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A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Maria Helena Bernardo da Silva Cordeiro

 

RESUMO

Frente à grande responsabilidade das instituições escolares no tocante ao desenvolvimento psicomotor das crianças, o presente trabalho tem como foco pesquisar sobre a importância da Psicomotricidade na Educação Infantil. O estudo foi iniciado a partir do desenvolvimento Psicomotor, bem como suas etapas. Em seguida o trabalho foi desenvolvido a partir da identificação dos elementos básicos do desenvolvimento psicomotor das crianças da faixa etária estudada. Posteriormente, são feitas algumas considerações acerca da psicomotricidade focando o trabalho realizado na instituição educacional, bem como acompanhamento do desenvolvimento, diagnóstico precoce e causas dos distúrbios psicomotores. Por fim, realiza-se a conclusão sobre o estudo em questão a partir da análise sintetizada do conhecimento angariado durante o mesmo. Para cumprimento dos objetivos aqui propostos, valeu-se da metodologia de revisão bibliográfica.

 

PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento infantil. Práticas docentes. Psicomotricidade.

 

INTRODUÇÃO

 

Este estudo tem como propósito elucidar de forma ampla e geral, a importância do desenvolvimento psicomotor na pré-escola em seu processo evolutivo como um todo. Objetiva ainda a compreensão da importância da linguagem corporal, em uma das etapas mais importante de sua vida, bem como prevenir futuras deficiências no processo pré-escolar.

O assunto tornou-se muito importante por estar presente em atividades do cotidiano, o que fez ser uma grande preferência pelo assunto abordado.

A educação psicomotora busca uma evolução da criança em várias áreas, tendo em vista que pode ser recomendada tanto para crianças “normais”, quanto para crianças com algumas necessidades especiais. Já as atividades podem ser eficazes contra os problemas na pré-escola, podem ser uma grande ajuda no relacionamento entre as crianças. Problemas sociais podem apresentar-se de maneira a bloquear a evolução psicomotora da criança.

A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação básica para a escola primária. Ela condiciona todas as aprendizagens pré-escolares e escolares; essas não podem ser conduzidas a bom termo se a criança não tiver conseguido tomar consciência do seu corpo, lateralizar-se, situar-se no espaço, dominar o tempo. (LÊ boulch, 1987, p.11)

Muitas das vezes, os professores realizam seu trabalho de um modo automático e bem simples, acabando esquecendo-se de buscar os lados lúdicos e alguns métodos que ajudam na psicomotricidade, no que acaba enfraquecendo o grande interesse dos alunos. Há uma fundamental importância no trabalho psicomotor em sala de aula, existem diversos estudos que comprovam que quanto mais interação e desenvolvimento em áreas psicomotoras, melhor será o desenvolvimento das crianças. Buscamos chamar a atenção para este tema com a intenção de fazer os “responsáveis” pelo trabalho direto com crianças terem um olhar diferenciado para as práticas pedagógicas.

Nos dias atuais preocupa-se em fazer estímulos para a criança praticar atividades, mas sem se livrar do lado lúdico, induzindo a criança realizar atividades que proporcionam desenvolvimento, tais atividades devem ser ao mesmo tempo prazerosas e com o proposito de desenvolver integralmente a integridade das crianças. É nessa etapa do desenvolvimento que a criança compreende o desenvolvimento do corpo não somente no meio escolar, mas também no dia a dia desta.

 

DESENVOLVIMENTO

 

Primeiramente é importante destacar a importância de, em toda e qualquer atividade docente, respeitar-se o educando. Freire (2004) destaca a necessidade do respeito à autonomia do aluno, bem como à sua dignidade. Deste modo, o autor destaca a importância das práticas docentes respeitarem a pessoa do educando.

Mussi (2014) corrobora afirmando que ao lidar com o aluno em todos os níveis da educação e, sobretudo na educação infantil, é preciso que o docente construa um relacionamento de proximidade com seus alunos, construindo uma relação de confiança, bem como estimular o espírito de equipe em sala de aula. Desse modo, os alunos mostram-se mais motivados e participativos e o rendimento, bem como o aproveitamento das atividades aumenta consideravelmente, conforme citado a seguir:

 

É necessário priorizar ações de aproximação, de interação, de descobertas, de diálogos, de motivação, de traçar metas juntos, de mostrar-se tolerante e compreensivo, pois tolerância e compreensão terão como resposta o não medo do erro e a confiança na busca por acertos. (MUSSI, 2014)

 

Le Boulch (1981) aborda que o recém-nascido, embora não tenha consciência de seus movimentos nesta fase, é fundamental que vivencie experiências corporais através dos movimentos que é capaz de realizar. Essas experiências vividas ficam registradas, graças a uma verdadeira memória corporal.

Assim, entende-se que o desempenho psicomotor abrange o desenvolvimento das funções de todo o corpo e suas partes. É através do movimento e ação exploratória que a criança, ao usar seu corpo, pernas, braços, pele, nariz, ouvidos, olhos, boca e cabelo, adquire conhecimento e cresce intelectualmente.

 

Etapas do desenvolvimento segundo Le Boulch:

 

RECÉM-NASCIDO

A criança recém-nascida apresenta uma hipertonia flexora global com a movimentação involuntária (reflexos primários, etc.). Haverá uma adaptação desses reflexos em contato com o meio exterior. Como exemplo, temos o reflexo motor.

Le Boulch (1981), destaca que, na vida do bebê, no período de 1 à 4 meses: “É uma fase caracterizada pelas adaptações ou comportamentos adquiridos, oriundos da coordenação entre os reflexos hereditários já determinados (posições uterina)”.

Le Boulch (1987) acrescenta o seguinte:

 

... é de grande importância a educação pelo movimento no processo escolar, uma vez que seu objetivo central é contribuir para o desenvolvimento motor da criança o qual auxiliará na evolução de sua personalidade e no seu sucesso escolar. (LE BOULCH, 1987)

 

16ª SEMANA

Na décima sexta semana aproximadamente, o bebê passa a apresentar maior mobilidade da cabeça. Pode-se observar uma maior soltura do corpo da criança que também já é capaz de acompanhar os estímulos visuais do ambiente, como também já consegue estender seus bracinhos com interesse de tocar os objetos ao seu redor.

 

ENTRE 28ª E 40ª SEMANA

Nessa etapa de desenvolvimento o bebê geralmente apresenta grande evolução. Isso ocorre devido à melhora na posição de sentar e no equilíbrio de maneira geral, embora a posição em pé comece a aparecer agora, com necessidade de apio e, ainda assim, com muita dificuldade. Nesta fase também se observa que o gloco ocular da criança está mais adaptado ao movimento, sendo capaz de acompanhar um objeto que se move.

 

UM ANO

Nesta fase, geralmente a criança apresenta grande agilidade para engatinhar e mover-se, mas como o equilíbrio estático ainda não é bom, necessita apiar-se para ficar em pé.  Embora existam casos em que a criança já mostra-se capaz dar alguns passos sozinha.

 

UM ANO E SEIS MESES

Agora a criança caminha com certa desenvoltura, é capaz de transpor obstáculos e busca explorar melhor as capacidades de seu corpo através do enfrentamento de desafios. De acordo com a estimulação recebida, o bebê já apresenta noções de formas e espaço. Alves (2008) afirma que nesta faze a criança já pode apresentar noções de verticalidade, conseguindo empilhar até três objetos quadrangulares, como cubos por exemplo. Também já é capaz de arremessar objetos, como bolas ou brinquedos.

  

DOIS ANOS

Nesta fase, a maior flexibilidade dos joelhos já permite um equilíbrio mais avançado mesmo em posição estática. Ainda existe a dificuldade para correr devido à necessidade de vivência motora. A criança busca explorar as capacidades de seu corpo. Para Alves (2008), parece que esta criança pensa com seus músculos. Agora a criança já é capaz de empilhar até seis objetos.

 

TRÊS ANOS

Neste período a criança entra na fase em que procura fazer tudo correndo, devido a inserção da atividade motora ampla. A criança já domina bem a posição vertical, mas ainda apresenta dificuldade na locomoção quando é exigida mudança de direção. Deste modo, podem-se programar atividades psicomotoras buscando maior desenvolvimento.

 

QUATRO ANOS

Na faixa etária de 4 a 5 anos a criança já compreende melhor o mundo à sua volta, tornando-se gradualmente menos egocêntrica e com melhor compreendimento de que suas ações podem afetar as pessoas à sua volta.  Nesta fase a Educação Física tem um importante papel, seu objetivo é promover o desenvolvimento integral por meio de seus conteúdos e seu caráter lúdico. Ao apropriar-se do universo infantil as potencialidades da criança serão desenvolvidas nas aulas a partir de sua própria cultura corporal.

 

CONCLUSÃO

 

Em resposta ao problema de pesquisa elaborado neste tema, considera-se que a psicomotricidade é apresenta grande importância para o desenvolvimento infantil, entende-se que esta ciência compreende o movimento humano, o relacionamento através da ação. Também como tomada de consciência que se dá através da união do ser corporal, mental, espiritual e social em relação ao meio em que vive.

Entende-se que o desenvolvimento infantil, independente da teoria relacionada a ele, tem como pontos principais o movimento, o afeto e o intelecto, o que remete diretamente a psicomotricidade. As etapas do desenvolvimento infantil se dão pelo contato com o meio relacionando o corpo com o ambiente. Para o corpo desenvolver suas funcionalidades é necessário um bom desenvolvimento psicomotor.

 

REFERÊNCIAS

 

BESSA, Larissa Aparecida Silva. A importância da psicomotricidade no desenvolvimento das crianças nós anos iniciais. Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/criancas-nos-anos-iniciais. Acesso ago. 2020.

 

BLOG RHEMAEDUCAÇÃO. Psicomotricidade: 12 atividades essenciais Disponível em: https://blog.rhemaeducacao.com.br/psicomotricidade-atividades. Acesso ago. 2020.

 

CORESMA, Leandro de Castro. Introdução á psicomotricidade para crianças de 0 até 3 anos.  Disponível em: https://blogeducacaofisica.com.br/psicomotricidade-para-criancas/. Acesso ago. 2020.

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. 30ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004.

 

GROSS, Helena. Psicomotricidade: Identificando novos paradigmas e sua colaboração no processo de desenvolvimento infantil. Disponível em: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/psicomotricidade-identificando-novos-paradigmas-sua-colaboracao.htm. Acesso ago. 2020.

 

MUSSI, Luzinete da Silva. Sensibilização e afetividade no processo ensino-aprendizagem. Sinop. Revista Científica ISCI, v3, n1, 2014.  Disponível em: http://isciweb.com.br/revista/13-numero-01-2014/16-sensibilizacao-e-afetividade-no-processo-ensino-aprendizagem . Acesso ago. 2020.

 

RODRIGUES, Amled Julião.  A importância da psicomotricidade para  aprendizagem. Disponível em: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-importancia-psicomotricidade-para-aprendizagem.htm. Acesso ago. 2020.