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A APRENDIZAGEM DA CRIANÇA HIPERATIVA

Ana Regina de Almeida Sampaio

Francielle dos Santos

Joana Sousa Vilela

Marli Francisco Sampaio

 

RESUMO

Este artigo fara uma análise que tenta descobrir quais são as causas para tais comportamentos, comportamentos esses que são entendidos como Hiperatividade, desatenção e impulsividade.  O objetivo deste trabalho é conceituar e também definir quem é a criança hiperativa, fazendo uma pesquisa geral sobre a hiperatividade e suas consequências, alertando para a conclusão do diagnóstico. Uma visão que é compartilhada por vários autores teóricos, como por exemplo: Brandão (1983, p. 198), para diagnosticar a hiperatividade é necessário verificar os seguintes sintomas comportamentais: “Incapacidade de ficar quieto, distração fácil por estímulos irrelevantes, impaciência, total desatenção a perguntas e em tarefas, desobediência, impulsividade, tendência excessiva às manifestações verbais e um déficit auditivo aparente.” Conforme Brandão (1983), nem sempre a hiperatividade vai estar ligada ao distúrbio de atenção; são independentes, podendo ocorrer individualmente. O autor pontua que “a atenção é nome dado ao caráter direcional e à seletividade dos processos mentais organizados” (Brandão, 1983, p. 200). Para esse autor, os hiperativos têm histórias semelhantes, são em geral frutos de uma gravidez difícil e a cada quatro crianças hiperativas, surge uma menina.

 

Palavras-chave: Hiperatividade. Aprendizagem. Criança. Professor.

 

  1. INTRODUÇÃO

 

Este trabalho procura definir o conceito de hiperatividade, assim como; suas características, classificação, diagnóstico, a diferença e a hiperatividade entre meninos e meninas e diferente interversões e acompanhamento para as crianças.

Neste contexto o objetivos para este trabalho facilitar o convívio aluno-professor diante de um quadro de hiperatividade, permitir ao educador a identificação das características do comportamento do hiperativo, encontrar a forma correta para auxiliar a criança hiperativa, permitir ao professor distinguir um comportamento hiperativo de um outro distúrbio de atenção, conscientizar os pais a lidarem com o problema do filho hiperativo de um modo mais adequado tornando-os parceiros do professor e analisar a razão de um mau rendimento escolar do hiperativo, tendo em vista que o nível intelectual deles, na maioria das vezes, apresenta-se normal.

Porém a razão de ser desta pesquisa foi que, tendo em vista o crescente número de crianças hiperativas na sala de aula e a problemática sofrida pelo professor, acredita-se na possibilidade de minimizar tais dificuldades decorrentes da relação professor-aluno e deste com os demais colegas que tem um convívio, mas próximo.

O hiperativo dispersa a atenção da turma devido ao seu comportamento irrequieto, exigindo assim do professor uma atenção especial, muitas vezes dificultada pelo excesso de alunos sob sua responsabilidade e sem um conhecimento maior sobre o assunto.

Partindo-se de uma ação didática-pedagógica mais envolvente na qual seja valorizada a afetividade, percebe-se ser possível contornar os problemas de aprendizagem e de comportamento social da criança hiperativo.

Também o despreparo do educador inibe uma aprendizagem mais eficaz por parte do hiperativo, já que o mesmo necessita de estímulos especiais capazes de prender sua atenção nas atividades desenvolvidas em sala de aula e fora.

O tema foi escolhido om o a finalidade de fazer o leitor pensar sobre a hiperatividade, uma vez que uma boa parte das pessoas tem o conceito errado sobre o assunto. A intenção é de contribuir para a construção correta e adequada do tema e ajudar nas futuras relações dessas crianças com seus amigos e professores.

 

CONHECENDO A HIPERATIVIDADE

 

A Hiperatividade é um assunto de preocupação na educação, pois a criança Hiperativa não consegue um desenvolvimento adequado na aprendizagem, se familiares, professores não se interessarem e atentarem para o problema que parece simples e relevante, e se não tiver o diagnóstico precoce e os devidos tratamentos pode ser um grande fracasso na vida educacional de uma criança.

Portanto o TDAH é um transtorno com forte componente genético, por isso é muito comum vermos várias pessoas de uma mesma família com esse transtorno, quando se diagnostica uma criança. Por ter conotação genética, a Hiperatividade reforça a ideia de que é um transtorno hereditário, apresentando outras ideias sobre possíveis causas deste transtorno, uma delas seria a hiperatividade como disfunção orgânica, pois envolve diversas áreas do cérebro na determinação do quadro do hiperativo.

Nesse sentido é preciso ficar atento para os movimentos de cada aluno em sala de aula, pois o professor é a pessoa mais próxima da criança, e poderá observar cada comportamento e atitude desse aluno, para poder distingui-lo do TDAH ou indisciplina e poder encaminhá-lo para uma possível avaliação e acompanhamento psicopedagógico. As crianças hiperativas são capazes de aprender, mas encontram dificuldades no desempenho escolar devido ao impacto que os seus sintomas causam.

Sendo assim a identificação da idade em que aparecem os sintomas é muito importante, pois tem início precoce e habitualmente dos seis ou sete anos de vida já pode ser percebido pelos pais quando a criança começa a enfrentar os desafios no convívio com outras crianças, pessoas com TDAH geralmente apresentam o mesmo comportamento na escola e também em casa. Algumas caraterísticas de uma pessoa portadora do TDAH serão apresentadas a seguir tais como:

Não consegue se concentrar em palestras, aulas, leitura de livros; demonstra dificuldades em terminar um livro, a não ser que seja muito interessante; fala excessivamente; gesticula e tem dificuldades em realizar atividades em silêncio; parece não ouvir quando o chamam e muitas vezes são interpretados como egoístas e desinteressados.

Pois o mesmo quando participa de uma conversa pode distrair-se e prestar atenção em outras coisas, principalmente quando está em grupos. Às vezes capta apenas partes do assunto ou enquanto "ouve" já está pensando em outra coisa. Demora muito para iniciar uma tarefa que exija longo esforço mental, possui dificuldade em seguir instruções, em iniciar, completar e só então, mudar de tarefa, muitas vezes são chamados de irresponsáveis o que dificulta o tratamento.

As crianças hiperativas são desorganizadas com objetos como: mesa, gavetas, arquivos, papéis e etc. Não conseguem fazer o planejamento do tempo, apresenta problemas de memória em curto prazo: perde ou esquece objetos, nomes, prazos, datas. Quando está falando, pode ocorrer um "branco" e a pessoa esquecer o que ia dizer. São desassossegadas e que não permanecem sempre nas mesmas atividades, só conseguem permanecer quietos quando estão dormindo. Podem demostrar excesso de movimentos sem motivos para a realização de uma tarefa, como ficar mexendo os pés e as pernas, dar tapinhas nas coisas, balançar-se quando estão sentados ou mudar de posição ou postura enquanto estão realizando algumas tarefas que possa aborrecê-los.

Outra característica de quem apresenta um quadro de TDAH na escola é a falha na produção da escrita, tanto no seu aspecto gráfico, quanto no ortográfico, dificuldade para compreender, interpretar e produzir textos esquece instruções, direções e lições, memoriza com muita dificuldade as informações, muitas vezes distrai-se com seus próprios devaneios.

Portanto existem casos em que as crianças podem se mostrar completamente desatentas, desconcentradas, a viverem no mundo da lua, perdidas nos seus próprios pensamentos, não apresentarem nenhum comportamento agitados, são quietas demais, e mesmo sem apresentarem nenhum sinal de inquietação, essas crianças também podem ser consideradas portadoras do Transtorno do Déficit de Atenção.

A hiperatividade pode acontecer em muitos outros distúrbios psíquicos, não sendo, portanto, uma marca característica das pessoas portadora do TDAH. É muito importante observar com atenção tanto uma criança inquieta ao extremo como também a criança que fica quietinha no seu canto, que não fala e não participa das aulas como as demais crianças, pois muitas vezes o professor presta mais atenção somente naquele aluno que não para quieto e se esquece de observar aquela criança não se manifesta em sala de aula. Metade das crianças com TDAH seguirão tendo sintomas problemáticos de desatenção ou impulsividade na idade adulta. Mas quando já estão adultos costumam ser mais capazes de controlar o comportamento e mascarar as dificuldades.

Vivemos em um mundo de diversidade e sabemos que ninguém é igual a   ninguém, possuímos formas diferentes de lidar com a realidade e assim deparamos com as dificuldades do nosso dia a dia.

Existem vários distúrbios comportamentais parecidos ao TDAH, por isso somente um diagnóstico em conjunto entre neurologista, psicólogo, família e escola é que pode afirmar o problema, então é preciso saber agir, e identificar as seguintes características:

 

SINTOMAS DE DESATENÇÃO

 

A criança com hiperativa com sintomas de desatenção, apresenta grande facilidade para se distrair, seja com o que vê pela janela, alguém que passa pelo corredor, com o lápis do colega que cai no chão etc. Outra grande dificuldade dessa criança é controlar seu comportamento de sonhar acordado (distrai com seus próprios pensamentos). É muito difícil a criança portadora de TDAH prestar atenção em explicações longas e ou fixas atenção na leitura de parágrafos extensos. Sua atenção se desvia para outro foco em um curto espaço de tempo.

Nesse sentido a criança hiperativa deve apresentar pelo menos, seis das seguintes características:

  • Não enxerga detalhes ou faz erros por falta de cuidado
  • Dificuldade em manter a atenção
  • Parece não ouvir.
  • Dificuldade em seguir instruções
  • Dificuldade na organização
  • Evita / não gosta de tarefas que exigem um esforço mental prolongado
  • Frequentemente perde os objetos necessários para uma atividade
  • Distrai-se com facilidade
  • Esquecimento nas atividades diárias.

 

HIPERATIVIDADE

 

A criança hiperativa pode ter dificuldade em ficar sentada, quieta, tem necessidade de se mover muito, fala excessivamente, bate nas crianças, provoca vários conflitos. É impulsiva e geralmente tem coordenação ou controle muscular pobre, deixa cair as coisas e frequentemente derruba o que está bebendo. Suas dificuldades motoras provocam uma pobre coordenação ocular-mental afetam a sua habilidade para relacionamentos interpessoais. As seguintes característica da criança hiperativa:

  • Hábito de se contorcer nos assentos e ter as mãos e os pés inquietos;
  • Hábito de sair da carteira na sala de aula, ou em outras situações em que se espera que permaneça sentado;
  • Fala excessiva.

 

IMPULSIVIDADE

 

A impulsividade e mais uma das característica da criança hiperativa, pois elas não esperam o professor terminar a perguntar para responder. Com frequência, acabam fornecendo respostas inadequadas ou incorretas. Passam ao tópico seguinte sem terminar o anterior construindo anotações confusas ou inacabadas. Portanto a impulsividade é caracterizada se a pessoa apresenta seis das seguintes características:

  • Inquietação, mexendo as mãos e os pés ou se remexendo na cadeira;
  • Dificuldade em permanecer sentada;
  • Corre sem destino ou sobe nas coisas excessivamente (em adultos, há um sentimento subjetivo de inquietação);
  • Dificuldade em engajar-se numa atividade silenciosamente;
  • Fala excessivamente;
  • Responde a perguntas antes delas serem formuladas;
  • Age como se fosse movida a motor;
  • Dificuldade em esperar sua vez;
  • Interrompe e se interrompe.

 

COMO O PROFESSOR DEVE LIDAR COM O HIPERATIVO

 

Para que o professor possa lidar com a criança hiperativo em sala de aula, foram desenvolvias estratégias a serem praticadas com toda a turma beneficiadas, assim, tanto aos alunos portadores de TDAH quanto aos não portadores.

Tendo em vista uma forma eficaz para o desenvolvimento do aluno, o professor deve afastar o hiperativo de portas e janelas para evitar que se distraiam com outros estímulos; deixar perto de fontes de luz para que possam enxergar bem; o professor não deve falar de costas, mantenha sempre o contato visual; sempre que possível repetir ordens e instruções; falar frases curtas e peça ao aluno para repeti-las certificando-se de que ele entendeu.

Para que trabalho seja significante o professor deve proporcionar um trabalho de aprendizagem em pequenos grupos e favorecer oportunidade sociais. Pois grande parte das crianças TDAH consegue melhores resultados comportamentais e sociais quando está no meio de grupos pequenos, estas crianças devem estar sempre em contato com os pais:  o professor deve anotar no caderno do aluno as tarefas escolares, mande bilhetes diários ou semanais e peça aos responsáveis que leiam as anotações. Portanto quando o assunto é TDAH este aluno deve ter reforços positivos quando for bem-sucedido. Isso ajuda a elevar sua autoestima. Por isso procurar elogiar ou incentivar o que aquele aluno tem de bom e valioso;

Através de leituras a respeito da hiperatividade é possível destacar que Crianças hiperativas produzem melhor em salas de aula pequenas. Um professor para cada oito alunos é indicado; por isso o professor regente tem que proporcionar um ambiente acolhedor, demonstrando calor e contato físico de maneira equilibrada e, se possível, fazer os colegas também terem a mesma atitude; o professor deve ter um cuidado em reparar se a criança se isola durante situações recreativas barulhentas. Isso pode ser um sinal de dificuldades: de coordenação ou audição, que exigem uma intervenção adicional. O professor deve permanecer em comunicação constante com o psicólogo ou orientador da escola. Ele é a melhor ligação entre a escola, os pais e o médico.

Diante disso é muito importante que o professor tenha auxílio de um profissional de saúde mental para apoiar seu trabalho na escola, o que infelizmente não acontece. Além disso, é essencial que todos os docentes tenham ao menos uma noção básica da doença, que saibam reconhecer os sintomas e estejam preparados para as consequências em sala de aula. Com isso o professor deve saber diferenciar incapacidade de desobediência é fundamental.

 

COMO ATRAIR A ATENÇÃO E PARTICIPAÇÃO DO ALUNO HIPERATIVO

 

As crianças hiperativas têm dificuldade em prestar atenção e aprender. São impulsivas. Não param para olhar ou ouvir, devido à sua energia, tem infinita curiosidade e forte necessidade de expor, com isso o professor deve diminuir o tempo da fala, sinalizar os alunos através da audição: bata palmas, toque um acorde de piano violão, usar um sinal verbal. Usar sinais visuais: pisque as luzes, levante as mãos indicando que os alunos levantem as mãos e fechem a boca até que todos estiverem quietos e atentos.

Outra questão importante e o contato com os olhos. Os alunos devem estar virados para você quando você está falando, especialmente quando instruções estão sendo dadas, chamar o aluno para perto de você para explicação direta. Usar recursos visuais. Escreva palavras-chave ou figuras no quadro enquanto estiver explicando. Ilustre, ilustre, ilustre: não importa se você não desenha bem durante suas explicações. Dê a você mesmo e aos alunos permissão e encorajamento para desenhar, mesmo que não tenha talento. Ande pela sala – mantendo sua visibilidade.

Sendo assim pode-se constatar que o papel do professor é fundamental para auxiliar no diagnóstico do TDAH, visto que, a hiperatividade só fica evidente no período escolar, quando é preciso aumentar o nível de concentração para aprender. Deste modo, é importantíssimo o professor bem orientado para ajudar o aluno hiperativo.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Por meio desse trabalho apresentamos a oportunidade de conhecer como é identificado o aluno hiperativo, principalmente pelo seu comportamento, que são agitados por se manter em constante atividade, são impacientes e têm grande dificuldade de se concentrar.

Verificamos que a hiperatividade só fica evidente no período escolar, quando é preciso aumentar o nível de concentração para aprender. Diante disso, é importantíssimo o professor estar bem orientado para distinguir uma criança sem limites de uma hiperativa.

Procura-se evidenciar a importância de atentar na aprendizagem do hiperativo, bem como, também orientar pais e educadores a lidar com crianças diagnosticadas.

Sabemos que a escola e a família trabalhando juntas com o portador de TDAH, auxiliando no seu tratamento, na sua socialização, não esquecendo, porém, de que impor limites é muito importante para o seu desenvolvimento social, emocional e cognitivo.

Diante dos estudos, tendo conhecimento sobre a hiperatividade, muito vai nos ajudar em nossas salas de aula, no convívio com nossos alunos, sabendo conhecê-los e identificá-los; e que nem todos que apresentam comportamentos semelhantes são hiperativos.

Ao suspeitar e observar comportamentos duvidosos de uma criança é preciso encaminha-la com urgência para uma avaliação com equipes multidisciplinares, fazendo com a criança entenda que a avaliação não é uma forma de puni-la, mas de acompanha-la e ajuda-la como também a todas as pessoas da família envolvidas, fazer com que se sintam acolhidas e não investigadas.

A formação de um educador é um processo que não tem um fim, pois o mundo está cheio de informações, onde tudo já se fez e pensou várias coisas foram escritas e criadas em diversas áreas do conhecimento, não existe algo novo em meio a tanta informação, onde pude apenas complementar com as minhas próprias palavras.

Para concluir destaca-se a importância de uma prática compreensiva e acolhedora da escola o que não significa ser excessivamente tolerante ou abrir mão dos limites necessários à educação em relação às condutas típicas. Discriminar, castigar e rotular, em nada ajudará esses alunos, normalmente inseguros, frágeis e assustados com as repercussões dos seus comportamentos.

A Hiperatividade é um problema social e é de suma importância ressaltar que o diagnóstico de hiperatividade é difícil e, assim, deve ser feito por médicos, para evitar um falso diagnóstico, que pode levar a um comportamento errôneo por parte do profissional.

Não devemos classificar uma criança como hiperativa, somente por achá-la agitada. É muito difícil determinar a origem do distúrbio e tentar atribuir culpas não é uma boa saída, uma vez que o comportamento da criança é fruto da união de fatores familiares e individuais. Portanto, é necessário se observar a interação da criança com o meio em que ela está inserida.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

BRANDÃO, M. L. (1983). As bases biológicas do comportamento: introdução à neurociência. São Paulo: EPU.

 

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