A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL[1]
Rosangela de Souza Amorim[2]
RESUMO
Este trabalho tem o intuito de mostrar um estudo da importância de atividades lúdicas na educação infantil, para facilitar a aprendizagem dos alunos. Demonstrando que ao se trabalhar a ludicidade não se está abandonando a seriedade e importância dos conteúdos que devem ser trabalhados com as crianças, pois essas atividades são indispensáveis para o desenvolvimento, a imaginação, a criatividade, a percepção e fantasias. Através da ludicidade, das brincadeiras as crianças interagem umas com as outras, trocando informações, costumes e tradições. O lúdico é um dos recursos pedagógicos mais utilizados para estimular a aprendizagem, principalmente na educação infantil. É preciso e muito importante inovar a sua prática pedagógica, buscar novos recursos e métodos para conseguir prender a atenção do aluno, sabemos que muitas escolas têm uma situação precária e falta de muitos materiais pedagógicos concretos e de recursos relacionados à tecnologia. Na sua casa, no seu meio social o educando, vive cercado de variedades como: Televisão, vídeo game, computador dentre outros que são bem mais atrativos do que uma sala de aula, é nesse contexto que o lúdico tem sua participação, brincar ajuda o aluno a absorver os conteúdos e prender sua atenção em sala de aula.
Palavras-chave: Lúdico. Educação infantil. Aprendizagem.
ABSTRACT
This paper aims to show a study of the importance of playful activities in early childhood education to facilitate student learning. It shows that when we work with playfulness we are not abandoning the seriousness and importance of the contents that should be worked on with the children, because these activities are essential for the development, imagination, creativity, perception, and fantasy. Through play and games, children interact with each other, exchanging information, customs, and traditions. Play is one of the most used pedagogical resources to stimulate learning, especially in early childhood education. It is necessary and very important to innovate your pedagogical practice, to look for new resources and methods to catch the student's attention; we know that many schools have a precarious situation and lack many concrete pedagogical materials and resources related to technology. In his home, in his social environment, the student lives surrounded by varieties such as: television, video games, computers, among others, which are much more attractive than a classroom. It is in this context that play has its part, playing helps the student absorb the content and hold his attention in the classroom.
Key words: Playfulness. Early childhood education. Learning.
INTRODUÇÃO
Tendo como reflexão à preocupação com a aprendizagem dos alunos na educação infantil que é um tanto desafiadora, foi realizada uma pesquisa bibliográfica do tema através de livros, revistas, internet entre outros. Assim foi realizado um levantamento teórico objetivando a compreensão do conceito lúdico dos jogos e brincadeiras procurando diagnosticar como os mesmos podem auxiliar na aprendizagem das crianças da educação infantil.
Nesta perspectiva a problemática trabalhada foi o lúdico na educação infantil e a importância dos jogos e brincadeiras para a aprendizagem do aluno. Para muitas crianças ir pra escola, ficar longe da família nem sempre é fácil, conhecer pessoas novas, aprender algo diferente, as brincadeiras podem auxiliar nessa nova etapa da vida dessa criança. O lúdico promove na educação infantil uma prática educacional, conhecimento de mundo, oralidade, pensamento e sentido. Um dos objetivos dessa pesquisa é verificar a importância dos jogos e brincadeiras na educação infantil e suas contribuições à aprendizagem dos alunos ainda na fase de alfabetização.
O lúdico é algo presente em nossas vidas, é natural. Recordamos com saudade das brincadeiras de infância, de quando ficávamos as tardes e noites nas ruas e calçadas, nos divertindo com as mais diversas brincadeiras, e com as crianças de hoje isso não é diferente, toda criança gosta de brincar, vamos usar essas brincadeiras para aprender.
É fundamental que se questione mais sobre a educação. Para isso deve-se estar mais aberto, mais vivo, mais ligado, refletindo sobre o cotidiano pedagógico e se perguntando sobre seu futuro. O lúdico é um recurso metodológico de suma importância para auxiliar a aprendizagem das crianças da educação infantil. Os jogos auxiliam bastante no ensino da matemática, desde a quantidade de pessoas que estão jogando até mesmo as suas regras que geralmente tem cálculos matemáticos.
Os jogos ensinam os conteúdos através de regras, pois possibilita a exploração do ambiente a sua volta, os jogos proporcionam aprendizagem de maneira prazerosa e significativa assim agrega conhecimentos. Muitas crianças vivem isso em casa, com irmãos e pais, brincam e jogam como forma de lazer, principalmente nos finais de semana.
Assim como os jogos as brincadeiras são de suma importância para o desenvolvimento da criança na educação infantil, pois através da mesma a criança aprende a respeitar regras, os jogos de construção são considerados de grande importância por enriquecer a experiência sensorial, estimular a criatividade e desenvolver habilidades da criança. Porém para que os jogos e brincadeiras tenham sucesso na sua aplicação é necessária à mediação do professor que precisa planejar suas atividades com objetivos pré-estabelecidos a serem alcançados.
Para realização dessa pesquisa foram examinados alguns autores que realizaram estudos sobre o lúdico em várias etapas da educação, bem como estudos dos Parâmetros Curriculares Nacionais e Lei de Diretrizes e Bases.
Esse artigo apresenta a seguinte estrutura de desenvolvimento:
Na introdução temos a apresentação do tema, objetivos e justificativa.
No primeiro capítulo, A Importância do Brincar, destaca a importância da interação através da brincadeira e a diferença de brincar, brinquedos e jogos. Mostra que através das brincadeiras a criança aprende e se desenvolve.
No segundo capítulo, O Lúdico na Educação Infantil, falamos da aprendizagem em meio às brincadeiras, o desenvolvimento da criança e a mediação do professor na atividade planejada por ele. Vemos que lúdico pode ser apenas uma diversão como também uma forma de auxiliar no aprendizado.
No terceiro capítulo, Matemática no Cotidiano, mostra que o aluno aprende a matemática com maior facilidade se usar atividades e brincadeiras do seu dia a dia. A matemática é tida como uma disciplina difícil e os jogos podem facilitar a aprendizagem e tirar essa impressão e facilitar o aprendizado.
Na conclusão, o entendimento depois de ser pesquisado em diversas bibliografias de como o lúdico é importante no ensino-aprendizagem das crianças, principalmente da educação infantil. O lúdico através de jogos e brincadeiras mediados pelo professor são ferramentas que proporcionam a aprendizagem.
A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR
O brincar na educação infantil, é um tema muito abordado pelos professores, mas a real importância da brincadeira ainda gera dúvidas na mente das famílias, como:
_ Meu filho vai para escola só pra brincar? Qual a diferença das brincadeiras da escola e as de casa? Para uns, brincar é apenas a possibilidade de fazer a criança gastar mais energia e dar tranquilidade, para outros representa a forma da criança se preparar para a vida.
A criança é um ser em desenvolvimento, é muito importante à interação para a aprendizagem de novos conhecimentos, de uma maneira significativa, mas nem sempre foi assim, algum tempo atrás as crianças eram tratadas como adultos em miniatura, tinham que fazer praticamente o que um adulto fazia, desde cedo tinham suas obrigações, direitos e deveres. As crianças nem sempre podiam brincar tinham que observar os adultos em suas tarefas e aprender, nem todos conseguiam ir para a escola, e quando iam aprendiam de forma rígida, nada de brincadeira. Hoje sabemos que esse olhar mudou, sabe-se que a criança interage de uma forma diferente do adulto e tem seu espaço na sociedade.
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (LDB Lei de Diretrizes e bases art.29)
De acordo com kishimoto (1994 p.7) existe uma diferença entre brincadeira, brinquedo e jogo, o brinquedo supõe uma relação íntima com a criança e uma ausência de regras, temos brinquedos que são comprados prontos e aqueles que vêm da natureza ou de materiais recicláveis, brincadeira é a ação que a criança desempenha ao concretizar a regras do jogo e ao utilizar o brinquedo e jogo é um contexto de regras predefinidas.
A brincadeira possui uma estrutura e regras a serem seguidas, porém elas se adaptam a criatividade das crianças, fazendo com que se possa modifica-las, permitindo a liberdade na hora de brincar. Com essa liberdade a criança vai se soltando, se enturmando, aprendendo e ensinando, trocando informações e usando sua criatividade.
Por sua vez, o jogo está inerente tanto ao brinquedo, quanto a brincadeira, é uma atividade que contém regras mais delimitadas, que raramente se modificam e nem sempre fazem parte do universo infantil. Os jogos são trabalhados quando as crianças são maiores e já tem um entendimento de regras que devem ser cumpridas. Nessa fase da criança ele se torna um importante aliado para o ensino.
O jogo é um instrumento pedagógico muito significativo. No contexto cultural e biológico é uma atividade livre, alegre que engloba uma significação. É de grande valor social, oferecendo inúmeras possibilidades educacionais, pois favorece o desenvolvimento corporal, estimula a vida psíquica e a inteligência, contribui para a adaptação ao grupo, preparando a criança para viver em sociedade, participando e questionando os pressupostos das relações sociais tais como estão postos. (KISHIMOTO, 1996 p. 26).
Sendo assim alguns questionamentos sobre brincar na educação infantil é respondido por meio da importância que a interação e o compartilhamento dos brinquedos, ajudam as crianças aprender, conhecer, conviver, socializar e desenvolver.
O brinquedo educativo, segundo Kishimoto (2005, p. 37), “ao assumir a função lúdica e educativa, o brinquedo, dentro do contexto educacional assume função lúdica, porque propicia diversão, prazer e até mesmo desprazer”. Torna-se educativo quando o professor ensina algo e orienta a criança em seu saber e seus conhecimentos.
Leva um tempo até a criança saber brincar e ter bom aproveitamento da brincadeira, principalmente às coletivas. Muitas vezes as crianças preferem brincar sozinha ou apenas com amigos. Nos primeiros dias de aula algumas crianças estranham e ficam tímidas, não gostam de conversar, brincar e dividir seus brinquedos com as demais crianças e isso é normal, pois alguns vivem apenas com adultos em casa.
Ao brincar a criança entra no mundo da imaginação, desenvolve a autonomia, socializa-se ao meio ambiente que está inserido, troca informações, desenvolve emoções de bem estar e descobre que as frustrações fazem parte do universo infantil, começa entender que nem tudo é do jeito que ela quer e no momento que tem vontade, que mesmo sendo uma brincadeira tem um horário e as brincadeiras certas para sua idade, que ajudarão no conhecimento e compreensão das atividades que estão sendo desenvolvidas em sala de aula. O brincar contribui para a formação do indivíduo, através da imaginação, que proporciona a aprendizagem, pois amplia a capacidade de percepção sobre si mesmo.
A brincadeira, seja ela qual for, é algo de sumo importância na infância. Pelos pais, ela deve ser vista não apenas como um momento de entretenimento e lazer de seus filhos, mas também como uma oportunidade de desenvolver nas crianças hábitos e atitudes que os façam amadurecer se tornando responsáveis (OLIVEIRA 2010, p 14.)
Os jogos e as brincadeiras estão presentes em todas as fazes da vida de todos os seres humanos, de alguma forma o lúdico se faz presente e acrescenta algo indispensável no relacionamento entre as pessoas, possibilitando e aumentando sua criatividade e conhecimento. Os jogos proporcionam um auxílio para a construção da aprendizagem e também possibilitam ensinar de maneira dinâmica e atraente, proporcionando aos alunos sucesso no processo de ensino-aprendizagem.
O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A educação faz parte da vida de todo individuo e não está apenas na escola, pois não há uma forma única de se educar. Os conhecimentos tornam-se cada vez mais especializados devido ao avanço científico, antes só profissionais tinham acesso, hoje com a modernidade a grande maioria das pessoas tem acesso à tecnologia, facilitando a aprendizagem, e através de jogos, brincadeiras pode-se ampliar esse conhecimento. É necessário que a escola tenha aparatos tecnológicos à disposição de seus colaboradores e alunos, essas ferramentas vão possibilitar a busca do conhecimento. Investir em tecnologias é fundamental. Mesmo na educação infantil é possível mostrar ao aluno que ele pode buscar informações e trocá-las com os colegas.
A utilização do jogo potencializa a exploração e a construção do conhecimento, por contar com a motivação interna, típica do lúdico, mas o trabalho pedagógico requer a oferta de estímulos externa e a influência de parceiros, bem como a sistematização de conceitos em outras situações que não jogos. Ao utilizar de modo metafórico a forma lúdica (objeto suporte de brincadeira) para estimular a construção do conhecimento, o brinquedo educativo conquistou espaço definitivo na educação infantil (KISHIMOTO 2005, p 16).
As brincadeiras infantis, fator fundamental para o desenvolvimento das aptidões físicas e mentais da criança, sendo um agente facilitador para estabelecer vínculos com seus semelhantes. É fundamental percebermos que a expressão da criança se dá através de imagens não convencionais, de objetos, com isso notamos que as atividades propostas à criança deveriam partir mais das necessidades infantis e não de técnicas teóricas, isso não quer dizer que devemos dispensar o educador, mas que este oriente essa liberdade para que resultem em produções criativas. A utilização de brinquedos e jogos com intuito de criar momentos de brincadeiras em sala de aula nem sempre foi aceito, os jogos muitas vezes é descriminado e a criança é vista como um ser que deve ser apenas disciplinado para aquisição de conhecimentos. Algumas pessoas ainda pensam que escola tem que ser mais rígida e a criança tem que ficar o tempo todo com um caderno, livro e caneta na mão, não podendo utilizar outros meios de aprendizagem, muitos professores são criticados por utilizar brincadeiras para ajudar no aprendizado.
O jogo infantil é normalmente caracterizado pelos signos do prazer ou da alegria, entre os quais o sorriso. Quando brinca livremente e se satisfaz, a criança o demonstra por meio do sorriso. Esse processo trás inúmeros efeitos positivos ao aspecto corporal, moral e social da criança. ( KISHIMOTO 2005,p 08).
Durante muito tempo confundiu-se “ensinar” com “transmitir”, os alunos eram um agente passivo transmissor. Assim o jogo ganha um espaço como ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulo ao interesse do aluno. O jogo desenvolve e enriquece sua personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva o professor à condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem.
As atividades lúdicas divertem e proporcionam descobertas através de estímulos propostos pelo professor que institui regras e posicionamentos para desenvolver os jogos e brincadeiras de forma criativa e divertida.
As atividades lúdicas são muito mais que momentos divertidos ou simples passatempos e, sim, momentos de descoberta, construção e compreensão de si; estímulos à autonomia, à criatividade, à expressão pessoal. Dessa forma, possibilitam a aquisição e o desenvolvimento de aspectos importantes para a construção da aprendizagem. Possibilitam, ainda, que educadores e educando se descubram, se integrem e encontrem novas formas de viver a educação (PEREIRA, 2005, p. 93).
O lúdico pode ser tanto uma brincadeira que provoca divertimento, quanto uma atividade de jogo, disputa, onde se facilita a aprendizagem. Essas atividades desenvolvem vários aspectos no processo de aprendizagem da criança, podemos destacar a atenção, memorização e imaginação. O desenvolvimento da criança deve ser o objetivo principal na educação infantil dentro de um ambiente que permita jogar, brincar de forma prazerosa.
As atividades lúdicas, que têm na busca da alegria e do prazer sua grande fonte alimentadora, se caracterizam como atividades não impostas, experiências individualmente ou compartilhadas, tendo como finalidade a vivência do momento. Possibilitam que a elas nos entreguemos, e, entretecendo símbolos, sonhos, desejos, necessidades, dores e alegrias, nos integremos conosco e com o outro em uma troca tácita e significativa. A possibilidade para que as emoções se manifestem é fundamental, pois, elas não podem ser descartadas no processo de autoconhecimento e autoexpressão. As atividades lúdicas são uma necessidade do ser humano, independente de sua faixa etária. Através delas, é possível ter contato mais profundo consigo e com o outro. (PEREIRA 2005, p. 94)
É importante que o professor faça a mediação da atividade planejada por ele e estabeleça os objetivos para a brincadeira e que tenha um caráter pedagógico promovendo dessa maneira interação social e intelectual. O professor deve estar atento também à idade e auxiliar a criança na utilização do brinquedo até que esteja apta a brincar sozinha. O professor também deve participar das brincadeiras demonstrando prazer e estimulando-as a participar. Pedagogicamente o lúdico possui a liberdade de trabalhar a expressão e a comunicação dos alunos, pois é uma metodologia menos rígida por isto, mais prazerosa para aprender.
MATEMÁTICA NO COTIDIANO
Observando as atitudes de uma criança no seu cotidiano, notamos que elas aprendem sem que percebam, pois nessas atitudes há a existência de algumas disciplinas diferentes, mas ligadas entre si. Quando se resolve um problema usando seus métodos, compartilhando com outras pessoas percebemos que foi envolvida a matemática, pois houve raciocínio, e educação pelo seu jeito de resolver problemas. Uma aprendizagem que envolva os números é mais que saber contar, embora a contagem faça parte do cotidiano, é necessária a compreensão do conceito do número, por isso é muito importante o planejamento e métodos, pois o professor e a escola são responsáveis em estimular o aluno para que ele vá além do que demonstra saber.
O professor deve sempre lembrar que a criança é um ser em formação, por isso deve trabalhar para que a instrução seja sempre natural e com mais possibilidades possíveis para a criança. Segundo Virgulino (2014):
Na Educação Infantil, o trabalho com noções matemáticas deve atender, por um lado, às necessidades da própria criança de construir conhecimentos que incidam nos mais variados domínios do pensamento e, por outro, precisa corresponder a uma necessidade social de melhor instrumentalizá-la para viver, participar e compreender um mundo que exige diferentes conhecimentos e habilidades (VIRGULINO, 2014, p. 2).
A matemática está presente em diversas atividades realizadas pelas crianças e oferece várias situações que possibilitam o desenvolvimento do raciocínio lógico, da criatividade e capacidade de resolver problemas. Desde muito pequenos as crianças já têm contato com a matemática, seja na quantidade de brinquedos e na contagem dos membros de sua família. O cotidiano nos oferece uma infinidade de situações em que é possível envolver as crianças em atividades de contagem, de comparação e medição. Isso pode acontecer em momentos como a quantidade de alunos e cadeiras na sala de aula, hora do lanche ou quando acontece distribuição de materiais. Situações em que pedimos que as crianças mostrem nos dedos a quantidade de biscoitos que desejam, ou quando distribuímos irregularmente, pedimos que nos digam o que é preciso fazer para deixar tudo igual, pode falar das horas que ficam na escola, é alguns exemplos. Na vida cotidiana, a matemática informal é parte da vida do indivíduo, numa simples compra no supermercado até uma visita ao banco.
É importante que a presença do conhecimento matemático seja percebida, e claro, analisada e aplicada às inúmeras situações que circundam o mundo, visto que a matemática desenvolve o raciocínio, garante uma forma de 25 pensamentos, possibilita a criação e amadurecimento de ideias, o que traduz uma liberdade, fatores estes que estão intimamente ligados a sociedade. Por isso, ela favorece e facilita a interdisciplinaridade, bem como a sua relação com outras áreas do conhecimento (filosofia, sociologia, literatura, música, arte, política, etc) (RODRIGUES, 2005, p.5)
Uma disciplina está ligada a outra, isso pode e deve ser trabalhado desde a educação infantil, ao contar uma historinha que é trabalhada à língua portuguesa, falamos das quantidades de personagens, um exemplo matemático, o lugar que acontece a história, trabalhando geografia, esses são alguns exemplos de interdisciplinaridade.
Percebe-se cada vez mais que o brincar possibilita um desenvolvimento intelectual e torna possíveis as resoluções de noções matemáticas. No entanto algumas escolas não têm refletido sobre a ação do brincar. Alguns professores preferem usar o método tradicional para ensinar, usando livro, lousa, caderno e lápis, e algumas famílias também só aceitam e até exigem que o ensino seja assim. Alguns pais observam os cadernos dos filhos e se não tiver várias folhas de atividades feitas é porque o filho não estudou, foi para a escola e não fez nada, mas na verdade não sabe o que foi trabalhado oralmente e através de jogos, brincadeiras dentro da sala de aula, e o que de conhecimento foi adquirido por este aluno numa aula prática.
Para tanto, o ensino da matemática prestará sua contribuição à medida em que forem exploradas metodologias que priorizem a criação de estratégias, a comprovação, a justificativa, a argumentação, o espírito crítico, e favoreçam a criatividade, o trabalho coletivo, a iniciativa pessoal e a autonomia advinda do desenvolvimento da confiança na própria capacidade de conhecer de oferecer e enfrentar desafios. (Parâmetros Curriculares Nacionais, 1997, p. 26)
Algumas crianças não conseguem entender problemas pela dificuldade que tem em interpretar textos, por isso, que uma disciplina está ligada a outra e devemos trabalhá-las juntas para vencer essas dificuldades. Um aluno que lê e interpreta bem no português tem facilidade para compreender e resolver um problema matemático. Através do brincar torna possível a retratação de fatos ou acontecimentos em sua vida. A aprendizagem matemática requer geralmente uma sequência, e isso aprendido de forma lúdica é menos tenso. As atividades introduzidas com a ludicidade são mais fáceis de aprender e de ser aceitas pelo discente.
A matemática que um sujeito produz não é independente de seu pensamento enquanto ele a produz, mas pode vir a ser cristalizada e tornar-se parte de uma ciência, a matemática, ensinada na escola e aprendida dentro e fora da escola. (N. Carraher, W. Carraher, Schliemann, 1995, pág. 11)
A matemática aprendida em sala de aula é uma matemática organizada cientificamente que interage com a matemática como atividade humana. A matemática como atividade humana é uma maneira de organizar os objetos do mundo, de darmos nossa opinião, demonstrarmos nossos conhecimentos e verificarmos os diferentes resultados das nossas atividades. A matemática está presente em todos os segmentos da nossa vida e em todas as tarefas do nosso dia a dia, seja na simples compra de um leite, aplica-se o financeiro, no despertador expressa horas, contagem do tempo e numa refeição utilizamos conceito de proporção, quantidades e assim por diante.
A matemática e a lógica são formas de organização da atividade intelectual humana e espera que exista outros ambientes que sejam responsáveis pelo desenvolvimento intelectual da criança e do adolescente. Não é só na escola que tem que haver esse desenvolvimento, em casa, na igreja, no mercado e em outros lugares frequentados por crianças e adolescentes.
O professor deve proporcionar para o aluno atividades que envolvam o conhecimento cotidiano e o conhecimento científico, assim expectativas de novos horizontes com novos desafios a serem enfrentados, procurando chegar às conquistas recompensadoras e prazerosas, tornando a aprendizagem matemática mais interessante e praticante.
A matemática é muito importante, pois tudo está ligado a ela, tudo que fazemos envolve um cálculo matemático. Normalmente, os alunos possuem dificuldades de compreender os conceitos matemáticos, pois quase sempre são colocados de tal forma fazendo com que a disciplina seja a mais difícil de ser estudada.
Os professores precisam prestar mais atenção nos seus alunos, procurar saber suas dificuldades, quais os seus problemas e principalmente seus conhecimentos. Devemos atentar para os fatores biológicos como nutrição, saúde, que influenciam no desenvolvimento e aprendizagem da criança. Algumas famílias possuem negócios próprios, uma barraca na feira, venda de leite até mesmo um comércio, e alguns filhos ajudam seus pais vender e resolvem problemas de matemática sem utilizar lápis e papel, esses conhecimentos podem e devem ser utilizados, explorados pelo professor em sala de aula.
Lembramos que os cálculos “naturais” são feitos mentalmente, sem o auxílio de lápis e papel para anotar os subtotais e cálculos intermediários. Assim, ao resolver problemas pelos procedimentos “naturais”, certas facilidades existentes nos problemas escolares não são utilizadas. (N. Carraher, W. Carraher, Schliemann, 1995 pág. 40).
A matemática é uma habilidade necessária à sobrevivência na sociedade que vivemos. Usamos a matemática constantemente e o professor deve assumir o papel de mediador da aprendizagem, fornecendo apenas as informações necessárias, dando condições aos alunos de questionar, trocar experiências com os companheiros, isso fará o aluno aprender muito mais.
O lúdico no ensino da matemática, além de dinâmico faz com que as crianças sintam maior prazer em aprender, pois elas se identificam bastante com as brincadeiras. O primeiro contato dos alunos com o lúdico faz com que eles participem ativamente das aulas, proporcionando um melhor conhecimento, atenção, concentração e vontade de participar das aulas.
CONCLUSÃO
Com essa pesquisa ficou evidente o quanto a utilização de jogos e brincadeiras na educação infantil facilita a aprendizagem, percebemos que o lúdico é fundamental no ensino- aprendizagem, jogar, brincar são atividades importantes para o desenvolvimento emocional, afetivo e social do aluno. Através dos jogos e brincadeiras, o educando encontra apoio para superar suas dificuldades de aprendizagem, melhorando seu relacionamento com as pessoas. Pôde-se ainda, perceber o quanto as brincadeiras e os jogos tem perdido seu espaço para a alfabetização precoce. É nítido o quanto o professor é cobrado pelos pais, para que seu filho saia da educação infantil alfabetizado, e não percebe o quanto isso é prejudicial para a criança. Cada vez mais cedo são obrigados a trocar os brinquedos por livros e ter responsabilidades sendo ainda criança.
É brincando que a criança adquire experiência e incorpora valores, é através de jogos e brincadeiras que ela imita e recreia o meio que a cerca. É de fundamental importância que os educadores utilizem jogos e brincadeiras como recursos no processo de ensino-aprendizagem, pois o mesmo cria um clima de entusiasmo, estimulando o pensamento, e as várias dimensões da personalidade. Mesmo nos jogos alguns alunos apresentam dificuldades no aprendizado, porém maior interesse pelo assunto, já que os conteúdos foram ministrados de forma diferente, mais prático e descontraídos.
Através dessa pesquisa, pôde-se alcançar o objetivo proposto que foi perceber a importância do lúdico, brincadeiras e jogos na educação infantil. Por este motivo é preciso que o jogo esteja inserido nas propostas metodológicas da educação infantil. Diante do texto exposto e das pesquisas, pôde-se concluir que as brincadeiras e os jogos são uma ferramenta de trabalho muito valorosa para a prática pedagógica da educação infantil, pois através dessas atividades que devem ser incluídas aos conteúdos de forma prazerosa, diferenciada e participativa entre os próprios alunos, dessa forma eles brincam e aprendem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Acesso em 12 de julho de 2021.
[1] Artigo científico apresentado ao Grupo Educacional IBRA como requisito para a aprovação na disciplina de TCC.
[2] Discente do curso de Licenciatura em Pedagogia. E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.