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LUDICIDADE: BRINCANDO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Solange Luiza de Oliveira[1]  
Maria José Alves Soares
Adriana de Oliveira Teodoro

 

RESUMO

O tema Ludicidade: Brincando na Educação Infantil foi escolhido para ser trabalhado na Educação Infantil, tem por objetivo desenvolver a aprendizagem da criança tendo um enfoque os brinquedos e a ludicidade. O recurso pedagógico fortalece e desenvolve uma aprendizagem prazerosa onde os educandos interagem expressando umas com as outras de maneira espontânea, trocando conhecimento em seu dia a dia.

 

Palavras-chave: Ludicidade. Ensino. Educação Infantil.

 

INTRODUÇÃO

 

Trabalhar com a ludicidade na educação infantil é de suma importância, pois a criança brincando desenvolve a coordenação motora fina e grossa, promovendo com espontaneidade suas habilidades e aprendizagem.

A ludicidade influencia, estimula e capacita o desenvolvimento infantil, pois no ato da brincadeira o desenvolvimento das ações tem valores de coletividade cooperação, solidariedade e compartilhamento onde estarão aprendendo a se relacionar diretamente com o próximo respeitando os limites uns dos outros.

A utilização de novos espaços de aprendizagem busca resgatar o interesse peculiar do aluno pelo que lhe é conhecido, que lhe é atrativo; aprender faz parte da essência do indivíduo e pode surgir das mais diversas situações e contextos, inclusive nas redes sociais, conforme explica Carvalho (2009).

O trabalhar a ludicidade é desenvolver nas crianças disciplinar idade, limite e respeito. O tema ludicidade é um assunto que tem conquistado espaço no panorama nacional, principalmente na educação infantil, por ser o brinquedo a essência da infância e seu uso permite um trabalho pedagógico que possibilita a produção do conhecimento, da aprendizagem e do desenvolvimento, independente de época, cultura e classe social os jogos e brincadeiras fazem parte da vida da criança.

A aplicabilidade do lúdico na educação infantil enriquece o processo pedagógico, pois os jogos e brincadeiras faz despertar na criança o prazer pela vida a autoestima, levando a enfrentar os desafios que surgirem com mais confiança e firmeza.

O lúdico é um instrumento pedagógico indispensável na aprendizagem, no desenvolvimento e na vida das crianças, torna evidente que os professores atuantes e futuros professores devem e precisam tomar consciência disso, pois uma aula prazerosa desperta o interesse imediato do aluno, com isso o individuo aprende e o resultado é satisfatório.

O ato de brincar ativa imediatamente a autoestima ativando a adrenalina e seguidamente sente- se o prazer ao realizar os movimentos envolvendo todos os sentidos como diz Vygotsky (1984) atribui relevante papel ao ato de brincar na constituição do pensamento infantil. É brincando, jogando que a criança revela seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de aprender e de entrar em uma relação cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos.

A criança, por meio da brincadeira, reproduz o discurso externo e o internaliza, construindo seu próprio pensamento. A linguagem, segundo Vygotsky (1984), tem importante papel no desenvolvimento cognitivo da criança à medida que sistematiza suas experiências e ainda colabora na organização dos processos em andamento. De acordo com Vygotsky (1984, p.97):

 

A brincadeira cria para as crianças uma "zona de desenvolvimento proximal" que não é outra coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível atual de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiro mais capaz.

 

Por meio das atividades lúdicas, a criança reduz muitas situações vividas em seu cotidiano, as quais, pela imaginação e pelo faz-de-conta, são reelaboradas. Esta representação do cotidiano se dá por meio da combinação entre experiências passadas e novas possibilidades de interpretações e reproduções do real de acordo com suas afeições, necessidades, desejos e paixões. Estas ações são fundamentais para a atividade criadora do homem.

Tanto para Vygotsky (1984) como para Piaget (1975), o desenvolvimento não é linear, mas evolutivo e, nesse trajeto, a imigração se desenvolve. Uma vez que a criança brinca e desenvolve a capacidade para determinado tipo de conhecimento, ela dificilmente perde esta capacidade. É com a formação de conceitos que se dá a verdadeira aprendizagem e é no brincar que está um dos maiores espaços para a formação de conceitos. Negrine (1994, p.19) sustenta que as contribuições das atividades lúdicas no desenvolvimento integral indicam que elas contribuem poderosamente no desenvolvimento global da criança e que todas as dimensões estão intrinsecamente vinculadas: a inteligência, a afetividade, a motricidade e a sociabilidade. Essas qualidades são inseparáveis: sendo a afetividade a que constitui a energia necessária para a progressão psíquica, moral, intelectual e motriz da criança.

Brincar é sinônimo de aprender, pois o brincar e o jogar geram um espaço para pensar, sendo que a criança avança no raciocínio, desenvolve o pensamento, estabelece contratos sociais, compreende o meio, satisfaz desejos, desenvolve habilidades, conhecimentos e criatividade. As integrações que o brincar e o jogo oportunizam favorecem a superação do egocentrismo, desenvolvendo a solidariedade e a empatia, e introduzem, especialmente no compartilhamento de jogos e brinquedos, novos sentidos para a posse e o consumo.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Apoiados na Sociologia da Infância e de autores relacionados a essa vertente, podemos considerar que o emprego da ludicidade como meio pedagógico faz com que as crianças alcancem um avanço significativo em relação a tempos passados, quando não se tinha por prática, o repertório de brincadeiras e fantasias. Percebemos melhorias nas interações sociais, nos aspectos cognitivos e motores, assim como o aumento da criatividade e participação nas atividades propostas.

Aos poucos os professores estão se conscientizando sobre a importância da ludicidade para o desenvolvimento das crianças, e os pontos positivos que essa prática traz como: maior atenção dentro da sala de aula, comportamento social menos conflituoso, resolução de problemas e seu desenvolvimento por completo.

 

REFERÊNCIAS

 

ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Loyola, 1995.

 

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional par a educação infantil. Brasília, 1998. V. 2.

 

CHATEAU, Jean. O jogo e a criança. São Paulo: Summus, 1997.

 

MARCELIIINO, Nelson Carvalho. Pedagogia da animação. São Paulo: Papirus, 1990.

 

NEGRINE, Airton. Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Porto Alegre: Propil, 1994.

 

PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.

 

SANTOS, Santa Marli pires dos. Brinquedo e infância: um guia para pais e educadores. Rio de Janeiro: Vozes, 1999.

 

SNEYDERS, Georges. Alunos felizes. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

 

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

 

WAJSKOP, Gisela. Brincar na pré-escola. São Paulo: Cortez, 1995.

 

WINNICOTT, D. W. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.

 

SOBRENOME, Nome do autor. Título da obra. Edição. Cidade: Editora, Ano de Publicação.

 

ALVES, Maria Leila. O papel equalizador do regime de colaboração estado-município na política de alfabetização. 1990. 283 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade de Campinas, Campinas, 1990. Disponível em: <http://www.inep.gov.br/cibec/bbe-online/>. Acesso em: 28 set. 2001.

 

CARVALHO, Maria Cecília Maringoni de (Org.). Construindo o saber: metodologia cientifica, fundamentos e técnicas. 5. ed. São Paulo: Papirus, 1995. 175 p.

 

DEMO, Pedro.  Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 1999.

 

______. Pesquisa: princípio científico e educativo.  6. ed.  São Paulo: Cortez, 2000.

 

RAMPAZZO, Lino.  Metodologia científica: para alunos dos cursos de graduação e pós-graduação.  São Paulo: Stiliano, 1998.

 

[1]Professora graduada em Pedagogia pela FAEST- Uniserra