A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA: BRINCADEIRAS E JOGOS COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA
Elaine Cristina Silva dos Santo Aguiar
Ana Paula Zanardi Chaves
Roseli Aparecida Dantas
Simone Aparecida da Rosa
Mara da Silva Santos
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo demonstrar “A importância do lúdico na aprendizagem”, e os benefícios que os brinquedos, brincadeira e jogos trazem para o desenvolvimento da criança, sendo um importante recurso pedagógico capaz de tornar as aulas mais dinâmicas e prazerosas. A criança que brinca é mais calma, feliz, espontânea e realizada, e assim ela passa a adquirir novos conhecimentos, habilidades, ampliando sua criatividade, sendo fundamental tanto para saúde física quanto a saúde mental. Diante do brincar e o contato com os objetos e a trocas de experiências pelas as interações com o meio que acontece o processo de ensino aprendizagem. Portanto as atividades lúdicas praticadas no ambiente escolar precisa ter uma intenção um propósito um objetivo a ser alcançado. Cabe aos educadores criar um ambiente que reúne elementos motivacionais utilizando-se de métodos pedagógicos que facilitem e provoca à participação e a interação de todos, formando a criança um sujeito crítico, reflexivo, social e cultural. Logo se entende que a escola tem essa missão que é educar as crianças para que possam conviver em sociedade, e formar um cidadão crítico e consciente de seus direitos e deveres.
Palavras Chave: Criança. Lúdico. Aprendizagem.
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho aborda o tema a Importância do Lúdico na Aprendizagem e brincadeiras os jogos como ferramenta pedagógica que contribui para o ensino e aprendizagem dos alunos na educação infantil e anos inicias do ensino fundamental. Segundo Ribeiro (2013, p.1), o lúdico é parte integrante do mundo infantil da vida de todo ser humano. O olhar sobre o lúdico não deve ser visto apenas como diversão, mas sim, de grande importância no processo de ensino-aprendizagem.
A escolha desta temática se deu em virtude dos trabalhos realizados nos seminários e estágios. No decorrer do curso de Pedagogia pode-se vivenciar essas experiências e perceber como o lúdico é de extrema importância e auxilia na aprendizagem dos alunos que interagem através das brincadeiras mediadas pelo professor. Para isto foi realizado estudos sobre o tema e através de pesquisas bibliográficas pode-se colher informações de autores que já abordaram o tema.
O trabalho prioriza considerar algumas definições sobre o lúdico e através dessas definições, entende-se que o lúdico não se trata apenas de uma brincadeira, mas sim a liberdade de expressão física e emocional. Continuando com o lúdico e a aprendizagem que é através do brincar que acontece o prazer pela escola e gosto em descobrir, criar e recriar, possibilitando o desenvolvimento integral da criança. Após um breve resumo e conceito dos brinquedos, brincadeiras e jogos como ferramentas pedagógicas e suas principais contribuições para o ensino e aprendizagem, pois é através deles que a criança expressa seus sentimentos.
Por fim mostra porque é importante brincar? Segundo Cunha (2007, p.11), a criança que brinca é mais feliz, realizada, espontânea, alegre, comunicativa, entre outras características positivas que auxiliam no desenvolvimento infantil e finaliza mostrando que o brincar envolver planejamento, que antes de colocar as atividades lúdicas, devera organiza-las e traçar um plano de trabalho.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A palavra, “lúdico” tem sua origem do latim ludus que quer dizer “jogos” “brincar”, que está vinculado à diversão, à alegria, ao prazer que pode ser através de uma brincadeira, jogo ou qualquer outra atividade que desperta na criança a curiosidade, criatividade, ou seja, o entretenimento possibilitando interagir de forma mais dinâmica e ativa. Para Silva (2007, p.7) é definido como “qualquer atividade em que existe uma concentração espontânea de energias com finalidade de obter prazer da qual os indivíduos participam com envolvimento profundo e não por obrigação”.
É difícil dizer o que é lúdico em uma só definição, pode-se dizer que a atividade lúdica é uma atividade criadora que está aquém da seriedade e além da brincadeira. O lúdico está ligado ao sentimento dionisíaco da vida, à alegria do vinho, ao entusiasmo, à festa, à imaginação, ao ato de sair da rotina (MARRACH,1998, p. 3).
Para o autor definir o lúdico não é uma tarefa fácil, é uma atividade que vai além das brincadeiras, está ligado a tudo que traz sentimento, alegria, prazer e tem o intuito de transformar o mundo imaginário em realidade.
Como pode vê-lo o lúdico é um horizonte muito amplo e rico, não só no mundo infantil, mas está presente em todas as idades. Nos últimos anos esse assunto vem cada vez mais conquistando espaço, principalmente na educação infantil, por ser o brinquedo uma essência da infância e seu uso permiti um trabalho pedagógico que possibilita a produção do conhecimento, habilidades e aprendizagem.
As atividades lúdicas são muito mais que momentos divertidos ou simples passatempos e, sim, momentos de descoberta, construção e compreensão de si; estímulos à autonomia, à criatividade, à expressão pessoal. Dessa forma, possibilitam a aquisição e o desenvolvimento de aspectos importantes para a construção da aprendizagem. Possibilitam, ainda, que educadores e educando se descubram, se integrem e encontrem novas formas de viver a educação (PEREIRA, 2005, p. 20).
O lúdico não pode ser considerado apenas como um simples jogo, simples brincadeira ou muito menos um passa tempo. Mas, sim como uma atividade de grande eficácia na construção do conhecimento da criança e um poderoso instrumento que o professor tem em sala, porém para que sejam alcançados esses objetivos é necessária à mediação que estabeleça através da brincadeira um caráter pedagógico.
2.1 O LÚDICO E APRENDIZAGEM NO AMBIENTE ESCOLAR
O lúdico é considerado uma excelente ferramenta na aprendizagem da educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental. Seu ensino é de extrema importância, pois possibilita o desenvolvimento intelectual da criança, que contribui poderosamente em vários aspectos como o físico, motor, afetivo, social e cognitivo, além da aprendizagem da leitura, escrita e matemáticas, e assim oferece a criança uma aproximação com a escola, despertando o desejo de ali permanecer, e ter sucesso em seu percurso.
O lúdico como método pedagógico prioriza a liberdade de expressão e criação. Por meio dessa ferramenta, a criança aprende de uma forma menos rígida, mais tranquila e prazerosa, possibilitando o alcance dos mais diversos níveis do desenvolvimento. Cabe assim, uma estimulação por parte do adulto/professor para a criação de ambiente que favoreça a propagação do desenvolvimento infantil, por intermédio da ludicidade (RIBEIRO 2013, p.1).
O autor afirma que por esses métodos pedagógicos o professor ensina o conteúdo de maneira mais dinâmica e a criança aprende de forma menos rígida, mais tranquila e alegre e assim consegue alcançar um ensino de qualidade.
Para Vygotsky (1984, p.103) “a aprendizagem e o desenvolvimento estão estritamente relacionados, sendo que as crianças se inter-relacionam com o meio, objeto e social, internalizando o conhecimento advindo de um processo de construção.” Portanto aprendemos e nós desenvolvemos com as pessoas com que nos relacionamos, para ensinar ou aprender é preciso estar junto, interagindo com as outras pessoas e com ajuda de seus companheiros. Para ele desenvolver é aprender novos comportamentos, isto é, aumentar o repertório comportamental.
O lúdico é tão importante para o desenvolvimento da criança, que merece atenção por parte de todos os educadores. Cada criança é um ser único, com anseios, experiências e dificuldades diferentes. Portanto nem sempre um método de ensino atinge a todos com a mesma eficácia. Para poder garantir o sucesso do processo ensino-aprendizagem o professor devem utilizar-se dos mais variados mecanismos de ensino, entre eles as atividades lúdicas. Tais atividades devem estimular o interesse, a criatividade, a interação, a capacidade de observar, experimentar, inventar e relacionar conteúdos e conceitos. O professor deve-se limitar apenas a sugerir, estimular e explicar, sem impor, a sua forma de agir, para que a criança aprenda descobrindo e compreendendo e não por simples imitação. O espaço para a realização das atividades deve ser um ambiente agradável, e que as crianças possam se sentir descontraídas e confiantes (ALMEIDA, 2014 p.03).
O autor cita que as crianças merecem um olhar atento, atenção e cuidados especiais, pois cada criança é um ser único com personalidade, dificuldades e experiências diferentes. A observação através das brincadeiras é de extrema importância, pois, ao analisar o aluno, o professor reconhece quais são suas necessidades e, assim, aprende em como ensiná-lo e como intervi-los, tornando as aulas mais interessantes, para que as crianças crescem mais felizes, envolventes, ajudando- os a lidar com perdas, superar a timidez e interagindo com os demais.
O ser humano nasceu para aprender, para descobrir e apropriar-se dos conhecimentos, desde os mais simples até os mais complexos, e é isso que lhe garante a sobrevivência e a integração na sociedade como ser participativo, crítico e criativo. Os seres humanos aprendem e renovam suas experiências a partir da interação que tem com seus semelhantes e também pelo domínio do meio em que vive. O cotidiano escolar tem como papel criar espaços e oportunidades para que as crianças se desenvolvam através de atividades lúdicas, tanto em sala como fora dela, tornando dessa maneira com que os conhecimentos sejam assimilados de maneira prazerosa, possibilitando que as crianças se desenvolvam como um todo (TREVISSAN, 2006).
Para que o lúdico tenha um melhor desempenho no ensino aprendizagem é importante materiais concretos, ambiente agradáveis e decorados, espaços lúdicos como parquinhos, balanço, escorregador entre outros. Percebe-se que as escolas do ensino fundamental vêm perdendo cada vez mais esse olhar e que não há espaços atrativos que desperta a atenção das crianças, os espaços em geral são simples, com cadeiras, mesas e um armário para guardar os materiais didáticos do aluno e professor.
A instituição escolar vem se transformando em ambientes repletos de normas, e regras a serem seguidos, obrigando assim os alunos a se adaptarem a um cotidiano onde tudo é controlado fazendo o aluno focar no aprendizado e deixando para traz a essência da infância, e carregando a criança a responsabilidade de cumprir a função de prepara lós para o futuro. Sabemos que o espaço a ser criado deverá estar organizado de acordo com a faixa etária da criança isso na educação infantil, mais não é o que acontece com as Escolas de ensino fundamental, onde à somente os cantinhos dentro da sala de aula.
Assim, ao refletirmos sobre o espaço físico que compõem as escolas, Rinaldi (2002, 77) diz que,
[...] O ambiente escolar deve ser um lugar que acolha o indivíduo e o grupo, que propicie a ação e a reflexão. Uma escola ou uma creche é antes de tudo, um sistema de relações em que as crianças e os adultos não são apenas formalmente apresentados a organizações, que são uma forma da nossa cultura, mas também a possibilidade de criar uma cultura. [...] É essencial criar uma escola ou creche em que todos os integrantes sintam-se acolhidos, um lugar que abra espaço às relações.
São poucas as escolas que possuem uma brinquedoteca onde se podem trabalhar várias atividades e oficinas pedagógicas e quando tem é bem pobre nos materiais e na organização. Com isso a criança vai perdendo a interação com a linguagem de imagem. Percebemos que facilmente a escola tem a compreensão de um espaço físico adequado da qual ela constitui.
O lúdico na educação infantil é fundamental para que a criança aprenda e se desenvolva, porém não pode esquecer que nos anos iniciais esse trabalho também é essencial. No ambiente escolar deve ser estimulado de várias formas como; brincadeiras, danças, músicas, jogos pedagógicos, brincar livres e direcionados entre outros. O importante é não deixar de lado é sempre respeitar o que a criança traz consigo. A criança que aprende brincando consegue assimilar melhor as atividades e os conteúdos aplicados em sala de aula.
Nos dias atuais infelizmente com o avanço tecnológico, muitas crianças se predispõem as brincadeiras que precisa de interação com os demais de um mundo real e se submetem em viver em um mundo virtual deixando assim de serem crianças, não brincam mais com as brincadeiras tradicionais atividades recreativas de pega - pega, queimada, esconde – esconde, amarelinha, pular corda entre outras, que são muito divertidas e trazem grandes benefícios à saúde física e emocional, percebe-se que cada vez mais estão deixando de ser atrativos.
Quando a criança está interessada ela passa a ser protagonista no seu ensino/aprendizagem, por isso a importância de ambiente lúdico. E cabe a escola e educadores recuperarem as brincadeiras com interações trazendo para dentro do espaço escolar não como um simples brincar, mais, com o objetivo de aprendizagem. O professor deve ser mediador dessas atividades lúdicas, utilizar-se de métodos que facilitem e provoca à participação de todos desafiando a buscar novas realidades, indo além de teorias. Assim, o trabalho com o lúdico pode dá pistas ao professor de como complementar, no sentido de promover outros conhecimentos, ampliando seu repertório e seu conhecimento de mundo. Logo se entende que a escola tem essa missão que é educar as crianças para que possam conviver em sociedade, e formar um cidadão crítico e consciente de seus direitos e deveres.
2.3 BRINQUEDOS, BRINCADEIRAS E JOGOS COMO FERRAMENTA DO ENSINO E APRENDIZAGEM.
Os brinquedos, brincadeiras e jogos têm definições diferentes, porém todos são de caráter lúdico e educativas são ferramentas indispensáveis que faz parte da vida da criança independentemente do nível social ou cultural a que pertence.
Por meio do contato com os brinquedos, brincadeiras e os jogos ocorrem o processo de aprendizagem e diferentes fontes de descoberta e prazer. O mesmo permiti a criança sonhar, fantasiar e tornar seus desejos em realidade. Assim a criança transforma em um ser capaz de lidar com as frustrações, aceitar as regras e as respeitá-las, permitindo conhecer a si mesmas, o mundo dos objetos e o mundo dos outros, experimentando também situações de aventura ação e exploração o que pode ocasionar na aquisição de novas habilidades.
Para algumas escolas as dificuldades em trabalhar o lúdico sejam talvez a falta de recursos, porém segundo Cunha (2007, p.33):
Objetos, sons, movimentos, espaços, cores, figuras, pessoas, tudo pode virar brinquedo através de um processo de interação em que estes recursos funcionam como alimentos que nutrem a atividade lúdica, enriquecendo-a. Todos os recursos são validos para estimular a brincadeira. Fantasias, tecidos, chapéus, sapatos, fitas, tintas, pregos e martelos, quanto maior for a variedade de materiais para subsidiar a criatividade e a vontade de inventar, melhor. O valor de um brinquedo para uma criança pode ser medido pela intensidade do desafio que ele representa para ela.
Segundo o autor o que se se percebe é a falta desses recursos nas escolas e as vezes passa despercebido para o professor a importância que tem de utilizar em sua metodologia. O ensinar através desses recursos estimula o aprendizado, alfabetização, coordenação motora, apraxia fina e grossa, cores, números, noções espaciais, socialização, memorização e autoestima dos alunos. A criança que brinca com frequência, tende a ser mais calma, menos irritadas e brigam menos devido ao estímulos e concentração que o mesmo exigem delas.
Ao utilizar esses recursos o professor deve estar ciente de que a criança não está brincando simplesmente por brincar, mas sim, mostrar no dia a dia, qual a importância e os benefícios que esses recursos trazem para o ensino aprendizagem. Para que haja um melhor resultado o professor deve ser o mediador desses conhecimentos.
Logo abaixo um breve resumo e definição sobre esses recursos lúdicos (brinquedos, brincadeira e jogos).
- Brinquedo;
O brinquedo faz parte da vida da criança é um suporte para as brincadeiras. As duas formas de brinquedos são os estruturados aqueles que as crianças adquiriram prontas, e o não estruturado aquele que são simples objetos como pedaço de pau, cabo de vassoura entre outros que nas mãos das crianças adquiri novos significados, experiências e descobertas, a qual a criança passa a expressar-se e lidar com seu mundo.
Segundo Silva (2004, p. 25):
O brinquedo é uma produção cultural da criança no momento da brincadeira, a criança faz de qualquer objeto seu brinquedo, ela o cria e recria de acordo com sua imaginação, com sua brincadeira e contexto. Um exemplo disso é uma vassoura que se torna um cavalo para criança enquanto brinca, ou mesmo com o brinquedo industrializado que normalmente supõe uma brincadeira, ainda assim a criança o converte e lhe dá novo significado. Ela o reproduz, ou recria uma boneca pode se tornar um microfone, ou um tecladinho virar um computador, depende do que a criança deseja representar ou expressar, depende da sua imaginação.
Através dos brinquedos as crianças entram em um mundo imaginário, é uma ação em que a criança toma conta e envolve no tempo e espaço transformando cada objeto em um recurso de aprendizagem. Os brinquedos são tão importantes para o aprendizado e desenvolvimento das crianças, que eles devem ser encarados como algo além de um simples objetos de entretenimento.
- Brincadeiras
Brincadeira é ação do brincar, têm um lado mais de integração, onde visam entreter de forma lúdica. Pode ser tanto coletiva quanto individual é uma ação voluntária e consciente que a criança desempenha. Na brincadeira há existência de regras, a qual a criança pode modificá-la, ausentar-se quando desejar, incluir novos membros, adotar as próprias regras, por fim, a criança tem maior liberdade das ações desenvolvidas.
De acordo KISHIMOTO (1998, p. 68) sobre a brincadeira:
A “brincadeira é a atividade espiritual mais pura do homem neste estagio e, ao mesmo tempo, típica da vida humana enquanto um todo – da vida natural interna no homem e de todas as coisas. Ela dá alegria, liberdade, contentamento, descanso externo e interno, paz com o mundo... a criança que brinca sempre, com determinação auto-ativa, perseverando, esquecendo sua fadiga física, pode certamente tornar-se um homem determinado, capaz de auto-sacrificio para a promoção do seu bem e dos outros... Como sempre indicam o brincar em qualquer tempo não é trivial, é altamente sério e de profunda significação”.
- Jogos
Jogos é um termo do latim “jocus” significa gracejo, brincadeira, divertimento, é uma atividade recreativa que é utilizada com o objetivo de distração para a mente, corpo a qual é considerado um excelente recurso no ensino aprendizagem. Sendo o mesmo objeto de estudos para vários pensadores como (FERREIRA, 1998, p.377) define o jogo como: “Atividade física ou mental organizada por um sistema de regras que definem perda ou ganho. Brinquedo, passatempo, divertimento”.
Carvalho (1992, p.14) afirma que:
(...) desde muito cedo o jogo na vida da criança é de fundamental importância, pois quando ela brinca, explora e manuseia tudo aquilo que está a sua volta, através de esforços físicos e mentais e sem se sentir coagida pelo adulto, começa a ter sentimentos de liberdade, portanto, real valor e atenção às atividades vivenciadas naquele instante.
Segundo (LISBOA [s/d], p.4) trabalhar com os jogos na sala de aula possibilita diversos objetivos, dentre eles, foram pontuados os seguintes:
Desenvolver a criatividade, a sociabilidade e as inteligências múltiplas;
Dar oportunidade para que aprenda a jogar e a participar ativamente; Enriquecer o relacionamento entre os alunos;
Reforçar os conteúdos já aprendidos; Adquirir novas habilidades; Aprender a lidar com os resultados independentemente do resultado;
Aceitar regras; Respeitar essas regras; Fazer suas próprias descobertas por meio do brincar;
Desenvolver e enriquecer sua personalidade tornando-o mais participativo e espontâneo perante os colegas de classe;
Aumentar a interação e integração entre os participantes; Lidar com frustrações se portando de forma sensata; Proporcionar a autoconfiança e a concentração.
O jogo tem um caráter de recurso de ensino, enquanto para a criança é uma atividade do seu dia-a-dia. O trabalho do professor, nesse contexto, deve ser o de organizador da sala de aula como espaço lúdico, selecionando jogos que facilitem o desenvolvimento cognitivo, sócio afetivo e motor do aluno (PERES, 2004, p.39).
São inúmeros os benefícios que os jogos e as brincadeiras trazem para o desenvolvimento da criança. É uma metodologia enriquecedora um excelente recursos para o professor trabalhar em sala de aula, seu uso ajuda melhora não somente na concentração, mas também o raciocínio e a interação entre os alunos.
2.4 PORQUE BRINCAR É IMPORTANTE PARA CRIANÇA?
Brincar é um direito da criança é algo natural que traz felicidade é uma das principais formas de como as crianças descobrem o mundo e desfrutam de uma infância mais saudável. Enquanto algumas crianças brincam por prazer, outras brincam para expressar seu sentimento seja de angustia, medo, alegria e outros. Nas brincadeiras as crianças aprendem lições muito importantes, que levarão para a vida adulta.
Por que a criança Brinca? Segundo Cunha (2007, p.11):
1 Porque é bom, é gostoso e dá felicidade, ser feliz é estar mais predisposto a ser bondoso, a amar o próximo e a partilhar fraternalmente;
2 Porque é brincando que a criança se desenvolve e exercita suas O desafio cotidiano nas situações lúdicas provoca o pensamento e leva a criança a alcançar níveis de desempenho que só as ações por motivação intrínseca conseguem;
3 Porque brincando, a criança desenvolve a sociabilidade, faz amigos e aprende a conviver e a respeitar o direito dos outros e as normas estabelecidas pelo grupo;
4 Porque brincando, a criança prepara-se para o futuro experimentando o mundo a seu redor dentro dos limites que a sua condição atual permite;
5 Porque brincando, torna-se
Segundo o autor o brincar faz parte do mundo infantil. A criança que brinca é mais feliz, realizada, espontânea, alegre, comunicativa, entre outras características positivas que auxiliam no desenvolvimento infantil. Por isso o brincar é considerado um dos meios mais propícios à construção do conhecimento.
O Brincar desenvolve habilidades de forma natural, pois brincando aprende a socializar-se com outras crianças, desenvolve a motricidade, mente a criatividade, sem cobrança ou medo, mas sim com prazer (CUNHA 2001, p.14).
Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais (RCNEI 1998, p.22).
O brincar é fundamental para criança se desenvolver bem, trazem vários benefícios como estímulo das competências, atenção e concentração, expressões verbal e corporal, criatividade, respeitar regras, traz felicidade, superação e resignação, estabelece relações lógicas, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento desenvolvendo a criança como um todo. Assim ela aprende a ouvir opinião dos outro, esperar a vez de falar ou jogar, ceder de vez em quando, resolver conflitos, respeitar limites, emprestar o brinquedo, compartilhar e ouvir ideias entre tantos.
Quando se fala em brincar, não estamos valorizando o fato de existir um brinquedo propriamente dito, é muito mais que isso, ela usa imaginação, ela pode brincar a qualquer hora, dentro ou fora de casa, sozinha, com crianças grandes, ou adultas. Ela cria situações de brincadeiras até mesmo com um simples galho de árvore caído, ou ainda com uma pequena pedra que apareceu no seu caminho. Ela brinca pelo prazer que isso lhe proporciona.
2,4 O BRINCAR ENVOLVE PLANEJAMENTO
Os profissionais comprometidos estão sempre em busca de novas metodologias de trabalho para melhorar a qualidade do ensino. O professor não pode ser uma peça estática na sala de aula, preocupado apenas com o repasse de informações, mas, sim, um mediador da aprendizagem, que está aberto a inovações e mostrando-se eficaz e comprometido, espontâneo e criativo no seu fazer educacional, fazendo a diferença no ensino.
Gonzaga (2009, p. 39), aponta:
(...) a essência do bom professor está na habilidade de planejar metas para aprendizagem das crianças, mediar suas experiências, auxiliar no uso das diferentes linguagens, realizar intervenções e mudar a rota quando necessário. Talvez, os bons professores sejam os que respeitam as crianças e por isso levam qualidade lúdica para a sua prática pedagógica.
Nos dias de hoje, o processo ensino-aprendizagem necessita cada vez mais aperfeiçoamento. Não pode ficar na situação, que o professor faz de conta que ensina e os alunos fingem que aprendeu, precisa-se de professores que reflitam sobre as práticas e metodologias utilizadas em sala de aula, precisa planejar realizar intervenções e mudar a rota quando necessário.
Vivenciar situações lúdicas estimula o educando a desenvolver-se, dando-lhe oportunidades e possibilidades de criação, para tanto o educador precisa também vivenciar a ludicidade, dessa forma trabalhar com a criança a partir de situação envolvendo o lúdico se tornará mais prazeroso, para argumentar: Ao trabalhar o lúdico com os professores há grande possibilidade de promoverem junto às crianças uma possibilidade de estímulo a exploração criativa, porque foram os professores, também estimulados e explorados em sua criação (MENDONÇA, 2008, p.357).
É necessário que a escola e o professor procurem adequar-se às novidades, inserir brincadeiras no cotidiano escolar e preparar aulas dinâmicas e criativas. As atividades lúdicas promovidas na escola devem ter intenção de contribuir para o desenvolvimento da criança e para isso os professores precisam de conhecimento e preparo pedagógico.
Nessa perspectiva, segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 30, v.01):
O professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano. Na instituição de educação infantil o professor constitui-se, portanto, no parceiro mais experiente, por excelência, cuja função é propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável e não discriminatório de experiências educativas e sociais variadas.
Educar é acima de tudo a inter-relação entre os sentimentos, os afetos e a construção do conhecimento. Para uma aula com característica lúdica, o professor deve oferecer recursos lúdicos estimulando a criança a viver, reviver, descobrir, adaptar-se à realidade, ter flexibilidade, trocar experiências com outros companheiros e buscar sempre novos conhecimentos. É através do brincar que virá o prazer pela escola, é pelo brincar que acontecerão as melhores socializações.
3 MATERIAL E MÉTODOS
Primeiramente recorremos à internet como a principal ferramenta para buscar o embasamento teórico acerca do tema “A Importância do Lúdico na Aprendizagem e brincadeiras e jogos como ferramenta pedagógica, buscamos também fundamentação de vários autores a fim de melhorar nosso conhecimento e dar suporte ao nosso trabalho de graduação (TG)”. Também fizemos pesquisas em cadernos de estudos da Instituição Uniasselvi, livros didáticos, pesquisa bibliográfica, artigos, revistas e sites, bem como pesquisas, PCNS, RCNEI (Referencial Curricular para a Educação Infantil), computador, etc. Foram realizadas observação em sala de aula, através do seminário e estágios supervisionados I, e II, regências na pratica com alunos do (Educação Infantil e Ensino Fundamental). Onde o foco principal é expor a importância dos recursos pedagógicos, mostrando assim que as aulas podem ser mais dinâmicas e prazerosas.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Quando escolhemos o tema A Importância do Lúdico na Aprendizagem e os jogos e brincadeiras como ferramenta pedagógica, consideramos a partir desse estudo que toda criança possui a necessidade de descobrir o mundo por meio da brincadeira, jogos e das atividades e liberdade que proporcionam assim prazer a elas, pois se sentem livres quando podem usar sua imaginação simbólica, expressar suas fantasias, emoções, desejos e experiências, é por meio destes instrumentos que elas entram em contato e assimilam o real do imaginário, realizando assim um contato com o meio social.
As crianças se desenvolvem nas relações sociais, elas aprendem para depois se desenvolverem e o tempo que ela permanece na zona de desenvolvimento é muito importante e deve ser respeitado. Toda criança tem direito de ser criança e deve ser exigido aquilo que proporciona cuidado e bem estar social, pois nos séculos passados foram tratadas durante muito tempo como sujeito sem voz. Felizmente, hoje existem leis que reconhecem o que é infância e os verdadeiros direitos das crianças, cabe à família e ao Estado zelar e afirmar esses direitos.
Sabemos que existem varias maneiras de se trabalhar o lúdico no desenvolvimento da criança, mais essa faze de transição da Educação infantil pra o Ensino Fundamental, acaba de certa forma não acontecendo, pois o lúdico acaba sendo deixado de lado e dando prioridade para a escrita e a leitura.
O professor tem se preocupado mais a alfabetizar do que em proporcionar alguma atividade lúdica aos seus alunos. É importante que o professor seja o mediador dessas atividades lúdicas, fazendo com que a criança brinque e com isso elas aprendam a se socializar, a imaginar e a ter criatividade.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No transcorrer deste trabalho de graduação, aprimoramos nossos conhecimentos sobre o papel do lúdico na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental e passamos a compreender que o lúdico não se trata apenas de uma brincadeira, mas sim a liberdade de expressão física e emocional. É através das atividades lúdicas com as brincadeiras e jogos que a criança desenvolve e passa ter uma relação natural e consegue expressar suas tristezas e alegrias, adquirindo novas habilidades como coordenação motora, levando o seu imaginário a pensar e agir de maneira crítica e criativa, refletir e descobrir o mundo que a cerca. Podemos afirmar que o lúdico destaca-se como uma das maneiras mais eficazes de envolver o aluno nas atividades e facilitando o processo de ensino aprendizagem.
Nos dias atuais percebe-se uma preocupação com a evolução da tecnologia celular, tablets, computadores, entre outros fazendo com que as crianças deixa de brincar como antes. Foram criadas diferentes formas de brincadeira onde a criança não tenha contato com outras crianças, exemplo disso são os jogos eletrônicos, onde a criança tende a ficar maior parte do tempo inerte.
Cabe à escola e educadores, recuperar essas brincadeiras trazendo para dentro do espaço escolar não como um simples brincar, mais, com o objetivo de provocar à participação e desafiar a busca de novas realidades. A observação nas brincadeiras é de extrema importância, pois, ao analisar o aluno, o professor reconhece quais são suas necessidades e, assim, aprende como ensiná-lo e como intervir.
Através das experiências adquiras nos estágios, afirmamos que cabe ao educador utilizar-se de métodos que facilitam a absorção dos conteúdos por parte dos alunos. Considerando que a brincadeira é natural da criança usando isso como facilitador no processo de ensino aprendizagem, possibilitando assim a criança a vivenciar e ter prazer em aprender.
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