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A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTOJUVENIL NO ENSINO FUNDAMENTAL

Edith Vieira Vanni Penhavel Marmos[1]

Marinalva de Arruda Lino[2]

Odemar Mendes de Souza[3]

 

RESUMO

Reconhecer a importância da literatura infantil e incentivar a formação do hábito de leitura na idade em que todos os hábitos se formam, isto é, na infância, é o que este trabalho vem propor. Neste sentido, a literatura infantil é um caminho que leva a criança a desenvolver a imaginação, emoções e sentimentos de forma prazerosa e significativa. Acreditamos que o aluno só saberá a importância da leitura, se criar o hábito e sentir o prazer em ler, porque a literatura é a representação de uma cultura. Ou seja, estar em contato com a literatura é aprender um pouco de uma cultura. Portanto, a chave para o sucesso da leitura está na presença dos pais, em desde muito cedo lerem ou contarem histórias para seus filhos, professores que os estimulem desde os primeiros anos da vida escolar.

 

Palavras-chaves: Educação. Literatura Infantil. Leitura. Desenvolvimento da criança.

 

ABSTRACT

Recognizing the importance of children's literature and encourage the formation of the habit of reading at the age where all habits are formed, ie, in childhood, is what this paper proposes. In this sense, children's literature is a path that leads the child to develop imagination, emotions and feelings so pleasurable and meaningful. We believe that students will only know the importance of reading, to create the habit and feel the pleasure of reading, because literature is the representation of a culture. Ie, being in contact with the literature is a bit of a learning culture. Therefore, the key to reading success is the presence of parents in very early read or tell stories to their children, teachers who encourage them since the early years of school life.

 

Keywords: Education, Children's Literature, Reading, Child Development.

 

INTRODUÇÂO

 

A literatura é um momento em que as crianças passam a viver, pensar, agir e interpretar o universo de valores e comportamentos com outras culturas. Neste sentido, este trabalho tem por objetivo, verificar a contribuição da literatura infantil no desenvolvimento social, emocional e cognitivo da criança. Pois vivemos em uma sociedade onde as trocas sociais acontecem rapidamente, seja através da leitura, da escrita, da linguagem oral ou visual.

Diante disso, a escola busca conhecer e desenvolver na criança as competências da leitura e da escrita e como a literatura infantil pode influenciar de maneira positiva neste processo.

Esta pesquisa visa a enfocar toda a importância que a literatura infantil possui, ou seja, que ela é fundamental para a aquisição de conhecimentos, informação e interação necessários ao ato de ler. O que se percebe é que a literatura, bem como toda a cultura criadora e questionadora, não está sendo explorada como deve nas escolas e isto ocorre em grande parte.

No primeiro capítulo, apresentamos a linguagem; os tipos de linguagem (verbal e não verbal) e identificamos a leitura através do estudo bibliográfico.

Em seguida, elaboramos um breve histórico do que é literatura infantojuvenil (morfologia, conceitos e origem) e os contos de fadas.

Logo após, a influência da literatura infantojuvenil na vida da juventude atual, o incentivo ao letramento literário através da literatura infantojuvenil e as possibilidades de (re) leitura dos textos literários mediante diferentes enfoques e abordagens da literatura infantojuvenil.

 

1.0. A linguagem

Acreditamos que a linguagem é uma atividade construída pelos sujeitos em determinados contextos sociais, culturais e históricos e ao mesmo tempo, ela é construtora da realidade em que eles estão inseridos. Portanto e através da linguagem que o ser humano se manifesta em diferentes circunstâncias: pensamento, imaginação, desejo, conhecimento, dúvidas, certezas, bem como perceber e entender no outro de maneira crítica e dialógica.

Dessa forma a linguagem é a expressão do pensamento por meio de palavras. É conjunto de sinais, visuais ou fonéticos, através dos quais se estabelece a comunicação.

Na sociedade em que vivemos a linguagem perpassa cada uma de nossas atividades individuais e coletivas, verbais e não verbais. As línguas se cruzam, se complementam e se modificam incessantemente, acompanhando o movimento de transformação do ser humano e suas formas de organização social.

Conforme Parâmetros Curriculares Nacionais[4] (vol. 2, 1997:24), se produz linguagem tanto numa conversa de bar, entre amigos, quanto ao escrever uma lista de compras, ou ao redigir uma carta – diferentes práticas sociais das quais se podem participar.

Nesse sentido a língua é, portanto, um "sistema de signos", ou seja, um conjunto de unidades que estão organizadas, formando um todo.

Linguagem é um conjunto de sinais de que o homem se serve para comunicar-se. A comunicação humana é realizada de várias maneiras, por meios de apelos visuais, auditivos, linguagem corporal e principalmente pela linguagem verbal.

Segundo Possari e Neder (2001), a linguagem não tem fronteiras, ela é universal. Nessa perspectiva, nossa proposta orienta-se por diferentes situações que envolvem a língua oral e a escrita de forma geral.

Nesse sentido, a prática de ensino deve centrar-se no desenvolvimento de habilidades de uso da linguagem: língua oral e para adequar sua fala aos diferentes contextos diários, e a língua escrita, para compreender o uso de diferentes formas em que elas se apresentam.

Pois a linguagem não é um instrumento utilizado para a comunicação ou veiculação de informações, mas principalmente, uma forma de mostrarmos socialmente aquilo que pensamos que somos o que entendemos do mundo, o que gostaríamos que os outros enxergassem em nós.

É claro que a distinção que se faz entre linguagem, língua e fala tem caráter meramente metodológico, uma vez que esses três conceitos revelam aspectos diferentes de um processo amplo, que o da comunicação humana. Isso, provavelmente, explique a razão por que a maioria das pessoas emprega essas três palavras para designar uma mesma realidade.

Portanto a língua é um aspecto da linguagem de natureza gramatical. Pertence a um grupo de indivíduos, formado por um conjunto de sinais (palavras) e por um conjunto de regras e combinações. É uma instituição social de caráter abstrato, exterior aos indivíduos que a utilizam e concretiza através da fala, é também um ato individual de vontade e inteligência.

 

A língua, tal qual se pode ser, é concebida como produto acabado, como sistema estável. Há regras e normas constituídas a priori, que devem ser seguidas. É como se houvesse um depósito com pacotes prontos a serem usados por qualquer falante de determinada língua (POSSARI e NEDER[5], 2003:22).

 

Dessa forma, percebemos então, a importância da maneira como o professor concebe a linguagem e a língua, pois a concepção de linguagem é tão importante quanto à postura que se tem relativa à educação. É também uma atividade por meio da qual agimos sobre nós mesmos e sobre os outros. Sendo assim, o objetivo de ensino da linguagem é a interação, ou seja, a competência para a relação entre seres humanos.

A linguagem escrita, segundo Ferreiro[6] (1991:10), "pode ser considerada como uma representação da linguagem ou como um código de transcrição gráfica das unidades sonoras".

Portanto, aprender a língua escrita é elaborar estruturas de pensamento. Deste modo, o processo de alfabetização implica em apropriar-se da língua escrita com objetivo de construir sentidos, quer para as relações sociais, quer para organização de pensamentos que façam o intercâmbio entre a escrita e a oralidade.

O que é relevante neste processo de alfabetização é a apropriação, por parte da criança, da língua escrita. A escrita é constituída por signos verbais e escritos que, deve acontecer em meio a contextos que priorizem o ponto de vista social, histórico e cultural.

Ao chegarem à escola, as crianças trazem experiências do seu cotidiano que, juntamente com a escrita, contribuem para o processo de alfabetização.

É preciso considerar que a apropriação da linguagem escrita, não é idêntica em todas as crianças. Por isso o professor, deve desenvolver um trabalho de ampliação e adequação da forma linguística, as quais possibilitam revelar as diferentes formas de expressão, de visão de mundo e as mais diversas formas de discurso contidas na realidade.

A alfabetização é um trabalho com a linguagem que envolve a capacidade de simbolização e formação de conceitos, o processo é mais fácil para as crianças que já se conscientizaram da função da escrita, que se escreve com letras e para que a escrita sirva que já brincaram com jogos de letras e baralhos escritos, que já tiveram contato com livros de histórias, enfim, que já tem um conceito do que a escrita representa e do uso dessa linguagem.

A escrita só se constituirá como objeto de atenção e de conhecimento para a criança, se o meio cultural, garantir a presença dessa escrita, o que levará a criança a tentar entendê-la e conhecê-la.

Na disciplina de língua Portuguesa existe três concepções de linguagem:

A linguagem como expressão de pensamento segundo Geraldi (2001), é a mais antiga das concepções de linguagem, parte da hipótese de que o pensamento é um dom inato, a linguagem é indispensável e o indivíduo não pode pensar sem dela fazer uso, uma vez que ela funciona apenas como veículo do pensamento. Se a função da língua é representar o pensamento e conhecimento de mundo, aquele que fala “mal”, pensa “mal”.

Em geral, quando se fala em expressão do pensamento tem-se em mente tudo o que, tendo se formado e determinado de alguma maneira no psiquismo do indivíduo, exterioriza-se objetiva mente para outrem com a ajuda de algum código de signos exteriores.

A linguagem como expressão do pensamento é compreendida, segundo Possari e Neder (2001), como um ato puramente individual. A linguagem é gerada no interior do pensamento do indivíduo, que depois a exterioriza com a ajuda de códigos e signos exteriores.

Desta forma, as experiências dos alunos não são levadas em conta, à língua escrita é a que predomina.

Neste tipo de ensino, o objetivo básico é a correção dos aspectos formais da língua escrita, sendo o aluno impedido de utilizar na língua escrita, os padrões da língua falada. Não ocorre a ampliação da capacidade de simbolizar e os sons têm significado e propósito nas atividades repetitivas, como foi nas escolas durante anos, ou melhor, dizendo este tipo de ensino gramatical predomina até os anos 60. No ensino da Língua Portuguesa na escola era ensinar a respeito da língua, ensinar a gramática da língua.

A linguagem como instrumento de comunicação é outra concepção de linguagem é aquela que a compreende como meio objetivo para a comunicação. Diferentemente da primeira concepção: linguagem como expressão do pensamento, essa segunda concepção tem na variação linguística um dos seus princípios de sustentação.

Nos anos 1980, Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, autoras do livro Psicogênese da Língua Escrita, apresentaram resultados de suas pesquisas sobre a alfabetização, mostrando que o aluno constrói hipóteses sobre a escrita e também aprende ao reorganizar os dados que têm em sua mente.

A leitura, coletiva e individualmente, em voz alta ou baixa, precisa fazer parte do cotidiano na sala. O mesmo acontece com a escrita, no convívio com diferentes gêneros e propostas diretivas do professor.

O importante é oferecer oportunidades de fala, mostrando a adequação da língua a cada situação social de comunicação oral.

A linguagem como ensino produtivo, entende essa tendência que a verdadeira substância da linguagem não é constituída por um sistema abstrato de formas linguísticas, nem pela enunciação monológica, nem pelo ato psicofisiológico de sua produção, mas pelo fenômeno social da interação verbal, realizada através da enunciação ou das enunciações. A interação verbal constitui, assim, a realidade fundamental da linguagem.

Nessa tendência a língua constitui um processo em evolução ininterrupta, que se realiza através da interação verbal social dos locutores.

Assim, as leis da evolução linguística não são de maneira alguma as leis da psicologia individual, mas também não podem ser divorciadas das atividades dos falantes. As leis da evolução linguística são essencialmente leis sociológicas. E, quanto à estrutura da enunciação, é uma estrutura puramente social.

Essa tendência percebe a linguagem como produto histórico-social e, diferentemente da anterior, realça que a fala, como fenômeno social, está sempre ligada às estruturas sociais.

Logo, a linguagem como forma de interação é vista como um lugar de interação humana.

Vale referir, no modo como se entende a linguagem, pois esse entendimento reflete no modo como se lida com seu ensino nas aulas de língua portuguesa. Por exemplo: se a linguagem é entendida como mera expressão do pensamento, seus adeptos acreditam que o ensino da gramática prioriza o falar e o escrever bem.

 

1.1. Apresentar os tipos de linguagem (verbal e não verbal)

1.1.1. Linguagem verbal

A linguagem verbal é a linguagem que utilizamos no nosso dia-a-dia para nosso meio de comunicação com as pessoas, é aquela que utilizamos as palavras ela é definida como linguagem oral ou escrita. E ela está presente, quando falamos com alguém, quando lemos, quando escrevemos, está presente também em nossa vida pessoal é profissional, é de suma importância para que possamos obter mais informações e conhecimentos com a fala e a escrita.

A linguagem verbal é a forma de comunicação mais presente em nosso cotidiano, é através das palavras falada ou escrita, que expomos aos outros as nossas ideias e pensamentos, comunicando-nos por meio desse código verbal imprescindível em nossas vidas. A linguagem verbal podemos dizer que é a língua “correta” de se falar e de se escrever e ela está presente em textos, em propagandas, em reportagens (jornais, revistas, etc.), em obras literárias e científicas, na comunicação entre as pessoas, em discursos e em várias outras situações.

A linguagem faz parte do processo de comunicação, é troca de informações entre um emissor e um receptor, no qual faz o uso correto das palavras. Um dos aspectos que podem interferir nesse processo é o código a ser utilizado, que deve ser entendível para ambos.

Quando falamos com alguém, lemos um livro ou revista, estamos utilizando a palavra como código. Esse tipo de linguagem é a linguagem verbal, sendo a palavra escrita ou falada, a forma pela qual nos comunicamos. Certamente, essa é a linguagem mais comum no nosso dia-a-dia, pois a utilizamos no trabalho, na escola, na faculdade e demais outros lugares e ela têm que ser utilizada de modo claro e objetivo.

Quando alguém escreve um texto, por exemplo, está usando a linguagem verbal, ou seja, está transmitindo informações através das palavras. Linguagem verbal é, portanto, aquela que utiliza palavras o signo linguístico na comunicação.

Na linguagem oral, o ambiente é comum a ambos os falantes. Por isso, quando uso "eu", "aqui", "hoje", não precisam explicitar do que se trata. Além disso, os gestos, expressões faciais, altura do tom da voz, contribuem para a clareza da comunicação, facilitando assim o entendimento.

 

1.1.2. Linguagem não verbal

A linguagem não verbal é a linguagem através de sinais, imagens, expressão corporal, mímica. Nesse caso, o código a ser utilizado é a simbologia. A linguagem não verbal também é constituída por gestos, tom de voz, postura corporal, etc. Ao parar no trânsito quanto o sinal está vermelho, isso é uma linguagem não verbal. Pois ninguém falou ou estava escrito que deverias parar, mas conhece a simbologia utilizada, apenas o sinal da luz vermelha já é suficiente para compreender a mensagem.

A linguagem não verbal, não é uma linguagem que precisa ser falada, mas sim, uma língua que é necessária uma boa visão e conhecimento de mundo para que cada indivíduo possa interpretá-la. Tanto a verbal como não verbal, é de suma importância para o cotidiano do dia a dia de todas as pessoas, pois as duas línguas estão interligadas cada uma com sua função. Uma com a função de usar as palavras orais e escrita e a outra digamos com a função de observação através de imagens.

 

1.2. Identificar a leitura

Ao identificar a necessidade da leitura percebemos que ela é fundamentalmente, o processo de compreender o significado da linguagem escrita. Ela faz parte de nosso cotidiano, indo além da habilidade de decifração de sinais aprisionados em uma perspectiva técnica.

Ao se referir em leitura, já sabemos que é a ação de ler algo. É uma interpretação pessoal que promove novos saberes no encontro entre o texto e o leitor.

Conforme Paulo Freire[7] (2000:11), com sua frase emblemática: a leitura do mundo procede à leitura da palavra.

São muitas as possibilidades conceituais e metodológicas que a leitura hoje nos oferece. Contudo, sejam cautelosos, pois os atalhos podem nos surpreender, tal qual Chapeuzinho vermelho que, seduzida pelo Lobo mau, acabou por se enredar nos labirintos da floresta.

O prazer da leitura deve ser despertado logo na infância, para que a criança possa crescer sabendo a importância e a necessidade da leitura. Ler faz parte da formação cultural de cada indivíduo. A leitura estimula a imaginação, proporciona a descoberta de diferentes hábitos e culturas, amplia o conhecimento e enriquece o vocabulário e nos ajuda a conhecer o mundo sem sair de casa.

As diferentes técnicas de leitura incluem a leitura em blocos, ampliando o ângulo de visão, e não palavra por palavra.

No meio tecnológico, a leitura é o processo de descodificação de dados armazenados em um suporte, por exemplo, a leitura dos dados de um CD através do computador.

Os registros das informações feitas por um instrumento de medida são também designados por leitura, por exemplo, a leitura da água ou da luz.

Observa-se também que a leitura é a atividade fundamental desenvolvida pela escola para a formação de alunos. O melhor que a escola pode oferecer aos alunos deve estar voltado para a leitura, pois se o aluno sair bem nas outras atividades, mas for bom leitor, penso que a escola cumpriu em grande parte sua tarefa.

A escola deve estar atenta a tais procedimentos e o professor deve ter um conhecimento sólido do quanto os processos cognitivos, sociais, culturais e afetivos de cada leitor são acionados no ato de ler, desempenhando um papel fundamental na sua formação.

Como bem disse Ricardo Azevedo (2005), que não se constituem em conteúdos didáticos, mas que nos são dados a conhecer e discutir através da leitura de obras literárias clássicas e contemporâneas. É pela e na literatura que escritor e leitor realizam sonhos, alimentam fantasias, desejos e utopias, prefigurados em seus enredos, personagens e cenários, catalisadores das polaridades e ambiguidades humanas.

Devemos recuperar a leitura literária no espaço escolar, pois é uma forma de lidar com a literatura e de desconstrução de regras que a pedagogia teima em prescrever e rotular segundo a classificação das obras em escolas e gêneros literários, sem falar nas fichas de leitura, nos velhos exercícios de interpretação e nos breves comentários sobre o autor e a obra.

 

2.0. O que é literatura infantojuvenil

 

Pesquisadores da área de Educação, por sua vez, vêm cada vez mais se dedicando ao estudo da literatura infantil, enfatizando suas possibilidades de aplicação no processo de ensino-aprendizagem escolar e utilizando métodos e procedimentos da pesquisa em educação, especialmente os que correspondem aos objetivos de intervenção na prática pedagógica.

A literatura infantojuvenil é a literatura, dedicada para as crianças e jovens adolescentes, onde são trabalhadas as histórias fictícias infantis e juvenis, algumas biografias, novelas, poemas, obras folclóricas e/ou culturais ou simplesmente obras sobre fatos da vida real.

Devemos submeter-se ao processo de escolarização, enquanto prática sociocultural mediadora entre o mundo adulto, infantil e à aprendizagem da leitura, enquanto prática sociocultural.

Os conteúdo dentro de uma obra infantojuvenil dependem da idade do leitor; enquanto obras literárias destinadas a crianças de dois a quatro anos de idade são quase sempre constituídas de poucas palavras e são muito desenhos, imagens coloridas, já as obras literárias destinadas ao jovem adolescente muitas vezes contêm apenas texto, textos no qual prendem a atenção desses leitores.

Como a música, a pintura e a dança, a literatura também pode ser considerada uma arte, e através dela podemos observar o contato de um conjunto de experiências vividas pelo homem sem que seja preciso vivê-las, pois através do mundo fictício podemos viver grandes aventuras, conhecer o mundo sem ter contato com elas ou até mesmo sem sair de casa.

As obras literárias nos ajudam a compreender sobre nós mesmos e sobre as mudanças do comportamento do homem ao longo dos séculos, e a partir dos exemplos, ajudam-nos a refletir sobre nós mesmos.

 

2.0.1. Literatura infantojuvenil e sua morfologia

O estudo da aquisição da linguagem implica uma investigação que se apoie em interfaces. A partir de pressupostos teóricos que fundamentam como a criança adquire uma língua, devemos opta por um dos aspectos do processo de aquisição ou pela gramática e, amparado por dados fornecidos pela fala infantil, desenvolve suas análises.

Logo, a aquisição da morfologia, por exemplo, pressupõe uma teoria que explique como a criança adquire uma língua e também conhecimentos sobre o módulo morfológico da língua.

No entanto, para entender como ocorre o processo de aquisição da linguagem, imaginemos chegar a um país cuja língua nos é desconhecida.

O estudo da aquisição da linguagem, sob o ângulo da morfologia, proporciona o entendimento de habilidades de segmentação e reconhecimento de morfemas por parte da criança, e propicia uma reflexão acerca de como a criança lida com os recursos morfológicos que depreende do seu linguístico.

Com algum tempo de contato com a língua, em geral após o segundo ano de vida, conforme afirmam Titone (1983), Figueira (1995) e Santos (2001), essa segmentação fica ainda mais fina, mais rebuscada, o que permite à criança fazer segmentações mais detalhadas, como o reconhecimento de morfemas da língua. A partir desse momento, em que a criança passa a produzir formas “analisadas”, podemos verificar o processo de aquisição da morfologia. 

Outra evidência para a constatação de que a criança está se voltando mais detalhadamente para o processo de aquisição da morfologia é o uso contrastivo de formas verbais, como explica Santos (2001), averiguado a partir dos dois anos de idade. Nessa fase, a criança deixa de empregar a forma verbal em 3ª pessoa do singular, que é a forma default da criança enquanto não adquire o sistema de flexão verbal, para usar formas flexionadas dentro de um mesmo paradigma, como, por exemplo, “penso”, “pensa” e “pensar”.

A análise de dados da fala infantil nos permite refletir sobre a capacidade inata do ser humano de lidar com aspectos gramaticais da língua como um todo e, portanto, com os recursos morfológicos disponibilizados em cada língua, evidenciados pelos processos morfológicos ilustrados em suas produções estranhas de fala, para as quais sugerimos o nome formas morfológicas variantes.

Esse conhecimento morfológico deve ser aproveitado pelo professor, no sentido de mostrar ao aluno que as propriedades da morfologia da língua são por ele conhecidas há bastante tempo, incentivando-o a refletir sobre tais conhecimentos.

Além disso, os processos morfológicos evidenciados durante o processo de aquisição da linguagem podem ser um bom incentivo para o professor inventar jogos e brincadeiras que estimulem a criação ou a montagem de palavras, com o intuito de verificar os morfemas nelas envolvidos. Essas atividades poderão avaliar o nível de consciência morfológica do aluno, a partir do momento em que ele é capaz de pensar sobre a morfologia.

 

2.0.2.  Literatura infantojuvenil e seus conceitos

Desde os primórdios, a literatura infantil surge como uma forma literária menor, atrelada à função utilitária pedagógica que a faz ser mais pedagogia do que literatura. Contar histórias para crianças sempre expressou um ato de linguagem de representação simbólica do real direcionado para a aquisição de modelos linguísticos.

Este, tratado fisionomicamente sob o "modo de ser" do adulto, reflete-se para a produção infantil como um receptor engajado nas propostas da escola e da sociedade de consumo. Deverá, sobretudo, apreender, via texto literário infantil, a verdade social.

A leitura tem importância fundamental na vida das pessoas. A necessidade de muita leitura está posta entre todos, haja vista, que propicia a obtenção de informações em relação a qualquer contexto e área do conhecimento, assim como, pode constituir-se em fonte de entretenimento. Para uns, atividade prazerosa, para outros, um desafio a conquistar.

Portanto, para podemos compreender o sentido e significado da leitura, devemos referir-se a realidade. Caso contrário ela será apenas um processo mecânico de decodificação de símbolos.

Não é fácil o trabalho de conceituar a Literatura. Por trás de todo conceito haverá sempre um posicionamento crítico. Isso, sem discutir o tratamento apontado pela escola ao decidir as respostas da criança na leitura do texto literário.

Um dos mais antigos textos sobre o conceito de Literatura é a Poética, de Aristóteles (que inaugurou a longa série de estudos). Nesse texto, o filósofo grego afirma que "arte é imitação (mímesis em grego)". E justifica: "o imitar é congênito no homem (e nisso difere dos outros viventes, pois de todos, é ele o mais imitador e, por imitação, apreende as primeiras lições), e os homens se comprazem no imitado". O que ele quer nos dizer é que o imitar faz parte da natureza humana e os homens sentem prazer nisso; em síntese, arte como recriação.

Podemos conceituar a Literatura como ficção, uma ficção que recria uma realidade, que possui o potencial de adaptar uma obra a fatos reais ou simplesmente expressar fatos imaginários. A ferramenta da Literatura é a palavra, a que segue o estilo subjetivo de cada autor que interpreta a realidade sob o seu ponto de vista ou analisando o ponto de vista de uma sociedade e época.

O pensamento infantil é aquele que está sintonizado com esse pulsar pelas vias do imaginário. E é justamente nisso que os projetos mais arrojados de literatura infantil investem. Investe-se na inteligência e na sensibilidade da criança, agora sujeito de sua própria aprendizagem e capaz de aprender do e com o texto.

 

2.0.3. Literatura infantojuvenil e sua origem

As origens da literatura infantil brasileira encontram-se, sobretudo na literatura didática/escolar, que, entre o final do século XIX e início deste, começou a ser produzida de maneira sistemática por professores brasileiros, com a finalidade de ensinar às nossas crianças, de maneira agradável, valores morais e sociais assim como padrões de conduta relacionados com uma cultura escolar urbana e necessária do ponto de vista de um modelo republicano de instrução do povo.

A literatura somente começou a ser enfrentado na década de 1920, com a produção do escritor Monteiro Lobato e especialmente com a publicação, em 1921, de Narizinho arrebitado.

Sobretudo com a contribuição especialmente da produção acadêmica a partir do final dos anos 80 no âmbito dos estudos literários, com sua forte tendência sobre a produção de literatura infantil, decorrente de uma perspectiva evolucionista da história do gênero, segundo a qual a condição de maioridade da literatura infantil brasileira deve ser aferida e/ou construída de acordo com parâmetros.

Essa versão tem contribuído muitas vezes de maneira indireta, mas com a força de “mito da criação”, no nível do campo de conhecimento, de uma oscilação derivada daquela e, muitas vezes, de uma identificação desabonadora entre menoridade do público previsto, menoridade da literatura a ele destinada e menoridade do campo de conhecimento correspondente.

De acordo com pesquisadores da área de Letras que se dedicam ao estudo da literatura infantil, a produção sobre o gênero deve inserir-se, sobretudo, nessa área, onde se encontram tanto os métodos adequados para a abordagem da identidade especificamente literária dos textos de literatura infantil.

Pesquisadores da área de Educação, por sua vez, vêm cada vez mais se dedicando ao estudo da literatura infantil, enfatizando suas possibilidades de aplicação no processo de ensino-aprendizagem escolar e utilizando métodos e procedimentos da pesquisa em educação, especialmente os que correspondem aos objetivos de intervenção na prática pedagógica.

Nesse contexto social, também observamos que a criança não é vista como alguém que precisa de cuidados especiais por estar no início de seu processo de desenvolvimento. É comum encontrarmos, nos textos que tratam do tema, que a criança era considerada um mini adulto, sendo integrada às práticas sociais adultas tão logo estivesse apta fisicamente para tanto. Sendo assim, ela participava das atividades sociais de sua classe social desde cedo, sem que nada lhe fosse barrado por ser uma criança.

2.1. Os contos de fadas (breve relato a respeito dos diversos e mais famosos contos existentes e a tipologias das personagens)

Segundo Machado (2002), no conto de fadas, transparece sempre a atitude mais voltada para a realização interior das personagens, no plano existencial. Melhor dizendo, são narrativas que tendo ou não a presença de fada, a questão da realização essencial do herói ou da heroína, geralmente ligada a alguns ritos de passagem de uma idade para outra ou de um estado civil para outro.

Há sempre provas a serem vencidas para que o herói alcance sua realização pessoal ou existencial. Essa realização tanto pode ser revelar no encontro do verdadeiro eu, quanto na conquista da pessoa amada. Podemos citar como exemplos: A Bela Adormecida, A bela e a Fera, Rapunzel, Cinderela, entre outros.

Devemos trabalhar com contos de fadas nas escolas é uma atividade prazerosa para todos os envolvidos no processo educativo, pois os alunos constroem e reconstroem significados para as histórias e desenvolvem o prazer da leitura.

Por isso o professor, antes de iniciar seu trabalho, deve desenvolver um projeto. O importante de se desenvolver esse projeto é que, através dele o professor consegue trabalhar alguns conflitos do dia-a-dia dos alunos, bem como buscar as soluções para os mesmos, procurando encontrar respostas para aquilo que não está bem.

À medida que o professor vai trabalhando as histórias, as crianças podem se identificar com os personagens e transferirem todos os seus conflitos para aqueles vividos na história. A criança se envolve tanto que passa a viver como se fosse um dos personagens.

Os assuntos abordados muitas vezes tornam-se reais, como os medos que fazem parte de nossa vida, como o medo de escuro, de animais, dos pais não buscarem na escola, etc. Porém, um dos medos mais difíceis de trabalhar nas escolas é o medo do Lobo Mau. Na verdade, a intenção das histórias, como a Chapeuzinho Vermelho, não é de assustar as crianças, mas de mostrar para as mesmas que não devemos falar com pessoas estranhas, que não podemos confiar em qualquer um.

Outro assunto muito importante para trabalhar com as crianças e o amor, pois os contos de fadas sempre aparecendo com um príncipe encantado e a princesa, que se casam ao final da história. Esses sentimentos fazem parte da vida de qualquer ser humano.

As crianças vão percebendo que seus medos vão sendo amenizados à medida que a professora as faz refletir sobre os mesmos, que as suas relações sociais vão ficando menos conflitantes, e devemos respeitar as regras de boa convivência. Já o amor, este vai surgindo através do respeito ao próximo, das atitudes menos egoístas e de carinho.

Os contos de fadas ensinam também as crianças a enfrentarem sentimentos de perda e angústia. Através deles as crianças percebem que tudo de ruim que pode acontecer na vida de uma pessoa pode passar, pois sempre há uma fada para ajudar a resolver os problemas, como as mães, avós, tias ou mesmo as professoras.

Enquanto divertem as crianças, os contos trabalham o lado emocional das mesmas, favorecendo o desenvolvimento de suas personalidades, pois tratam vários problemas de forma prazerosa e aceitável. Cultivam a esperança, o sonhar e nos mostram que sempre há esperança para os finais felizes.

E é importante ressaltar ainda que, para as crianças acostumadas a ouvir histórias e estimuladas a ter sempre contato com as mesmas, a leitura se fará constante na vida delas.

Sendo assim, não há por que negar a manutenção desses textos na sociedade atual. Bem trabalhadas em todos os seus aspectos, essas narrativas podem exercer o seu fascínio tanto na mente das crianças quanto na dos adultos, concorrendo assim, com meios de comunicação mais modernos e sofisticados.

Podem ainda contribuir para a abertura de um canal profundo de diálogo, visando a consequente da personalidade dessas crianças, proporcionando-lhes conhecer melhor seus próprios sentimentos e impulsos, na medida em que se desenvolvem como pessoas.

 

3.1. A influência da literatura infantojuvenil na vida da juventude atual.

A literatura tem um grande poder de transformação imenso na vida das pessoas e da sociedade em geral. Possibilita-nos a viver os mais variados cenários, contextos sociais, culturais e políticos, de modo que, com tais experiências literárias é possível absorver, mesmo que inconsciente entre outros aprendizados, o de lidar com toda sorte de dificuldades e problemas, desde dramas psicológicos e internos até questões sociais, políticas e culturais.

Ao falar de Literatura Infantojuvenil, cabe afirmar que tal literatura desempenha um papel muito importante, sobretudo nos primeiros anos do ensino básico. Tal fato se dá porque os alunos do ensino fundamental estão vivendo um período de descobertas e experiências; vivendo talvez a força dos seus primeiros desejos, a força de emoções como a alegria, o medo, a angústia e a misericórdia.

Por isso a literatura infantojuvenil, quando adequadamente selecionada, cumprir com sua função, que neste caso é a literatura dedicada a leitores adolescentes, que gostam de temas mais interessantes, que podem influenciá-los a criar o habito pela leitura, como assuntos sobre sexo, violência, drogas, relacionamentos amorosos etc., outros fatores que os influenciam são fotos, imagens e obras literária juvenil também desperta atenção deles.

Esse público de jovens do ensino fundamental normalmente sai das series iniciais adaptados à literatura infantil, que são o mundo de imaginação, de conto de fadas, do colorido, do final feliz, assunto no qual desperta a atenção das crianças que fazem com que elas se interessam mais pela leitura, pois aquele mundo de figuras, desenhos coloridos, animais, anseia a vontade de irem além de quererem descobrir o que vai acontecer no final da história.

Mas na literatura infantojuvenil, percebemos que muitas vezes não está recebendo o devido incentivo que merecia receber, incentivo este que deveria partir pelo meio da divulgação, como em jornais, revistas de grande circulação até mesmo na internet que o meio hoje em dia que as crianças e jovens mais utilizam, para que não só eles, mas as pessoas em geral possam conhecer um pouco mais dessa literatura, de novas obras, novos autores, novos temas.

O livro muitas vezes para as crianças e jovens não estão ligado a um meio de diversão, como sabemos, as crianças e jovens de hoje em dia só querem saber de games, internet, e deixando o livro de lado, com isso deve-se estudar muito afundo o gosto desses pequenos leitores, e assim mudar esse quadro de desapego à leitura, pois estimular o leitor infantojuvenil é o primeiro passo para que ele seja um bom leitor e um leitor ativo quando adulto.

Com tantas facilidades de acesso ao livro, diversidades de obras infanto-juvenis como temos hoje, chega a seu um desperdício a não adesão das crianças e dos jovens do mundo as letras.

O acesso ao livro no Brasil, nem sempre foi tão facilitado como atualmente. Hoje temos livros nas escolas públicas, temos bibliotecas públicas, o que falta mesmo é só o incentivo a leitura. Foi nas escolas que os livros foram bem distribuídos, assim facilitando a qualidade de ensino do professor e incentivando os alunos a lerem. 

O livro didático é o primeiro passo que as crianças têm para começar a leitura, mas não é uma garantia de que ela se tornara um leitor ativo, a leitura é adquirida e realizada com prazer, sem as imposições feitas pelo livro didático.

É necessário estimular crianças e jovens a terem a curiosidade e a necessidade do conhecimento, um ponto importante para que elas comecem a gostar da leitura é buscando sempre obras novas, assuntos que realmente despertam a atenção deles, algo diferente daquelas estabelecidas pelos professores ou que são sugeridas pelos pais. É necessário que o professor conheça o gosto deles pela leitura e indique outros tipos de assuntos para que eles possam ir se adaptando a leitura, para que depois que criar o habito pela leitura possa ler qualquer assunto, qualquer tipo de leitura sem reclamar.

Embora os textos infanto-juvenis contemporâneos apresentem ainda um discurso direcionado a um público específico constituindo-se, pois como um texto sobre e para a infância ele não exclui todos os demais leitores que queiram dele aproveitar a leitura, ou, ainda, que escolham uma obra infantojuvenil em detrimento de um livro de literatura clássica destinado exclusivamente a adultos.

Somente no século XIX a escola começou a se organizar e o livro didático, agora mais aperfeiçoado, deu outra forma ao ensino, principalmente ao da leitura de literatura infanto juvenil. Até então, as crianças e os jovens não podiam se valer de uma literatura dedicada totalmente a eles, o que fazia com que lessem obras endereçadas aos adultos ou, na maioria das vezes, nada lessem.

 

3.2. O incentivo ao letramento literário através da literatura infantojuvenil.

A grande relevância do letramento é a capacidade e a competência do ato de ler e escrever, ou melhor, a condição daquele que domina a tecnologia da escrita.

Para que haja o incentivo ao letramento literário através da literatura infantojuvenil são necessários diferentes níveis de leitura, para que cada jovem possa ir descobrindo seu gosto pela leitura, pois é através de um assunto interessante que vão descobrindo o que gostam de ler.

Segundo Zilberman (2009), há muitas crises de leitura nas escolas do Brasil, pois está relacionada a diversos problemas sociais.

 

[…] o letramento associa-se ao ato de ler e, sendo esse resultado o produto mais importante da ação da escola nos primeiros anos de formação de uma pessoa, pode representar também a condição de rompimento não apenas do sujeito, mas também da instituição que propicia a aquisição dessa prática (ZILBERMAN[8], 2009:28).

 

Com esse entendimento, buscamos o incentivo à leitura e o gosto desta por meio de histórias, e consequentemente a formação do hábito de leitura nas crianças. Zilberman (2009:30) confirma que a escola deve mudar seu ensino mecânico, entendendo o significado da leitura “como um procedimento de apropriação da realidade, bem como o sentido do objeto por meio do qual ela se concretiza: a obra literária”.

Dessa forma, utiliza-se a literatura como uma alternativa de letramento, que além de alfabetizar as crianças, as incentiva ao hábito da leitura, pois nada mais interessante do que aprender palavras e significações a partir de um determinado contexto, no lugar de letras e sílabas soltas no quadro.

O letramento literário será sempre um processo permanente de transformação, isto é, uma ação continuada, pois o aluno evolui e transforma informações de suas vivências com as histórias contadas. Além do mais, a aprendizagem é para toda a vida, não termina na escola, renova a cada leitura, isto é, a cada leitura uma nova apropriação de conhecimentos.

No entanto, nas escolas ainda há pouco uso do letramento literário, elas não valorizam efetivamente a leitura literária, a escrita literária, e que os poucos espaços de leitura nas escolas são realizados no intuito de responder apenas questões de interpretação, as quais não contemplam a leitura individual de cada aluno. Para que haja o letramento literário na escola, ser necessário o contato direto e constante com o texto literário.

 

3.3. As possibilidades de (re) leitura dos textos literários mediante diferentes enfoques e abordagens da literatura infantojuvenil.

A realidade escolar vem sofrendo mudanças significativas desde a década de 90, apresentadas em estudos que visam compreender a linguagem e o seu processo de aprendizagem, utilizados pelas Secretarias de Educação e escolas no processo de formação continuada.

Essas mudanças educacionais apontam para a superação da prática educativa que dominava nas escolas, desde o início da década de 70. Propõe-se um novo sistema de ensino que permita repensar o ensino de língua e linguagem, tomando o texto como ponto de partida e de chegada de todo o processo ensino-aprendizagem e aponta, ainda, para a necessidade de se considerar, no processo de leitura, os aspectos sociais, históricos, psíquicos e ideológicos.

Observamos que a escola nos dias atual, vive um momento de repensar o como ensinar a ler e a escrever. As avaliações nacionais comprovam essa problemática. As críticas reincidentes a respeito da dificuldade de se construir o hábito de leitura demandam a reflexão sobre os mecanismos de constituição da leitura e de sujeito leitor.

Tal prática considera o aprendizado da leitura apenas como um processo que envolve estratégias, realizadas a partir de uma investigação de como o leitor competente realiza a sua leitura, que serve de modelo para o ensino da leitura.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Após analisamos as ideias apresentadas, verifica-se que a literatura infantojuvenil provoca no aluno um gosto mais apurado pelos diversos gêneros, permitindo que leiam por puro entretenimento. A leitura, como qualquer arte, vai além da informação, da imaginação e a criança precisa ser estimulada a gostar de ler e crescer cada vez mais com esse gosto, pois esse hábito precisa ser instigada pelos pais e, também, alimentado na sala de aula, com ajuda do mestre.

Nessa perspectiva, professores que oferecem leitura agradável, sem forçar, mas com naturalidade, desenvolverá na criança um hábito que poderá acompanhá-la pela vida afora. Pois num mundo tão cheio de tecnologias em que se vive, onde todas as informações ou notícias, músicas, jogos, filmes, podem ser trocados por e-mails, cd’s e dvd’s o lugar do livro parece ter sido esquecido.

Há muitos que pensem que o livro é coisa do passado, que na era da Internet, ele não tem muito sentido. Mas, quem conhece a importância da literatura na vida de uma pessoa, quem sabe o poder que tem uma história bem contada, quem sabe os benefícios que uma simples história pode proporcionar, com certeza haverá de dizer que não há tecnologia no mundo que substitua o prazer de tocar as páginas de um livro e encontrar nelas um mundo repleto de encantamento.

Acreditamos que, se o professor acreditar que além de informar, instruir ou ensinar, o livro pode dar prazer, encontrará meios de mostrar isso à criança. E ela vai se interessar por ele, vai querer buscar no livro está alegria e prazer. Tudo está em ter a chance de conhecer a grande magia que o livro proporciona. Enfim, a literatura infantil é um amplo campo de estudos que exige do professor conhecimento para saber adequar os livros às crianças, gerando um momento propício de prazer e estimulação para a leitura.

 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

 

AZEVEDO, Ricardo. Aspectos instigantes da literatura infantil e juvenil. 15º Congresso de leitura do Brasil, Campinas – SP. Julho/2005.

 

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais; Língua Portuguesa. 1ª Ed. Brasília: MEC/SEF, 1997.

 

SANTOS, R. S. A aquisição do acento primário no português brasileiro. Tese de Doutorado. Campinas: Unicamp, 2001.

 

FERREIRO, Emília. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez, 1991.

 

FIGUEIRA, R. A. A palavra divergente. Previsibilidade e imprevisibilidade nas inovações lexicais da fala de duas crianças. Trabalhos em Lingüística Aplicada. Campinas -SP, Jul./Dez. 1995.

 

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 2000.

 

MACHADO, Ana Maria. Como e por que ler os clássicos desde cedo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.

 

NEDER, Maria Lúcia Cavalli; POSSARI, Lúcia Helena Vendrúsculo. Linguagem (O Ensino: o entorno, o percurso). Cuiabá, 2003.

 

ZILBERMAN, Regina. A escola e a leitura de literatura. In: RÖSING, Tânia M.K; ZILBERNAM, Regina (orgs.). Escola e leitura: velha crise, novas alternativas. São Paulo: Global, 2009.

 

[1] Graduada em Pedagogia (FID), Especialista em Metodologia do Ensino, Informática da Educação (FID), Coordenação Pedagógica (UFMT) Email: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

[2] Graduada em Pedagogia (FID), Especialista em Educação Especial, Educação Infantil com Ênfase em Alfabetização (FID) Email: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

[3] Graduado em Pedagogia (FID) e Artes (Faveni), Especialista em Gestão Escolar (FID), Ensino de Artes (Faveni) Email: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

[4] BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais; Língua Portuguesa. 1ª Ed. Brasília: MEC/SEF, 1997.

[5] NEDER, Maria Lúcia Cavalli; POSSARI, Lúcia Helena Vendrúsculo. Linguagem (O Ensino: o entorno, o percurso). Cuiabá, 2003.

[6] FERREIRO, Emília. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez, 1991.

 

[7] FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 2000.

[8] ZILBERMAN, Regina. A escola e a leitura de literatura. In: RÖSING, Tânia M.K; ZILBERNAM, Regina (orgs.). Escola e leitura: velha crise, novas alternativas. São Paulo: Global, 2009.