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FAMÍLIA E ESCOLA JUNTAS PARA A APRENDIZAGEM DO ALUNO DEFICIENTE

Claudete Terezinha de Barros

Joice Maria Moresco

Lurdes Mariano Mendes

Marli Da Luz Padilha

Roseli Velozo Gomes

 

RESUMO

Este artigo apresenta um breve histórico de como iniciou o atendimento as pessoas com deficiência até aos dias de hoje. Fala da Constituição Federal de 1988 que deu o primeiro passo a implementação da Educação Inclusiva no nosso país. Depois de muita luta que a Educação Especial se tornou uma modalidade de ensino e somente em 2007 com a implantação das salas de Recursos Multifuncional com o objetivo de garantir o acesso e permanência das pessoas com deficiência desde o ensino regular até ao ensino superior. Destaca os desafios que a escola enfrenta para desenvolver uma pedagogia centrada na criança, na tentativa de educar a todos sem discriminação, adequando suas características e necessidades tendo o apoio da família. Pretende esclarecer que escola e família podem encontrar formas criativas de participar, apoiar e fazer com que o aluno especial permaneça e tenha um desenvolvimento significativo e autônomo dentro de seus limites em sua vida.

 

Palavras-chaves: Educação Inclusiva. Escola. Família. Deficiente.

 

ABSTRACT

This article presents a brief history of how the service to people with disabilities began to this day. It speaks of the Federal Constitution of 1988 which took the first step towards the implementation of Inclusive Education in our country. After a lot of struggle, Special Education became a teaching modality and only in 2007 with the implantation of Multifunctional Resources rooms with the objective of guaranteeing the access and permanence of people with disabilities from regular education to higher education. It highlights the challenges that the school faces to develop a pedagogy centered on the child, in an attempt to educate everyone  without discrimination, adapting their characteristics and needs with the support of the family. It intends to clarify that school and family can find creative ways to participate, support and make the special student remain and have a significant and autonomous development within their limits in their life.

 

Keywords: Inclusive Education. School. Family. Disabled.

 

  • INTRODUÇÃO

 

Historicamente a educação caracterizou-se por não ter escola para todos, pois a escolarização era um privilégio de algumas pessoas. A partir do momento em que houve a democratização da escola acreditava-se que estariam solucionados os problemas de desigualdade, porém, ainda continuou a haver grupos ou indivíduos que não eram considerados ditos “normais”, e assim a educação para estes alunos que seriam fora dos padrões homogêneos da escola continuaria sendo excluídos.

No Brasil o atendimento às pessoas com deficiência teve início na época do Império, porém cada instituição criada atendia uma única deficiência e não priorizava o acesso universal à educação, somente em 1988 com a Constituição Federal com o objetivo de “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (art.3º, inciso IV). No artigo 205, a educação como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. No artigo 206, inciso I, estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola” como um dos princípios para o ensino e garante como dever do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art.208).

Com várias mudanças envoltas a Educação especial, as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE nº2/2001, no artigo 2º, determinam que:

 

“Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. (MEC/SEESP, 2001).”

 

Nesta perspectiva em 2007 foi criado o Plano de Desenvolvimento da Educação- PDE, tendo como objetivo principal a formação para professores para a educação especial, a implantação de salas de recursos multifuncionais, a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, acesso e a permanência na educação superior. Com o Decreto nº 6.094/2007, fica estabelecido nas diretrizes a garantia do acesso e permanência no ensino regular e o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, fortalecendo seu ingresso nas escolas.

Depois de muita luta pela existência de uma escola igualitária e educação especial tornou-se uma modalidade de ensino que decorre todos os níveis, etapas e modalidades. O atendimento educacional especializado - AEE tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que contribuam para total participação dos alunos, considerando as necessidades específicas de cada aluno. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não tendo como objetivo sua substituição à escolarização, e sim como um complemento a formação dos alunos visando a autonomia e independência em sua vida.

 

1.2-  FAMÍLIA E O DESEMPENHO ESCOLAR DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA

 

A escola se torna inclusiva quando identifica as diferenças dos alunos perante o processo educativo, busca a participação e o progresso de todos, e para isso acontecer é necessárias novas práticas pedagógicas, essas mudanças necessitam do desenvolvimento de novos conceitos, assim como a efetivação de práticas pedagógicas e educacionais ajustados com a educação inclusiva. O primeiro passo quando se quer uma escola inclusiva é discutir o Projeto Político Pedagógico da escola que é a chave para desenvolver um plano de trabalho democrático de forma que o coletivo faz suas escolhas para acontecer realmente a inclusão.

Quando falamos em coletivo se inclui a presença da família na escola, pois é de extrema importância a relação família-escola, principalmente quando se fala em educação inclusiva, pois não tem como acompanhar um aluno sem a parceria com a família, a escola necessita de informações desse aluno para ter um acompanhamento mais abrangente.

O profissional que trabalha na sala de recurso multifuncional precisa identificar e reconhecer as necessidades e habilidades do aluno, estar sempre em contato com a família para que possa orientar em como contribuir e participar da vida de seu filho (a) para que tenha um desenvolvimento significativo, sendo ele dentro ou fora da escola, um deles por exemplo é a autonomia em suas atividades de vida diária – AVD, como tomar banho, escovar dentes, vestir-se, comprar algo sozinho, etc.

A família é mediadora e ativadora no processo de ensino-aprendizagem de maneira que o primeiro espaço social da pessoa é a sua família, no ambiente onde vive a criança constrói valores e referências sejam elas boas ou ruins. Os pais precisam estar conscientes e mobilizados a apoiar e estar em conjunto com a escola para o aprendizado do filho, algo que atrapalha muito o desenvolvimento das habilidades da pessoa com necessidade especial é a superproteção dos pais, de maneira que não contribuirá em nada para o desenvolvimento da autonomia da pessoa.

Precisamos do apoio da família para um bom resultado do aprendizado do aluno, mas muitas famílias justificam a ausência por falta de tempo em estar presente em reuniões, em estar acompanhando as tarefas de casa ou atividades de sala de aula, em estar presente, pois o pai trabalha fora e não está presente todo o dia em casa, muitas famílias têm a dificuldade em aceitar que o filho é portador de necessidade especial, assim dificultando o desenvolvimento do aluno.

A escola se depara com muitas dificuldades e também uma delas é a falta de profissionais qualificados para trabalhar com alunos portadores de necessidades especiais, a clientela que a sala de recurso multifuncional pode atender as pessoas portadoras de: deficiência mental, transtornos globais do desenvolvimento, incluindo neste grupo alunos com autismo e síndrome de down, altas habilidades/superdotação, deficiência auditiva, deficiência visual e baixa visão e deficiência múltipla, tendo uma grande quantidade de deficiências e suas especificidades não é fácil ser um profissional qualificado a dar suporte a todas estas deficiências com precisão, requer muito estudo, pesquisa envolto a/as deficiências do aluno e muito dialogo com a família, com equipe multiprofissional (psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional), que na maioria das escolas não possuem e o professor de sala de recursos, o professor de sala comum e equipe pedagógica tenta auxiliar no que é possível para que haja um aprendizado.

Diante de todas estas dificuldades e problemas que encontramos destaca-se que a escola ainda não está suficientemente preparada para atender os alunos da educação especial. É um grande desafio para todos fazer se efetivar a escola inclusiva, mas com competência e boa vontade de todos da escola e a família farão algo para os portadores de necessidade especial.

 

3-. CONCLUSÃO   

 

Constata-se que para que aconteça a Educação Inclusiva é necessário que haja mudança na postura e nas atitudes de todos para que o aluno deficiente tenha acesso e permaneça na escola.

O Atendimento Educacional Especializado AEE se apresenta como sendo uma das condições para que haja sucesso da inclusão escolar para alunos com qualquer tipo de deficiência, ela possibilitará uma formação escolar, uma complementação e suplementação que facilitará na sua vida, trazendo mais independência e autonomia no seu meio familiar, social, educacional e profissional.

A família ao receber uma criança com deficiência deve oferecer a mesma um ambiente estável e amoroso, quando isso não acontece se torna mais difícil para o desenvolvido dessa criança, pois, a família precisa aceitar e procurar ajuda para um melhor desenvolvimento do portador de deficiência.

A participação da família de pessoas com necessidades especiais juntamente com o apoio de especialistas da saúde e escola é decisiva no processo de interação/inclusão que é essencial para o desenvolvimento pessoal do deficiente. É na família seu primeiro grupo com o qual a criança convive e seus membros são seus exemplos de vida, nela se aprende os primeiros valores e hábitos.

Quando essa criança é inserida na escola, ela irá expor ou colocar em prática os valores que lhe foi inserido, e é neste sentido que o ambiente familiar irá surtir efeito para contribuir com que a inclusão aconteça de maneira natural ou de forma mais complicada e dificultosa.

A escola juntamente com a família tem a função de fazer com que o deficiente se desenvolva em todos os aspectos, e auxiliar para que tenham sucesso em sua aprendizagem. Acredita-se que pais que são parceiros da escola ajudarão no rendimento escolar de seu filho e conseguintemente a ter uma vida de sucesso e tornar-se independente.

 

4-.REFERÊNCIAS

 

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Marcos Político-Legais da Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva.Brasília:SEESP,2010.

 

CAVALHEIRO, Carlos Filho. Escola é Família. Belo Horizonte: Cedic, 2010.

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO. Orientações Curriculares e Pedagógicas para a Educação Especial no Estado de Mato Grosso. 1ª Edição. Cuiabá: Seduc – MT: Gráfica Print,2010/2011/2012.

 

MARIA, Ana Lunardi Padilha. Práticas Pedagógicas na Educação Especial - A Capacidade de Significar o Mundo e a Inserção Cultural do Deficiente Mental. 3ª Edição. Campinas – SP : Editora Autores Associados LTDA, 2007. 

 

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade. Fundamentação filosófica. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2014.

 

RAPOLI, Edilene Aparecida...[et.al.].  A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar - a escola comum Inclusiva. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Fortaleza; Universidade Federal do Ceará, 2010.