A IMPORTANCIA DO TREINAMENTO DESPORTIVO EM CRIANÇAS DE 07 A 10 ANOS
Amanda Khethelyn de Oliveira Santana
Juliana Cristina de Sá
Rodrigo Rocha Baldaia
RESUMO:
A importância do treinamento desportivo, principalmente dentro dos primeiros anos da infância da criança, vem se tornando cada vez mais destacada, devido aos benefícios que a mesma propõe ao ser humano, e levando em consideração que é esse o período crítico onde a criança obtêm-se de melhor aquisição de habilidades motoras, acarretando futuramente uma pessoa propensa a uma maior qualidade de vida. Tendo também como objetivo de ressaltar a importância da participação do profissional de educação física qualificado para melhores resultados. Os resultados se darão por meio qualitativo onde através de estudo se confirmará está ação.
PALAVRAS-CHAVE: Treinamento Desportivo. Funções Motoras. Infância.
ABSTRACT:
The importance of sports training, principally in the early childhood years of the child, has stood out more and more, due to the benefits it offers to human beings, and taking into account that this is the critical period in which the child obtains better skills motor acquisition, bringing in the future a person prone to a better quality of life. Having too emphasize the importance of the participation of qualified physical education professionals for better results. The results will be given by qualitative means where, through a study, this action will be confirmed.
KEY WORDS: Training Sporty. Motor Functions. Infancy.
INTRODUÇÃO
A infância é a fase fundamental onde o processo de desenvolvimento das funções motoras deve ser contínua. A criança de acordo com sua idade cronológica, evolui seus movimentos de simples e desorganizados para o aprimoramento de movimentos altamente organizados e complexos que acompanharão até o envelhecimento, segundo Ré (2011).
Para Beltrame et al. (2016), as dificuldades ou atrasos dos marcos motores, maturação e aquisição de habilidades básicas, fundamentais e estabilizadoras podem trazer efeitos negativos, tanto no desenvolvimento global, quanto nas realizações de vida diária, relações sociais, emotivas, afetivas e no ambiente escolar. Crianças com essas dificuldades em desempenho, diminuem suas chances de participação em quaisquer atividades, diminuindo também seu desenvolvimento motor e a participação em situações que lhes assegurariam uma vida com qualidade.
Ainda para Beltrame et al. (2016), essas dificuldades de movimentos podem se referir ao transtorno da coordenação motora, hoje conceituada como TDC (Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação), caracterizado onde há um baixo nível esperado de desempenho em atividades que exijam desenvolvimento motor.
O TDC não é um problema específico da criança, porém, se não observado e trabalhado desde a infância, essas dificuldades ao longo da vida podem gerar isolamento, depressão e marginalização. Esse distúrbio pode ser observado no ato dela abotoar uma camiseta, pegar um objeto, sentar... Beltrame et al. (2016).
A fase de iniciação escolar, por exemplo, é onde a criança conquista seu lugar no grupo por meio de participação de brincadeiras relacionadas a atividades físicas e se a mesma for incapaz de participar de atos típicos dos colegas da mesma idade, pode sofrer problemas sociais e emocionais, reduzindo também sua percepção de competência e motivação para participar de novas oportunidades que lhe apareceram, finaliza Beltrame et al. (2016).
Logo, de acordo com Santos et al. (2015), realizar práticas esportivas na infância, contribui significativamente para o aumento do vocabulário motor das crianças, crescimento físico, desenvolvimento e aprendizagem motora. Assim, quando essas não são estimuladas adequadamente, e/ou quando a oferta de práticas e habilidades motoras fundamentais são reduzidas, elas podem não alcançar padrões de movimentos necessários para a inserção em jogos, esportes e atividades recreativas, acarretando prejuízo no desenvolvimento das funções motoras da criança.
Sendo assim, o objetivo do estudo será de identificar a importância do treinamento desportivo no desenvenvolvimento da vida das crianças, na faixa etária dos 7 aos 10 anos, esta fase que é conhecida por alguns autores como Gallahue e Ozmun (2005) como “fase de movimentos especializados” e para Oliveira e Paes (2004) como “fase de iniciação esportiva I”, onde a capacidade de aprendizagem, equilibrio, desenvolvimento motor e entusiasmo para aquisição de novas habilidades esportivas estão em seu melhor momento para estimulá-los sem especializa-lo em algum esporte específico, de forma lúdica e divertida, para Henrique et. al. (2017).
METODOLOGIA
Este artigo trata-se de uma revisão bibliográfica. No qual sua base científica foi desenvolvida através de leitura de artigos relacionados ao tema proposto tendo como fontes de pesquisa para obtenção de informações, foram utilizados sites como Google Acadêmico, Banco de dados Scielo e livros. Serão considerados como critério para inclusão de base teórica, autores como David L. Gallahue, 2013. Os resultados se darão por meio qualitativo para comprovar através das análises coletadas, o quanto esse tema abordado é relevante no meio da Educação Física.
DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES MOTORAS DA CRIANÇA
Na primeira metade do século XX, o desenvolvimento motor humano era entendido como decorrentes mudanças maturacionais do sistema nervoso central e com pouca influência do ambiente, ou seja, era de total responsabilidade do organismo. Com o passar do tempo, vem sendo estudado e entendido como um processo dinâmico, resultado de várias combinações de exigência de tarefa e ambiente que podem ser desenvolvidas de maneira adequada pelo profissional de educação física, segundo Araújo et. al. (2012).
O desenvolvimento motor é um processo contínuo e sequencial no comportamento da criança, relacionado a idade e em constante alteração devido a necessidades da tarefa, biologia do indivíduo e as condições do ambiente. Assim cada indivíduo tem seu tempo de aquisição e maturação de habilidades motoras, de acordo com suas experiências vividas conseguem ampliar essas funções que progridem no decorrer desse processo, evoluem de movimentos simples e desorganizados para movimentos organizados e complexos, explica Pilatti et. al. (2011).
Gallahue et. al. 2013, relata as três formas de estudo do desenvolvimento motor:
Método Longitudinal: explica em gráfico as mudanças de comportamento que o ser humano sofre ao longo dos anos. Embora esse método leve tempo, trata-se de um estudo do desenvolvimento como tempo e não como a idade real do indivíduo.
Método Transversal: coleta dados de diferentes grupos de pessoas e faixas etárias, no mesmo período de tempo e mede as diferenças de comportamentos relacionado a idade.
Método Longitudinal Misto: engloba os melhores aspectos dos dois estudos, tanto as diferenças de mudança ao longo do tempo, quanto as funções do desenvolvimento relacionado a idade.
Ainda seguindo de acordo com a ideia de Gallahue et. al. (2013 p. 28) falando sobre as classificações etárias do desenvolvimento, onde a mais conhecida é a cronológica ou a idade do indivíduo em meses ou anos que representa uma constante, o mesmo relata em uma tabela chamada classificações etárias cronológicas e convencionais, o período em que o ser humano se encontra relacionado a faixa etária aproximada:
Tabela 1 – Classificações etárias cronológicas e convencionais
Dentro dessa sequência de pensamento onde Gallahue et. al. (2013 p.45 e 58) que cita Jean Piaget e seu ponto de vista conceitual sobre o desenvolvimento, sua teoria está entre as mais populares onde o mesmo tem como foco de pesquisa estudar o desenvolvimento e relação entre a biologia e o ambiente, desde bebês até o final da infância, esboça também em tabela estabelecendo os estágios do desenvolvimento cognitivo estabelecidos por Jean Piaget:
Tabela 2 – Estágios do desenvolvimento cognitivo estabelecidos por Jean Piaget
Então, para Rodrigues et. al (2013) que relata sobre como os hábitos de vida moderna estão causando alterações nas experiências e vivências motoras, onde está reduzindo drasticamente movimentos realizados no dia a dia. As crianças estão cada vez mais cedo envolvidas com aparelhos eletrônicos, utilizando-se apenas das funções motoras finas e recrutando pouco as funções motoras grossas.
Outra constatação importante desse autor, Rodrigues et. al (2013) é que o índice de sobrepesos e obesos estão cada vez mais alarmantes, cerca de metade dos brasileiros estão acima do peso ideal, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), sendo mais preocupante ainda o fato de que uma em cada três crianças de 5 a 9 anos, estão com peso excessivo.
Levando em conta então os efeitos negativos da obesidade, o profissional de educação física precisa promover em crianças, atividades que gerem gasto calóricos, estimulando também a ativação das funções motoras grossas, segundo Rodrigues et. al (2013).
Considerando que a prevenção é a melhor situação para o combate a obesidade infantil, adotando medidas adequadas de prescrição de dieta e tendo o esporte como elemento motivador e eficiente, para Galatti et. al. (2013).
Piccolo (1999, p.11 apud HENRIQUE et. al. 2017 p. 91) finaliza dizendo:
Ensinar a praticar esporte é preparar o aluno para executar determinadas habilidades por meio da descoberta do prazer de se exercitar. É conscientizá-lo de suas capacidades e limitações. É mostrar diferentes maneiras de aprender um movimento. A ludicidade da proposta pode ser o caminho dessa conscientização.
TRANSTORNO DO DESENVOLVIMENTO DA COORDENAÇÃO (TDC)
De acordo com Pereira et. al. (2016) onde refere-se que vários fatores como ambiente, biológico, familiar e entre outros causam dificuldades desafiadoras nos anos iniciais, tratando-se de aquisições de habilidades, ocasionando disfunções futuras.
Tais disfunções conceituadas como TDC (Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação), podem ser reconhecidas nas crianças “desajeitadas” de forma mais visível pelos pais a partir dos 6 anos, notando um déficit motor em atividades cotidianas em momentos como colocar meias, utilizar zíper, utensílios pequenos, tomar banho, lavar o cabelo e/ou por professores, especialmente os de Educação Física, quando em atividades propostas há dificuldades em saltar, driblar uma bola, falta de equilíbrio, ritmo, noção de espaço ou quando solicitem a ativação da coordenação motora fina como desenhar, recortar, dificuldades na percepção visual, leitura e escrita o que consequentemente em um futuro próximo, influenciará negativamente em sua vida social e acadêmica, e ainda enfatizam os profissionais que atuam com atividades físicas para notar as disfunções da coordenação na criança, segundo Pulzi et.al (2015).
Silva et. al. (2011 p. 140) indica então intervenções motoras para esses indivíduos, atendendo as principais necessidades de cada um, realizando atividades que amplie o repertorio motor. A identificação de cada deficitário é necessária para elaborar os tipos de programa de educação ou reeducação motora que será utilizada, progredindo assim o desempenho evitando o fracasso e frustração em atividades físicas futuras, destacando por exemplo:
[...]rebater um balão com uma raquete utilizando todo o espaço do ambiente para deslocar; saltar se deslocando com uma bola entre os pés; pular corda; lançar uma bola dentro do arco; caminhar passando o corpo por dentro do arco; lançar uma bola no cesto; jogo do boliche; fazer canudos com jornais; fazer objetos com massinha de modelar; passar o barbante em canudos cortados em pequenos pedaços; jogos pedagógicos e brinquedos que exigem raciocínio rápido, percepção de espaço e tempo; encaixe e desencaixe de formas geométricas, entre outros.
Desta forma, se aplicadas boas intervenções de forma conscientizada e bem elaborada nos primeiros anos de vida, pode auxiliar na aquisição de novas habilidades e até prevenir incapacidades ou atrasos no marco do desenvolvimento da criança, esclarecendo Silva et. al. (2011).
A IMPORTÂNCIA DA FASE DA INICIAÇÃO ESPORTIVA I DOS 7 AOS 10 ANOS
Crianças e jovens compõe a maior porcentagem de pessoas praticantes de esporte, é nessa faixa etária que esse envolvimento vai desde as aulas de educação física nas escolas, participando das “escolinhas” de iniciação esportiva até a participação em equipes de competição, dentro do esporte exige regras que se forem capazes de generalizar para outras situações contribuirá para seu convívio social, aprendendo também confrontar seus limites, lidar com o fracasso, segundo Fernandes et. al. (2018).
Seguindo a ideia de Fernandes et. al. (2018), que a iniciação esportiva infantil propõe possibilidades de socialização nesse momento importante de vida da criança, entrando em participação a família que é peça fundamental para a permanência da mesma nesse meio e também a qualificação do profissional que irá trabalhar com essa população.
A pedagogia do esporte visa tratar pedagogicamente o processo de iniciação e formação esportiva, tendo finalidade exclusivamente educativa. Esse processo consiste em um aprendizado de técnicas associado ao desenvolvimento da criança, segundo Cavazani et. al. (2016). A iniciação de uma prática esportiva na infância, deve ser algo prazeroso e saudável, que instigue sua criatividade e desejo pela atividade física, desenvolvendo suas habilidades motoras e sociais. De acordo com Paes, Montagner e Ferreira (2009, p.9 apud HENRIQUE et. al. 2017 p. 88):
A iniciação esportiva é o primeiro contato do indivíduo com a pratica esportiva de forma orientada, organizada e sistematizada. Nesse momento o contato com o esporte deve ser prazeroso, com o proposito educativo, participação afetiva, sem incitar a especialização precoce, preocupando-se com a diversificação de movimentos e estímulos.
Garlipp et. al. (2016) descreve a iniciação esportiva como um processo cronológico, primeiro passo da formação esportiva onde desde o início, adapta e ensina-se as crianças os aspectos básicos de uma ou mais modalidade, até o momento que decidam por uma modalidade específica.
Garlipp et. al. (2016), ainda conceitua as duas abordagens de treinamento como:
Treinabilidade: que consiste em observar e definir em qual estágio a criança ou adolescente se encontra de acordo com seu repertório motor.
Período Crítico ou Sensível: está ligado ao qual momento será de produção em determinados efeitos do treino, levando em consideração a importância da individualização para que não ocorra prejuízo motor, emocional e moral nos iniciantes.
A fase de iniciação esportiva em jogos desportivos abrange desde o primeiro momento em que a criança inicia no esporte até a decisão por praticar apenas uma modalidade, respeitando cada fase de desenvolvimento dela até a fase da pré-adolescência. Sendo assim os conteúdos a serem ensinados são divididos em três fases de desenvolvimento, segundo Oliveira et. al. (2004) que apresenta em tabela como são dividas essas fases de acordo com a idade cronológica que elas são inseridas em cada categorias disputadas pertencentes:
Tabela 3: Periodização do processo de ensino para os jogos desportivos coletivos na etapa de iniciação esportiva, com um exemplo para o basquetebol
Fonte: https://www.efdeportes.com/efd71/jogos.htm
- Fase de Iniciação Esportiva I: As atividades desportivas desenvolvidas com as crianças nessa fase são lúdicas, participativas e alegres, oportunizando e estimulando o pensamento técnico. Evita-se o jogo desportivo coletivo e competições antes dos 12 anos.
Em função da plasticidade do sistema nervoso central essas atividades propostas precisam solicitar da criança complexidade, variabilidade, diversidade e continuidade durante o processo, além de ser variada e de caráter recreativo, visa educar e aperfeiçoar os movimentos, flexibilidade, velocidade e coordenação, justificando então a importância desse momento, que é propício para a criança receber esses estímulos, de acordo com Oliveira et. al. (2004).
Ainda para Oliveira et. al. (2004), conclui que as crianças dessa faixa etária demonstram maiores interesses em desenvolver atividades com variação de movimentos, tornando um período agradável para desenvolver, aprimorar e estimular a construção de seu repertório motor sem sobrecarga, atingindo assim o objetivo do desenvolvimento infantil em cada fase.
ETAPAS DA INICIAÇÃO ESPORTIVA
Segundo Garlipp et. al. (2016), as propostas de iniciação esportiva apresentam caráter multidisciplinar e divide o processo de ensino-aprendizagem-treinamento em fases, sendo inseridas de acordo com a realidade que o professor/treinador estiver vivendo:
Tabela 4: Segundo Garlipp et. al. (2016) – Etapas do Treinamento Esportivo
FASES |
IDADE CRONOLÓGICA |
CARACTERÍSTICAS |
Fase Pré-Escolar |
4 a 6 anos |
onde há variedades de movimentos afim de desenvolver o repertório motor que será utilizado nas outras fases. |
Fase Universal |
6 a 12 anos |
que seria a fase mais importante, onde os movimentos devem ser amplos e variados. |
Fase de Orientação |
12 a 14 anos |
onde ocorre automatização dos movimentos trabalhados nas fases anteriores. |
Fase de Direção |
14 a 16 anos |
permite a vivencia de duas ou três modalidades diferentes, inicio do aperfeiçoamento de técnicas. |
Fase de Especialização |
16 a 18 anos |
chega a fase de concretização da modalidade especifica escolhida, com otimização e aperfeiçoamento técnico e tático. |
Fase de Aproximação/Integração |
18 a 21 anos |
último degrau antes do treinamento de alto rendimento, possível carreira esportiva. |
Fase de Alto Nível |
A partir dos 21 anos |
fase onde há o maior desempenho esportivo. |
Fase de Readaptação |
Sem faixa etária |
fase que tem por objetivo destreinar de maneira saudável um atleta que tenha deixado o treinamento de alto nível. |
Fase de Recreação e Saúde |
|
fase para pessoas que optem em ter o esporte com menor comprometimento, mas que ainda sim querem assegurar efeitos positivos em sua saúde. |
Fonte: Criado pelo Autor
Den tro dessas fases apresentadas acima, ainda deve se levar em consideração os princípios do treinamento, uma vez que os dois associados de forma correta, contribuirá para o aperfeiçoamento das características. São aspectos que irá diferenciar o trabalho feito, a base de ensaios e erros: Princípio da Individualidade Biológica; da Adaptação; da Sobrecarga; da Continuidade/Reversibilidade; e Interdependência; Volume x Intensidade, de acordo com Lima et. al. (2020).
Lima et. al. (2020) segue descrevendo:
Princípios da Individualidade Biológica: individualização de treinamento, onde enfatiza que cada ser humano é único, existem diferentes funções que necessitam ser trabalhadas de modo diferenciado, respeitando o genótipo a carga genética transmitida, ou seja, respeitando biotipo, altura, composição corporal, capacidades motoras e tipos de fibras musculares. Já o fenótipo atua sobre os fatores externos que podem ser modificados como as habilidades motoras e esportiva.
Princípios da Adaptação: diferentes formas de adaptação diante de estímulos vindo dos exercícios e carga de treino, o atleta necessita se adaptar ao treinamento, ou seja, todo estímulo provoca características de adaptação, sem ela não há evolução. Ressalta também a importância de saber dosar esses estímulos, para que o trabalho exercido evolua de modo crescente, desenvolvendo assim melhorias do rendimento dentro das fases de etapas.
Princípios da Sobrecarga: diz sobre a supercompensação, capacidade do organismo restituir as energias gastas no treinamento, preparando para uma nova etapa do treino, para que de fato ocorra os efeitos positivos. A variação dos exercícios está relacionada á ordem de execução e mudança de metodologia dos treinos.
Princípio da Continuidade e Reversibilidade: ressalta que as modificações induzidas pelo treinamento são passageiras, as características adquiridas por meio do treino perdem-se após período de inatividade, portanto, há sempre necessidade de manutenção de treinamento, em níveis contínuos, para um estado de treinamento elevado.
Princípio da Interdependência: refere-se ao volume x intensidade, propõe-se trabalhar maior o volume que é importante para estabilidade do rendimento, e no decorrer do treinamento, ir aumentando a intensidade que é importante para o aumento do rendimento.
Volume x Intensidade: o primeiro refere-se a quantidade de treinamento, relacionado ao numero de repetições, tempo de corrida, dias/semanas/meses de treinamento. Já o segundo, diz respeito a qualidade do treinamento, manipulação de cargas, intervalo de repouso, velocidade da execução. Assim se o volume aumenta, a intensidade diminui e se a intensidade aumenta, o volume diminui.
Princípio da Especificidade: está relacionado ao princípio da individualidade biológica, em treinamento de alto nível, deve evidenciar as capacidades específicas do esporte praticado, mas também as particularidades do atleta.
Portanto, para Lima et. al. (2020) conclui que esses princípios estão intrinsicamente relacionados uns aos outros, e é imprescindível saber avaliar e controlar os níveis de treinamento e carga para que o atleta sempre evolua e não ocorra estagnação, diminuindo também suas chances de acarretar alguma lesão.
A partir disso, Garlipp et. al. (2016 p. 3 e 4):
[...]parece claro a importância de uma iniciação esportiva a fim do desenvolvimento amplo do ser humano, sendo a mesma apresentada por uma divisão etária, exigindo assim do professor/treinador o estabelecimento de objetivos, conteúdos, metodologias e avaliações diferenciadas. Nesse sentido reforça-se a ideia de não entender a criança como um adulto em miniatura, todavia vislumbrar que o desenvolvimento das mesmas ocorre através de fases, de forma sequencial, porém em velocidades diferentes.
Garlipp et. al. (2016), conclui que a inserção de crianças e jovens em modalidades esportivas coletivas, deve abranger a formação geral, os aspectos físicos, psicológicos e afetivos do indivíduo, para que assim eles possam adquirir conhecimento e experiência, diminuindo as chances de se ter algum tipo de problema motor futuro.
Sendo assim, os benefícios psicológicos dos exercícios para esse grupo têm uma salta eficácia, por terem maior motivação para realização e intenção de se exercitar e níveis mais baixos de depressão, além de atuar na aparência e autovalorização física, reduzindo também as chances de contrair alguma demência geral no futuro, de acordo com Fernandes et. al. (2018).
CONCLUSÃO
Mediante todas as informações e resultados coletados, conclui-se que, é de suma importância a inserção de crianças em treinamento desportivo, principalmente na fase dos 7 aos 10 anos, onde as mesmas encontram-se mais suscetível e vulneráveis ao aprendizado e aperfeiçoamento de seus movimentos motores.
Por isso, garantir a participação das crianças nessa fase chamada de iniciação esportiva I, onde elas se obtêm de maior aquisição de movimentos, é também garantir a elas uma vida adulta com maior qualidade em suas atividades.
Sendo assim, a fase propícia para trabalhar desenvolvendo lateralidade, equilíbrio, coordenação motora fina e grossa, velocidade, agilidade, tomada de decisões rápidas de forma divertida, lúdica e prazerosa, ou seja, brincando, sem a cobrança de aspectos táticos e técnicos de uma modalidade específica, tratando criança como criança, respeitando sua individualidade biológica, meio social e ambiente pertencente, até que atinja o momento certo de decisão da modalidade desejada.
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