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SÍNDROME DE DOWN E OS BENEFÍCIOS PROMOVIDOS PELA HIDROTERAPIA

Igor Rafael Oliveira Marques
Maryana Anastácio Oliveira
Marcelo Henrique Furlan Mariano

 

RESUMO:

A Síndrome de Down (SD) é um distúrbio genético devido a uma divisão celular anormal conhecida pelas características físicas, que causa vários atrasos no desenvolvimento motor, principalmente no equilíbrio, coordenação e na realização de atividades diárias. A hidroterapia vem sendo indicada e utilizada na reabilitação para pacientes nas mais diversas áreas. Com base nos benefícios que a hidroterapia tem proporcionado em quem possui a Síndrome de Down, recorreu-se ao levantamento bibliográfico, sendo assim, a hidroterapia atualmente apresenta significativos embasamentos científicos, com três métodos principais: Halliwick, Bad Ragaz e Watsu. Destaca-se neste trabalho que a introdução da hidroterapia ao indivíduo com Síndrome de Down vem sendo um recurso terapêutico eficiente para fortalecimento da musculatura associada à resistência da água para melhor percepção espacial, corporal e melhor qualidade de vida.

 

PALAVRAS-CHAVE: Síndrome de Down. Hidroterapia. Métodos. Benefícios. Indicações.

 

ABSTRACT:

Down Syndrome (DS) is a genetic disorder due to an abnormal cell division known for its physical characteristics, which causes several delays in motor development, mainly in balance, coordination and in carrying out daily activities. Hydrotherapy has been indicated and used in rehabilitation for patients in the most diverse areas. Based on the benefits that hydrotherapy has provided for those with Down's Syndrome, a bibliographic survey was used, therefore, hydrotherapy currently has significant scientific bases, with three main methods: Halliwick, Bad Ragaz and Watsu. It is noteworthy in this work that the introduction of hydrotherapy to the individual with Down Syndrome has been an efficient therapeutic resource for strengthening the muscles associated with water resistance for better spatial, body perception and better quality of life.

 

KEYWORDS: Down syndrome. Hydrotherapy. Methods. Benefits. Indications.

 

INTRODUÇÃO

 

A Síndrome de Down (SD) é considerada a anomalia cromossômica mais comum entre os nascidos vivos e resulta em várias alterações, incluindo retardo do desenvolvimento neuromotor, presença de características físicas peculiares e redução na capacidade intelectual, assim como a presença de cardiopatias e maior incidência de infecções respiratórias (SILVA; SILVA; SANTOS, 2014, Apud BRAGA, et al., 2019). Essa síndrome, também denominada como trissomia do 21, é um distúrbio cromossômico de causa genética que tem como consequência o retardo mental moderado (MARTINS et al., 2006, Apud BRAGANÇA; ANTUNES, 2010). Sendo uma das síndromes mais frequentes no Brasil. Clinicamente a (SD) se caracteriza por atraso mental, hipotonia generalizada em diferentes graus e um fenótipo característico. A hipotonia e o atraso motor acarretam experiências visuais, vestibulares, táteis e proprioceptivas limitadas, causando movimentos pobres (CORRÊA et al., 2005, Apud BRAGANÇA; ANTUNES, 2010).

A hidroterapia vem sendo indicada e utilizada por médicos e fisioterapeutas em programas de reabilitação multidisciplinares nas mais diversas áreas. Com o seu ressurgimento na década de 90, houve um grande crescimento e desenvolvimento das técnicas e tratamentos utilizados no meio aquático. É pertinente a este artigo o esclarecimento e a conscientização dos profissionais que utilizam as atividades aquáticas como parte do processo de reabilitação (BIASOLI; MACHADO, 2006).

A hidroterapia poderá ser útil aos portadores da (SD), pois o ganho de força muscular para pacientes com Síndrome de Down pode ser conseguido através da resistência da água ao movimento, o que pode ser incrementado com o aumento da velocidade durante a execução destes e, consequentemente possibilitar o trabalho muscular (BRAGANÇA; ANTUNES, 2010).

A fisioterapia em meio aquático, proporciona às crianças e adolescentes com Síndro­me de Down o fortalecimento das musculaturas inspiratória e expiratória, por meio das técnicas de Bad Ragz, Halliwick e Hidrocinesioterapia convencional devido às pressões exerci­das pela água na caixa torácica quando o corpo está imerso. Além disso, promove a interação social, ambiente agradável e rico em estímulos lúdicos, o que facilita a aplicação das téc­nicas e interação terapeuta-paciente (BASTOS et al., 2015, Apud BRAGA, et al, 2019). A estimativa de vida de uma pessoa com (SD) é de cerca de 60 anos para os dias atuais, isso devido ao melhor conhe­cimento da doença (MATIAS et al., 2016, Apud BRAGA, et al, 2019). Sendo assim, o objetivo deste estudo foi de analisar os benefícios que a hidroterapia como método complementar de tratamento fisioterápico, na aquisição de habilidades motoras grossas como, por exemplo, andar, correr, realizar alguma atividade física, praticar esportes, com esses indivíduos com Síndrome de Down.

 

METODOLOGIA

 

A presente pesquisa é uma revisão bibliográfica, utilizando-se de 06 artigos que falam sobre Síndrome de Down, Hidroterapia ou a relação entre eles, para elaboração constituindo uma pesquisa bibliográfica, explorando-se o tratamento com a utilização da hidroterapia em indivíduos com Síndrome de Down, analisando os resultados de forma qualitativa.

 

SINDROME DE DOWN

 

Denominada trissomia do 21 é um distúrbio cromossômico de causa genética que tem como consequência o retardo mental moderado (MARTINS et al., 2006 apud BRAGANÇA; ANTUNES, 2010). A doença constitui uma das síndromes mais frequentes, sendo sua incidência de 1.600 nascidos vivos, ocorrendo em média 8.000 casos no Brasil durante o ano. Em 2000, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calculou aproximadamente 300 mil portadores da patologia, dados estes semelhantes aos de outros países (RAMÍREZ et al.,2007 apud BRAGANÇA; ANTUNES, 2010).

 

Imagem 01: Trissomia do 21.

Fonte: https://www.biologianet.com/doencas/sindrome-de-down.htm

 

A identificação da criança com a síndrome é feita imediatamente após o nascimento, e os profissionais que vão trabalhar com essas crianças precisam conhecer muito bem as características físicas para melhor executar o seu trabalho, segundo Bragança; Antunes (2010) são elas:

Olhos – pálpebras estreitas levemente oblíquas com prega de pele no canto interno, chamadas de prega epicântica.

Íris – pequenas manchas brancas chamadas de manchas de Brushfield.

Cabeça – geralmente menor e a parte posterior levemente achatada.

Boca – pequena e muitas vezes se mantém aberta com a língua projetando-se para fora.

Mãos – curtas e largas.

Musculatura – de modo geral mais flácida.

Orelhas - pequenas e conduto auditivo estreito.

Dedos dos pés geralmente curtos com espaço maior entre o dedão e o segundo dedo. Algumas crianças têm pés chatos.

 

Imagem 02: Sintomas da Síndrome de Down parte-01.

Fonte: https://www.portalped.com.br/outras-especialidades/genetica/sindrome-de-down-o-que-voce-nao-sabe/

 

Imagem 03: Sintomas da Síndrome de Down parte-02.

Fonte: https://www.portalped.com.br/outras-especialidades/genetica/sindrome-de-down-o-que-voce-nao-sabe/

 

Disfunções no controle postural são frequentemente descritas em crianças e jovens com Síndrome de Down e relacionadas com dificuldades como coordenação motora, problemas com integração sensório-motora ou simplesmente como movimentos desajeitados. Movimentos são considerados desajeitados quando os indivíduos são lentos em se adaptar à tarefa e às condições mutáveis do ambiente ou são menos capazes de fazer ajustes posturais antecipatórios (BRAGANÇA; ANTUNES, 2010).

 

HIDROTERAPIA

 

A utilização da água para fins terapêuticos na reabilitação teve vários nomes como: hidrologia, hidrática, hidroterapia, hidroginástica, terapia pela água e exercícios na água. Atualmente, o termo mais utilizado é reabilitação aquática ou hidroterapia (do grego: “hydor”, “hydatos” = água / “therapeia” = tratamento) (BIASOLI; MACHADO, 2006).

O termo hidroterapia engloba todas as diversas formas do uso da água no tratamento terapêutico, embora algumas formas variadas dos diferentes tipos da utilização da água podem ser definidas como: Crioterapia; saunas; hidromassagens; hidrocinesioteraria ou fisioterapia aquática entre outras. A utilização da água como meio de cura vem sendo descrita desde a civilização grega por volta de 500 (a.C.) (BIASOLI; MACHADO, 2006).

A hidroterapia pode ser conceituada como a execução de exercícios em meio líquido para recuperação de movimentos, utilizando as propriedades físicas da água, segundo (GUIMARÃES, 1996; MARINS, 1997 apud BRAGANÇA; ANTUNES, 2010). A hidroterapia é um método terapêutico que utiliza os princípios físicos da água em conjunto com a cinesioterapia e parece ser uma atividade ideal para melhorar ou tratar as dificuldades motoras (BRAGANÇA; ANTUNES, 2010).

 

Imagem 04: Hidroterapia para terceira idade.

Fonte: https://blog.machadinhotermas.com.br/os-beneficios-da-hidroterapia/

 

Este recurso terapêutico e seus efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos advindos da imersão do corpo em piscina aquecida como recurso auxiliar da reabilitação ou prevenção das alterações funcionais. A ação terapêutica da água aquecida acarreta no aumento do metabolismo e na diminuição da tensão muscular, proporcionando assim um ambiente agradável, confortável e relaxante. Além disso, um dos efeitos provocados pela imersão na água seria o aumento dos níveis de dopamina no sistema nervoso central, que se mantêm por algumas horas após a imersão (SILVA et al., 2013 apud FERREIRA et al., 2018).

 

Imagem 05: Hidroterapia na Reabilitação.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/2012/11/hidroterapia-ajuda-pacientes-na-recupecao-de-cirurgia-no-quadril.html

 

Em ambiente aquático o empuxo tem como efeito a redução do peso corporal, e a força de arrasto aumenta a resistência à caminhada. Sendo assim, suportar o peso corporal em ambiente aquático se torna mais fácil, quando comparado ao ambiente terrestre, pois diminui o impacto no sistema musculoesquelético causando uma maior facilidade em controlar os movimentos. A atividade física treinada dentro da água tem proporcionado benefícios físicos em diferentes populações. A literatura mostra que a mesma permite a manutenção do condicionamento aeróbico, pois os exercícios hidroterápicos ocasionam o uso correto da mecânica corpórea e a pratica de exercícios conduzidos ao problema (CARVALHO et al., 2015 apud FERREIRA et al., 2018).

Com o passar dos anos, o valor do uso da água como procedimento terapêutico em um programa de tratamento foi elevado. Tal confirmação se dá pelo fato da água apresentar características físicas, como densidade, flutuação e pressão hidrostática, que favorecem a movimentação do corpo de forma mais leve e livre, e estar embasada nos princípios indispensáveis da hidrodinâmica e da termodinâmica, com as quais estão relacionados quase todos os efeitos biológicos da imersão.

Tais características destacam a importância da água como meio rico em estímulos táteis e proprioceptivos para a intervenção terapêutica ocupacional, comprovado que estes estímulos são essenciais para a percepção do esquema corporal (PÔRTO; IBIAPINA, 2010 apud FERREIRA et al., 2018).

 

BENEFÍCIOS DA HIDROTERAPIA

 

            A hidroterapia vem sendo um recurso bastante utilizado, tendo seus efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos advindos da imersão do corpo em piscina aquecida como recurso auxiliar da reabilitação ou prevenção das alterações funcionais. A ação terapêutica da água aquecida acarreta no aumento do metabolismo e na diminuição da tensão muscular, proporcionando assim um ambiente agradável, confortável e relaxante. Além disso, um dos efeitos provocados pela imersão na água seria o aumento dos níveis de dopamina no sistema nervoso central, que se mantêm por algumas horas após a imersão (SILVA et al., 2013 apud FERREIRA et al., 2018).

 

Imagem 06: Hidroterapia na recuperação de lesões.

Fonte: https://rsaude.com.br/macae/materia/hidroterapia-psicomotricidade-fisioterapia-pediatrica-e-seus-beneficios/13370

 

Segundo Biasoli; Machado (2006), a hidroterapia deve ser utilizada, visando fornecer ao paciente:

Alívio de dor;

Alívio do espasmo muscular;

Diminuição das aderências (causadas pela imobilidade álgica);

Relaxamento muscular;

Orientação postural;

Melhora das ADMs;

Manutenção dos movimentos voluntários;

Melhora da força muscular;

Nado leve.

 

TÉCNICAS/ MÉTODOS/ EQUIPAMENTOS

 

            Método Halliwick: foi desenvolvido em 1949, na Halliwick School for Girls, em Southgate, Londres. Desenvolveu inicialmente uma atividade recreativa que visava dar independência individual na água, para pacientes com incapacidade e treiná-los a nadar. Com o passar dos anos, ele foi aperfeiçoando seu método original e adotou técnicas adicionais que foram estabelecidas a partir dos seguintes princípios:

  • Adaptação ambiental: envolve o reconhecimento de duas forças, gravidade e empuxo que, combinados, levam ao movimento rotacional;
  • Restauração do equilíbrio: enfatiza a utilização de grandes padrões de movimento, principalmente com os braços, para mover o corpo em diferentes posturas e ao mesmo tempo manter o equilíbrio;
  • Inibição: é a capacidade de criar e manter uma posição ou postura desejada, através da inibição de padrões posturais patológicos;
  • Facilitação: é a capacidade de criar um movimento que desejamos mentalmente e controlá-lo fisicamente, por outros meios, sem utilizar a flutuação (BIASOLI; MACHADO, 2006).

 

            Método Bad Ragaz: Bad Ragaz é uma cidade Suíça construída em torno de um spa de água morna natural, com três modernas piscinas cobertas. Em 1930 teve início a utilização deste spa para exercícios aquáticos. Atualmente, o método Bad Ragaz é constituído de técnicas de movimentos com padrões em planos anatômicos e diagonais, com resistência e estabilização fornecidos pelo terapeuta. O posicionamento do paciente em decúbito dorsal é mantido através de flutuadores nos seguimentos anatômicos já mencionados anteriormente. A técnica pode ser utilizada passiva ou ativamente em pacientes ortopédicos, reumáticos ou neurológicos. Os objetivos terapêuticos incluem redução de tônus muscular, pré-treinamento de marcha, estabilização de tronco, fortalecimento muscular e melhora da amplitude articular (BIASOLI; MACHADO, 2006).

 

            Método Watsu: também conhecido como “Water Shiatsu”, aquashiatsu ou hidroshiatsu, foi criado por Harold Dull em 1980. Tal técnica aplica os alongamentos e movimentos do shiatsu zen na água, incluindo alongamentos passivos, mobilização de articulações e “hara-trabalho”, bem como pressão sobre “tsubos” (acupontos) para equilibrar fluxos de energia através dos meridianos (caminhos de energia). Há dois tipos de posições no watsu: as posições simples e as complexas. As simples incluem os movimentos básicos e de livre flutuação. As posições complexas são chamadas berços. Segundo Biasoli; Machado (2006), o fluxo de transição do Watsu consiste em: uma abertura, os movimentos básicos e três sessões:

1ª) berço de cabeça;

2ª) embaixo da perna distante, ombro e quadril;

3ª) berço da perna próxima e uma conclusão.

            Uma avaliação criteriosa do paciente é realizada, acrescida de informações sobre a sua experiência com a água, imersão e domínio ou não de nados. O exame físico, a análise dos exames complementares e a avaliação dos movimentos funcionais são indispensáveis para se estabelecer os objetivos do tratamento e prognóstico idealizado para, então, serem determinados os procedimentos hidrocinesioterapêuticos em escala progressiva. A primeira sessão do paciente na água visa complementar a avaliação convencional, a fim de observar sua adaptação e habilidades no meio líquido, densidade corporal e flutuabilidade, bem como o seu comportamento na piscina. As entradas e saídas do paciente na piscina são diferenciadas entre pacientes que deambulam e os que não deambulam, bem como os procedimentos utilizados para a adaptação do indivíduo ao meio líquido. A elaboração do programa e execução do tratamento é específica para cada paciente são personalizados (BIASOLI; MACHADO, 2006).

            A hidrocinesioterapia constitui um conjunto de técnicas terapêuticas fundamentadas no movimento humano. É a fisioterapia na água ou a prática de exercícios terapêuticos em piscinas, associada ou não aos manuseios, manipulações, hidromassagem e massoterapia, configurada em programas de tratamento específicos para cada paciente (BIASOLI; MACHADO, 2006).

Os métodos terapêuticos específicos para a fisioterapia aquática que surgiram na Europa e nos EUA vêm auxiliar a recuperação do paciente, como Halliwick (Inglaterra), Bad Ragaz (Suíça), Watsu (EUA), Burdenko (Rússia), Osteopatia Aquática (França e Canadá), entre outros. Desta forma, um programa de hidrocinesioterapia adequado a cada paciente pode representar um grande incremento no seu tratamento, obtendo-se os efeitos de melhora em tempo abreviado e com menor risco de intercorrências, tais como dor muscular tardia e microlesões articulares decorrentes do impacto (BIASOLI; MACHADO, 2006).

As piscinas podem ser para atendimentos individuais com temperaturas entre 33°C e 34°C ou maiores para “multiuso”, com temperatura ideal de 27°C a 29°C, profundidade variando de 1,05 m a 1,35 m, podendo ter rampas, corrimões, bancos, escadas, de acordo com a necessidade do uso para com os pacientes. No ambiente também costumam possuir vestiário, sala mecânica e química da piscina, piso ao redor da piscina ou deque, infraestrutura de segurança para a piscina e vários equipamentos de exercício para hidroterapia.

            Atualmente, a hidroterapia ganha popularidade em virtude das pesquisas que evidenciam as propriedades físicas da água e os ganhos fisiológicos dos exercícios aquáticos (CAMPION, 2000 apud FONSÊCA et al., 2010). O reconhecimento dos benefícios da hidroterapia sobre as mais diversas patologias leva à sua incorporação nos programas de reabilitação da fisioterapia (IRION, 2000 apud FONSÊCA et al., 2010).

           

            A hidroterapia é indica para:

Idosos;

Deficientes Físicos;

Gestantes;

Portadores de problemas gastrointestinais;

Portadores de disfunções músculo-esqueléticas da coluna vertebral;

Portadores de doenças ortopédicas e reumáticas.

 

            Sendo contraindicada para:

            Pacientes que possuam problemas como a incontinência intestinal ou urinária não controlada, doenças infecciosas, hipertensão não controlada ou mulheres menstruadas sem proteção interna são contraindicadas para a terapia aquática. Pacientes que possuam feridas pequenas devem ser cobertas com um curativo impermeável, caso contrário não podem participar do tratamento em função de não poder entrar na piscina (GIESECKE, 2000 apud FONSÊCA et al., 2010).

 

HIDROTERAPIA E SÍNDROME DE DOWN

 

            Estudos sobre a terapia aquática em lactentes com Síndrome de Down também são escassos, porém, os existentes parecem concordar com os benefícios que a água proporciona a essas crianças, principalmente sobre a melhora do equilíbrio, do desenvolvimento motor e da postura (TOBLE et al., 2013).

            Procurando a melhoria da qualidade de vida destes indivíduos, a fisioterapia está incluída como parte de um programa de atendimento multiprofissional ao indivíduo com (SD). Esta deve salientar o tratamento do baixo tônus muscular, que dificulta os processos e aquisição do controle dos movimentos voluntários contra a gravidade, a melhora da capacidade respiratória, da força muscular, da coordenação motora, da forma física em geral e das atividades funcionais através de diferentes métodos, incluindo estimulação precoce, atividades aeróbias, equoterapia e hidroterapia, dentre outras (CASTOLDI et al., 2012 apud FERREIRA et al., 2018).

Imagem 07: Hidroterapia em crianças com Síndrome de Down.

Fonte: http://www.criancaesaude.com.br/sindrome-de-down/samara/conheca-a-hidroterapia/

As propriedades físicas da água como turbulência, pressão hidrostática, empuxo, viscosidade e tensão superficial viabilizam que os movimentos dos indivíduos se tornem mais lentos, proporcionando desta forma, que sua reação seja mais eficaz, gerando ao indivíduo um tempo menor para estabelecer respostas e reação ao desequilíbrio.

O lúdico utilizado nos exercícios aplicados estimulou o interesse e a participação na realização dos exercícios por tempo maior, gerando assim, alterações no sistema neural, aumentando a capacidade funcional do cérebro na organização e processamento de informações sensoriais, estimulando o desenvolvimento motor (MATIAS et al.,2016 apud FERREIRA et al., 2018).

Esse tipo de atividade pode associar exercícios de equilíbrio, força e propriocepção. Um melhor equilíbrio pode ser conseguido com treinamento muscular e isso pode auxiliar na melhora da hipotonia. Ao ser inserido no meio aquático, o organismo é submetido a diferentes forças físicas e, em consequência, realiza uma série de adaptações fisiológicas, além de possuir vantagens para esse grupo populacional, com aproveitamento das suas propriedades, possibilitando um melhor rendimento aos portadores da Síndrome Down (BRAGANÇA; ANTUNES, 2010).

 

Imagem 08: Hidroterapia em adultos com Síndrome de Down.

Fonte: https://fisioteraloucos.com.br/hidroginastica-ou-hidroterapia-veja-as-diferencas-e-quando-usa-las/

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A criança com da Síndrome de Down é muito amável e carinhosa, bem como jovens e adolescentes, o que acaba tornando o trabalho com a hidroterapia muito gratificante para o profissional responsável. É justamente por essa facilidade de poder se aproximar e ter um bom relacionamento, um diálogo, uma confiança estabelecida entre o profissional e a pessoa com (SD) que se torna rápida a adaptação entre eles, sabendo da dificuldade de sua inclusão e participação ativa na sociedade como um todo.

A hidroterapia poderá ser bastante útil devido ao ganho de força muscular para os pacientes com Síndrome de Down, que eles podem conseguir através da resistência da água ao movimento, o que pode ser incrementado com o aumento da velocidade durante a execução destes e, consequentemente possibilitar o trabalho muscular. Outra propriedade que pode oferecer resistência é a flutuação e neste caso o movimento deve ser realizado no sentido da superfície para o fundo da piscina. A viscosidade é outro fator que proporciona resistência ao movimento e está intimamente ligada à velocidade.

O progresso das crianças e jovens com (SD) depende muito da dedicação dos profissionais que vão atuar com eles e, principalmente de sua família. Com base nisso, alcançaram-se os objetivos deste trabalho, refletindo sobre a importância dos exercícios de equilíbrio e da hidroterapia, como forma de auxiliar no processo de desenvolvimento das pessoas com Síndrome de Down desde seus poucos meses de vida, até sua vida adulta. Para tanto, a criança especial que for bem estimulada, aquela que se tornar participante de eventos sociais e familiares, poderá ter um desenvolvimento muito mais satisfatório, ganhando mais amplitude em seus movimentos, maior equilíbrio e coordenação.

Os efeitos da hidroterapia nos indivíduos com (SD) mostram-se cada vez mais eficazes no fortalecimento muscular e respiratório, no desenvolvimento do esquema corporal da criança, estimulando o indivíduo a ter um aprimoramento do controle do corpo, promovendo mais liberdade dos movimentos, e aumentando a socialização, estando em um ambiente agradável, cheio de brincadeiras, estímulos, carinho e atenção para sua melhor evolução no dia-a-dia.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

BIASOLI, Maria Cristina; MACHADO, Christiane Márcia Cassiano. HIDROTERAPIA: aplicabilidades clínicas. REV. BRAS. MED. - VOL. 63 - Nº 5 - MAIO – 2006. Disponível em: https://biasolifisioterapia.com.br/publicacoes/028rbm4.pdf. Acesso em: 18/05/2020.

 

BRAGA, Hellen Viana; DUTRA, Laisla Pires; VEIGA, Jéssica Matos; JUNIOR, Elzo Pereira Pinto. Efeito da fisioterapia aquática na força muscular respiratória de crianças e adolescentes com Síndrome de Down. Arq. Cienc. Saúde UNIPAR, Umuarama, v. 23, n. 1, p, 9-13, jan./abr. 2019. Disponível em: https://www.revistas.unipar.br/index.php/saude/article/view/6392. Acesso em: 22/05/2020.

 

BRAGANÇA, Ana Paula Fernandes; ANTUNES, Mara Rubia. Síndrome de Down e a importância da hidroterapia: caminhos para um melhor equilíbrio. Revista Digital - Buenos Aires - Ano 14 - Nº 142 - Março de 2010. Disponível em: https://www.efdeportes.com/efd142/sindrome-de-down-e-a-importancia-da-hidroterapia.htm#:~:text=A%20hidroterapia%20poder%C3%A1%20ser%20%C3%BAtil,conseq%C3%BCentemente%20possibilitar%20o%20trabalho%20muscular. Acesso em: 09/10/2020.

 

FERREIRA, Ana Carolina Cunha; FREITAS, Sthephannie Honório de; OLIVEIRA, Wendel Alves de; CABANELAS, Luciana Alécio; MOUSSA, Laila. Benefícios da Fisioterapia Aquática na Reabilitação de Indivíduos com Síndrome de Down: Uma Revisão da Literatura. Pesquisa e Ação V4 N2: Novembro de 2018. Disponível em: https://revistas.brazcubas.br/index.php/pesquisa/article/view/434. Acesso em: 09/10/2020.

 

FONSÊCA, Ádria Natuane Nogueira; LEÃO, Michele de Castro; VIEIRA, Luiz Carlos Rabelo; SOUSA, Diego Sarmento de; SANTANA, Elza Maria Bentes. Hidroterapia: revisão histórica, métodos, indicações e contraindicações. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 147, Agosto de 2010. Disponível em: https://www.efdeportes.com/efd147/hidroterapia-indicacoes-e-contraindicacoes.htm. Acesso em: 09/10/2020.

 

TOBLE, Aline Maximo; BASSO, Renata Pedrolongo; LACERDA, Andréa Cristina; PEREIRA, Karina; REGUEIRO, Eloisa Maria Gatti. Hidrocinesioterapia no tratamento fisioterapêutico de um lactente com Síndrome de Down: estudo de caso. Fisioter Mov. 2013 jan/mar;26(1):231-8. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/fm/v26n1/25.pdf. Acesso em: 22/05/2020.