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O TRABALHO INTERDISCIPLINAR NA EDUCAÇÃO

Maria Aparecida Martins de Arruda[1]

Raquel Machado Santana[2]

 

RESUMO

“Na escola, o ambiente das relações interpessoais, deve estar focalizando a constituição do eu, a compreensão do indivíduo com suas diferenças e qualidades, para ter condições de vida nos grupos” (BEZERRA, 2007). É importante salientar que a relação interpessoal, ou a interação entre sujeitos é elemento fundamental para a construção do homem enquanto ser, que se constrói mediante e com o outro. Os indivíduos devem aprender a aprender: condição indispensável para acompanhar as mudanças e avanços cada vez mais rápidos, aproveitando é claro, o professor como mediador para esta aquisição. Portanto, a maneira como a escola deve se relacionar com o seu entorno institucional é elaborando projetos de trabalho que envolva os alunos através de pesquisa e interação sobre a realidade local, descobrindo as possibilidades de crescimento e desenvolvimento comercial, industrial e cultural. De certo modo temos ainda oposição de profissionais para trabalhar com interdisciplinar, devido maior esforço e mudança para se adaptar na forma de se trabalhar que exige mais dos professores.

 

Palavras-chave: Escola. Projeto. Interdisciplinar.

 

ABSTRACT

"In school, the environment of interpersonal relationships, should be focusing on the constitution of the self, understanding the individual with their differences and qualities, to have living conditions in groups" (Bezerra, 2007). It is important to note that interpersonal relationship or interaction between individuals is fundamental for the construction of man as a being that is built upon and with each other. Individuals must learn how to learn: an indispensable condition to track changes and progress faster and faster, taking advantage of course, the teacher as mediator for this acquisition. Therefore, the way to school should relate to its institutional environment is developing work projects involving students through research and interaction of the local reality, discovering the possibilities of growth and commercial, industrial and cultural development. In a way we still have opposition professionals to work with interdisciplinary, because more effort and change to adapt to the way of working that requires more teachers.

 

Keywords: School. Project. Interdisciplinary.

 

INTRODUÇÃO

 

A escola mantém suas atribuições voltadas para a construção do saber humano e este por sua vez se deverá se tornar apto para desenvolver atitudes, competências e habilidades condizentes a convivência fraterna e solidária.

A escola propicia ao ser humano um local onde se pode falar e ser ouvido, a criar um momento ou situação onde se desenvolva o diálogo rumo a descoberta, a automotivação e autoaperfeiçoamento humano. Esse diálogo sincronizado propicia a formação de seres humanos mais criativos e interligados com os acontecimentos que o circunda.

As constantes mutações vivenciadas desde o inicio do século XX e aceleradamente após o boom informatizado requer do ser humano agilidade de interação, é preciso recriar as formas de aprendizagem, reavaliar hábitos, costumes e conhecimentos. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é apresentar a interdisciplinaridade frente à docência e a relação que ela tem com a educação, educadores e educandos.

Se for verdade que o direito educacional tem nos alunos como o portador, também é correto pensar que esta meta valor só será atingido caso se consiga montar uma organização escolar adequada. Desta forma, embora a qualidade escolar tenha como critério central o desenvolvimento acadêmico do aluno, isto não poderá ser alcançado se não houver determinado grau de motivação e satisfação no conjunto do sistema composto por gestores escolares, professores, funcionários, os próprios alunos, a comunidade em volta da escola – principalmente as famílias dos discentes – e a sociedade de maneira geral.

 

INTERDISCIPLINARIDADE E CONCEPÇÕES

 

A interdisciplinaridade, conforme Fazenda (1994) chegou ao Brasil no mesmo período, por volta de 1968 exercendo forte influencia na elaboração da Lei de Diretrizes e Bases Nº 5.692/71. Desde então, sua presença no cenário educacional brasileiro tem se intensificado e, recentemente, mais ainda, com a nova LDB Nº 9.394/96 e com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).

Segundo Fazenda (1994) e Japiassú (1976) a interdisciplinaridade é apontada como saída para o problema da disciplinaridade. Para sua viabilização, entende os autores que são indispensáveis a presença de profissionais de várias áreas para o desenvolvimento de projetos de pesquisa. De acordo com Japiassú (1976, p.120):

 

A interdisciplinaridade faz-se mister a intercomunicação entre as disciplinas, de modo que resulte uma modificação entre elas, através de diálogo compreensível, uma vez que a simples troca de informações entre organizações disciplinares não constitui um método interdisciplinar. O referido autor fornece elementos teóricos para a integração metodológica no campo interdisciplinar. Para isso, aponta a tendência de as pesquisas serem realizadas em grupos organizados ou equipes de trabalho, tomando o lugar da pesquisa individual.

 

Para o autor a tendência para a prática da interdisciplinaridade está fundamentada nas Ciências Humanas, que “é a orientação para os problemas e o investimento em uma metodologia nova”, que possa dar conta da perspectiva interdisciplinar.

De acordo com Fazenda (1993) dentro de projeto interdisciplinar “não se ensina, nem se aprende, vive-se, exerce-se”. O marco do projeto interdisciplinar é a responsabilidade individual. Na interdisciplinaridade o diálogo é a forma do conhecimento científico, com dimensão utópica e libertadora, precursor da relação com o mundo.

A origem da multidisciplinaridade se encontra na idéia de que o conhecimento se divide em partes, ou melhor, em disciplinas. Esse entendimento é o resultado de uma visão cartesiana seguida do cientificista. Conforme Morin (2000, p 113);

 

... o grande problema é encontrar a difícil via da inter articulação entre as ciências, que têm, cada uma delas, não apenas sua linguagem própria, mas também conceitos fundamentais que não pode em ser transferidos de uma linguagem à outra.

 

A equipe multidisciplinar tem diferentes profissionais que trabalham dentro de sua especificidade de forma complementar, sem permuta de saberes ou práticas, sem áreas de interseção.

Para Japiassu (1976) a multidisciplinaridade é sistema onde as disciplinas trabalham o mesmo tema, mas não há nenhuma cooperação entre elas, ou seja, o tema comum aparece como um meio para se chegar ao fim original. Já a pluridisciplinaridade traria a existência de cooperação entre as disciplinas, mas cada disciplina mantém apegada ao seu fim original, sendo assim, o tema ainda aparece como um artifício da disciplina.

A idéia de pluridisciplinaridade se origina na tentativa de estabelecer uma relação entre as disciplinas que, receberam um nome exclusivo de acordo com a quantidade da integração existente entre elas. Essa relação é uma tentativa de revogar com a visão de que a disciplina seria um tipo de saber especial que possui um objeto apontado e reconhecido, sem correlação entre si, constituindo-se em subdivisões do conhecimento. A tentativa de estabelecer relações entre as disciplinas é que daria origem à chamada interdisciplinaridade.

A pluridisciplinaridade é considerada pouco eficaz para a transferência de conhecimentos, já que parte da noção de que cada matéria contribuiu com informações próprias do seu conhecimento, sem considerar que existe uma integração entre elas.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais,

 

A interdisciplinaridade supõe um eixo integrador, que pode ser o objeto de conhecimento, um projeto de investigação, um plano de intervenção. Nesse sentido, ela deve partir da necessidade sentida pelas escolas, professores e alunos de explicar, compreender, intervir, mudar, prever, algo que desafia uma disciplina isolada e atrai a atenção de mais de um olhar, talvez vários (BRASIL, 2002, p.88-89).

 

Para Japiassu (1976), a interdisciplinaridade surge como uma necessidade imposta pelo surgimento cada vez maior de novas disciplinas. Assim, é necessário que haja ligação entre as disciplinas, já que elas se mostram muitas vezes dependentes umas das outras, tendo em alguns casos o mesmo objeto de estudo, variando somente em sua análise, caso mais frequente nas ciências humanas não existindo hierarquia entre elas.

 

Nas ciências naturais, podemos descobrir um tronco comum, de tal forma que temos condições de passar da matemática à mecânica, depois à física e à química, à biologia e à psicologia fisiológica, segundo uma série de generalidade crescente. Não se verifica semelhante ordem nas ciências humanas. A questão da hierarquia entre elas fica aberta... (JAPIASSU, 1976, p.84)

 

Japiassu (1976) também explana quanto a questão da pesquisa interdisciplinar, já que, para ele, é fato que qualquer metodologia independente da disciplina tem limitações claras de sua capacidade de interpretação. Assim, o confronto com o resultado de outras metodologias pode se mostrar muito proveitoso para a própria disciplina.

Para o Serviço Social, as atitudes profissionais com base em conhecimentos específicos contribuem com projetos. De acordo com Fazenda (1994) chega a determinar o que seria uma sala de aula interdisciplinar:

 

Numa sala de aula interdisciplinar, a autoridade é conquistada, enquanto na outra é simplesmente outorgada. Numa sala de aula interdisciplinar a obrigação é alternada pela satisfação; a arrogância, pela humildade; a solidão, pela cooperação; a especialização, pela generalidade; o grupo homogêneo, pelo heterogêneo; a reprodução, pela produção do conhecimento. [...] Numa sala de aula interdisciplinar, todos se percebem e gradativamente se tornam parceiros e, nela, a interdisciplinaridade pode ser aprendida e pode ser ensinada, o que pressupõe um ato de perceber-se interdisciplinar. [...] Outra característica observada é que o projeto interdisciplinar surge às vezes de um que já possui desenvolvida a atitude interdisciplinar e se contamina para os outros e para o grupo. [...] Para a realização de um projeto interdisciplinar existe a necessidade de um projeto inicial que seja suficientemente claro, coerente e detalhado, a fim de que as pessoas nele envolvidas sintam o desejo de fazer parte dele (FAZENDA, 1994, p. 86-87).

 

Fica evidente nas citações acima que, para Fazenda, a interdisciplinaridade tem uma dimensão antropológica, no sentido de impregnar e influenciar os comportamentos, ações e projetos pedagógicos. Ou seja, para ela, a interdisciplinaridade transcende o espaço epistemológico, sendo incorporada aos valores e atitudes humanos que compõem o perfil profissional/pessoal do professor interdisciplinar.

Da mesma forma, Severino (1998) dá mais ênfase ao enfoque antropológico da interdisciplinaridade em detrimento do epistemológico:

 

Assim, quando se discute a questão do conhecimento pedagógico, ocorre forte tendência em se colocar o problema [da interdisciplinaridade] de um ponto de vista puramente epistemológico, com desdobramento no curricular. Mas entendo que é preciso colocá-lo sob o ponto de vista da prática efetiva, concreta, histórica (SEVERINO, 1998, p. 33).

 

Segundo Severino (1998) é importante não se priorizar a perspectiva epistemológica, excessivamente valorizada pela modernidade, pois a referência fundamental da existência humana é a prática.

Dentro de um contexto escolar, cada disciplina observa um mesmo fenômeno a partir de seu ângulo de visão contribuindo diferentemente para melhorar a compreensão de um mesmo conceito. Não pretende, de forma alguma, desvalorizar as competências disciplinares, já que todas elas devem passar a ter uma nova consciência epistemológica, admitindo que é importante migrar através das fronteiras disciplinares.

O avanço do conhecimento científico e tecnológico criou instrumentos que permitem reconhecer a enorme complexidade do universo. À realidade cósmica, a natureza da matéria, o fenômeno da vida e os mistérios da mente e, sobretudo, as inter-relações entre tudo isso resistem ao tratamento disciplinar, mesmo que se adote a multidisciplinaridade ou a interdisciplinaridade. É absolutamente fundamental que se tenha uma visão global. A totalidade está sempre presente, não só nas manifestações identificáveis de cada aspecto, mas também nas interações não perceptíveis. (D’AMBROSIO apud ASSMANN, 1998, p. 99).

A compreensão dos conceitos de Assmann (1998), que compreende a disciplina, a multidisciplinaridade, a pluridisciplinaridade, a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade, possibilitam uma reflexão a fim de que a escola concilie sua prática pedagógica. Acredita-se que o exercício disciplinar deva transitar pela conscientização do que representa ao educador a concepção dos termos relacionados.

A instituição escolar precisa estar atenta a auto-observação e trabalhar essa questão em seus alunos. Toda percepção requer uma tradução reconstrutiva e o conhecimento não pode dispensar a interpretação. A compreensão e a lucidez mobilizam as aptidões humanas. A escola deve ter consciência que a essência da vida não está tanto nas necessidades utilitárias, mas na plenitude em si.

Quando diversas disciplinas são mobilizadas há condições melhores para enfrentar as incertezas cognitivas e históricas. É preciso nos preparar através do exercício do pensar em resolver os problemas e definir as estratégias necessárias no dia-a-dia: Devemos contribuir para a autoformação do cidadão e dar-lhe consciência do que significa uma nação [...] enraizar dentro de si, a identidade nacional, a identidade continental e a identidade planetária, afirma Morin (2000, p. 74).

As problematizações levantadas pelo sociólogo Edgar Morin (2000) constituem uma preocupação e grande é a responsabilidade da educação, neste contexto.

As reflexões sobre o esfacelamento do conhecimento encontram também algumas possibilidades de solução:

 

O primeiro passo para a aquisição conceitual interdisciplinar seria o abandono das posições acadêmicas prepotentes, unidirecionais e não rigorosas que fatalmente são restritivas, primitivas a “tacanhas”, impeditivas de aberturas novas, camisas-de-força que acabam por restringir alguns olhares, tachando-os de menores. Necessitamos para isso, exercitar nossa vontade para um olhar mais comprometido e atento às práticas pedagógicas rotineiras menos pretensiosas e arrogantes em que a educação se exerce com competência. (FAZENDA, 1993, p. 13)

 

A abordagem interdisciplinar não elimina, nem reduz os conteúdos. Ao contrário, amplia-os, criando oportunidades de relações e compreensão do conhecimento onde o professor tem consciência do que está plantando e não adotando apenas uma novidade.

 

CONHECIMENTOS E PRÁTICAS

 

Os profissionais que trabalham na escola precisam desenvolver e pôr em ação competências profissionais específicas para participar da gestão. Os tópicos seguintes indicam conhecimentos e práticas que podem auxiliar os professores a participar ativamente dos processos e práticas da organização e da gestão da escola (CASTRO & WERLE, 2001, p.103-104):

 

Desenvolver capacidade de interação e comunicação entre si e com os alunos de modo, a saber, participar ativamente de um grupo de trabalho ou de discussão, e promover esse tipo de atividade com os alunos, o que envolve um conjunto de habilidades como relacionamento com colegas, disposição colaborativa, compartilhar interesses e motivações.

 

Desenvolver capacidades e habilidades de liderança, tendo a possibilidade de influenciar, motivar, integrar e organizar pessoas e grupos a trabalharem para a consecução de objetivos. Em uma gestão participativa e democrática, não basta que haja na equipe certas pessoas que meramente administrem a realização das metas, recursos, objetivos e meios já previstos. É necessário também, que se consiga da equipe o compartilhamento de valores, intenções, práticas, de forma que os interesses do grupo sejam canalizados para tais objetivos, possibilitando que várias pessoas possam assumir a liderança e desenvolver essas qualidades.

 

Compreensão de processos envolvidos nas inovações organizacionais, pedagógicas e curriculares, sendo necessárias mudanças na mentalidade, para introduzir inovações e instituir novas práticas. O melhor meio de promover a gestão participativa consiste em implantar a prática da participação em um clima de confiança, transparência e respeito às pessoas.

 

Aprender a tomar decisões sobre problemas e dilemas da organização escolar, das formas de gestão e da sala de aula. Tanto a solução de problemas como as decisões a serem tomadas requerem alguns procedimentos como o levantamento de dados e informações sobre a situação analisada, a identificação dos problemas e das possíveis causas, a busca de soluções possíveis, a definição de atividades a serem postas em prática, a avaliação da eficácia das medidas tomadas.

 

Conhecer, informar-se, dominar o conteúdo da discussão para ser um participante atuante e crítico. Há três campos de conhecimento em relação aos quais os professores precisam estar muito bem informados: a legislação, os planos e diretrizes oficiais; as normas e rotinas organizacionais; as questões pedagógicas e curriculares. As escolas devem tornar disponíveis aos professores e pessoal técnico-administrativo os documentos básicos da legislação federal, estadual e municipal, dentre eles, cópias da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, do Plano Nacional de Educação, dos Parâmetros Curriculares Nacionais, do Regimento Escolar.

 

Saber elaborar planos e projetos de ação. É imprescindível que todos desenvolvam competência para realizar diagnósticos, definir problemas, formular objetivos, gerar soluções e estabelecer atividades necessárias para alcançar os objetivos.

 

Aprender métodos e procedimentos de pesquisa - A pesquisa é uma das formas mais eficazes de detectar e resolver problemas. A pesquisa é uma forma de trabalho colaborativo para a solução de problemas da escola e da sala de aula e tem como resultado a produção de conhecimentos pelos professores sobre o seu trabalho. É uma das formas mais eficazes de articular a prática e a reflexão sobre a prática, ajudando o professor a melhorar sua competência profissional, já que importa melhorar a qualidade das aulas para que a aprendizagem dos alunos seja mais efetiva.

 

Familiarizar-se com modalidades e instrumentos de avaliação do sistema, da organização escolar e da aprendizagem escolar - A avaliação caracteriza-se sempre por ser uma visão retrospectiva do trabalho. É uma etapa necessária de qualquer plano ou projeto, no âmbito da escola ou da sala de aula. Todas as pessoas que trabalham na escola e que participam dos processos de gestão e tomada de decisões precisam dominar conhecimentos, instrumentos e práticas de avaliação. As reuniões e os encontros específicos para realizar a avaliação da escola constituem espaços adequados para discutir se os objetivos pretendidos estão sendo alcançados. Definir as ações e os procedimentos necessários para retomar o rumo, e as mudanças necessárias para melhor promover a aprendizagem de alunos.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Ao assumir o seu lugar na pesquisa o sujeito passa a inscrever-se na história dos que constroem o conhecimento. O ato de produzir é uma forma de ousadia, um compromisso maior e total com a cidadania. É preciso olhar o conhecimento como alguém que cria e transforma e não somente como quem repete os pensamentos de outros. Fascinado pelo conhecimento o professor atrai o olhar do aluno. A partir da recriação do saber é possível um contato mais criativo com o erro, com os fins; há comprometimento com o processo e não só com o produto.

O Professor interdisciplinar entende que o conhecimento não se restringe à sala de aula e sim ultrapassa os limites do saber escolar e se fortalece na medida em que ganha a vida social. Tem consciência de que se trata de um processo de reflexão, dialogo, discussão, ação e reconstrução do saber, propiciando condições para uma aprendizagem significativa, tornando o ensino interessante e relacionado com o cotidiano.

Percebe-se como sujeito da própria ação na medida em que compreende seu exercício a partir de sucessos, fracassos, pontos obscuros. Busca a identidade individual e coletiva. Exercita a autorreflexão e autoconhecimento desenvolvendo a compreensão de suas potencialidades e de suas limitações.

Têm convicção, crença, conceitos, valores, atitudes, desejos e preferências de mundo compartilhado através das influências que o rodeiam. Procura superar os problemas pela atenção e interpretação de significados, baseado em critérios de verdade, através de um diálogo onde todos os participantes têm oportunidades iguais para falar, questionar, expor argumentos, explicar, justificar, expressar sentimentos, atitudes, intenções para coordenar, fazer oposição ou permissão.

Sabe que a interdisciplinaridade é composta de partes onde cada fato ou fenômeno que se analisa, deve ser considerado como um aspecto de totalidade. Essa mentalidade de abrir-se à realidade exterior libera o aprendizado do pensar sobre as certezas relativas e provisórias da ciência.

 

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 

ASSMANN, Hugo. Reencantar a Educação: rumo à sociedade aprendente. 4.ed. Petrópolis: Vozes, 1998.

 

BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria da Educação do Ensino Fundamental, Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1996.

 

_______. Ministério da Educação, Secretaria da Educação do Ensino Fundamental, Parâmetros Curriculares Nacionais. Apresentação dos temas transversais. Brasília: MEC/SEF, 1998.

 

CASTRO, Marta Luz Sisson de & WERLE, Flávia Obino Corrêa. Eleições de diretores: reflexões e questionamento de uma experiência. Estudos em Avaliação Educacional. São Paulo: 3:103-112, jan./jun. 2001.

 

FAZENDA, Ivani Catarina. Práticas Interdisciplinares na Escola. 2ª Edição, São Paulo: Cortez, 1993.

 

______. Práticas Interdisciplinares na Escola. 3ª ed. Organização Ivani Fazenda. São Paulo: Ed. Cortez, 1996.

 

______. A Interdisciplinaridade: História, Teoria e Pesquisa. [s.l.]: Papirus, 1998.

 

JAPIASSU, H. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro, Imago, 1976

 

MORIN, Edgar. A Cabeça Bem-Feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: União de Editores, 2000.

 

SEVERINO, Antônio Joaquim. O conhecimento pedagógico e a interdisciplinaridade: o saber como intencionalização da prática. In: Fazenda, Ivani C. Arantes (org.). Didática e interdisciplinaridade. Campinas – SP: Papirus, 1998.

 

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