’ A comunidade descobriu que esse espaço é dela’’, comemora a diretora. Os comerciantes da cidade colaboram quando a escola precisa de algum material específico, doando materiais de escritório, por exemplo. Os pais ficam de olho em qualquer oportunidade de receita para o colégio. A escola enfrenta todos os problemas comuns da rede pública, principalmente a falta de recursos para a manutenção e ampliação das instalações físicas. A diretora reclama de omissão por parte da Secretaria Estadual de Educação, que segundo ela, tem lavado as mãos para as questões de manutenção da escola.

 

OS BENEFÍCIOS SIGNIFICATIVOS AO ALUNOS, PROFESSORES, PAIS E ESCOLA:

 

Alunos: vê-se uma melhora no desempenho acadêmico, no comportamento, nas habilidades sociais além de maiores taxas de conclusão dos estudos e sucesso acadêmico a longo prazo.

Professores: conseguem ter um domínio maior em sala de aula, proporcionam uma instrução mais adequada, desenvolvem um relacionamento mais sólido com os alunos e os pais, têm maior eficácia na resolução de problemas e lidam com situações difíceis com mais facilidade.

Pais: formam um relacionamento melhor com os professores, se comunicam melhor com os docentes e com seus filhos, aprendem a solucionar problemas e se sentem melhor na sua capacidade de ajudar os filhos a irem bem na escola.

Escolas: as instituições de ensino que possuem maiores índices de envolvimento dos pais são classificadas como melhores. Paulo Freire, em seu livro Pedagogia da Indignação (2000, p. 29) inicia sua primeira carta pedagógica com destaque para essa realidade:

 

A mim me dá pena e preocupação quando convivo com famílias que experimentam a “tirania da liberdade" em que as crianças podem tudo: gritam, riscam as paredes, ameaçam as visitas em face a autoridade complacente dos pais que se pensam ainda campeões da liberdade.

 

A escola pode contribuir com eles construindo uma relação família-escola voltada para a superação dessas dificuldades. Ela pode ajudar a fazer com que os pais sejam capazes de acreditar num futuro para seus filhos, com atitudes de carinho, respeito, compreensão,

 

CONCLUSÃO

 

O principal motivo de escolher este assunto a ausência dos pais nas escolas públicas e que a maioria das pessoas enxergam de maneira que os pais são os maiores culpados. Mas não veem que hoje no mundo atual, há pais que tem se preocupar com a alimentação, vestuário e saúde e acabam se esquecendo da Educação, deixam a em último lugar.

A escola leva em consideração as condições de vida dos alunos. Ou atribuiu às crianças e a culpa pelo ‘’fracasso escolar’’? Os próprios pais, influenciados pela escola, acham que seus filhos não têm condições de aprender. Muitos vinham percorrendo há nossos hospitais, achando que os filhos eram ruins da cabeça, que os erros principalmente às próprias crianças raramente a escola (...)

Unir a família e a escola para a formação do indivíduo pode ser o caminho para uma educação plena e de qualidade, pois existem diversas contribuições que tanto a família quanto a escola podem oferecer.  Assim, a colaboração dos pais com os professores e vice-versa, ajuda a resolver muitos dos problemas escolares dos filhos e juntos investirem na inserção cidadã e transformadora do aluno para viver em sociedade.

 

BIBLIOGRAFIA

 

PILETTI, Nelson. Sociologia da Educacao, Serie Educacao, Edicao Reformulada e Atualizada,15 edicao. Ed. Atica.

 

FUNDESCOLA: Boletim Técnico, 1999- Ano IV – Número 30.

 

CLAUDIA: Revista, fevereiro 2000.número 02 ano 39 Educar bem.

 

file:///C:/Users/jessi/Desktop/ausencia%20dos%20pais%20na%20escola.pdf

 

[1] Pedagoga. E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.